quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A História do Natal

Feliz Natal! 
Feliz Ano Novo!


A história do Natal 
Que muitos brasileiros
Desconhecem 

Uma das épocas mais aguardadas do ano, o Natal tem sido utilizado por muitas famílias, de diversos países, principalmente para a troca de presentes entre seus membros. Apesar de a data ser considerada oficialmente pela igreja como o nascimento de Jesus Cristo, muitos desconhecem o motivo real da comemoração. E você, conhece a verdadeira História do Natal  
Um dos ícones dessa festa é a árvore de Natal, que muitos povos enfeitam para colocar em suas salas de estar antes do dia 25 de dezembro. Os americanos, geralmente, utilizam o pinheiro. Os brasileiros  preferem uma réplica do referido arbusto. A base disso está numa história que acontecia há mais de dois mil anos, na celebração anual praticada pelos antigos povos do norte da Europa. Todo mês de dezembro, no dia mais curto do ano, acontece o Solstício de inverno. Essa data marcava  tanto o dia mais escuro do ano como também a promessa de dias mais longos, e essa era a causa da celebração. Muitas tribos comemoravam em um festival de 12 dias; abatiam animais, já que não daria para alimentá-los nos dias de inverno, e bebiam a cerveja que já estava pronta. As tribos queimavam uma torra gigante durante o período da festa  e levavam sempre vivas pinheiros e azevinhos para casa. Ao longo dos séculos o conceito cresceu  e foi agregado ao nosso hábito moderno de árvore de Natal.
Nem sempre e fácil ver como os hábitos se ligam as antigas tradições. Porém, o que  isso tem a ver com o nascimento de Jesus Cristo há aproximadamente dois mil anos ? Para os cristãos, esse momento é quando a história do Natal de fato começa. Como e o que sabemos sobre esse nascimento  ?  Há duas fontes  na Bíblia  ( Novo Testamento ) para a ocasião. Os evangelhos de Matheus e de Lucas. Cada um conta coisas sobre a Natividade. Em  Matheus, há  a introdução  da “Estrela de Belém “ e dos três sábios chamados magos , que trazem presentes para Jesus. Esse é o primeiro exemplo de presente de Natal, mas não há registro de quando isso realmente aconteceu. Ninguém sabe a data certa do nascimento e os primeiros cristãos não celebravam aniversários.
Então, por que o aniversário de Jesus é celebrado no dia 25 de dezembro ? Muito antes dele nascer, os romanos celebravam muitas festas pagãs  ( uma delas Saturnália, de 17 a 24 de dezembro  ). Eles trocavam presentes nessa data. Entre a Saturnália  e o ano novo, já havia  a celebração do deus romano Mitras no dia 25. No mesmo dia também celebravam  o deus Solinvictos. Os romanos acendiam fogueiras rituais e velas para afastar a escuridão ( o que representa as modernas luzes natalinas ), particularmente em dezembro, e essas festas de fim de ano criaram o palco para as festas natalinas modernas.

Depois que o cristianismo se tornou  a  religião oficial de Roma, no século IV, muitas das tradições antigas foram sendo absorvidas. Uma delas foi a religião pagã, que os líderes da época preferiram absorver a colocar fora da lei. Foi daí que a igreja decidiu celebrar o nascimento de Jesus  ( considerado a luz do mundo ) e escolheu um dia perto do Solstício de inverno: o dia 25  , tal como conhecemos hoje.
O Natal era uma festa mundana, desregrada e divertida. Na alta idade média, entre 1400 e 1500, as festas  se espalharam. Dar presentes era muito popular e a tradição das luzes  e de queimar um tronco também ganhou notoriedade. O Natal também era um dia solene na igreja, passado em oração. Nas igrejas haviam   sinos e música sacra, que era cantada em latim. Nos natais medievais havia muita bebida  e, no século XVII, pela proporção mundana  que o evento havia tomado, os reformistas decidiram bani-los de vez. 
As festas eram vistas com maus olhos pelos grupos protestantes. Na Inglaterra foi banido, mas por pouco tempo. No início do século XVII, alguns colonizadores ingleses que vieram a América não quiseram saber da festa, como os da recém  criada  colônia ( à época ) de Massachusetts, que em 1659 baniu o Natal. Em meados do século XVIII, no entanto, muitas tradições de Natal da Europa foram adotadas. Com o tempo a América amadureceu e com ela os costumes dessa festa. O foco da celebração, que acontecia nas igrejas, nas praças  e em outros locais públicos passou a ser na família, em uma reunião particular que acontecia em casa.
O Natal tal qual celebramos hoje foi moldado pela América do Norte, especificamente pela cidade de Nova Iorque. Em 1822, o nova-iorquino e o professor de Literatura clemente Clark Moore escreveu o poema “A visita de São Nicolau “, que mudaria a festa para sempre. Ele criou a visão americana de Natal. Inspirado em figuras lendárias do velho mundo, criou um Papai Noel que personificava o bem, vestia roupas americanas e usava cachimbo, além de retratá-lo como um alegre e sorridente doente. Usava um saco cheio de brinquedos para as crianças da casa, além de um trenó puxado por oito renas, cada uma com nome próprio. Outro nova-iorquino, o ilustrador Thomas Nest, também contribuiu para dar roupagem nova à festa. Ele introduziu novas características, como a oficina no Pólo Norte, a carta das crianças, os doentes e a lista de bons e maus, dentre outras. Nest também criou um Papai Noel que era amigo das crianças. No século XIX, portanto, o Papai Noel reelaborado pelos  nova-iorquinos e as árvores de Natal  amplamente decoradas ajudaram a transformar definitivamente imagens do Natal  .
No início do século XX, no entanto, o Papai Noel e o Natal se transformariam de novo. Agora, estariam atrelados a ideia de consumo da sociedade moderna. A publicidade transformava o símbolo do Natal em vendedor e a própria festa era transformada em sinônimo de bonança para os lojistas.

Fonte – Jornal Posto Seis  Edição Especial Natal  
págs 3 , 4 e 5 dezembro de 2013 


As renas  voadoras do Papai Noel 

As renas do Papai Noel são as únicas renas do mundo que sabem voar, ajudando o Papai Noel a entregar os presentes para as crianças do mundo todo na noite de natal. Quando Papai Noel pede para serem rápidas, elas podem ser as mais rápidas renas do mundo. Mas quando ele quer, elas tornam-se lentas. O mito  das renas foi inventado na Europa, no século XIX. Até 1939 dizia-se que eram oito renas que puxavam o trenó do Papai Noel. A partir daí essa quantidade de renas passou a ter controversa, tudo por causa de uma rena conhecida como Rudolph, que teria entrado para a equipe de renas titulares por ter um nariz vermelho e brilhante, que ajuda a guiar as outras renas durante as tempestades ou forte névoa.
Os nomes das renas, em inglês: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner  e Blitzen. e em português são Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago.

