quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A Copa no Brasil - 2014


Apesar das contestações e manifestações, a Copa aconteceu e tudo funcionou, contrariando e surpreendendo os críticos de plantão e os que torciam para que desse errado.  Foi maravilhoso ver a mistura dos povos, desse mundo conturbado, onde muitos países estão em guerra, demonstrando a falta de amor e apego ao poder desacerbado. Em um mês foi possível verificar no Rio de Janeiro,  as ruas, avenidas cheias de pessoas felizes, cantando, sorrindo, tirando fotos, filmando, convivendo com os brasileiros, como se já se conhecessem ou convivessem. Encantados não só com a beleza da cidade, alegria e cordialidade dos camelôs, garis, moradores, no comércio, etc...  
A massa popular deu um banho, não só nesses aspectos, como também na torcida pela seleção brasileira. O FANFEST que podemos dizer... superlotado com sol ou chuva. Foi grande o contingente dos turistas estrangeiros e do nosso país. Na saída do metrô,  parecia o reveillon, vendo as pessoas saírem, muitos fantasiados ou com as camisas e bandeiras de seus países. Muitos vinham, chegavam cedo, pois saíam dos diversos bairros do Rio. No calçadão dia e noite as pessoas caminhavam, paravam para ver grupos tocando, dançando, batucando. Na areia lembrava  Jornada da Juventude em 2013, sem espaço.  
O que me chamou atenção é que alguns jovens jornalistas, não dominavam o inglês, nem espanhol  e  quando iam realizar algumas entrevistas, só procuravam os estrangeiros e para fotografarem também. Foi possível verificar o mesmo nas aparições dos jogos na TV, só a elite, evitando mostrar a cara do povo brasileiro... Sendo uma cobertura de transmissão internacional, nosso país teve uma grande projeção, desmitificando a imagem negativa no exterior. Lamentavelmente os que compareceram nos estádios, não demonstraram emoção ao cantarem o hino nacional e torcerem. Vimos, sim, crianças cantando e chorando com muita emoção, até as que acompanhavam os jogadores. Foi surpreendente as participações, o  nível e potencial de alguns times, que muitos não acreditavam como: Argélia, Chile e o que dizer de Costa Rica naquele grupo que todos temiam. A eficiência  e potencial dos técnicos  trouxe à Copa  uma bela participação. Cabe aos dirigentes, comissão técnica do nosso país, descerem do salto e realizarem  profundas mudanças, observando o futebol em outros países.  A mídia acompanhou a reação da população, que não crucificou os jogadores, evitando o que ocorreu em 1950 que culparam o goleiro, sendo marcado eternamente, isoladamente. O mesmo ocorreu em 2010, só que ele deu a volta por cima nessa Copa. Sim, senão teríamos saído antes... Nos  chamou atenção e indignação  na  narrativa dos jogos, alguns comentaristas preocupados mais com, o cabelo, o tamanho da cabeça, o nariz, as tatuagens dos jogadores. Já pensou se um professor agir dessa forma na escola! É bullying... Ainda bem, que tem excelentes comentaristas, que sabem tudo de futebol, não deixando transparecer para quem estava torcendo. Sim... porque uns poucos só falavam no Messi e na Argentina.  
A parte negativa foi a de alguns juízes cuja atuação deixou a desejar, prejudicando algumas seleções, inclusive o juiz que não mostrou o cartão ao jogador que atingiu o Neymar e a FIFA que não deu a resposta que esperávamos. 
Vale ressaltar a união das famílias que se dirigiram ao FANFEST, como também se reuniram em seus lares, nas vizinhanças, com ruas enfeitadas e também nos locais de trabalho. Bom mesmo é que 95% dos turistas estrangeiros vão recomendar a viagem ao Brasil. Espero que os professores aproveitem e trabalhem nas salas de aula. É possível envolvimento de todas as áreas e principalmente podem desenvolver o trabalho em equipes apontando, analisando com os alunos, os times que foram até as finais e o que foi campeão. A derrota também deve ser discutida pois serve como aprendizado na vida cotidiana. Os brasileiros gostam  muito de assistir a Copa e Jogos Olímpicos e valorizam muito os esforços  e desempenho desses profissionais dos esportes de todas as modalidades, dos técnicos e preparadores. Ainda bem, que os governantes começaram a valorizar mais os Jogos Olímpicos. Só que muitos precisam de ajuda financeira não só do poder público, como também dos patrocinadores que se empenham mais no futebol. Não podemos  esquecer das transmissões dos outros países, com vários jornalistas no calçadão de Copacabana, filmando, entrevistando e fotografando todos que ali passavam ou se encaminhavam para o FANFEST. Pela CNN, o que chamou atenção, foi o número de jornalistas negros em toda programação, o que não  ocorre no Brasil. Foi de suma importância para nós a Copa, porque agora verão o nosso país e nosso povo com outro olhar.

