quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O QUE É EDUCAÇÃO EMOCIONAL ?



O  QUE  É
EDUCAÇÃO  EMOCIONAL ?

A EDUCAÇÃO  EMOCIONAL COMPÕE-SE de três aptidões: a capacidade de entender as emoções, ouvir as outras pessoas e empatizar com suas emoções, e expressar as emoções produtivamente.
Ser emocionalmente educado é ser capaz de lidar com as emoções de modo a desenvolver seu poder pessoal e a qualidade da vida que o cerca. A Educação Emocional amplia os relacionamentos, cria possibilidades de afeto entre as pessoas, torna possível o trabalho cooperativo e facilita o sentido de comunidade.
Todos nós temos algo a aprender sobre nossas emoções. Algumas pessoas deixam a adolescência com um alto nível de educação emocional, mas creio que poucas são não hábeis no âmbito das emoções quanto deveriam. Todo mundo comete erros emocionais, por isso todos podemos nos beneficiar de alguma com a Educação Emocional.

Como professor veterano de Educação Emocional, tenho ajudado centenas de pessoas a ampliar sua inteligência emocional. Observo o profundo mal-estar que a maioria demonstra à simples menção da palavra “emoções“, especialmente os homens. Eles receiam que segredos profundos e doídos sejam de alguma maneira liberados se revelarem seus sentimentos. Quase sempre as pessoas julgam que a Educação Emocional redundará em perda de poder na sua vida pessoal e profissional. 

Há  uma certa lógica no medo de que o afrouxamento de nossas amarras emocionais possa nos trazer problemas. Mas, a Educação Emocional não é apenas uma liberação das emoções. É igualmente importante compreender, administrar e controlar as emoções.

As emoções são uma parte indispensável da natureza humana. Sem elas, seríamos psicopatas. Reconhecendo e adestrando nossos sentimentos  e ouvindo as pessoas de maneira produtiva, podemos intensificar, e não diminuir, nosso poder pessoal.
Ser emocionalmente inteligente significa conhecer as emoções próprias e alheias, sua intensidade e o que ocasiona essas emoções. Ser emocionalmente educado significa dar conta das próprias emoções pode estar familiarizado com elas. No curso de Educação Emocional, aprende-se quando, como e onde expressar os próprios sentimentos, e de que maneira eles influenciam outras pessoas. Aprende-se também a verdadeira empatia, bem como a assumir a responsabilidade pelas conseqüências dos sentimentos.

Com esse curso, você se tornará um gourmet emocional, atento à textura, ao sabor e ao ressaibo de suas emoções. Aprenderá a permitir que suas aptidões racionais atuem lado a lado com as habilidades emocionais, ampliando sua capacidade de relacionar-se com o outro. Desse modo, você  tornará melhor em todas as suas interações: como pai, cônjuge, profissional, companheiro de lazer, professor e amante.
Todos nós deveríamos ingressar em alguma forma de educação emocional, pois os equívocos emocionais são tremendamente comuns e destrutivos. Se você não acredita, veja abaixo o exemplo de ignorância emocional que recolhi em jornais do ano passado: 

- Premiado com o segundo lugar, numa competição estadual, o líder da corrida de revezamento, Kent Baker, da Escola Thomas Jefferson, na Virgínia, que produz mais National Merit Scholars ( Estudantes Agraciados com o Mérito Escolar ) do que qualquer outra escola do país, jogou o prêmio na lata do lixo. O diretor da escola, Phil Simon, pôs-se a discutir com os juízes alegando que seu grupo merecia o primeiro lugar

Os jornais estão cheios de histórias assim, relatos de pessoas bem-sucedidas e, sob outros aspectos, inteligentes que cometem erros graves em situações carregadas de emoção. Nesses incidentes a ira, o medo ou a vergonha faz com que pessoas sensatas tenham um comportamento estúpido e as torna impotentes.

A verdade é que todos cometemos erros assim, embora talvez não tão extremos. Conquanto raramente nossos equívocos cheguem aos jornais, quase todos nós teríamos de admitir que, em alguma ocasião, fomos induzidos ao descontrole pela raiva, pelo medo, insegurança ou ciúme, ou preferimos não assumir a responsabilidade de uma atitude inadequada. No fim, esses erros enfraquecem-nos e as pessoas a quem amamos. 