Fonte  - Jornal Posto Seis 
Edição Especial  de Natal  pág 05  dezembro de 2011



Conheça a história de São Nicolau, o primeiro  Papai Noel 

Nicolau teria perdido seus pais muito jovem e por isso, tornou –se herdeiro de uma grande fortuna. No entanto, em vez de gastar o dinheiro com ele próprio, destinou a maior parte dele para ajudar as pessoas desconhecidas e necessitadas. As doações eram feitas anonimamente e ajudavam pobres, doentes e gente com outras privações. Nos casos conhecidos, a ajuda foi deixada em sacos nas chaminés. Uma de suas atitudes mais lembradas era a freqüente distribuição de presentes para crianças de famílias de baixo poder aquisitivo. 
Aos 19 anos, doou todos os seus bens e entrou em um seminário, onde, posteriormente tornou-se sacerdote. No entanto, não continuou como líder  religioso por causa dos conflitos  com outros líderes eclesiásticos. Apesar disso, diversos relatos atribuem a ele uma série de milagres, o que fez com que Nicolau fosse considerado santo. Até os dias atuais, é uma das figuras mais populares na Europa, principalmente na Rússia  e na Grécia e na Noruega. 

Fonte  Jornal Posto Seis  Copacabana 
Edição Especial de Natal pág 19  dezembro de 2013

SIMBOLISMOS  
NATALINOS

A época do Natal é cheia de alegria e de muitos simbolismos.
        Vamos muito rapidamente falar sobre alguns deles 

PAPAI  NOEL : sua lenda foi inspirada numa pessoa verdadeira: São Nicolau, que viveu em Lycia, atual Turquia, e, segundo a História, nasceu no ano de 350 e viajou para o Egito e para a Palestina. Ainda moço tornou–se  bispo. Em meados do século VI, o santuário em que foi sepultado tornou–se uma nascente de água. É patrono da Rússia e da Grécia, das crianças e dos marinheiros. Sua transformação em Papai Noel aconteceu na Alemanha entre as igrejas protestantes, a sua imagem foi associada às festividades do Natal e a troca de presentes no dia 6  de janeiro ( Dia  de São Nicolau ). Em 1821 Clement C. Moore escreveu um poema que retrata Papai Noel puxando um trenó puxado por 8 renas, modo de transporte usado na Escandinávia e o primeiro desenho como o conhecemos foi feito em 1866 por Thomas Nast.

Christmas

Essa palavra da língua inglesa provém da expressão  “Christ'smass", nome de uma antiga missa realizada no dia 25 de dezembro , comemorando o aniversário de Cristo, mas a ideia central de tais comemorações revela que nas regiões do hemisfério norte as noites eram mais longas e por isso suplicava–se pelo retorno da luz, e a liturgia natalina identifica Cristo como verdadeira  Luz do mundo.

Troca de Presentes  :

É um dos costumes baseado nas antigas festas pagãs, como a Saturnália, celebrada em 17 de dezembro pelos romanos, quando era feita a troca de presentes. Duas semanas depois, no Ano Novo Romano  ( 1º de janeiro ), as casas eram decoradas com grinaldas e luzes e os presentes eram distribuídos para as crianças pobres.

Músicas natalinas  :

As primeiras canções natalinas são do século IV tal como “ Messiah “ de Handel; “ White Christmas  “ de Irving Berlim, “ Jingle Bells “ , e muitas outras, todas muito ouvidas no período natalino e que muito nos lembram essa  festa da cristandade.

Árvore de Natal  :

A árvore é o símbolo da vida.  É uma tradição mais antiga que o próprio cristianismo e é venerada em quase todas as religiões. Os egípcios traziam galhos verdes para dentro de suas casas no dia mais curto do ano, como símbolo da vida sobre a morte. Os druidas decoravam velhos carvalhos com maçãs douradas para a mesma festividade. A primeira referência da “ Árvore de  Natal “ é o século XVI, na Alemanha quando famílias ricas e pobres decoravam árvores com papel colorido, frutas e doces.

Essa tradição espalhou–se 
Por  todo  mundo  .
                       
CARTÕES  DE  NATAL

Surgiu na Inglaterra em 1843. Em 1849 surgiram os primeiros a serem vendidos pelo artista Willian Egly e, segundo a história, o primeiro foi feito por John Horsley para seu amigo Sir Henry Cole. Nele estava desenhada uma família com as palavras: “ A Merry Christmas and a Happy New Year to you  “  ( Um Feliz Natal e um Bom Ano Novo para você ). Essa ideia foi amplamente difundida e hoje todos nós sempre recebemos cartões de nossos amigos e familiares e, diga–se de passagem, é muito bom  !!! 

Presépio 


Esse costume surgiu com  São Francisco de Assis, que pediu para Giovanni Villita que criasse o primeiro presépio e diante dele rezou uma missa, inspirando assim a devoção da montagem de um presépio, reproduzindo  a cena do nascimento de Jesus. Isso ocorreu por volta de 1224, onde apareciam as figuras de Maria, José , Jesus  , pastores e animais. Os Reis Magos  só apareceram por volta de 1484. 
Como podemos notar, o nascimento de Jesus Cristo proporcionou diversos simbolismos dessa época do ano, que é esperada com ansiedade e alegria por quase a maioria dos seres humanos, pois lembra a magnificência da vida e o quanto ela deve ser apreciada e respeitada.                                                    
                                                                                    

Amar é louvar os semelhantes .

