quinta-feira, 17 de abril de 2014

Qualificação e Participação



Para os professores Cyro Dantas e Amâncio Cézar, é necessário ter um investimento constante em qualificação, com a oferta de cursos de atualização.
- Os professores precisam de condições para que possam se capacitar. A secretaria deveria promover cursos fora do horário de trabalho - disse Amâncio, que é professor de Matemática.
A melhoria das condições de trabalho é um desejo de todos. Para a professora de Artes Marilena Reis, a escola precisa de uma estrutura física organizada, com o quadro de profissionais completo, principalmente merendeiras e inspetores.
Telma Alves, professora de Matemática, destaca a importância do apoio especializado de orientadores educacionais, assistentes sociais e psicólogos. Para a educadora, dessa forma, seria possível atender os alunos que tem mais dificuldade para aprender. Já a professora de Português Bernadete Assunção ressalta a necessidade de professores substitutos nas escolas. 

Pais mais envolvidos e alunos mais interessados

- Além do desejo de alcançar a valorização do seu trabalho, os professores gostariam de contar com uma escola que pudesse propiciar melhores condições de aprendizado para os alunos.
Para o professor Ilem Oliveira, deveria ser maior o investimento em conforto nas salas de aula. 
- Uma boa escola tem salas ventiladas, agradáveis para o aluno. O estudante muitas vezes, têm mais prazer em fazer aulas de Educação Física, porque está num espaço aberto. Na minha escola, trabalho com alunos grandes, mas as carteiras são muito desconfortáveis - disse o professor de Ciências.
- Precisamos que o aluno esteja interessado, motivado por estar ali. Eles precisam saber qual é o real objetivo da educação, ter a visão de que o ensino é importante para o futuro.
A participação da família na escola é o principal desejo do professor de História Cyro Dantas: - Gostaria que houvesse parceria da família, que os responsáveis comparecessem às reuniões.
Outro sonho dividido pela maioria dos professores é poder trabalhar em apenas uma escola. Para isso, os profissionais gostariam de ganhar um salário mensal que permitisse a dedicação exclusiva.
- Seria bom que o professor não tivesse a necessidade financeira de trabalhar em várias escolas, para realmente fazer um trabalho que pudesse resultar na formação cultural das gerações de jovens - disse a professora Telma Alves.

Fonte: Jornal Extra - maio de 2010

Y no se hace?

Nuestros sistemas no lo saben hacer bien y, en general, lo delegan, desgraciadamente, ya sea en los padres, ya sea en clases privadas fuera de la escuela. Etimologicamente el pedagogo es aquel que acompaña al niño, y me parece que lo que hoy en dia les hace falta a algunos niños es esta acompañados, no dejarlos ahi donde  están, Sino escucha sus dificultades , comprender sus problemas y estar a su lado a lo largo de toda su escolaridad. Algunas familias lo hacían con sus hijos, y lo sigue haciendo, pero hay muchos alumnos para quienes este acompañamiento familiar no existe y para quienes me parece totalmente necesario que la escuela acometa esta tarea.

También es un gran defensor del trabajo en grupo

Si, no es del todo contradictorio. Al contrario, es necesario que la escuela tenga tiempos  colectivos en los que el alumno aprenda a participar en un grupo, y que los articule con los tiempos más individualizados.

Fonte: Philippe Meirieu - Pedadogo Francés
Proyecto Educar 2050
Asociación Civil para la mejora de la educación en la Argentina

Trabalho Infantil



O Brasil possui a quarta menor parcela do continente de crianças trabalhando, porém, apesar do quadro de redução, o país ainda se encontra atrás de países como Colômbia e Costa Rica no ritmo de queda.
O desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Siro Darlan reconhece os avanços na área, mas salienta que, mesmo existindo progressos, não se deve achar que eles bastam para combater o problema. "Tem havido avanços; eu acho que ainda lentamente tem havido progressos, mas ainda existe um número elevado de crianças exploradas na prostituição infantil. Basta olhar para as grandes cidades, as crianças que estão nas ruas descuidadas não só pelas famílias, mas também pelo poder público, porque não estão nas escolas, não estão nas creches [...] Então, acho que ainda precisamos conscientizar todo e qualquer cidadão da necessidade de proteção à nossa infância", alertou.

