O tempo que, na escola tradicional, era consumido com o estudo da gramática e da sintaxe da língua escrita, além da literatura, agora pode ser compartilhado com o estudo de múltiplas linguagens e seus diferentes gêneros. O tempo que o professor consumia falando e escrevendo na lousa, agora deve ser usado provocando as diferentes falas dos alunos e as suas novas escritas. Para tudo isso, é importante que quem educa esteja "ligado" no que acontece no mundo da TV, do cinema, da arte e da multimídia em geral, além de conhecer muito bem os objetivos de seu trabalho e, sobretudo, o universo cultural e linguístico de seus alunos.
São essas conexões que processadas pela pesquisa e pela discussão pedagógica, irão elaborar critérios e orientações para as novas formas de educar para os meios.
É preciso trabalharmos muito para formar pessoas mais sensíveis e capazes de estabelecer novas éticas, à altura dos desafios que nos coloca a nova Comunicação. Toda comunicação envolve conflito, poder, ideologia, negociação e nossas crianças precisam aprender a lidar com tais aspectos com competência. Na abordagem mídia-educacional, as linguagens e as tecnologias de comunicação são instrumentos que constroem o pensamento e as formas de diálogo com a realidade, sendo fundamentais para constituição do indivíduo, das comunidades e da cidadania. Não são luxo ou alternativa educacional supérflua, mas direitos prioritários dos cidadãos que vivem na era da informação e do conhecimento.
Fonte: Eduardo Monteiro e Márcia Feldman
Mestres em Educação - PUC / RJ
Revista Pátio - pág. 41
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Refletir sobre as questões de uma escola de qualidade para todos, incluindo alunos, professores e pais requer novos posicionamentos e novas informações, além dos esforços para superar as não poucas dificuldades enfrentadas pelos professores em sala de aula.
A perspectiva da Inclusão se opõe às práticas de classificar e categorizar os alunos a partir do que não sabem ou não podem fazer, que aliás só valoriza o fracasso e reforça que o problema está no indivíduo e não nas possibilidades de novas metodologias educacionais, currículos e organização escolar.
A inclusão necessária é aquela que traga benefícios para alunos com ou sem necessidades especiais, para professores e para os pais em geral, possibilitando à escola como um todo se transformar e redesenhar seu perfil no caminho de uma educação humanista e de qualidade.
Fonte: Maria Eliza Miranda e Olívia Miranda
Fundadoras e Diretoras do CBM - Centro Brasileiro para a Modificabilidade
"A esperança não é para amanhã
A esperança é este instante.
Precisa-se dar outro nome a certo tipo de esperança
porque esta palavra significa
sobretudo espera.
E a esperança é já."
Clarice Lispector
Jornal do CPP
março/2006
MOTIVAÇÃO PARA NOVAS GERAÇÕES
O que assistimos hoje é que há desinteresse principalmente dos jovens para darem continuidade aos estudos. Velhos tempos, em que as crianças recebiam diplomas quando concluíam as quartas séries e depois as oitavas. Era um estímulo para os alunos e familiares. Havia todo uma preparação e motivação para assistirem a formatura dos filhos. Para as famílias humildes, significava uma fase importante para seguirem adiante.
De uns anos para cá ocorreram muitas mudanças a todo instante, tanto que nem os alunos e os pais conseguem entender o que está ocorrendo. É preciso que o poder público leve a sério, escolhendo modelos e estratégias de avaliação e as mudanças que forem propostas tenham a participação de todos.
Externato Casa Pia São Vicente de Paulo - São Paulo
DAR O PEIXE? OU ENSINAR A PESCAR?
Nestas últimas décadas, sem uma explicação plausível, criou-se a tal progressão continuada, que o povo chamou, e chama, de promoção automática, tirando do aluno o sagrado direito de aprender. E o pior, tirando dele a responsabilidade de se desenvolver culturalmente a partir das primeiras letras e dos primeiros números prejudicando o seu desenvolvimento!
De quem será a culpa desta situação?
Da modernidade? Não.
Do progresso? Não.
É da facilidade ou do comodismo daqueles que querem resolver tudo em curtíssimo ou nenhum prazo.
E para que isso aconteça faz-se urgente a mudança da progressão com avaliações periódicas, tarefas diárias e até "lições de casa" (muito ausentes ultimamente).
Os alunos têm que sentir que, no dia a dia, ele está sendo avaliado e crescendo a cada momento.
Isso por quê?
Porque ele recebeu a rede e a aprendeu a pescar.
Fonte: Loretana Paolieri Pancera
(1ª vice-presidente do CPP)
Jornal do CPP - São Paulo
UMA NOVA PRÁXIS EDUCATIVA
O desenvolvimento da práxis educativa centrada no aluno se encaminha para a superação do conceito de educação considerada como pura transmissão de conhecimentos. Educar passou a ser, sobretudo atualização do potencial cognitivo e afetivo do estudante; isto significa uma educação da pessoa inteira e, para tanto, a aprendizagem deve desenvolver-se num clima facilitador e permissivo, que permita ao aprendiz crescer e aprender significativamente.
Desta maneira; favorecerá, na sala de aula e na escola a criação de um clima acolhedor no qual os alunos atinjam uma vivência experimental em que se sintam socialmente livres para promover a comunicação do seus sentimentos e ideias através de gestos, palavras, expressões corporais, sem se preocuparem com a hipocrisia, com a falsidade e com a duplicidade das mensagens, dos diálogos e dos pensamentos dúbios. Esta postura requer, contudo, um alto grau de responsabilidade que, no entanto irá sendo desenvolvida, à medida que o estudante se descobre como o maior responsável de sua própria aprendizagem tornando-se então, cada vez mais participante das mudanças sócio-educacionais.
Fonte: (C.R. Rogers)
de Sulami Pereira Guedes
Propostas Rogerianas para uma Práxis