Fonte  - Revista  Pomba Branca   págs  29 , 30 e 31  ano 2000     
http/www/malhete.com.br /
Português/especial natal 12.htm



ÁRVORE de NATAL da Lagoa é inaugurada no dia 29 de novembro

No dia 29 de novembro, será inaugurada  a 19 ª edição da Árvore de Natal da Bradesco Seguros na Lagoa Rodrigo de Freitas. A partir das 20 h, no Parque do Cantagalo, o tradicional espetáculo abordará, neste ano, o tema  “ Um Natal de Luz “. 
A cenografia deste  ano será composta por 3,1 milhões de micro lâmpadas; 24 quilômetros de estrutura tubular; 2150 estrobos, responsáveis pelo efeito de estrelas brilhando; e 120 quilômetros de mangueiras luminosas. Abel Gomes, cenógrafo da Árvore desde a primeira edição, em 1996, indica o objetivo do planejamento. “Projetamos uma cenografia que emocionará pessoas de diferentes idades, culturas e crenças“.
Após o Carnaval e o Réveillon, a Árvore de Natal é um dos três maiores eventos da cidade, que se tornou referência internacional em, pelo menos, 100 países, em 30 idiomas, segundo Alexandre Nogueira, diretor da Bradesco Seguros, patrocinadora exclusiva da Árvore desde a primeira edição, em 1996. Além disso, é a maior árvore flutuante do mundo, alcançando  85 metros e pesando 542 toneladas. “Chegar à 19 ª edição consecutiva da Árvore de Natal da Bradesco Seguros é motivo de orgulho para todos nós.  A árvore é um símbolo incorporado ao Natal dos brasileiros que encanta o mundo todo e que já faz parte da nossa história, transmitindo uma mensagem de paz e fraternidade“, afirma Alexandre Nogueira.
Cada edição da Árvore de Natal da Bradesco Seguros envolve várias etapas – entre elas, concepção, montagem, inauguração, manutenção e desmontagem  - que exigem diferentes equipes. Ao todo, 1.200 produtores, engenheiros, técnicos  e artistas estão envolvidos no projeto. A mega estrutura da edição 2014 começou a ser montada em 29 de setembro, com a chegada das vigas metálicas que compõem o arranjo naval para sustentação da estrutura da Árvore à Subsecretaria Adjunta de Operações Aéreas  ( SAOA ), às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Um carrilhão eletrônico importado da Itália, semelhante ao usado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, reproduzirá eletronicamente os sons das badaladas de sinos originais. Na programação está prevista a execução de composições natalinas, além da música – tema da Árvore de Natal da Bradesco Seguros, composta pelos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle.

Fonte – Jornal Posto Seis 
edição 398 : 2ª quinzena de novembro  de 2014  pág 8 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

História - ZUMBI, O HERÓI DE PALMARES




No tempo da escravidão, os donos das fazendas não queriam perder seus escravos que fugiam e iam viver nos quilombos. Então, eles começaram a atacar os quilombos. Eles também chamavam a polícia para ir lá e trazer os escravos de volta.
No Estado de Alagoas existiu um quilombo que foi o mais famoso de todos. Chamava–se quilombo dos Palmares, porque havia muitas palmeiras na região.
O quilombo dos Palmares crescia sem parar com os pretos fugidos das fazendas e das cidades. O quilombo era um verdadeiro reino, com uma capital e muitas aldeias em volta. Os pretos tinham as suas lavouras de milho, feijão, mandioca, cana e criavam muitos animais.
Cada vila tinha um chefe que era escolhido entre os homens mais sábios e corajosos. As aldeias organizavam seus guerreiros para se defenderem dos ataques dos fazendeiros.
Numa noite, em que ia haver um ataque dos fazendeiros contra o quilombo, nasceu um menino. As pessoas da aldeia rezaram para que ele crescesse corajoso e forte. Para que isso acontecesse mesmo, deram a ele o nome de Zumbi, que era o nome do deus da guerra. O menino Zumbi cresceu livre em Palmares, e logo já conhecia todo o quilombo. Ele sempre ouvia  os mais velhos contarem histórias horríveis dos navios negreiros que traziam os escravos  da África. Ele ficou sabendo de tudo o que acontecia, nas fazendas e cidades, com os pretos que ainda eram escravos.
Quando  Zumbi cresceu, ele se tornou muito valente e corajoso, e, por isso, foi escolhido para ser chefe da aldeia. Quando os donos das fazendas atacavam, Zumbi e seus guerreiros lutavam  para defender a sua liberdade. Zumbi  queria viver livre e queria livrar todos os outros pretos que ainda eram escravos.
Os fazendeiros tinham verdadeiras tropas para atacar o quilombo e muita gente morria nas lutas.  Por causa de sua valentia, Zumbi ficou sendo o chefe de todo o  quilombo dos Palmares .
A guerra dos donos das fazendas contra o quilombo dos Palmares durou mais de vinte anos. Depois disso, os brancos cercaram o quilombo e atacaram seus habitantes com canhões. Zumbi   e seus guerreiros lutaram até o fim, mas não conseguiram se defender dessas armas. Muita gente morreu nessa  última batalha. Zumbi recebeu dois tiros e mesmo assim conseguiu escapar com vida.
Os escravos das senzalas ficaram muito tristes quando souberam que tinha acabado o quilombo dos Palmares. Eles pediam aos seus deuses que conservassem a saúde de Zumbi, para que ele pudesse continuar lutando corajosamente contra a escravidão do seu povo.
Depois de um ano, Zumbi foi encontrado e foi morto. Cortaram a cabeça  dele e levaram para uma praça da cidade do Recife.  Isso foi feito para servir de exemplo, para outros pretos não fazerem como Zumbi.
Os escravos nunca mais se esqueceram do seu chefe Zumbi, que lutou tanto por eles e pela liberdade.

Fonte  - Almanaque   PROGRAMA ALFA DOIS  -  pág   48 / 1978 São Paulo

Abril  - Educação

Camélia da Liberdade



Uma justa homenagem aos que 
Lutam contra a desigualdade racial  

Milton Gonçalves  muito
Inspirado emocionando a 
Todos ao recitar o poema “ Eu me Levanto “
 
Uma noite alegre, descontraída de confraternização e muita emoção. Assim pode-se definir a edição do V Prêmio Camélia da Liberdade, realizado pelo CEAP – Centro de Articulação de Populações Marginalizadas que aconteceu no último dia 31, no VIVO RIO. O evento cujo objetivo é homenagear aos que se destacaram e realizaram obras em prol do combate às mais diversas desigualdades teve como atrações musicais Marcelinho Moreira, Teresa Cristina, Sandra de Sá e Grupo Fundo de Quintal. Na ocasião prestou-se uma bela homenagem ao marinheiro João Cândido.   
Mas, o que seria uma premiação e um encontro de confraternização, acabou por se transformar em um evento tomado por muita emoção, que obrigou os vários presentes e refletirem sobre a realidade do negro em nossa sociedade. O momento aconteceu exatamente quando foram concedidas homenagens especiais ao ator Milton Gonçalves, ao Padre Gege e ao delegado Henrique Pessoa – personalidades que se destacam nesta luta contra as desigualdades.
Milton Gonçalves, o primeiro a ser homenageado, recitou o poema  “Assim eu me Levanto“, da poetisa americana Maya Angelou, e, em seguida fez uma reflexão sobre o texto e um discurso emocionado que sensibilizou aos participantes do evento. O ator, em alguns momentos quase indo às lágrimas foi enfático:
- Se somos 50% da população deste país, por que não somos 50% nas Câmaras de Vereadores , nas Assembléias e no Senado ?  Se somos  50% desse país por que não ocupamos 50% dos melhores empregos e cargos que tragam dignidade humana? É preciso construir o presente e o futuro e deixarmos de lamentar o passado. É preciso viver dignamente e a exemplo do poema que acabo de ler, nos levantarmos, pois  só assim poderemos ser respeitados em nossas individualidades e merecermos o tratamento de um país sem preconceito e democrático como nos rotularmos.

