terça-feira, 15 de dezembro de 2015

NATAL


A palavra Natal veio do latim, derivada do verbo náscor ( nãsceris, nasci, nãtus sum ) que tem sentido de nascer. Muito antes de Jesus Cristo nascer, o dia 25 de dezembro era festejado como solstício ( o início ) do inverno.
Os festivais de inverno eram os festivais mais populares do ano em muitas culturas. Entre as razões para isso, incluí-se o fato de que menos trabalho agrícola precisava ser feito durante o inverno, devido a expectativa de melhores condições meteorológicas com a primavera que se aproximava. Foi adaptado pela Igreja Católica para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano no ano 350, quando o Papa Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de dezembro como data oficial ratificada pelo Imperador Justiniano, em 529. Esse tipo de comemoração era muito comum: Na Páscoa originalmente se comemorava a chegada da primavera.
                              
 Noite  Feliz

Noite Feliz é uma das canções mais populares da noite de Natal. Foi escrita pelo padre Joseph  Mohr e musicada por Franz Gruber em 1818, na cidade de Oberndorf, Áustria, tendo sido executada  pela primeira vez na Missa do Galo desse ano na paróquia São Nicolau. Tem versões  em, pelo menos, 45 línguas.

Noite feliz ! Noite feliz !
Oh Senhor, Deus de amor,
Pobrezinho nasceu em Belém.
Eis, na lapa, Jesus nosso bem !
Dorme em paz, ó Jesus !
Dorme em paz, ó Jesus !
Noite feliz ! Noite feliz !
Oh !  Jesus, Deus da luz,
Quão afável é teu coração
Que quiseste nascer nosso irmão
E a nós todos salvar !
E a nós todos salvar !
Noite feliz ! Noite feliz !
Eis que, no ar, vêm cantar
Aos pastores os anjos dos céus,
Anunciando a chegada de Deus,
De Jesus  Salvador !
De Jesus  Salvador !

Fonte  - GRUPO 1. COM .BR   20 de dezembro de 2013 - pág 13



Natal: momento de alegria e reflexão



É chegada a hora de apagar as velinhas do 2015° aniversário de Jesus. Mais de dois milênios se passaram desde que o Mensageiro direto chegou aqui na Terra e o homem parece ainda relutar em aprender o que Deus quer de todos nós: banir de nossos corações  o orgulho e o egoísmo, principais barreiras para a evolução do nosso espírito.
Depois de mais um ano de alegrias e tristezas, eis que o espírito de Natal chega mais uma vez e toma conta de todos nós. Uma comemoração criada pelo homem há milênios, antes mesmo da vinda de Jesus, mas que sempre teve o significado da renovação e da esperança de que o novo ano que vem pela frente será sempre melhor.
No entanto, tanta magia solta pelo ar, que faz brotar lá do fundo de nossos corações tantas recordações da nossa infância, parece não nos responder até hoje qual o verdadeiro significado de tudo isso. Mas as imagens que trazemos conosco são marcantes e ficarão para sempre: a árvore de Natal, o presépio, a família reunida, o Papai Noel. Hoje, porém, temos a impressão que essa tradição toda está se acabando, uma vez que vivemos num momento em que o Mundo está mais ágil e acaba cobrando de cada um de nós mais dedicação ao trabalho do que a família. Não, não podemos deixar essa tradição morrer.
Deixar morrer a magia do Natal seria como perdemos as nossas esperanças na humanidade e em nós mesmo. Deixarmos de lembrar do nascimento do Menino Jesus e da sua missão aqui na Terra  seria como perdermos a fé em nosso Deus. Deixarmos acabar a fantasia de Papai Noel seria como matarmos os nossos próprios sonhos e ilusões, que são nada mais do que a força que nos leva a alcançarmos nosso progresso material e nossa evolução espiritual.

Fonte  - JORNAL   POSTO   SEIS pág  2
Edição Especial de Natal n° 1


Conheça a origem da Missa do Galo



Uma das celebrações mais religiosas do Natal é a Missa do Galo. Tradicionalmente realizada após a ceia que antecede a data, é tão importante que, no Vaticano, é realizada pelo próprio Papa. No entanto, a origem do curioso nome é divergente.
Uma das versões diz que, quando este fato aconteceu, a população não tinha como hábito usar relógios para marcar a passagem do tempo. Naquela época, o povo guiava-se de acordo com o canto do galo.

No entanto, há também quem diga que a nomenclatura teria origem religiosa, pois um galo teria cantado e anunciado o nascimento de Jesus. Porém, a Bíblia não cita exatamente esse tipo de celebração envolvendo o animal, que é citado somente duas vezes na publicação: em Mateus e em Marcos, no contexto da crucificação, ou seja, na Páscoa, não no Natal.

Existe ainda quem creia que a denominação se manteve como tentativa dos povos ibéricos lutarem contra o domínio muçulmano. Para disfarçar a tradicional Missa de Natal, a população apelidou a Missa do Galo. Às vezes, as aves eram levadas à  igreja. O animal é o único que tem a percepção do momento que o dia vai raiar e sua figura, é muito usada junto com bússolas nos telhados de casas, indicando a direção certa.

Tradicionalmente, as famílias comparecem juntas à cerimônia religiosa  e, após ela, retornam às suas casas e, após a ceia, colocam a figura do menino Jesus deitado na manjedoura. Um hino cantado na cerimônia desde o século IV, quando teve início a tradição de celebrar o Natal, diria que a criança teria nascido no meio da noite. Daí a ideia de comemorar quando os relógios marcam meia-noite.
Nos dias atuais, é comum algumas paróquias realizarem a Missa do Galo mais cedo. Confira o horário que a igreja mais perto de sua residência escolheu para a celebração desse ano.

Fonte – Jornal  POSTO  SEIS  pág 13 - dezembro de 2012
 n° 2 Edição Especial do Natal


Natal


Quisera 
Neste Natal 
Armar uma árvore
Dentro do meu coração 
E nela pendurar  , em vez 
De enfeites , os nomes de todos os 
Meus amigos  ! 
Os amigos de longe E de perto  .
Os antigos e os mais recentes  . Aqueles a quem
Vejo a cada dia e os que raramente encontro  .
Os sempre lembrados e os que  , às vezes , ficam esquecidos  .
Os constantes e os intermitentes  . Os das horas difíceis  e os das horas 
Alegres  . Os que  , sem querer magoei  , ou os que  , sem querer  , me magoaram .
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles de quem não me são conhecidas 
A não ser as aparências.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes   .
Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.
Uma árvore de raízes profundas para que seus nomes nunca sejam arrancados do meu coração .
De ramos muito extensos , para que novos nomes venham juntar-se aos já existentes  .
De sombras 
Muito agradáveis 
Para que nossa 
Amizade seja um 
Momento de repouso 
Nas lutas da vida.
Amém  !

