PUC - SP inicia comemorações do jubileu de 75 anos
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - (PUC -SP ) completa 75 anos de
fundação no domingo, 22
As atividades em comemoração do jubileu de diamante terão início na sexta-feira , 20 às 12 h , com uma missa em ação de graças , presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer , Arcebispo de São Paulo e Grão – Chanceler da pontifícia universidade . A celebração ocorrerá na capela da PUC - SP , no campus Monte Alegre , na Zona Oeste de São Paulo ,com participação presencial restrita e transmissão pelas plataformas digitais : Facebook ( 2puccsp.oficial) e Youtubt ( tvpuc ) .
Na terça-feira , 24 , às 18h , acontecerá a solenidade de abertura das comemorações de aniversário dos 75 anos , com a participação do Cardel Scherer , da reitora , a professora doutora Maria Amalia Pie Abib Andery , do secretário estadual da Edu-cação , Rossieli Soares da Silva ; e do secretário municipal de Educação , Fernando Padula .
HISTÓRICO E MISSÃO
Fundada em 1946 , a PUC – SP é mantida pela Fundação São Paulo e surgiu da união da Faculdade de Filosofia , Ciências e Letras de São Bento , fundada em 1908 , e da Faculdade de Direito . Em 1947 , o Papa Pio XII concedeu à universidade católica o título de pontifícia , de modo que em seus estatutos há o compromisso de que suas atiividades sejam regidas pelos princípios da doutrina católica e fiéis aos ensina-mentos da Igreja nas questões de fé e de moral .
" No cumprimento de sua missão , à PUC -SP orienta-se fundamentalmente , pelos princípios da doutrina católica . Dentro desse espírito , assegura a liberdade de investigação de ensino e manifestação de pensa-mento ,objetivando sempre a realização de sua função social , considerada a natureza , e o interesse público de suas atividades ", consta no descrito da missão dessa pontíficia universidade .
Ao tomar posse para o segundo mandato , como reitora , em novembro de 2020 , Maria Amalia Pie Abib Andery lembrou que a PUC - SP é uma instituição que incide positivamente na capital paulista e também no País . " É ela que produz uma boa parte dos cidadãos que contribui firmemente para os destinos do Brasil e cabe à Universidade produzir conhecimento que garanta a soberania da nação . E tudo isso deve ser feito num clima produtivo , de cordialidade e civilidade " , afirmou .
Fonte - Jornal - O SÃO PAULO - pág 20 - PELO BRASIL
18 A 24 DE AGOSTO DE 2021 - DANIEL GOMES
A maçã ao longo da história
Da “ criação do mundo “ até um singelo presente ao professor : conheça alguns episódios envolvendo a fruta
* Significados tão diversos fazem da maça a fruta mais famosa do mundo , desde os tempos mais remotos da história humana .A começar pelo livro bíblico de Gênesis e o episódio do fruto proi-
bido .
Justamente por ser uma iguaria tão marcante , a maçã foi um dos três métodos , segundo o conto de fadas “ Branca de Neve “ compilado pelos Irmãos Grimm e publicado na Alemanha entre 1817 e 1822 , utilizados pela rainha má para dar fim à protagonista que nomeia a fábula .
Outro episódio sobre a maçã envolve o físico Isaac Newton e a Lei da Gravidade ,datada de 1666.
Diz a história que Newton estava sentado sob a sombra de uma macieira quando , ao observar a que-
da de um de seus frutos , pensou : por que aquela maçã sempre cai perpendicularmente em direção
ao solo ? Contestada por alguns , a afirmação ganhou força recentemente ,quando a Royal Society de Londres , uma das mais importantes sociedades científicas do mundo ,publicou em seu site 100 páginas do manuscrito “ memórias da vida de Newton “ , escrito por William Stukeley , também físico , amigo e primeiro biógrafo de Isaac Newton “ .
Amaçã também remete à música ,seja pela canção de mesmo nome de Raul Seixas e Paulo Coelho , que fala de amor livre e teve videoclipe lançado em 1976 pelo fantástico , da TV Globo . Ou em -
tão pela Apple Records , gravadora fundada em 1968 pelos Beatles e cuja maçã foi a marca mais famosa do mundo até 1976 , ano de criação da Apple Computers Inc ., de Steve Jobs . As duas em-presas , inclusive , tiveram uma imensa briga judicial nas últimas décadas pelo uso do nome e da maçã em seu logotipo .