Ainda  assim , eu me levanto
   

Maya  Angelou  
                              
Você pode me riscar da História  
Com mentiras lançadas ao ar .
Pode me jogar contra o chão de terra ,
Mas ainda assim , como a poeira ,
Eu vou me levantar  .
Minha presença o incomoda  ?
Por que o meu brilho o  intimida ?
Porque eu caminho como que possui
Riquezas dignas do grego Midas  .
Como a lua e como o sol no céu  ,
Com a certeza da onda no mar  ,
Como a esperança emergindo na desgraça  ,
Assim eu vou me levantar  .
Você não queria  me ver quebrada ?
Cabeça curvada e olhos para o chão ?
Ombros caídos como as lágrimas  ,
Minh´alma enfraquecida pela solidão ?
Meu orgulho o ofende  ?
Tenho certeza que sim
Porque eu rio como quem possui
Ouros escondidos em mim  .
Pode me atirar palavras afiadas  ,
Dilacerar-me com seu olhar ,
Você pode me matar em nome do ódio ,
Mas ainda assim , como o ar ,
Eu vou me levantar  .
Minha sensualidade incomoda ?
Será que você se pergunta
Porquê eu danço como se tivesse
Um diamante onde as coxas se juntam ?
Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo–se  como a maré .  
Deixando para trás noites de terror e atrocidade
Eu me levanto .
Em direção a um novo dia
De intensa claridade
Eu me levanto  
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a
Esperança do homem escravizado,
E assim, eu me levanto,
Eu me levanto. 
 
Fonte  - Jornal Destaque   - junho 2010  pág  10
Capital Cultural - Texto : Jurandir Junior
   

O escravo e o doutor




Elciene Azevedo realizou um movimento algo distinto. Centrou–se num  mito, numa figura  quase épica, legendária na crônica e mesmo na historiografia dedicada ao período: um negro que, antes da Abolição, havia se transformado em personalidade, em “notável cidadão“ , em unanimidade por toda admirada. Em  Orfeu de Carapinha, a historiadora procura explorar as tensões  entre o homem e o mito para entender a dinâmica da época. Elciene não se satisfaz com a exaltação costumeira da figura de Luiz Gama, o negro abolicionista  e republicano que enfrentou  “seu destino de escravo revertendo–o em luta contra a escravidão“.  Abre-se para a busca das "dimensões ambíguas e por vezes contraditórias de sua atuação“, procurando explorar ao máximo o fato mesmo de um negro ter penetrado com êxito  ( e de modo contestador  )  aquele mundo branco e senhorial.
Luiz Gama se presta como poucos a essa operação.  Filho de um fidalgo português com uma quitandeira africana, nasceu como homem livre na cidade de Salvador, em 1830. Aos dez anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai e enviado a São Paulo, onde conseguiu simpatia e proteção de alguns poderosos. Alfabetizou–se, tornou–se  funcionário público , vinculou–se  ao republicanismo paulista, arriscou–se  como poeta satírico e, acima de tudo, adquiriu na prática todo o conhecimento jurídico necessário para advogar  “gratuitamente em favor de todas as causas de liberdade“, particularmente dos escravos.
Deixou de ser “um pobre negro esfarrapado e descalço“ para se tornar um “doutor“, infiltrando–se pelas brechas do sistema. Mostrando surpreendente habilidade para estabelecer relações  com os mais diversos setores da sociedade paulistana, irá se revelar um causídico incansável e vitorioso.
A forma  “passiva“, isto é,  sem rupturas fortes e sem maior mobilização popular, adquirida  pela crise da monarquia,  se viabilizou e deu sentido à trajetória de Luiz Gama, complicou os sonhos  “ americanistas  “ de Rebouças e as ideias reformadoras de Nabuco. Ambos tiveram de aceitar as convenções imperiais, fato que significará uma derrota para Rebouças, que não se dava com a política, mas será visto por Nabuco como a possibilidade mesma de uma vitória, ensejando sua conhecida opção pelo abolicionismo pragmático.
De um modo ou de outro, esses fascinantes intelectuais do século 19 anteciparam muitos dilemas nacionais e expuseram a céu aberto vários dos eixos com os quais construir, nas específicas condições dos trópicos  de passado colonial, um país moderno, forte na economia, socialmente  justo e democrático. São,   por isso  atualíssimos.

Fonte  - Jornal  de Resenhas  Especial - 14/08/1999 - pág 7   

Marco Aurélio Nogueira  é professor de Política da Universidade  Estadual Paulista  (UNESP) 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Quando teremos o dia do professor?