Fonte - Carta dos meus  alunos da  “EEPG Alfredo Bresser"  – Pinheiros /São Paulo 
 André, Mauro, Samuel, Evôn, Carlos, Neide, Cristiano,  Eduardo, Indalécio 
(dizendo : Obrigado por tudo – 8 ª C  - Matemática)  16/12/1993
                                                     

Feliz Natal !



paz
União
Alegrias
Esperança
Amor sucesso
Realizações luz
Respeito harmonia
Saúde solidariedade
Felicidade humildade
Confraternização pureza
Amizade sabedoria perdão
Igualdade liberdade boa sorte
Sinceridade estima fraternidade
Equilíbrio dignidade benevolência
Que  sua  árvore de   Natal  esteja  repleta
De  todos esses presentes.
Feliz  Natal



Fonte - Revista SEICHO-NO-IE
capa  / dezembro de 2000  n° 186

terça-feira, 24 de novembro de 2015

RACISMO


RACISMO 

Ainda no Brasil, há pessoas que tem preconceito contra cor  , o chamado “ Racismo “. Muitas pessoas têm preconceitos contra os afro brasileiros só pelo fato de serem descendentes afros, e assim os chamam de “negros“.  Na maioria das  vezes essas pessoas são brancas e ricas ; e por isso acreditam que são melhores e acabam influenciando outros a tomar as mesmas atitudes que elas, assim influenciam as pessoas a excluir os afros descendentes que na maioria das vezes, ele são pobres por não terem muitas oportunidades de empregos, por serem “ negros “. Mesmo no Brasil, não existe muitas oportunidades para os afros descendentes.
Não devemos excluir ninguém por sua cor, nem religião , doenças ou deficiência física  , não podem ter preconceito, porque não podemos querer para alguém , algo que não queremos para nós. E quando agimos com preconceito estamos ofendendo alguém com as nossas atitudes. O preconceito é uma atitude que temos na maioria das vezes, antecipada, sem conhecermos aqueles que estamos julgando.
Qualquer tipo de preconceito é considerado crime , é uma atitude de ignorância as próprias origens. 
E , no entanto , a parcela da população brasileira que é negra é muito grande.
“O Brasil é visto como um país multi-étnico e multirracial, o que é um fato. Também se diz que, aqui não existe racismo  , que todas as cores convivem em harmonia  , sem conflito e sem segregação “.
Mas sabemos que não é bem assim, que mesmo que alguns não queiram existe o racismo, no Brasil e não só nele; mas o importante é que a população, não só as autoridades tomem juízo e façam algo para acabar permanentemente com o racismo  , uma das piores formas de preconceito que existe  , e existe há muito tempo. É a forma de preconceito que julga as pessoas pela sua cor; é só lembramos da época dos escravos negros. Você sabe por que eles eram escravos ? Só pelo fato de serem “ negros".
O preconceito ( racismo ) pode estar na porta da nossa casa, nós devemos fazer o máximo de esforço para combatermos o racismo, e qualquer outra forma de preconceito existente ! 

PRECONCEITO  É  CRIME! ELE  EXISTE DE  VÁRIAS  FORMAS 
MAS, DEVEMOS  FICAR ATENTOS  A QUALQUER DESRESPEITO 
QUE VIRMOS, POIS O PRECONCEITO POSSUI VÁRIAS MÁSCARAS.
LEMBRE-SE QUE NUNCA DEVEMOS JULGAR AS PESSOAS POR SUA 
 COR, DEFICIÊNCIA FÍSICA, OU QUALQUER OUTRO PROBLEMA,
MAS SIM PELO QUE ELAS SÃO ! 


Fonte  - Jornal  - Tribuna  Carioca - pág 7 - ano 2014 

APENAS UM TEXTO A PAZ



APENAS  UM  TEXTO  A  PAZ 
"O  POETA  E  A  VIDA"