EDUCAÇÃO EMOCIONAL páginas 23,24,25

QE e QI

A importância de ser um perito emocional não é evidente para todos, ao  menos não tanto quanto a importância de ser um perito intelectual. As pesquisas mostram que se você  tiver um QI (“coeficiente de inteligência“) elevado, provavelmente será um bom aluno e se tornará um profissional eficiente, bem-sucedido e produtivo.  Além disso, com toda probabilidade, terá vida longa e boa saúde.

Aparentemente, resultados tão favoráveis têm como causa única a inteligência, mas isso não é verdade. Em Inteligência Emocional, um best-seller  revelador,  Daniel  Goleman mostra que o entendimento emocional é tão importante para o sucesso  quanto um QI alto. Além disso, ele revela que a inteligência emocional é necessária para que se tenha uma “boa vida“ , na qual seja possível desfrutar os bens do espírito. Para viver bem, é preciso possuir apenas  um QI  um QE elevado  (“coeficiente emocional“).

O termo “QE” , embora requintado , significa menos do que se poderia pensar . Trata-se de um conceito de marketing e não de um termo científico. Um "coeficiente emocional “ não pode ser medido nem avaliado como um “coeficiente de inteligência “ . O QI vem sendo calculado cientificamente há quase um século, embora o seu significado exato seja questionável. Há quem diga que o QI determina com precisão uma qualidade inata, chamada inteligência. Outros asseveram que o QI determina uma qualidade menos definida, própria de indivíduos que se tornam bem–sucedidos na escola e, eventualmente, na vida. Seja com o for, é possível calcular, de maneira válida e confiável, o QI de uma pessoa, e está comprovado que é bom ter um QI alto.

O QE, por outro lado, não pode ser medido. Tentar avaliar o QE de alguém é o mesmo que adivinhar quantos grãos tem a quarta parte de um pote: você consegue ter uma ideia aproximada, mas não pode calcular com precisão. E tampouco pode avaliar a si próprio através de uma contagem, pois as emoções são muito mais impalpáveis do que os grãos.
No entanto, podemos falar da maneira significativa sobre o QE, contanto que não nos julguemos capazes de calculá-lo com precisão.  

EDUCAÇÃO EMOCIONAL páginas 32, 33

Compreendendo o Poder de Controle 

Mal nos damos conta de como a dominação acontece, porquanto estamos mergulhados nela desde o nascimento.
O valor da Análise Transacional como uma ferramenta para compreender as relações pode ser percebido claramente aqui. De posse  dela, você pode “analisar“ as relações de poder, examiná-las e, uma vez entendidas , buscar uma maneira de evitá-las em si mesmo e nos outros.
Depois de passarmos a infância à mercê dos caprichos de outras pessoa, consideramos natural sermos a Vítima ou o Algoz, líder ou seguidor, dominador  ou dominado. A criança brutalizada torna-se o pai que bate nos filhos, a criança que é dominada e controlada torna-se o pai que domina e controla. Aceitamos  a agressão e o poder de controle como o modo de funcionamento do mundo.
Se quisermos combater eficientemente o controle desmedido e o abuso de poder, teremos de entender o seu funcionamento.

O quadro abaixo mostra as quatro maneiras de exercer o poder de controle:


FÍSICO  -  GROSSEIRO - PSICOLÓGICO - SUTIL

I * Grosseiro, físico 
Assassinato, estupro, aprisionamento, Tortura, agressão, surra, empurrões, bater portas, gritos.

II * Grosseiro, psicológico
Insultos, tons ameaçadores, interrupções, mau humor, indiferença, mentiras deslavadas. 

III * Sutil, físico 
Tocar, espreitar, invadir espaço, puxar pelo braço, obrigar a sentar ou a levantar.

IV * Sutil, psicológico 
Falsa lógica, humor sarcástico, menosprezo, atos, mentira por omissão, publicidade e propaganda.

Existem duas formas principais de controle: físico e psicológico. Ambos  podem ser expressos sutil ou grosseiramente. Há quatro tipos de jogos de poder: grosseiro / físico, sutil / físico, grosseiro / psicológico. Um jogo de poder é uma transação na qual uma pessoa tenta obrigar outra fazer algo contra a sua vontade.
Os jogos de poder físico grosseiro são visíveis ao olhar e incluem surras, empurrões, arremessar objetos, bater com as portas  ou, pior ainda, seqüestro, tortura, assassinato e estupro.