Fonte – Ana Regina Gouvêa  
Profª de Matemática Psicopedagoga e Gestora de Comunicação / ECA – USP 2012    



Festa
   
A Copa do Mundo revela a ambiguidades de nosso tempo. Um bilhão e meio de pessoas assistem às mesmas imagens confirmando o avanço da globalização. Mas o conteúdo das imagens a que todos assistem afirma os pertencimentos nacionais, expressos com símbolos ancestrais, bandeiras, emblemas, hinos entoados com lágrimas nos olhos. O nosso é cantado à capela pelos jogadores e uma multidão em verde e amarelo desafiando o regulamento da Fifa, entidade sem pertencimento que salpica no espetáculo, em poucas nas mal tocadas, o que para cada povo é a evocação emocionada de sua história. No mundo de hoje comunicação e mobilidade se fazem em escala global, mas os sentimentos continuam tingidos pelas cores da infância.   
O respeito as regras, saber ganhar e saber perder, são conquistas de um pacto civilizatório cuja validade se testa a cada jogo. A violência em campo que, aos habitués dos estádios parece normal, aos olhos de uma leiga torcedora de Copa do Mundo é aflitiva. Em equilíbrio instável, as equipes oscilam entre o compromisso com o fair-play e os tambores de guerra refletindo a banalidade com que, mundo afora, se convive com a brutalidade.  
O  futebol useiro e vezeiro em contrariar cenários previsíveis. O acaso pode ser um desmancha–prazeres. A multidão que se identifica com os craques e que conta com eles para realizar  o gesto da grandeza que em vidas sem aventura nunca acontece, essa massa habitada pela nostalgia da glória deifica os jogadores  e esquece – e por isso não perdoa – que deuses às vezes tropeçam nos próprios pés, na angústia e no medo.  
Seremos campeões. Não sabemos. Tomara! O melhor futebol é a alegria de torcer. Essa Copa do Mundo vem sendo uma festa vivida nos estádios, nas ruas, e em cada casa onde se reúnem os amigos para misturar ansiedades. A cada gol da seleção há um grito que vem das entranhas da cidade. A cidade grita. Nunca tinha ouvido o Rio gritar de alegria. Um bairro ou outro, talvez, em decisões de campeonato. Nunca a cidade inteira, um país inteiro. Em tempos de justificado desencanto e legítimo mau humor, precisamos dessa alegria, que se estende noite adentro nas celebrações e na confraternização das torcidas.  
Passada a Copa, na retomada do cotidiano, é provável que encontremos intactos o desencanto e o mau humor, já que não havia à vista, sinais de mudança no que os causou. Uma razão a mais valorizar esse tempo de alegria na vida de uma população que, no jogo da vida, sofre tantas faltas.
             
Fonte : Jornal O Globo 21/06/2014   
Rosiska Darcy de Oliveira é escritora   
   


Cidade recebeu  
Quase 900 mil visitantes na Copa  

Segundo balanço da prefeitura, arrecadação do setor de turismo chegou a R$ 4  bilhões. O Rio recebeu 471 mil turistas estrangeiros e 415 mil visitantes nacionais durante a Copa do Mundo.  Somente argentinos, foram 77 mil, seguidos por chilenos 45 mil e colombianos 31 mil. A arrecadação do setor do turismo superou em quatro vezes o esperado, chegando 4,4 bilhões. O gasto médio por pessoa foi R$ 639 diariamente. O balanço do Mundial foi divulgado ontem, pelo secretário de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, e pelo presidente da Rio Eventos, Leonardo Maciel, no Centro de Operações da prefeitura.   
Segundo Antonio Pedro, 515 mil torcedores assistiram aos sete jogos no Maracanã, uma média de 74 mil torcedores por jogo, lotação bem próxima de 78 mil espectadores.   
- A casa ficou cheia em todos os jogos. Além disso, 3,6 bilhões de pessoas assistiram à  partida final  em todo o mundo e viram a beleza da cidade.  A nossa expectativa é de que o Rio  mantenha  esse fluxo turístico pelos próximos sete a dez dias. O Rio foi a capital que recebeu mais turistas durante o Mundial – disse o secretário.   
Os dados apresentados fazem parte de um estudo realizado pelo Observatório de Turismo da UFF / ESPM, em parceria com a Riotur e o Sebrae  / RJ. A pesquisa apurou que 58% dos entrevistados pretendem voltar ao Rio para acompanhar as Olimpíadas de 2016.  Além disso o grau de satisfação dos estrangeiros foi muito alto: 98,8% tiveram as expectativas (de visitar a cidade) atendidas ou superadas; e 98,3% recomendariam o destino a parentes e amigos.
        