Paz... Na evolução dos aviões desenhada pela fumaça limpa no espaço livre do céu, aberto entre as nuvens. Nos outdoors espalhados nas estradas, de fundo bem azul e com letras brancas maiúsculas. Nas rodas de samba sendo cantada nos refrãos. No minuto de silêncio surgindo no placar eletrônico dos estádios em dias de jogos. Nas passeatas e caminhadas virou desabafo, ato de ordem e coragem. Nas escolas tornou-se assunto obrigatório de conversas e debates. Escrita e falada, aplaudida e ovacionada, dirigida e participando das páginas dos jornais, nas bênçãos dos sacerdotes, nos salões de festa, e de dança, nas galerias de arte, nos programas de rádio e televisão, nas salas de cinema, nos registros policiais, nas vozes de amigos e desconhecidos que se chegam e se juntam.
Paz ... No volante dos meios de transporte, na condução dos automóveis particulares, nas cabeças das pessoas, nos corações dos seres humanos, nas bulas dos remédios, nos preços dos alimentos, no interior dos apartamentos e casas, nas portas dos presídios. Chega de guerras matando inocentes, de tanta morte sem sentido ou controle. Basta de ver tanta gente chorando e ficando sozinha. Precisamos de paz no mundo para se poder respirar, sem causar qualquer efeito nocivo  à saúde. Carecemos de paz na vida para se viver mais e melhor. Necessitamos de paz no chão que se pisa para que se possa caminhar, plantar sossego, colher descanso.
Paz  ... Velada e sussurrada, querida e desejada, promovida e ilustrada no brinde de taças à loucura do amor, nas prosas poéticas dos escritores, nos vôos preguiçosos das aves, na brisa tranquila do vento, nas luzes serenas da razão, nas ondas mansas e transparentes recebendo com agrado e respeito os pescadores em alto-mar, no choro lindo dos bebês que simplesmente nascem, nos olhos molhados de saudades, nas recordações eternas de repentinas paixões.
Vida amiga... Que bom te ver, te encontrar de repente pelas esquinas. Uma tarde cinzenta, o vento frio, nada como um papo ao pé do ouvido para relaxar. Triste te percebo, encolhida, acovardada, insegura, envelhecida. Desabafa, vai. A situação está complicada, o dinheiro está faltando, muita gente está morrendo, tanta gente sem emprego, passando fome, sem um lar, o amor acabando. A culpa não é tua, bem sabes. Fala, se ainda tens força e voz, alguma coisa sem censura, sem ameaças, sem ódio, sem angústias, com esperança. Cria alma nova, motivação, inventa chavões, recita, recicla o tempo em que a gente vivia em paz, brincava nas ruas, havia hora para tudo, as crianças eram mais crianças, pensava-se no dia seguinte. Vida amiga... Dizem que é sinal  dos tempos. Sinal fechado deve ser. Nossos cabelos estão mais grisalhos, nosso corpo mais cansado, nossa cabeça mais pesada, agente não acha mais graça de nada, vive com medo, são tantos os problemas, regredimos. Assim mesmo, com tantas páginas em branco, com esse pálido retrato pintado, tenta sentar comigo, faz bem conversar, é cedo, a chuva nem chegou. Observar teu jeito de ser, sempre procurei. Por todo o tempo preciso te assistir como num teatro. Em qualquer ocasião gosto de te ouvir como aluno. Chorar escondido, nunca escapei. Aprendi contigo tantas lições de cidadania. Um gole aqui, outro ali para esquentar a garganta e vem te esconder ao meu lado. Falta a vontade de mudar, a coragem de começar outra vez, lê-se no rosto das pessoas.
Vida amiga  ... Essa tua pressa está me incomodando, teus olhos não sossegam, quase não me ouves. Queres correr o mundo, colher impressões, trocar ideias, aceitar sugestões, armazenar informações, fugir desse chão sujo, arranjar um tempo bom para viver. 
Vida amiga  ...  Então, até um dia. Não consigo mais te prender. Partes em busca de um lugar ao sol, melhor e mais seguro. De uma rede na varanda para quando chegar a hora de adormecer. De um sonho que possa ser tocado, sair do papel. De muito ar puro para respirar a saúde e, se possível, morrer de muita vida.

Fonte  - Jornal Em Ação Bairros - Edição VIII - Out/Nov. 2010 
HEITOR  CARLOS ALVES   

Homem da paz, Academia e do samba



EDITORIAL - USP 
Homem da paz,
Academia  e do samba 

Se há quem ainda pense que Academia  e cultura popular não podem caminhar juntas - uma ideia bizarra, é verdade, mas que ainda encontra ecos aqui e ali -, devia olhar com atenção a vida de Paulo Vanzolini. Zoólogo e cientista de primeiríssima grandeza, diretor por mais de cinco décadas do Museu de Zoologia da USP  e autor, entre outras tantas coisas, da redação do projeto lei que viria a criar a Fapesp, Vanzolini acabou mais conhecido extra-muros da Universidade como o incomparável autor de sambas do mais quilate. Entre eles Ronda, sua composição–síntese, um clássico do cancioneiro popular do País.
Foi justamente na USP, inclusive, que cientista e sambista se formaram. “Foi na Faculdade de Medicina, vendo a moçada se reunindo para cantar, que comecei a fazer a música“, relembrou ele, certa vez. E o zoólogo–sambista ( ou seria “sambista-zoólogo“? ) deixou outra lição importante: a humildade. Nos dois meios pelos quais trafegou; o tamanho dos egos às vezes ganha contornos pantagruélicos. Mas não necessariamente com ele. Dizia que nunca havia ido atrás da fama ou de dinheiro. Era, segundo se caracterizava, “homem da paz “. E em paz ele se foi... E agora deixa que muito rondem a cidade, a procurar outros homens como ele.

Fonte – JORNAL  DA  USP pág 2 - OPINIÃO
DE 6 A 12 DE MAIO DE 2013 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Aniversário de 1 ano e meio no ar



Há  um ano iniciei o Blog e estou feliz, com meus seguidores e pessoas que acessam de diversas partes do mundo. É a tecnologia que o homem no decorrer do tempo, chegou nesse ponto. Ele mesmo que faz grandes descobertas, para nossa tristeza e indignação causa destruição em todos os sentidos. 
Meu objetivo sempre é abordar temas diversos, importantes para tocar o sensório e também despertar um novo olhar, para atentarmos às novas possibilidades de convivência, de mudança nas práticas pedagógicas, atenção e cuidados com as crianças, jovens, os mais velhos e respeito às diferenças. Ressaltando também as figuras importantes no âmbito social, cultural, saúde, educacional, religioso,  que deram a sua contribuição em todos os sentidos.
Precisamos sim, ficar antenados, mas  de bons conteúdos, pensamentos e atitudes que irão possibilitar benefícios à muitos, não só para nós. É inconcebível aceitarmos que no século 21, com tanta riqueza, milhões de pessoas morrem de fome; crianças, ,jovens e mulheres violentados, assassinados.  Precisamos formar uma corrente, não aceitando tanto ódio, porque ele gera a violência que assistimos no cotidiano. Queremos um mundo melhor, com pessoas desapegadas do ter.  O consumismo exagerado e a ostentação achando que é mais importante, sem preocupação, que muitos nada tem... Agora é hora, pois já chegamos ao extremo da perda de sentido e razão.
Preciso sem dúvida agradecer imensamente ao Paulo Fernandes, que é meu colaborador e organizador do blog. Também o incentivador Luiz Freitas. Obrigado aos meus seguidores e os demais que acessarão  futuramente.

Ana Regina Gouvêa

PROGRESSO PARA QUEM ?



PROGRESSO  PARA  QUEM ?