À MESTRA, COM CARINHO
  
Desde adolescente, sempre quis ter um professor como Sidney Poitier. Para quem não está ligando o nome à pessoa, Poitier é um artista americano que, entre outros feitos, tornou–se o primeiro negro a ganhar um Oscar de melhor ator, com o filme  “Uma voz nas sombras“. Mas, para mim, ele vai ser sempre o professor Mark Thackeray, que, no filme “Ao mestre , com carinho“, conquistou uma turma de adolescentes  desajustados numa escola pública na parte mais pobre de Londres. O professor Thackeray  corta um dobrado para receber a atenção de seus alunos, mas era tão bom que a turma acaba homenageando-o na festa de fim de ano e sai da escola com a consciência de que suas lições foram para toda a vida. 
Na falta de Sidney Poitier, servia uma professora como Sandy Dennis. Não sei se vocês se lembram dela. Sandy também ganhou um Oscar, o de atriz coadjuvante por sua interpretação em “Quem tem medo de “Vírginia Wolf“, realizado no mesmo 1966  de “Ao mestre com carinho“. Mas, para mim, Sandy vai ser sempre a professora Sylvia Barret de “Subindo por onde se desce“, um filme em que ela ensina a viver um grupo de alunos de uma escola na parte mais barra pesada de Nova York. Era o primeiro emprego de Sylvia. Serviria como estágio. No fundo, ela queria passar logo por aquela provação e ir para uma escola mais organizada. Mas ela descobre que é ali que os garotos precisam dela e resolve continuar. 
“Ao mestre com carinho“ e “Subindo por onde se desce“  são filmes de um gênero que me toca de uma maneira especial. São “os filmes–nos-quais-um–professor-muda-a- vida –de–seus–alunos–e-eles-se–mostram–gratos-por-isso“. Talvez, para quem chegou aqui há menos tempo do que eu, o filme mais significativo dessa série  seja “Sociedade dos Poetas Mortos“, com Robin Williams interpretando  o professor John Keating. Tudo bem. Na impossibilidade de contar com Sydnei  Poitier ou Sandy Dennis eu não me importo de admitir que sempre quis ter um professor como Robin Wiliams.
Esses filmes são sempre comoventes. São daqueles que te fazem sair do cinema chorando. Aquele tipo de relação entre professor e aluno, o impacto que o mestre provoca no estudante, as lições de vida que são dadas à Turma, mas que servem para o espectador também, tudo é escrito para te emocionar. São coisas de cinema. Não acontecem na vida real. 
Na semana passada, já burro velho, descobri  que esse encontro único entre mestre e aluno pode estar mais perto do que eu imaginava, numa escola logo ali, muito longe de Londres ou Nova York.  É mais real do que o mostrado numa tela de cinema. Foi quando li aqui no GLOBO  a reportagem  de Gabriela Lapagesse sobre a ação dos alunos da Escola Carolina Patrício na Barra da Tijuca. Sabendo que a professora de Português e Literatura Norma Ribeiro do Carmo iria se submeter a sessões de quimioterapia para se livrar de um câncer, eles rasparam a cabeça em solidariedade à mestra. A foto de Marcelo Carnaval em que a professora, já com os cabelos curtinhos, é cercada por 18 adolescentes de cabeça raspada me fez chorar. Como eu chorava nos filmes de Sydnei Poitier, Sandy Dennis  e Robin Williams. Mas o choro desta vez foi provocado por uma notícia de jornal, não por um roteiro de cinema. Como deve ser boa essa professora! E eu, depois de tanto tempo, descobri que, na verdade, eu sempre quis ter uma professora como Norma Ribeiro do Carmo.

Fonte  - REVISTA  O  GLOBO  -  14/09/2014 - Artur Xexéo 


Exercício de Redação 


Marcos Keetzmann

Um quadro, o giz, crianças. 
Carteiras, lápis e papéis 
Silêncio difícil, atenção dispersa. 
Catapora, caxumba, resfriado, 
o pai doente, a mãe desempregada, 
e até a fome devorando estômagos pueris. 
E estas crianças... 
altas  pretas,  baixas brancas, gordas pardas, 
e amarelas, marrons, pálidas, pálidas...
Deu o sinal...
E lá vem ela, a professora, 
ensaiando um sorriso, no seu rosto sem idade.
( O pai doente, a mãe desempregada, 
e até a fome devorando estômagos pueris ). 
Mãe, avó quem sabe sem amores, 
povoando sua vida com filhos às centenas, 
filhos de outros, filhos que duram um ano, 
e se renovam a  cada ano, novas caras, novas  cores, 
filhos que não crescem, porque nunca são os mesmos, 
mas querem carinho, força, estímulo  e paciência.
Filhos exigentes, que tiram tudo da gente, 
e que se ama até quando inexistentes.
  
Tia, tia, faz de conta  que é recreio, 
sai da sala, vem ao pátio, aqui no canto ou na cantina. 
Volta ao tempo, esquece a idade, torne um pouco a ser menina. 
E receba de nós todos, neste dia que é o seu, 
o beijo de nosso afeto, respeito  e veneração, 
tudo isto que um dia, exprimimos simplesmente, 
chamando: Tia !


                                                                                                               Ao dia do Professor
                                                                           Equipe Administrativa e Técnica  - Pedagógica
                                                                                 EM “Otoniel  Mota“ 1986 - São Paulo


EDITORIAL

                        Quando teremos o dia do professor  ?  

Não se trata, apenas do dia de festejar  uma categoria profissional. Este já existe. Trata-se do dia em que a educação no Brasil for prioridade das prioridades políticas e sociais. O professor se sentiria prestigiado e não precisaria entrar em greve nem fazer passeata, como se fosse um profissional qualquer, protegido ou corrido pela polícia. A valorização do professor é a do aluno. Aliás alunos todos nós fomos um dia. Nossos professores se tornaram  inesquecíveis
O professorado faz parte da problemática da educação no Brasil. É histórica a questão. É política e econômica. É de capacitação e de estratégia. Protela as indagações de interesse nacional ou a elas responde: Que país nós queremos construir ? A pátria de todos ou somente para alguns? As perguntas procedem desde que a república herdou da colonização e do império a estrutura social iníqua da desigualdade: massa de empobrecidos e de analfabetos, latifúndio e concentração das riquezas, corrupção e clientelismo. 
Embora nos diversos ciclos republicanos se tenha respondido com políticas educacionais, à impressão é de que, entrando nas camadas populares, e as estatísticas a confirmam, anda-se bastante devagar na direção de uma educação pública fundamental. Exceto para as elites que podem pagar pela escola particular. O desenvolvimento científico e tecnológico não acompanhou ainda a democratização do ensino público de base. É estranho, por ser a educação o caminho para vencer a desigualdade e fazer crescer o país. Passa pelo acesso ao ensino, a capacitação e a remuneração e o plano de carreira do professorado, a escola equipada. É investimento social.
A longa greve dos professores no Rio de Janeiro tem a ver com plano de cargos e de salários, que mexe  com o bolso deles, e se insere na problemática mais ampla, que reclama pelos recursos disponíveis a serem priorizados. Estabelece–se o conflito. Por isso, apesar dos pesares,  entre os quais a aflição dos pais e a privação dos alunos do direito às aulas, a  sociedade e o governo  obrigam–se a encarar a educação com pragmática e programática. Até pode ser benéfico. 