Os jogos de poder físicos sutis não são tão evidentes, embora você tome consciência quando está sendo submetido a eles. No entanto, talvez você não tenha a menor ideia de como funcionam os jogos de poder nem de como impedi-los.

Incluem-se aí colocar-se fisicamente acima das pessoas ou aproximar-se demais, até invadir o espaço pessoal do outro, segurá-lo pelo cotovelo ou pela mão, andar na frente, obrigar as pessoas a se levantar ou sentar ou bloquear-lhes a passagem. Comumente os jogos de poder são usados por  homens para sujeitar as mulheres, na convicção de que constituem um comportamento masculino  normal.

Os jogos de poder psicológicos funcionam porque as pessoas são ensinadas a obedecer desde a infância; sem fazer uso da força física, posso intimidar alguém por meio de ameaças ou do tom da minha voz. Posso impeli-lo a agir fazendo–o sentir–se culpado. Posso seduzi-lo com um sorriso ou uma promessa, ou convencê-lo de que aquilo que quero é o que deve ser feito. Posso iludi-lo, abusar da sua boa fé ou pregar uma mentira. Se tiver condições de vencer sua resistência sem fazer uso de sua força física,  estarei usando jogos de poder psicológicos, tão comuns no nosso  dia-a-dia, alguns grosseiros, outros sutis. 

O jogo de poder  psicológico mais grosseiro chega aos tons e olhares ameaçadores, aos insultos, às mentiras deslavadas e ao mau humor evidente. E inclui também: interromper, ignorar, fechar a cara, girar os olhos, tamborilar com os dedos e cantarolar enquanto alguém está falando.
O jogo de poder psicológico mais sutil vai das mentiras mais espertas, mentiras por omissão, mau  humor sutil, sarcasmo, fofoca, lógica falsa, ignorar o que as pessoas estão dizendo, até, num nível mais amplo, a publicidade e a propaganda.

Exemplos de abuso de poder físico chamam mais atenção do que os exemplos de abuso psicológico e são menos comuns. Até mesmo nos ambientes mais violentos, como as prisões ou os campos de batalha, os indivíduos não sofrem principalmente com a opressão física direta, mas sim com o controle que a ameaça de violência exerce sobre suas mentes. Isto acontece sobre tudo  nos lares em que as mulheres e crianças são fisicamente surradas e agredidas.                                          

EDUCAÇÃO EMOCIONAL páginas 168,169,170 e 171
                                            
OS DEZ MANDAMENTOS
DA EDUCAÇÃO EMOCIONAL 


1) Não farás jogos de poder. Peça o que quer até conseguir.

2) Não permitirás que te manipulem. Não faça nada que não desejar de livre vontade.

3) Não incorrerás em mentiras por omissão ou comissão. A menos que a sua segurança ou a segurança de outras pessoas esteja em jogo, evite mentir.

4) Defenderás os teus sentimentos e as tuas vontades. Se assim não for, o mais provável é que outro tome a iniciativa.

5) Respeitarás os sentimentos e desejos do outro. Isto não significa submeter-se a eles.

6) Buscarás o valor das idéias alheias. Há mais de uma maneira de ver as coisas.

7) Pedirás desculpas e oferecerás reparação por teus erros. Nada será mais estimulante para o próprio crescimento.

8) Perdoarás os erros do teu próximo. Faça aos outros  o que gostaria que eles lhe fizessem.

9) Não aceitarás falsas desculpas. Elas valem menos do que nenhuma desculpa.

10) Cumprirás estes mandamentos segundo teu melhor julgamento. Afinal de contas, eles não foram escritos na pedra.                  

EDUCAÇÃO EMOCIONAL - página  167

       Fonte –Livro – EDUCAÇÃO  EMOCIONAL  - UM PROGRAMA PERSONALIZADO PARA DESENVOLVER SUA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 Editora Objetiva (Rio de Janeiro )  de CLAUDE STEINER , Ph.D. com PAUL  PERRY  - TRADUÇÃO  DE Terezinha Batista dos Santos    ano 1998