A maior parte do desequilíbrio social e ambiental que ocorre no mundo é decorrente da filosofia capitalista, cujo único objetivo é o lucro  - sem maiores considerações para com a ética, a justiça ou a verdade. No referencial  “capitalista“ o valor das pessoas se dá em função do cargo que ocupam ou da função que exercem na empresa. Assim sendo, vale tudo em nome do lucro, e o que não é feito a “olhos vistos“, é feito por “baixo dos panos“, sob a ”complacência“ de um sistema que, ao priorizar “o lucro acima de todas as coisas“, se movimenta de maneira tendenciosa, atropelando o ser humano e a harmonia da Natureza.
O Criador não nos fez em função do poder / dinheiro e conforto que podemos atingir, pois estas são coisas temporárias que não poderemos levar para além do portal da morte. Certamente o Criador tem planos maiores para o ser humano encarnado nesse pequeno planeta, tais como, em algum momento da história inseri-lo em uma realidade maior, onde o Um resplandece em todas as coisas. Tal objetivo, ainda longe e utópico para a maioria das pessoas, se projeta em futuro não muito distante  (em uma Nova Era  que se aproxima) como uma possibilidade ao alcance de muitos.
O verdadeiro progresso, assim como a verdadeira educação não pode se dar em função exclusivamente de fatores econômicos. Estamos todos inseridos em um contexto infinitamente maior e nosso progresso não pode se dar senão em harmonia com a NATUREZA e com nosso semelhante. SOMOS TODOS UM, temos uma origem comum e estamos todos interligados física, moral e espiritualmente. Quanto maior a diversidade de culturas, de raças e religiões, maior a grandeza das civilizações, maior o patrimônio da humanidade, maior o conhecimento com o qual contribuímos para formas cada vez mais aprimoradas de ser e de saber. Na visão ocultista o que realmente evolui é a consciência. As formas se adaptam para melhor atenderem as necessidades das consciências que se expandem. O Ser Total se manifesta através de uma multiplicidade de formas em múltiplos estágios de desenvolvimento. Cada uma das quais descobrindo possibilidades e desenvolvendo capacidades. Enfim, cada qual com sua cor contribuindo para o esplendor cada vez maior da humanidade. 
Não podemos falar em progresso se não for a partir desse referencial, onde e a consciência é o que verdadeiramente evolui. Entretanto por toda parte vemos o ser humano sobrepujado pela politicagem, onde tudo é importante, o partido, o lucro das pessoas e das organizações, as ideologias, as religiões e outras coisas mais. Nesse contexto tudo se coloca acima do ser humano, que deveria ser a base e o suporte de toda a organização política, social e espiritual da sociedade.
Pensamos talvez, que todas essas transformações cabem apenas no mundo exterior, sem nos preocuparmos com nossa própria condição interior. Mas a verdade é que enquanto continuarmos insensíveis, egoístas e ignorantes, esse mundo, continuará a ser um palco de espetáculos lastimáveis. Somente vivendo com harmonia, verdade e justiça  - sintonizados com nós mesmos e com a Natureza, seremos capazes de edificar uma civilização próspera e feliz nesse paraíso terrestre  (ou do que tiver restado dele). Enquanto não adotamos políticas que priorizem o ser humano, a justiça e o meio ambiente não conseguiremos reverter o equilíbrio perdido e nem encontraremos o nosso lugar no universo. 

Fonte  -   Jornal  - PÔR  DO  SOL     pág  11,   julho  2014
Ricardo Massena  - é escritor, professor de Física e foi editor Do Jornal Oxigênio, que circulou na cidade do Rio de Janeiro. Em 106 edições até outubro de 2010. Agora no Facebook 
Em “Buscadores da Luz “. Seja nosso amigo

SEDE DE EMOÇÕES



SEDE  DE EMOÇÕES

À medida que vamos nos  adaptando a essas circunstâncias, somos forçados a conviver com nossas paixões frustradas e com mágoas sufocadas dentro de nós, sem sabermos o que fazer ou com quem falar a respeito. Não podemos revelar nossos sentimentos, não os entendemos e estamos ainda menos familiarizados com os sentimentos das outras pessoas. Quando estamos em dúvida, ocultamos nossas emoções, mentimos sobre elas ou fingimos não senti-las. Crescemos acostumados a agir sem dar atenção ao nosso universo emocional, ou até  mesmo agindo contra ele.
Inclusive em nossa vida afetiva, onde supostamente as emoções podem reinar soberanas, muitos de nós somos magoados com tamanha freqüência que nos mantemos sutilmente distanciados, mesmo quando nas garras do amor apaixonado. Dores afetivas há muito esquecidas impedem nossa completa abertura e entrega ao outro, sem mantermos uma certa distância defensiva e solitária. Raramente nós nos permitimos a mais bela das experiências emocionais - a vulnerabilidade de estar profundamente apaixonado por alguém, sem reservas.
Quase todos nós sentimos que a vida pode ser muito mais intensa.  Ansiamos pelo aconchego do sentimento profundo, pela conexão com o outro, pelo entendimento mútuo. Mas como chegar lá ? Sabemos, do fundo de nossos corações, que ser uma pessoa  emotiva, ter paixões fortes, chorar, vibrar, até mesmo sofrer, constituem experiências preciosas e fundamentais. Na verdade, estamos sempre buscando maneiras indiretas, artificiais ou dissimuladas de experimentar emoções. Tomamos drogas, nos apaixonamos ou por uma pessoa inatingível, ou vamos ver filmes românticos, de terror, ou de ação; assistimos a comédias de situação, melodramas e novelas na televisão, em busca de um estímulo emocional. Essas atividades nos proporcionam um gostinho daquilo que desejamos ardentemente, sem os riscos da participação real.
Todos temos sede de estímulo emocional, tanto assim que fazemos praticamente tudo que é possível para obtê-lo. Jogamos a dinheiro, saltamos de pontes amarrados pelos tornozelos  ou de pára-quedas. Um exemplo particularmente chocante e dramático desse anseio por experiências emocionais é apresentado no livro de  James Gilligan, Violence. Gilligan trabalhou por muitos anos com presidiários condenados por assassinatos cruéis.  O autor descobriu que esses homens vivem invariavelmente em estado de profunda insensibilidade emocional. Eles contam que são praticamente desprovidos de sensações emocionais ou físicas, a ponto de se considerarem mortos vivos.
Explicam que cometem violências indescritíveis na esperança de que tais excessos rompam com a insensibilidade e os façam sentir algo. Aquele que comete um assassinato brutal pode sentir, por um curto espaço de tempo, que despertou de sua anestesia semelhante à morte. Mas, invariavelmente, as emoções resolvidas pelo crime assentam e o entorpecimento retorna.
A insensibilidade desses homens não surgiu do nada. A pesquisa de Gilligan mostra que, em praticamente todos os casos, esses homens foram eles mesmos vítimas de agressão, bombardeados por repetidos traumas emocionais e físicos. Eis um exemplo concreto de como o trauma conduz à insensibilidade e à patologia emocional  grave. Se não for debelada, essa patologia poderá ser transmitida de geração em geração. Obviamente, há uma necessidade premente de romper com o ciclo da violência e do entorpecimento emocional. Uma maneira de fazer isso consiste no aprendizado da consciência emocional, desenvolvendo a empatia - a capacidade de sentir o que os outros estão sentindo. Ao decidirmos desenvolver nossa sensibilidade para as emoções alheias, estamos fazendo uma escolha moral definitiva, que nos dará a capacidade de ser compassivos e generosos.