Magistério não é 
nem sacerdócio 
nem voluntariado. 
Por isso, a greve 
é um recurso 
válido, mas não 
indefinidamente 
pois prejudica os 
alunos 

O professor do Rio tem o maior piso entre as capitais, é verdade. Ainda ganha pouco, porém, daí o descontentamento. No plano de cargos e salários aprovado pela Câmara e rejeitado pelo sindicato, há omissões. Não foi considerado o tempo gasto com atividade extra-escolares, tais como planejamento de aulas, correção de trabalhos, leituras obrigatórias, atualização permanente. Requer justa remuneração e a aplicação mais equânime dos tributos. 
Como se não bastasse, os colégios precisam de segurança diante de invasões e de roubos do equipamento. Professores e outros funcionários são vítimas da violência em certas localidades. Existem alunos ameaçadores e ameaçados de surra ou morte. Não há salário suficiente nem amor ao magistério que compensem tal situação de estresse e de desânimo, e  de horror ao ver  alunos ou ex–alunos com fuzis nas mãos, na entrada das comunidades. A desistência do professor penaliza ainda mais o pobre.  Vemos como, de fato, a educação  se insere na problemática da desigualdade e da aplicação  prioritária dos recursos. 
Magistério não é nem sacerdócio nem voluntariado. Por isso, a greve é um recurso válido, mas não indefinidamente, pois prejudica os alunos. Reclama pela conversação sensata para alcançar o acordo razoável possível, ainda que temporário. Com pé no chão: a aceitação do limite de caixa e a demanda, sem ideologização corporativa nem político–partidária.
  
Fonte – Jornal TESTEMUNHO DE FÉ
20 a 26 de outubro de 2013 - pág. 2



"Gargalhômetro" Mede riso infantil diante da televisão

Em entrevista, diretora de instituto alemão fala de 
pesquisa que detalha reações de crianças a programas 

Maya Götz , que vem a 
São Paulo para dar 
oficina, diz que 
incongruência é o que 
mais provoca risadas

Riso é uma questão de gênero, coisa da idade e tem apelo cultural. É o que aponta uma espécie de “gargalhômetro“  ( “fun–0–meter“ ) usado em pesquisas para descobrir onde está o riso infantil em programas de TV
O “gargalhômetro “ foi um dos métodos usados por Maya Götz, diretora do Instituto Central International para a Juventude e a Televisão Educativa ( IZI ), em Munique, Alemanha, em mais de uma década de estudos sobre o senso de humor infantil e a programação na telinha. 
A pesquisadora estará em São Paulo durante o Com Kids, que discute a produção áudio visual para a infância e ocorre até o dia 19. Ela ministrará a oficina  “Humor: Afinal o que as Crianças Estão Dando Risada ?“ no SESC Consolação, no dia 15, às 19 h. 
Em entrevista  à Folha, por e-mail, ela falou que produtores de conteúdo para a infância geralmente se apoiam num humor complexo, que não provoca riso nas crianças. Leia os trechos  a seguir:

Folha - Como foram feitas as pesquisa ?

Maya Götz   - Fizemos mais de  15 estudos em mais de 40 países, com diferentes metodologias. Criamos, por exemplo,  “um gargalhômetro” ( “fun-0-meter“ ), uma caixa com um joystick manipulado por crianças enquanto assistem TV, para indicar o que é mais ou menos engraçado. O próximo estudo deve se dar em 30 países, em 2012.

Crianças riem do quê ? 

Crianças no mundo todo riem mais ou menos das mesmas coisas. A diferença maior está entre o que faz as crianças e os adultos darem risada. A razão principal para algo ser engraçado é a incongruência. Mas há variações conforme  a idade, o gênero e as experiências cotidianas.

Pode dar exemplos  ? 

Crianças de Soweto, gueto da África do Sul, não acham graça em guerra de comida. Uma cena dessas em  “Wallace e Gromit“ [ Nick Park ], com purê de batata, foi engraçada para as crianças da Alemanha e dos EUA. Mas não para as de Soweto. Elas disseram que poderia ser divertido se jogassem água ou até mesmo o purê na boca um do outro. 

Como é o humor de crianças da América do Sul ?

Crianças do Brasil, da Argentina e da Colômbia sentem e expressam emoções facilmente. Se estão em grupo, a risada funciona como uma onda. São bem ativas durante a recepção, enquanto assistem a um programa na TV.

O que faz de “ Bob Esponja “  um  sucesso entre crianças e adultos  ? 

Muito do humor de “Bob Esponja“ vem da própria estética. É engraçado quando seus olhos viram e reviram. Mas é também porque representa a criança, é otimista, está sempre burlando  regras, persiste até conseguir, irritando adultos sem perceber.

Uma das discussões hoje no Brasil é sobre a publicidade na programação infantil. Qual é a sua opinião  ? 

Na Alemanha, em nosso canal público para crianças, é proibido anunciar e temos regras no mercado de licenciamento. E há canais como Nickelodeon, com publicidade. Digo que, se há chance de evitar a propaganda na TV infantil, evite. O perigo é a criança achar que precisa de uma marca ou brinquedo para construir sua identidade.

AS CRIANÇAS RIEM DE QUÊ?

Entenda as razões da risada infantil segundo Maya Götz, diretora da Fundação Prix Jeunesse

IGUAL, MAS DIFERENTE 

O sensos de humor
infantil varia conforme 
a idade, aspectos 
culturais e gênero 

Coisa da idade 

Crianças com até seis anos de idade
acham graça em piadas sobre pum,
xixi e cocô. Já  meninas com dez 
anos riem se a piada é sobre beijo ou paquera.                                   

Influência Cultural

Personagens  caracterizados
com quadris grandes fazem 
crianças egípcias gargalharem
muito mais do que as  que 
vivem na Inglaterra 

Ironia infantil 

Crianças só passam a entender
ironia entre seis e oito anos.
Estudos mostram que crianças 
irlandesas riem mais facilmente 
de piadas irônicas

Meninos e meninas 

Meninos, ainda bem pequenos  
dão risada de cenas violentas,
quando alguém cai e se machuca,
por exemplo. Garotas geralmente 
não acham graça.

Realidade 

Crianças de guetos da África 
do Sul não acham graça em personagens
que jogam comida uns nos outros. 
Na Alemanha ocorre o contrário.