Solução que envolve comportamento cultural

Segundo o desembargador, toda a forma de exploração da criança através do trabalho é uma forma de trabalho infantil. "A criança como ser em processo de formação, precisa viver a sua infância, precisa ter aqueles momentos de aprendizagem, de lazer, ser educada, criada, cuidada por uma família. Então, toda vez em que a criança é obrigada a qualquer forma de trabalho caracteriza um abuso, uma violência contra aquela criança", esclareceu.
Solucionar o problema não é fácil. Siro Darlan explicou que colocar as crianças desde cedo para ajudar nas despesas da casa é inerente à nossa cultura. "Isso é um drama muito sério porque culturalmente nós não temos tido muitos cuidados com a criança, pelo contrário, temos o costume de colocá-la desde cedo para ajudar no trabalho familiar, nas atividades familiares. Precisamos reconstitucionalizar, textualizar essa nova cultura de proteção integral para que possamos cuidar melhor das nossas crianças e fazer com que elas vivam a sua infância na sua plenitude, tendo um desenvolvimento sadio."

Ensino obrigatório

Um projeto de emenda constitucional aprovado, no dia 14 de outubro de 2009, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados tem a obrigatoriedade do ensino para a crianças de 4 a 17 anos entre as suas propostas. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, essa medida deve aumentar a velocidade do Brasil na redução do trabalho infantil. Hoje, a obrigatoriedade do ensino restringe-se a crianças entre 6 e 14 anos.

Fonte: Jornal O Testemunho de Fé
Novembro de 2009 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Crise na Educação, uma ameaça ao Brasil do Futuro



No artigo "Alfabetização no Brasil", João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto e autor de Aprender e Ensinar, da Editora Global, faz uma análise sobre as políticas e as práticas de alfabetização no país, que ao ignorarem os avanços científicos na área, vêm contribuindo para os baixos níveis que caracterizam o desempenho dos alunos. "A Escola Brasileira - especialmente a escola pública - produz um novo tipo de aluno, o analfabeto escolarizado. O aluno se "analfabetiza" na escola, ao longo das séries iniciais, e alguns, com esforço próprio, conseguem se apropriar do código alfabético", observa. "O preço a pagar é enorme, em termos de tempo perdido, reprovações e frustrações de toda ordem.

Bernadete Gatti, diretora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, analisa a questão da formação inicial de professores para a educação básica em cursos de graduação. "No Brasil país de escolarização tardia, a necessidade de incluir nas redes de ensino as crianças e jovens de segmentos sociais que até poucas décadas atrás não eram atendidas pela educação básica colocou grandes desafios, um deles a formação de professores", explica. "Com a grande expansão das redes de ensino em curto espaço de tempo e ampliação consequente da necessidade de docentes, a formação destes não logrou, pelos estudos e avaliações disponíveis, prover o ensino com profissionais com qualificação adequada. Pesam nessa condição não só a urgência formativa, mas também nossa tradição bacharelesca, que leva a não considerar com o devido valor os aspectos didático-pedagógicos necessários ao desempenho do trabalho docente com crianças e jovens."
Segundo Bernadete, é importante criar condições concretas para um novo tipo de formação inicial, no ensino superior para a docência na educação básica. "Há necessidade de melhor estruturar, qualificar e avaliar o trabalho desenvolvido nas licenciaturas, na formação inicial de docentes para a educação básica. É tarefa de ontem, mas ousar mudar de fato não é uma questão simples nos contextos de nossas instituições e das normatizações. Os interesses são diversos e, sem uma política nacional firme, com foco na qualidade formativa de novos professores, continuamos patinando quanto às possibilidades de uma renovação educacional necessária ao país e seus cidadãos.

Fonte: Jornal da USP - Especial
Março/2014



A Educação tem que ser prioridade no Brasil

Tendo o retrato do atual ensino público do país, o comentarista Galdêncio Torquato, professor titular da USP, publicou artigo no jornal O Estado de São Paulo, edição do dia 20 de abril, sob o título "Escola pública na teia do atraso". Em seu comentário observa que: "O ensino básico atravessa a maior crise de sua história. Milhares de alunos concluem a quarta série sem saber ler nem escrever, muito menos fazer contas". "A crise da educação básica é um fio esgarçado que prende o país à teia do atraso".
A soberania de uma nação está na educação do seu povo. A educação é uma das necessidades básicas para o desenvolvimento integral do ser humano, tem reflexos diretos na garantia da boa saúde, do bom saneamento básico, na redução da violência e da criminalidade, na estrutura familiar, na harmonia e na paz social, na melhor condição de vida pela profissionalização.
Nos dias de hoje, todos nós ficamos extasiados diante do progresso da China, da força econômica e da cultura tecnológica do povo chinês. Essa realidade, no entanto, é uma decorrência de longo e rigoroso programa de escolarização de gerações e gerações de crianças chinesas. Hoje, o país colhe os frutos desse programa de ensino.
O Brasil, por sua vez, com uma população na linha do analfabetismo funcional, sem qualificação profissional, já se tornou um dos maiores exportadores de mão de obra não qualificada, isto é, a mão de obra de sobrevivência.