Empatas e Psicopatas

Parece haver dois tipos de pessoas destinadas a ter poder na sociedade: os psicopatas, que nada sentem, ou os empatas, que estão em profunda sintonia com os sentimentos daqueles que os cercam.
Não leve esses dois tipos demasiado à sério; são caricaturas, extremamente raros na realidade. Vou usá-los apenas para expor meu ponto de vista.
Os psicopatas podem agir com facilidade sem as coerções que limitam outros mortais. Têm a capacidade de mentir,  furtar, extorquir, mutilar e matar sem culpa. Quando exercem influências sobre outras pessoas,  podem tornar-se tremendamente poderosos. Vejam Calígula, o imperador romano. Ou,  Adolf Hitler. Estes exemplos são óbvios, mas outros podem ser encontrados em toda parte: na política, nos negócios, nas gangues e até mesmo em determinadas famílias.
Os empatas, por outro lado, ganham ascendência graças a suas aptidões emocionais. Aqueles que nascem empatas têm um dom inato para a empatia, o qual é estimulado pela família e pelos professores ao longo da infância e da adolescência. Seu  talento para a cooperação afetuosa, para obter o melhor das pessoas, confere-lhes um poder que contrabalança os danos causados pelos psicopatas.
Repito: esses são dois extremos; muitas pessoas poderosas não são psicopatas nem empatas completos. Mas, se observá-las com atenção, provavelmente detectará uma preferência por um ou outro estilo.
Eu, é claro, estou encorajando-o a buscar o ideal da empatia.

Págs 30, 31 e 33

Empatia 

À medida que vamos descobrindo as diferentes emoções que sentimos, as variações na intensidade com que as sentimos e as suas razões, e à medida que a consciência de nossas emoções vai-se tornando refinada e sutil, começamos a perceber e intuir a complexidade  e sutileza das emoções daqueles que nos cercam.
A empatia é uma forma de intuição das emoções. O funcionamento da empatia é inteiramente surpreendente para o principiante, pois parece depender de uma aptidão que, às vezes, afigura-se perigosamente semelhante à clarividência.
Quando somos empáticos, não pensamos no fato de que entendemos, vemos ou ouvimos as emoções de outra pessoa. Acredita-se que, na verdade, a empatia  é um sexto sentido por meio do qual percebemos as energias emocionais assim como o olho percebe a luz. Sendo assim, a empatia acontece em um canal intuitivo - independente dos outros cinco sentidos - que penetra diretamente em nossa consciência. A ignorância emocional sobrevém quando, nos anos de formação da nossa juventude, deixamos de desenvolver esse sexto sentido. Em geral aprendemos a reprimi-lo com as constantes mentiras e a rejeição dos sentimentos comuns nas experiências infantis. Alguns nascem “empatas“, dotados de profunda sensibilidade para as emoções, e outros são emocionalmente insensíveis. Quase todos nós estamos em algum ponto médio, e todos podemos aprender ou reaprender a consciência empática.
A empatia, como toda  intuição, é imprecisa e pouco valiosa até desenvolvermos meios de confirmar objetivamente a exatidão de nossas percepções.


Págs 49 e 50

Fonte: "Educação Emocional - Um Programa Personalizado Para Desenvolver Sua Inteligência Emocional" - Claude Steiner, PhD com Paul Perry

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O QUE É EDUCAÇÃO EMOCIONAL ?



O  QUE  É
EDUCAÇÃO  EMOCIONAL ?

A EDUCAÇÃO  EMOCIONAL COMPÕE-SE de três aptidões: a capacidade de entender as emoções, ouvir as outras pessoas e empatizar com suas emoções, e expressar as emoções produtivamente.
Ser emocionalmente educado é ser capaz de lidar com as emoções de modo a desenvolver seu poder pessoal e a qualidade da vida que o cerca. A Educação Emocional amplia os relacionamentos, cria possibilidades de afeto entre as pessoas, torna possível o trabalho cooperativo e facilita o sentido de comunidade.
Todos nós temos algo a aprender sobre nossas emoções. Algumas pessoas deixam a adolescência com um alto nível de educação emocional, mas creio que poucas são não hábeis no âmbito das emoções quanto deveriam. Todo mundo comete erros emocionais, por isso todos podemos nos beneficiar de alguma com a Educação Emocional.

Como professor veterano de Educação Emocional, tenho ajudado centenas de pessoas a ampliar sua inteligência emocional. Observo o profundo mal-estar que a maioria demonstra à simples menção da palavra “emoções“, especialmente os homens. Eles receiam que segredos profundos e doídos sejam de alguma maneira liberados se revelarem seus sentimentos. Quase sempre as pessoas julgam que a Educação Emocional redundará em perda de poder na sua vida pessoal e profissional. 

Há  uma certa lógica no medo de que o afrouxamento de nossas amarras emocionais possa nos trazer problemas. Mas, a Educação Emocional não é apenas uma liberação das emoções. É igualmente importante compreender, administrar e controlar as emoções.

As emoções são uma parte indispensável da natureza humana. Sem elas, seríamos psicopatas. Reconhecendo e adestrando nossos sentimentos  e ouvindo as pessoas de maneira produtiva, podemos intensificar, e não diminuir, nosso poder pessoal.
Ser emocionalmente inteligente significa conhecer as emoções próprias e alheias, sua intensidade e o que ocasiona essas emoções. Ser emocionalmente educado significa dar conta das próprias emoções pode estar familiarizado com elas. No curso de Educação Emocional, aprende-se quando, como e onde expressar os próprios sentimentos, e de que maneira eles influenciam outras pessoas. Aprende-se também a verdadeira empatia, bem como a assumir a responsabilidade pelas conseqüências dos sentimentos.