Fonte  - Jornal Folha de São Paulo  
E4 Ilustrada – domingo, 12/06/2011  
Gabriela Rossi  Editora –Assistente – da FOLHINHA



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A Copa no Brasil - 2014


Apesar das contestações e manifestações, a Copa aconteceu e tudo funcionou, contrariando e surpreendendo os críticos de plantão e os que torciam para que desse errado.  Foi maravilhoso ver a mistura dos povos, desse mundo conturbado, onde muitos países estão em guerra, demonstrando a falta de amor e apego ao poder desacerbado. Em um mês foi possível verificar no Rio de Janeiro,  as ruas, avenidas cheias de pessoas felizes, cantando, sorrindo, tirando fotos, filmando, convivendo com os brasileiros, como se já se conhecessem ou convivessem. Encantados não só com a beleza da cidade, alegria e cordialidade dos camelôs, garis, moradores, no comércio, etc...  
A massa popular deu um banho, não só nesses aspectos, como também na torcida pela seleção brasileira. O FANFEST que podemos dizer... superlotado com sol ou chuva. Foi grande o contingente dos turistas estrangeiros e do nosso país. Na saída do metrô,  parecia o reveillon, vendo as pessoas saírem, muitos fantasiados ou com as camisas e bandeiras de seus países. Muitos vinham, chegavam cedo, pois saíam dos diversos bairros do Rio. No calçadão dia e noite as pessoas caminhavam, paravam para ver grupos tocando, dançando, batucando. Na areia lembrava  Jornada da Juventude em 2013, sem espaço.  
O que me chamou atenção é que alguns jovens jornalistas, não dominavam o inglês, nem espanhol  e  quando iam realizar algumas entrevistas, só procuravam os estrangeiros e para fotografarem também. Foi possível verificar o mesmo nas aparições dos jogos na TV, só a elite, evitando mostrar a cara do povo brasileiro... Sendo uma cobertura de transmissão internacional, nosso país teve uma grande projeção, desmitificando a imagem negativa no exterior. Lamentavelmente os que compareceram nos estádios, não demonstraram emoção ao cantarem o hino nacional e torcerem. Vimos, sim, crianças cantando e chorando com muita emoção, até as que acompanhavam os jogadores. Foi surpreendente as participações, o  nível e potencial de alguns times, que muitos não acreditavam como: Argélia, Chile e o que dizer de Costa Rica naquele grupo que todos temiam. A eficiência  e potencial dos técnicos  trouxe à Copa  uma bela participação. Cabe aos dirigentes, comissão técnica do nosso país, descerem do salto e realizarem  profundas mudanças, observando o futebol em outros países.  A mídia acompanhou a reação da população, que não crucificou os jogadores, evitando o que ocorreu em 1950 que culparam o goleiro, sendo marcado eternamente, isoladamente. O mesmo ocorreu em 2010, só que ele deu a volta por cima nessa Copa. Sim, senão teríamos saído antes... Nos  chamou atenção e indignação  na  narrativa dos jogos, alguns comentaristas preocupados mais com, o cabelo, o tamanho da cabeça, o nariz, as tatuagens dos jogadores. Já pensou se um professor agir dessa forma na escola! É bullying... Ainda bem, que tem excelentes comentaristas, que sabem tudo de futebol, não deixando transparecer para quem estava torcendo. Sim... porque uns poucos só falavam no Messi e na Argentina.  
A parte negativa foi a de alguns juízes cuja atuação deixou a desejar, prejudicando algumas seleções, inclusive o juiz que não mostrou o cartão ao jogador que atingiu o Neymar e a FIFA que não deu a resposta que esperávamos. 
Vale ressaltar a união das famílias que se dirigiram ao FANFEST, como também se reuniram em seus lares, nas vizinhanças, com ruas enfeitadas e também nos locais de trabalho. Bom mesmo é que 95% dos turistas estrangeiros vão recomendar a viagem ao Brasil. Espero que os professores aproveitem e trabalhem nas salas de aula. É possível envolvimento de todas as áreas e principalmente podem desenvolver o trabalho em equipes apontando, analisando com os alunos, os times que foram até as finais e o que foi campeão. A derrota também deve ser discutida pois serve como aprendizado na vida cotidiana. Os brasileiros gostam  muito de assistir a Copa e Jogos Olímpicos e valorizam muito os esforços  e desempenho desses profissionais dos esportes de todas as modalidades, dos técnicos e preparadores. Ainda bem, que os governantes começaram a valorizar mais os Jogos Olímpicos. Só que muitos precisam de ajuda financeira não só do poder público, como também dos patrocinadores que se empenham mais no futebol. Não podemos  esquecer das transmissões dos outros países, com vários jornalistas no calçadão de Copacabana, filmando, entrevistando e fotografando todos que ali passavam ou se encaminhavam para o FANFEST. Pela CNN, o que chamou atenção, foi o número de jornalistas negros em toda programação, o que não  ocorre no Brasil. Foi de suma importância para nós a Copa, porque agora verão o nosso país e nosso povo com outro olhar.

Fonte – Ana Regina Gouvêa  
Profª de Matemática Psicopedagoga e Gestora de Comunicação / ECA – USP 2012    



Festa
   
A Copa do Mundo revela a ambiguidades de nosso tempo. Um bilhão e meio de pessoas assistem às mesmas imagens confirmando o avanço da globalização. Mas o conteúdo das imagens a que todos assistem afirma os pertencimentos nacionais, expressos com símbolos ancestrais, bandeiras, emblemas, hinos entoados com lágrimas nos olhos. O nosso é cantado à capela pelos jogadores e uma multidão em verde e amarelo desafiando o regulamento da Fifa, entidade sem pertencimento que salpica no espetáculo, em poucas nas mal tocadas, o que para cada povo é a evocação emocionada de sua história. No mundo de hoje comunicação e mobilidade se fazem em escala global, mas os sentimentos continuam tingidos pelas cores da infância.   
O respeito as regras, saber ganhar e saber perder, são conquistas de um pacto civilizatório cuja validade se testa a cada jogo. A violência em campo que, aos habitués dos estádios parece normal, aos olhos de uma leiga torcedora de Copa do Mundo é aflitiva. Em equilíbrio instável, as equipes oscilam entre o compromisso com o fair-play e os tambores de guerra refletindo a banalidade com que, mundo afora, se convive com a brutalidade.  
O  futebol useiro e vezeiro em contrariar cenários previsíveis. O acaso pode ser um desmancha–prazeres. A multidão que se identifica com os craques e que conta com eles para realizar  o gesto da grandeza que em vidas sem aventura nunca acontece, essa massa habitada pela nostalgia da glória deifica os jogadores  e esquece – e por isso não perdoa – que deuses às vezes tropeçam nos próprios pés, na angústia e no medo.  
Seremos campeões. Não sabemos. Tomara! O melhor futebol é a alegria de torcer. Essa Copa do Mundo vem sendo uma festa vivida nos estádios, nas ruas, e em cada casa onde se reúnem os amigos para misturar ansiedades. A cada gol da seleção há um grito que vem das entranhas da cidade. A cidade grita. Nunca tinha ouvido o Rio gritar de alegria. Um bairro ou outro, talvez, em decisões de campeonato. Nunca a cidade inteira, um país inteiro. Em tempos de justificado desencanto e legítimo mau humor, precisamos dessa alegria, que se estende noite adentro nas celebrações e na confraternização das torcidas.  
Passada a Copa, na retomada do cotidiano, é provável que encontremos intactos o desencanto e o mau humor, já que não havia à vista, sinais de mudança no que os causou. Uma razão a mais valorizar esse tempo de alegria na vida de uma população que, no jogo da vida, sofre tantas faltas.
             