Fonte: Jornal AFPESP
Editorial - Maio / 2008


Albert Einstein

Problemas de Aprendizagem

Déficit na linguagem pode servir de incentivo em outras áreas que precisam de criatividade.

O que poderiam ter em comum o cientista Albert Einstein, criador da Teoria da Relatividade, e o ator Tom Cruise? A dislexia, um distúrbio ainda pouco conhecido que se manifesta geralmente um ano após o início da alfabetização da criança. O traço comum aos pacientes é a dificuldade em entender os símbolos da leitura e transcrever os da escrita, transformando-as em linguagem com significado lógico. "Ao contrário da fama que criam na escola e na família, eles não são vagabundos nem burros", defende o neurocirurgião infantil Sérgio Cavalheiro. 
A dificuldade na aquisição e domínio da linguagem podem esconder cérebros privilegiados ou no mínimo com inteligência dentro dos padrões normais (Quociente de Inteligência Superior a 100). A lista de gênios disléxicos pode estimular pais que costumam entrar em desespero diante da limitação apresentada pelos filhos. "O déficit de linguagem pode resultar em enorme talento em outras áreas nas quais a criatividade tenha papel decisivo", afirma a psicóloga Eliane Rosemberg Colorni, presidente da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), uma entidade sem fins lucrativos que orienta pais e professores de crianças disléxicas.
Embora o diagnóstico do distúrbio dependa do ingresso da criança na escola, quando o sistema tradicional de ensino revela-se infrutífero e fonte de frustrações, há indícios que podem aparecer mais cedo. Alguns exemplos: atraso de fala, noções confusas de espaço como esquerda e direita, descoordenação motora em algumas atividades como pegar e chutar bola, dificuldade para recortar, desorganização no quarto.
O momento de aprender a ler e a escrever é um desafio. O disléxico tem dificuldade em copiar da lousa, pula linhas, não consegue juntar letras ou sílabas para formar uma palavra maior ou reuni-las para formar uma frase. Ele confunde-se ao lidar com símbolos gráficos, inclusive na Matemática, especialmente aqueles parecidos na forma ou som. Assim, tanto pode trocar o 6 pelo 9 quanto o p pelo b.

Problema pode ser adquirido por adulto

A dislexia adquirida não afeta necessariamente crianças, mas qualquer pessoa que sofra um processo degenerativo no cérebro, seja portador de um tumor ou sofra um trauma em áreas relacionadas a compreensão da palavra. Vítimas de acidentes vasculares cerebrais podem ficar impossibilitadas de ler. O distúrbio começou a ser descrito no século XIX em pacientes até então normais. (Afirmação do neurologista infantil Norberto Rodrigues, professor do Departamento de Distúrbios da Comunicação - PUC/SP)

Alguns disléxicos famosos

- Thomas Edison
(1847-1931) - Afastado da escola como deficiente mental, foi alfabetizado pela mãe.

- Albert Einstein
(1879-1955) - Não falou até os 4 anos; leu após os 9. Foi recusado na primeira admissão para o colegial.

- Leonardo Da Vinci
(1452-1519) - O gênio da Renascença escrevia de forma invertida lançando mão de um espelho.

- Nelson Rockfeller
(1908-1979) - O banqueiro americano conseguia ler por meio da definição de palavras com traços vermelhos.

- Auguste Rodin
(1840-1917) - Mal conseguia se comunicar por escrito. A família o tachava de idiota.

- Tom Cruise
(1962-  ) - Decora seus papeis em filmes de sucesso com auxílio de um gravador, em razão de dificuldades com leitura.

Também aparecem no rol dos disléxicos Charles Darwin, autor da teoria do Evolucionismo, Pablo Picasso o pintor espanhol com dificuldades no ensino convencional e acabou abandonando-o, Robin Williams, Cher, Whoopi Goldberg e o atleta Dan O'Brien que já foi chamado de super-homem.

Fonte: Stella Galvão
Estado de São Paulo
Bárbara Kantrowitz e Anne Underwood
Newsweek