Com esse curso, você se tornará um gourmet emocional, atento à textura, ao sabor e ao ressaibo de suas emoções. Aprenderá a permitir que suas aptidões racionais atuem lado a lado com as habilidades emocionais, ampliando sua capacidade de relacionar-se com o outro. Desse modo, você  tornará melhor em todas as suas interações: como pai, cônjuge, profissional, companheiro de lazer, professor e amante.
Todos nós deveríamos ingressar em alguma forma de educação emocional, pois os equívocos emocionais são tremendamente comuns e destrutivos. Se você não acredita, veja abaixo o exemplo de ignorância emocional que recolhi em jornais do ano passado: 

- Premiado com o segundo lugar, numa competição estadual, o líder da corrida de revezamento, Kent Baker, da Escola Thomas Jefferson, na Virgínia, que produz mais National Merit Scholars ( Estudantes Agraciados com o Mérito Escolar ) do que qualquer outra escola do país, jogou o prêmio na lata do lixo. O diretor da escola, Phil Simon, pôs-se a discutir com os juízes alegando que seu grupo merecia o primeiro lugar

Os jornais estão cheios de histórias assim, relatos de pessoas bem-sucedidas e, sob outros aspectos, inteligentes que cometem erros graves em situações carregadas de emoção. Nesses incidentes a ira, o medo ou a vergonha faz com que pessoas sensatas tenham um comportamento estúpido e as torna impotentes.

A verdade é que todos cometemos erros assim, embora talvez não tão extremos. Conquanto raramente nossos equívocos cheguem aos jornais, quase todos nós teríamos de admitir que, em alguma ocasião, fomos induzidos ao descontrole pela raiva, pelo medo, insegurança ou ciúme, ou preferimos não assumir a responsabilidade de uma atitude inadequada. No fim, esses erros enfraquecem-nos e as pessoas a quem amamos. 

EDUCAÇÃO EMOCIONAL páginas 23,24,25

QE e QI

A importância de ser um perito emocional não é evidente para todos, ao  menos não tanto quanto a importância de ser um perito intelectual. As pesquisas mostram que se você  tiver um QI (“coeficiente de inteligência“) elevado, provavelmente será um bom aluno e se tornará um profissional eficiente, bem-sucedido e produtivo.  Além disso, com toda probabilidade, terá vida longa e boa saúde.

Aparentemente, resultados tão favoráveis têm como causa única a inteligência, mas isso não é verdade. Em Inteligência Emocional, um best-seller  revelador,  Daniel  Goleman mostra que o entendimento emocional é tão importante para o sucesso  quanto um QI alto. Além disso, ele revela que a inteligência emocional é necessária para que se tenha uma “boa vida“ , na qual seja possível desfrutar os bens do espírito. Para viver bem, é preciso possuir apenas  um QI  um QE elevado  (“coeficiente emocional“).

O termo “QE” , embora requintado , significa menos do que se poderia pensar . Trata-se de um conceito de marketing e não de um termo científico. Um "coeficiente emocional “ não pode ser medido nem avaliado como um “coeficiente de inteligência “ . O QI vem sendo calculado cientificamente há quase um século, embora o seu significado exato seja questionável. Há quem diga que o QI determina com precisão uma qualidade inata, chamada inteligência. Outros asseveram que o QI determina uma qualidade menos definida, própria de indivíduos que se tornam bem–sucedidos na escola e, eventualmente, na vida. Seja com o for, é possível calcular, de maneira válida e confiável, o QI de uma pessoa, e está comprovado que é bom ter um QI alto.

O QE, por outro lado, não pode ser medido. Tentar avaliar o QE de alguém é o mesmo que adivinhar quantos grãos tem a quarta parte de um pote: você consegue ter uma ideia aproximada, mas não pode calcular com precisão. E tampouco pode avaliar a si próprio através de uma contagem, pois as emoções são muito mais impalpáveis do que os grãos.
No entanto, podemos falar da maneira significativa sobre o QE, contanto que não nos julguemos capazes de calculá-lo com precisão.  

EDUCAÇÃO EMOCIONAL páginas 32, 33

Compreendendo o Poder de Controle 

Mal nos damos conta de como a dominação acontece, porquanto estamos mergulhados nela desde o nascimento.
O valor da Análise Transacional como uma ferramenta para compreender as relações pode ser percebido claramente aqui. De posse  dela, você pode “analisar“ as relações de poder, examiná-las e, uma vez entendidas , buscar uma maneira de evitá-las em si mesmo e nos outros.
Depois de passarmos a infância à mercê dos caprichos de outras pessoa, consideramos natural sermos a Vítima ou o Algoz, líder ou seguidor, dominador  ou dominado. A criança brutalizada torna-se o pai que bate nos filhos, a criança que é dominada e controlada torna-se o pai que domina e controla. Aceitamos  a agressão e o poder de controle como o modo de funcionamento do mundo.
Se quisermos combater eficientemente o controle desmedido e o abuso de poder, teremos de entender o seu funcionamento.

O quadro abaixo mostra as quatro maneiras de exercer o poder de controle:


FÍSICO  -  GROSSEIRO - PSICOLÓGICO - SUTIL

I * Grosseiro, físico 
Assassinato, estupro, aprisionamento, Tortura, agressão, surra, empurrões, bater portas, gritos.

II * Grosseiro, psicológico
Insultos, tons ameaçadores, interrupções, mau humor, indiferença, mentiras deslavadas. 

III * Sutil, físico 
Tocar, espreitar, invadir espaço, puxar pelo braço, obrigar a sentar ou a levantar.

IV * Sutil, psicológico 
Falsa lógica, humor sarcástico, menosprezo, atos, mentira por omissão, publicidade e propaganda.

Existem duas formas principais de controle: físico e psicológico. Ambos  podem ser expressos sutil ou grosseiramente. Há quatro tipos de jogos de poder: grosseiro / físico, sutil / físico, grosseiro / psicológico. Um jogo de poder é uma transação na qual uma pessoa tenta obrigar outra fazer algo contra a sua vontade.
Os jogos de poder físico grosseiro são visíveis ao olhar e incluem surras, empurrões, arremessar objetos, bater com as portas  ou, pior ainda, seqüestro, tortura, assassinato e estupro.

Os jogos de poder físicos sutis não são tão evidentes, embora você tome consciência quando está sendo submetido a eles. No entanto, talvez você não tenha a menor ideia de como funcionam os jogos de poder nem de como impedi-los.