Em meio a tantos fatos históricos , a maçã continua sempre um símbolo de afeto e amizade , além de iguaria de sabor único e peculiar . É o presente de muitos alunos na mesa do professor , o ali-mento entregue pelas mãos da merendeira , a fruta , cortada ou não , partilhada com o colega .
Fonte - JORNAL DOS PROFESSORES - pág 14
Agosto / 2022 - nº 509 - CULTURA ÚTIL
CRIAÇÕES BRASILEIRAS
NO CAMPO DA EDUCAÇÃO , os inventos brasileiros são poucos .Mas pipocou um novo .Já havia percebido , e avivou-se - a memória um blog de Simon Schwartzman : inventamos o pós- doutor ! Em todas as sociedades ,em algumas mais do que em outras , há palavras mágicas que se acoplam ao nome de certas pessoas .NoImpério,alguns eram premiados com o título de barão ,conde ou visconde .Mais adiante , otítulo de coronel era oficialmente atribuído a potentados locais – ou usurpadocom impunidade . No Vaticano ,sempre o comércio de ungir comendadores , a bom dinheiro.
Quando um título universitário era prenda rara , ser “ doutor “ separava os escolhidos da plebe. Os anéis ,um para cada profissão, identificavam os seus envaidecidos portadores .Durante o curso ,antes da assinatura de cartas , convinha para a expressão “ saudações universitárias “. Até hoje , há prisão especial para os sacrificados que conseguiram vencer a barreira do diploma .
Mas inflou-se o número de diplomados . E ,pela lei da oferta e da procura ,“ doutor “ deixou de ser grande coisa .Providencialmente , aparecem os cursos de mestrado, criando um degrau acima para diferenciar do povaréu os seus detentores . Mas a palavra tem fragilidades .Qualquer mestre- escola é chamado de mestre . E , havia mestres- ferradores , instalando ferraduras em muares .
Ivas ,parece um novo título , o Ph.D! É o verdadeiro doutor , com tese defendida diante da namorada,da mulher ou até dos netos .Recupera-se assim a superioridade ,nos píncaros nobiliárquicos da vida acadêmica . É até possível comprar bara-tinho um desses diplomas , em países vizinhos . Mas não é fácil escapar incólume , pois o território é bem defendido pelas autoridades do MEC . Até aqui , nada de novo , pois quase todos querem ser um pouquinho mais do que o próximo . Tampouco há algo de errado nisso , que , aliás , só faz enriquecer intelectualmente o proprietário . E, como atesta quem vos escreve ,obter um doutorado em uma universidade de primeira linha é um processo longo , penoso e merecedor de algum reconhecimento .
Mas acontece que os Ph .Ds . Se auto reproduzem . Mais se formam , mais professores disponíveis para os programas de doutoramento que pipocam por aí .A cada ano , produzimos 17000 doutores . Essa inflação é ótima para o país , mas uma catástrofe para os previamente glorificados portal diploma .
Era preciso providenciar um novo patamar de status . Entra em cena a criatividade brasileira : cria-se o pós-doutor é um título vazio ou inexistente , pois não há cursos de pós-doutoramento . Na prática , autointitulamram alguns meses em uma universidade no exterior .
Dado o isolamento acadêmico do Brasil , nada mais bem-vindo do que arejar nossos professores com um período no exterior . Mas ,como há milhares de universidades , das esplêndidas às vergonhosas , só Deus sabe por onde andaram e o que relizaram os pós-doutores . Um ano trabalhando em um estudo conjunto com um pesquisador de boa cepa é um uso irreprochável dos recursos do patrocinador . Mas acontece que não há nenhum filtro para conseguir uma salinha em alguma universidade e lá passar por um tempo .
Alguns são convidados para ministrar seminários ou cursos . Há os que fazem pesquisa e interagem com colegas . Alguns assistem as aulas como ouvintes , não é má ideia . Outros passeiam pelo câmpus ou fazem turismo . Ninguém fica sabendo o que aconteceu . Inexiste o prêmio de ser aceito por boas universidades , pois como elas não oferecem notas , diplomas nem mesmo certificados , aceitam alegremente quem aparece . Afinal , não há desempenho , bom ou ruim , para comprometer a instituição . Quase qualquer um pode ser visiting scholar , mesmo em universidades
de primeira linha . É uma alternativa para autoridades destronadas . Pode ser esplêndida ideia passar um ano em uma boa universidade estrangeira . Documentando que o tempo foi bem aplicado , contribui para o currículo .Mas o título de pós-doutor é pura invencionice brasileira . Simplesmente não existe .