Fonte : Jornal O Globo 21/06/2014   
Rosiska Darcy de Oliveira é escritora   
   


Cidade recebeu  
Quase 900 mil visitantes na Copa  

Segundo balanço da prefeitura, arrecadação do setor de turismo chegou a R$ 4  bilhões. O Rio recebeu 471 mil turistas estrangeiros e 415 mil visitantes nacionais durante a Copa do Mundo.  Somente argentinos, foram 77 mil, seguidos por chilenos 45 mil e colombianos 31 mil. A arrecadação do setor do turismo superou em quatro vezes o esperado, chegando 4,4 bilhões. O gasto médio por pessoa foi R$ 639 diariamente. O balanço do Mundial foi divulgado ontem, pelo secretário de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, e pelo presidente da Rio Eventos, Leonardo Maciel, no Centro de Operações da prefeitura.   
Segundo Antonio Pedro, 515 mil torcedores assistiram aos sete jogos no Maracanã, uma média de 74 mil torcedores por jogo, lotação bem próxima de 78 mil espectadores.   
- A casa ficou cheia em todos os jogos. Além disso, 3,6 bilhões de pessoas assistiram à  partida final  em todo o mundo e viram a beleza da cidade.  A nossa expectativa é de que o Rio  mantenha  esse fluxo turístico pelos próximos sete a dez dias. O Rio foi a capital que recebeu mais turistas durante o Mundial – disse o secretário.   
Os dados apresentados fazem parte de um estudo realizado pelo Observatório de Turismo da UFF / ESPM, em parceria com a Riotur e o Sebrae  / RJ. A pesquisa apurou que 58% dos entrevistados pretendem voltar ao Rio para acompanhar as Olimpíadas de 2016.  Além disso o grau de satisfação dos estrangeiros foi muito alto: 98,8% tiveram as expectativas (de visitar a cidade) atendidas ou superadas; e 98,3% recomendariam o destino a parentes e amigos.
        
HOTÉIS: ATÉ  97,6% DE OCUPAÇÃO  

Mais de um milhão de pessoas assistiram os jogos nos telões instalados em Copacabana pela Fifa Fan Fest. Setenta e duas atrações musicais se apresentaram no palco da arena, totalizando 76 horas de shows e 300 horas de entretenimento. 
A taxa média de ocupação dos hotéis na cidade foi de 93,8% chegando a 97,66% na final, segundo a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis  (ABIH / RJ ) . Já a taxa de ocupação média de albergues foi de 86% durante a Copa, chegando aos cem por cento na semana da  final,  de acordo com a Associação Café & Cama  e  Albergues do Estado do Rio de Janeiro.   
Os dois mais importantes  pontos turísticos  do Rio também receberam grande número de visitantes: cerca de 296 mil foram ao Cristo Redentor, e  175 mil, ao Pão de Açúcar. A média de visitantes no Corcovado é de cinco mil pessoas por dia, mas, durante a Copa do Mundo, foram registrados picos de até 12 mil em um único dia. Já o Pão de Açúcar, que recebeu oito mil visitantes.   

Fonte : Jornal O Globo – 16/07/2014 - Bruno Amorim  

VOCÊ  SABIA ?   

1°  PAÍS AFRICANO A VENCER EM UMA COPA   

No mundial de 1978, disputado na Argentina, a Tunísia se tornou a primeira seleção africana a vencer uma partida em Copa do Mundo. O feito histórico em 02 de junho no Estádio Nuevo Rosário, em partida válida pelo Grupo 2.   
Aos 45 minutos do primeiro tempo, os mexicanos abriram o placar com o zagueiro Arturo Vásquez.   
Aos 10 minutos da etapa final. Ali Kaabi empata a partida. A virada tunisiana, aconteceu aos 24 minutos  do segundo tempo, Moldar Dhouib anota o terceiro gol tunisiano dando números finais a partida.   

O MAIOR PÚBLICO REGISTRADO EM UMA PARTIDA DE COPA DO MUNDO   

A  quarta edição da Copa do Mundo, disputada no Brasil em 1950, registrou o maior público da história das Copas. O fato ocorreu no dia 16 de julho no Estádio do Maracanã, justamente na final do torneio contra a seleção do Uruguai.  
Por ter feito uma melhor campanha, a Seleção Brasileira se sagraria campeã com o empate. No entanto, a derrota de virada para a “Celeste Olímpica“ diante de um público de 199.854 torcedores marcou o maior público da história das Copas, ironicamente marcou também uma das maiores derrotas da Seleção Brasileira em mundiais. A partida ficou conhecida como “Maracanazzo“.      

O MENOR PÚBLICO DA HISTÓRIA DAS COPAS  

No dia 14 de julho de 1930, na partida entre Romênia e Peru, em jogo válido pela primeira fase registrou o menor público das Histórias das Copas. 300 torcedores presenciaram a vitória da Romênia pelo placar de 3X1, em partida disputada no estádio Pocitos, demolido em 1940.   

JOGADOR MAIS VELHO A DISPUTAR UMA COPA DO MUNDO   

O goleiro colombiano Faryd  Mondragon se tornou o jogador mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo. Ao entrar e campo, aos 39  minutos do segundo tempo, aos 43 anos de  idade, substituindo o goleiro titular David Ospina. O goleiro foi merecidamente  ovacionado pelos torcedores que estavam na Arena Pantanal , em Cuiabá. 
Até então, o recorde pertencia ao atacante camaronês Roger Milla, que disputou sua última partida na Copa do Mundo da Itália, em 1990 aos 42 anos.   

Fonte: Jornal Correio Carioca  julho de 2014
selecionado e editado por Fernando de Andrade