Incluem-se aí colocar-se fisicamente acima das pessoas ou aproximar-se demais, até invadir o espaço pessoal do outro, segurá-lo pelo cotovelo ou pela mão, andar na frente, obrigar as pessoas a se levantar ou sentar ou bloquear-lhes a passagem. Comumente os jogos de poder são usados por  homens para sujeitar as mulheres, na convicção de que constituem um comportamento masculino  normal.

Os jogos de poder psicológicos funcionam porque as pessoas são ensinadas a obedecer desde a infância; sem fazer uso da força física, posso intimidar alguém por meio de ameaças ou do tom da minha voz. Posso impeli-lo a agir fazendo–o sentir–se culpado. Posso seduzi-lo com um sorriso ou uma promessa, ou convencê-lo de que aquilo que quero é o que deve ser feito. Posso iludi-lo, abusar da sua boa fé ou pregar uma mentira. Se tiver condições de vencer sua resistência sem fazer uso de sua força física,  estarei usando jogos de poder psicológicos, tão comuns no nosso  dia-a-dia, alguns grosseiros, outros sutis. 

O jogo de poder  psicológico mais grosseiro chega aos tons e olhares ameaçadores, aos insultos, às mentiras deslavadas e ao mau humor evidente. E inclui também: interromper, ignorar, fechar a cara, girar os olhos, tamborilar com os dedos e cantarolar enquanto alguém está falando.
O jogo de poder psicológico mais sutil vai das mentiras mais espertas, mentiras por omissão, mau  humor sutil, sarcasmo, fofoca, lógica falsa, ignorar o que as pessoas estão dizendo, até, num nível mais amplo, a publicidade e a propaganda.

Exemplos de abuso de poder físico chamam mais atenção do que os exemplos de abuso psicológico e são menos comuns. Até mesmo nos ambientes mais violentos, como as prisões ou os campos de batalha, os indivíduos não sofrem principalmente com a opressão física direta, mas sim com o controle que a ameaça de violência exerce sobre suas mentes. Isto acontece sobre tudo  nos lares em que as mulheres e crianças são fisicamente surradas e agredidas.                                          

EDUCAÇÃO EMOCIONAL páginas 168,169,170 e 171
                                            
OS DEZ MANDAMENTOS
DA EDUCAÇÃO EMOCIONAL 


1) Não farás jogos de poder. Peça o que quer até conseguir.

2) Não permitirás que te manipulem. Não faça nada que não desejar de livre vontade.

3) Não incorrerás em mentiras por omissão ou comissão. A menos que a sua segurança ou a segurança de outras pessoas esteja em jogo, evite mentir.

4) Defenderás os teus sentimentos e as tuas vontades. Se assim não for, o mais provável é que outro tome a iniciativa.

5) Respeitarás os sentimentos e desejos do outro. Isto não significa submeter-se a eles.

6) Buscarás o valor das idéias alheias. Há mais de uma maneira de ver as coisas.

7) Pedirás desculpas e oferecerás reparação por teus erros. Nada será mais estimulante para o próprio crescimento.

8) Perdoarás os erros do teu próximo. Faça aos outros  o que gostaria que eles lhe fizessem.

9) Não aceitarás falsas desculpas. Elas valem menos do que nenhuma desculpa.

10) Cumprirás estes mandamentos segundo teu melhor julgamento. Afinal de contas, eles não foram escritos na pedra.                  

EDUCAÇÃO EMOCIONAL - página  167

       Fonte –Livro – EDUCAÇÃO  EMOCIONAL  - UM PROGRAMA PERSONALIZADO PARA DESENVOLVER SUA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 Editora Objetiva (Rio de Janeiro )  de CLAUDE STEINER , Ph.D. com PAUL  PERRY  - TRADUÇÃO  DE Terezinha Batista dos Santos    ano 1998

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Quando a Fotografia Ganha Voz Própria



As imagens da revista  O Cruzeiro, publicadas entre 1940 e 1960, são apresentadas em livro exposição lançados pelo Instituto Moreira Salles. Sob a organização de Helouise Costa e Sergio Burgi, reconstituem as origens do fotojornalismo no Brasil.

O público tem pressa. A vida de hoje, vertiginosa e febril, não admite leituras demoradas nem reflexões profundas. A onda humana galopa, uma espumarada bravia, sem descanso. Quem não se apressar com ela será arrebatado, esmagado, exterminado. O século não tem tempo a perder.
A crítica sobre o cotidiano acelerado, a superficialidade na comunicação e as limitações do intelecto na sociedade moderna faz lembrar os editoriais recentes sobre a crise da cultura e da mídia pontuada pela falta de reflexão. O texto acima, no entanto, foi assinado no dia 13 de janeiro de 1901 pelo poeta e cronista Olavo Bilac na Gazeta de Notícias. Naquela época, ele já repensava os rumos do jornalismo, da informação. Defendia a fotografia como espelho do real. E já antevia o mundo sem fronteiras. Continua: “A eletricidade já suprimiu as distâncias: daqui a pouco, quando um europeu espirrar, ouvirá incontinenti o “ Deus te ajude" de um americano."
O jornalista Olavo Bilac discutia, em suas crônicas, o processo acelerado da industrialização, a ascensão da publicidade e , ao mesmo tempo  , o caos do analfabetismo. A sua reflexão sobre as mudanças da imprensa brasileira na virada do século 20 está na abertura do livro As origens do foto jornalismo no Brasil – Um olhar sobre  O Cruzeiro  ( 1940 – 1960  ) , lançado pelo Instituto Moreira Salles  (IMS).
A edição, organizada por Helouise Costa, professora do Museu de Arte Contemporânea  (MAC ) da USP, e pelo coordenador de fotografia do IMS, Sergio Burgi, resgata a história do fotojornalismo brasileiro através das imagens da revista O Cruzeiro. Os dois pesquisadores também reuniram cerca de 300 fotos na exposição apresentada na galeria do Instituto Moreira Salles.
Helouise e Burgi ressaltam que o legado histórico do foto jornalismo brasileiro do século 20 ainda é pouco estudado. “Passados 38 anos de fechamento da revista O Cruzeiro, ela continua sendo importante referência para a imprensa brasileira, muito embora seja pouco conhecida pelas gerações atuais", explica Helouise. “Lançada em 1928 como revista semanal de variedades, de circulação nacional, incorporou, no início de 1940, o modelo da foto reportagem, tornando-se pioneira na implantação do foto jornalismo no Brasil“.
A proposta dos pesquisadores é também refletir sobre a importância dos acervos de fotografia e sobre as possíveis res–significações de suas imagens . “Mais do que rever a história de uma revista  , o livro propõe uma abordagem crítica das origens do foto jornalismo por meio de um dos mais influentes veículos de comunicação de massa que o País já conheceu e que retratou, com nenhum outro, as peculiaridades e contradições do Brasil moderno.“ 