Fonte _ Revista Globo - pág 75 - CLAUDIO DE MOURA CASTRO
18 DE jANEIRO DE 2017
Superei tudo e entrei no mercado de trabalho . Hoje sou professor de informática ,
faço pós-graduação e penso até em escrever um livro
“ Eu já nasci com deficiência visual. E naquele tempo ser cego era sinônimo de exclusão . Meu irmão mais novo também era cego e minha mãe achou por bem esperá-lo atingir a idade escola para que eu também pudesse estudar .Por causa disso só comecei a ter aulas com 10 anos,em umasala especial. Depois, fui para uma sala comum. Foi quando senti o preconceito pela primeira vez. As crianças me chamavam de cego, as mães dos alunos reclamavam que eles estavam perdendo tempo e conteúdo por minha causa .No fim ,acabei voltando para a sala especial.Os anos foram passando, eu terminei o ensino fundamental e conheci o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ( Senai ) , em 1996 , onde tive contato com alguns programas de computador para deficientes visuais . Foi aí ,com 20 anos , que decidi fazer cursos técnicos para me aperfeiçoar . Mas não parei por aí .Em 2003 fui fazer Faculdade de Processamento de Dados.E eu era o único deficiente em uma sala de 35 alunos .Eles me receberam com muita surpresa e medo,porque não sabiam como me ajudar ou se deviam me ajudar. E mais uma vez senti o preconceito. Fora as dificuldades por falta de preparo e desconhecimento dos professores sobre as pessoas com deficiências e também sobre as novas tecnologias disponíveis para nós , além da falta de material didático adaptado . Mas ,com o passar do tempo ,o preconceito se desfez, pois consegui mostrar que sou igual a qualquer pessoa .E conservo os amigos da faculdade até hoje.Aliás, engana-se quem pensa que os deficientes só convivem entre si . Eu tenho vários amigos sem deficiência!
Hoje, sou professor de informática no Senai , faço pós-graduação em educação especial e quero fazer mestrado um dia . Estou pensando até em escrever um livro! Eu nunca escondi a minha deficiência .Quando você assume, nada te atrapalha .E é isso que eu gostaria de dizer às mães que têm filhos deficientes : encarem o problema .Não sintam pena, não super protejam. Procurem instituições que possam ajudar estas crianças .
O primeiro passo é aceitar que seu filho tem uma deficiência e tratá-lo como qualquer outra criança . Nunca esconda a deficiência do seu filho , mostre-o para o mundo., Só assim ele poderá , um dia , ser independente como eu “ .
Fonte - Revista SENDAS - pág 66 – Setembro de 2009 -Novela em Debate
Sua história – Gelson Inácio dos Santos - professor
A
MAIS BELA DAS ARTES
REZAR
COM O PAPA
Senhor
, ao analisarmos a situação atual do Brasil e do mundo, poucas
questões nos parecem tão importantes e decisivas quanto a educação
. Da educação que hoje recebem
as crianças e os jovens dependerá o futuro de nosso país e de
toda a humanidade .
A
formação integral de um homem ou de uma mulher é a mais bela
das artes . Missão delicada e apaixonante confiada , em primeiro
lugar , à família . Mas,em segundo lugar ,a educação é
responsabilidade dos professores ou educadores. Por isso , o Papa
nos pede que rezemos por todos os professores , para que saibam
transmitir o amor à verdade e educar segundo valores morais e
espirituais autênticos.
Ao
nos lembramos de nossa formação ,todos nós recordamos algum
professor ou professora com sua simpatia, competência e dedicação
,nos marcou para toda a vida. Eu me lembro de dona Adela ,
professora de língua espanhola , que me fez sentir o prazer de
ler e de escrever em minha língua materna. Mesmo havendo mudado
de língua , conservo até hoje o gosto pela literatura.
A
missão do educador não é apenas transmitir informações ,
conteúdos doutrinas e técnicas para ampliar os conhecimentos dos
alunos. A missão do educador é transmitir uma visão da vida
,encarnando valores humanos e espirituais.
Educar
nunca foi fácil , e hoje talvez seja ainda mais difícil . Trata-se
de ajudar às novas gerações a orientar-se na vida , a distinguir o
bem do mal , em um tempo de rápidas mudanças e de grande
diversidade de opiniões sobre o que está certo e o que está
errado.