HOTÉIS: ATÉ  97,6% DE OCUPAÇÃO  

Mais de um milhão de pessoas assistiram os jogos nos telões instalados em Copacabana pela Fifa Fan Fest. Setenta e duas atrações musicais se apresentaram no palco da arena, totalizando 76 horas de shows e 300 horas de entretenimento. 
A taxa média de ocupação dos hotéis na cidade foi de 93,8% chegando a 97,66% na final, segundo a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis  (ABIH / RJ ) . Já a taxa de ocupação média de albergues foi de 86% durante a Copa, chegando aos cem por cento na semana da  final,  de acordo com a Associação Café & Cama  e  Albergues do Estado do Rio de Janeiro.   
Os dois mais importantes  pontos turísticos  do Rio também receberam grande número de visitantes: cerca de 296 mil foram ao Cristo Redentor, e  175 mil, ao Pão de Açúcar. A média de visitantes no Corcovado é de cinco mil pessoas por dia, mas, durante a Copa do Mundo, foram registrados picos de até 12 mil em um único dia. Já o Pão de Açúcar, que recebeu oito mil visitantes.   

Fonte : Jornal O Globo – 16/07/2014 - Bruno Amorim  

VOCÊ  SABIA ?   

1°  PAÍS AFRICANO A VENCER EM UMA COPA   

No mundial de 1978, disputado na Argentina, a Tunísia se tornou a primeira seleção africana a vencer uma partida em Copa do Mundo. O feito histórico em 02 de junho no Estádio Nuevo Rosário, em partida válida pelo Grupo 2.   
Aos 45 minutos do primeiro tempo, os mexicanos abriram o placar com o zagueiro Arturo Vásquez.   
Aos 10 minutos da etapa final. Ali Kaabi empata a partida. A virada tunisiana, aconteceu aos 24 minutos  do segundo tempo, Moldar Dhouib anota o terceiro gol tunisiano dando números finais a partida.   

O MAIOR PÚBLICO REGISTRADO EM UMA PARTIDA DE COPA DO MUNDO   

A  quarta edição da Copa do Mundo, disputada no Brasil em 1950, registrou o maior público da história das Copas. O fato ocorreu no dia 16 de julho no Estádio do Maracanã, justamente na final do torneio contra a seleção do Uruguai.  
Por ter feito uma melhor campanha, a Seleção Brasileira se sagraria campeã com o empate. No entanto, a derrota de virada para a “Celeste Olímpica“ diante de um público de 199.854 torcedores marcou o maior público da história das Copas, ironicamente marcou também uma das maiores derrotas da Seleção Brasileira em mundiais. A partida ficou conhecida como “Maracanazzo“.      

O MENOR PÚBLICO DA HISTÓRIA DAS COPAS  

No dia 14 de julho de 1930, na partida entre Romênia e Peru, em jogo válido pela primeira fase registrou o menor público das Histórias das Copas. 300 torcedores presenciaram a vitória da Romênia pelo placar de 3X1, em partida disputada no estádio Pocitos, demolido em 1940.   

JOGADOR MAIS VELHO A DISPUTAR UMA COPA DO MUNDO   

O goleiro colombiano Faryd  Mondragon se tornou o jogador mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo. Ao entrar e campo, aos 39  minutos do segundo tempo, aos 43 anos de  idade, substituindo o goleiro titular David Ospina. O goleiro foi merecidamente  ovacionado pelos torcedores que estavam na Arena Pantanal , em Cuiabá. 
Até então, o recorde pertencia ao atacante camaronês Roger Milla, que disputou sua última partida na Copa do Mundo da Itália, em 1990 aos 42 anos.   

Fonte: Jornal Correio Carioca  julho de 2014
selecionado e editado por Fernando de Andrade