Brasil moderno –Contemporânea dos arranha-céus. Esse era o slogan veiculados nas campanhas publicitárias para definir o ideal de grandeza da revista O Cruzeiro. “O nome remetia à constelação do Cruzeiro do Sul e à nova moeda prevista para circular em breve no País“, explica Helouise Costa. “Assis Chateaubriand não pouparia esforços para dar corpo ao projeto. Tudo seria cuidadosamente planejado numa escala não usual para a época, inclusive o lançamento, precedido de uma grande campanha publicitária.“ 
No texto de abertura do livro, Helouise apresenta uma pesquisa minuciosa desenvolvida em seu mestrado e doutorado. E transporta o leitor para a época, descrevendo a trajetória da revista no contexto social e político do país. Entre os documentos está o editorial do primeiro número, com a promessa de ser um “espelho leal onde se reflete a vida nos seus aspectos edificantes , atraentes e instrutivos“. 
A supremacia de O Cruzeiro transformou, segundo a pesquisadora, jornalistas e fotógrafos em verdadeiras celebridades. “Um dos primeiros profissionais da revista a atingir esse patamar de visibilidade foi o fotógrafo francês  Jean Manzon“, explica Helouise. 
Ao longo da década de 1940, Manzon implantou a foto reportagem na imprensa brasileira, baseando-se em revistas internacionais  como a francesa Match e a norte-americana Life. “ A exaltação da natureza e da aventura, presente igualmente nas revistas estrangeiras, materializou-se em O Cruzeiro de modo particular“, afirma Helouise. “Aqui a natureza desconhecida encontrava-se no interior do próprio País , o que tornava a realização de muitas reportagens uma tarefa extenuante e perigosa. Assim, a coragem dos repórteres e a importância de seu trabalho eram constantemente exaltadas, em especial com relação aos fotógrafos agentes que possibilitavam a visualização de dimensões ignoradas do País por meio de imagens grandiosas.“
O heroísmo dos repórteres pregado pelas revistas estrangeiras passou a ecoar em O Cruzeiro. “Freqüentemente, além de descrever em detalhes as aventuras vividas pelos repórteres, as reportagens incluíam imagens dos profissionais em ação, como a que mostra Nasser e Manzon num deserto no Egito. “ 
Importante lembrar que, na época, a fotografia tinha um espaço privilegiado. O destaque era o discurso visual. E o texto se limitava às legendas. Ou ocupava as sobras deixadas entre as imagens. A informação ficava por conta da excelência do trabalho do fotógrafo. “O tipo de diagramação característico do modelo da foto reportagem seguido por Manzon implicava a realização de inúmeras intervenções nas imagens originais, que precisavam ser quase sempre cortadas ou rebatidas de modo a se adequar ao discurso visual pretendido.“ 
Até o exigente Cândido Portinari, ao ser fotografado pelo francês, fez questão de elogiar: “Jean Manzon, esse gênio da fotografia contemporânea, é o homem que dá valor ao detalhe, de modo a torná-lo essencial.” O retrato de Portinari documentado no livro revela a preocupação de Manzon em mostrar o cotidiano do artista e captar manias, como a de pintar segurando vários pincéis entre os dedos. 

Viés  humanista – Entre 1947 e início dos anos 1950, o foto jornalismo passa a seguir um viés mais humanista. “Concretizada por fotógrafos como José Medeiros, Luciano Carneiro, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto, Henri Ballot e Eugênio Silva, essa nova visão do foto jornalismo trouxe para O Cruzeiro maior e ênfase na objetividade e no caráter documental e jornalístico“, ressalta o pesquisador Sergio Burgi.
O sensacionalismo jornalístico iniciado como Manzon é substituído por uma nova linguagem, que flui no cenário do pós-guerra.  "O surgimento da agência Magnum de foto jornalismo , de Henri Cartier–Bresson e Robert Capa  , em 1947 , e os consagrados ensaios de fotógrafos como Robert Doisneau e Willy Ronis, na França e W . Eugene Smith são todos trabalhos representativos desse novo momento". 
Burgi conta que começa uma nova escola  de foto jornalismo dentro da revista, que se opões ao uso da reportagem como espetáculo, trabalhando  por uma linguagem comprometida  com um olhar objetivo e documental, incorporando temas da cultura e do povo brasileiro. ”Uma boa indicação dessa nova vertente são os os primeiros trabalhos de José Medeiros em Alagoas, sobre a cultura e festas populares do Estado, dentro da estrutura editorial e de paginação estabelecida por Manzon, e que se desenvolveria até as grandes reportagens da década de 1950, com trabalhos icônicos de Medeiros, Luciano Carneiro , Flávio Damm , Luiz Carlos Barreto e Henri Ballot , entre outros.“ 
A produção dos fotógrafos, segundo Burgi , passa a ser marcada por uma postura mais generosa. “O foto jornalismo humanista se desenvolveria igualmente como uma fotografia engajada e de resistência sob regimes ditatoriais como nas ditaduras militares do Brasil e em outros países da América Latina nas décadas de 1960 e 1970.“ 
Burgi aponta também o surgimento de uma fotografia ligada a ações humanitárias com grande impacto na mídia da década de 1980. Cita os trabalhos de Sebastião Salgado na África, junto a organizações como Médicos sem Fronteiras. “ Todos esses desdobramentos de um novo foto jornalismo que se desenvolveram dentro e fora do País pelo trabalho de resistências e denúncia de fotógrafos que atuaram nas década de 1960 a 1990 têm conexão direta, aqui no Brasil, com o foto jornalismo da Revista O Cruzeiro nos anos 1950. Os fotógrafos comprometidos com uma visão objetiva do País, refletida na busca por uma impressa socialmente responsável, buscavam, de alguma maneira, retratar a essência da vida humana.“ 

Fonte  JORNAL DA   USP   -  ESPECIAL    PÁG   10 e 11   
de 25 de fevereiro a março de 2013 
Leila  KIYOMURA