Educar
é fazer com que o jovem aprenda a amar o que é bom e a desprezar
o que não é bom. Nada mais triste do que ver um jovem deixando-se
levar pela " atração do mal " e desprezar o que é bom ,
justo e santo.
Isto
me lembra , Senhor , o tema do mês da bíblia deste ano : As
murmurações do povo de Israel no deserto ( Ex 15-18). São João
da Cruz diz que os israelitas murmuravam contra Moisés e Aarão ,
não porque o maná não tivesse a substância necessária para
sustentar a vida , mas porque " eles queriam outra coisa ".
O
que quer a juventude, Senhor ? Os jovens brasileiros que foram à
Jornada Mundial da
Juventude , em Madri , no mês passado, o que desejam ? E eu, que
estive também lá, o que eu busco , o que me atrai , em que me
comprazo ?
Purifica
nossa mente, Senhor , fortalece nossa vontade, dá-nos coração que
seja puro, humilde e misericordioso. Fazer com que aprendemos a amar
o bem e detestar o mal.
Amém.
Fonte
- Revista O Mílite - pág 39 - Rezar co9m o Papa
Setembro
2011 - PADRE LUÍS GONZÁLEZ QUEVEDO - SJ
O melhor professor do mundo
Peter Tabichi , irmão franciscano e professor de ciências , foi premiado com o Global Teacher Prize em 2019 , por seu significativo trabalho na educação em uma das zonas de extrema pobreza do Quênia .
Sua vitória foi anunciada no Fórum Mundial de Habilidades e Educação , em 23 de março .Ele foi escolhido entre 10 mil professores de 179 países .
O religioso de 36 anos doa 80% de seu salário para projetos da comunidade local , ensina na Escola Secundária Keriko Mixed Day , em Pwani Village , que fica em uma parte distante do Vale do Rift , no Quênia , e acolhe jovens estudantes de diversas culturas e religiões que se esforçam para obter um futuro melhor .
“Sinto-me genial. Não posso acreditar, estou muito feliz por estar entre os melhores professores do mundo “ , afirmou após receber o prêmio e um milhão de dólares que serão usados em benefício de sua comunidade: “Vou devolver este prêmio à sociedade , porque sou religioso . Nossas necessidades estão atendidas: comida , roupas , tudo . Então , me fará muito feliz a maneira como esse grande momento beneficiará a sociedade “ .
Disse também : Ver meus alunos crescerem em conhecimento , habilidades e confiança é minha maior alegria ao ensinar ! Quando se tornam resilientes , criativos e produtivos na sociedade , sinto-me muito satisfeito porque ajo como facilidade de destinos e como a chave que desbloqueia o seu potencial da forma mais emocionante “ . ( fonte : ACI Digital – editado )
- FOLHA PAROQUIAL nº 248 - pág 5 - DESTAQUES
Junho de 2019
Dia do Bibliotecário
Comemorou-se no dia 12 de março o Dia do Bibliotecário. No Brasil, esta data foi instituída pelo Decreto nº 84631 de 12 de abril de 1980, em homenagem ao engenheiro e bibliotecário por vocação professor, Manuel Bastos Tigre. Ele nasceu no dia 12 de março de 1882 e, ao terminar o curso de Engenharia , em 1906 , resolveu fazer aperfeiçoamento em eletricidade , nos Estados Unidos . Lá conheceu o bibliotecário Melvil Dewey que instituiu o Sistema de Classificação Decimal. Esse encontro foi decisivo na sua vida, porque , em 1915 , aos 33 anos de idade , largou a engenharia para trabalhar com biblioteconomia . Prestou concurso para bibliotecário no Museu Nacional do Rio de Janeiro, classificou-se em 1º lugar utilizando-se, para isso , do estudo sobre a Classificação Decimal .
Em 1947 , Manuel Tigre assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil , na qual trabalhou até se aposentar .
Quem é o bibliotecário ?
É o profissional da área de biblioteconomia que administra bancos de dados e se responsabiliza por classificar e armazenar informações , além de orientar o público que procura uma biblioteca .
Hoje em dia , quem domina as modernas tecnologias pode gerenciar os arquivos digitais ou organizar páginas na internet . A qualidade da orientação fornecida pelo bibliotecário vai depender de sua própria vivência com a leitura , ou seja , de sua experiência pessoal com os livros e com o conhecimento em si . Ele zela pelo acervo de livros, periódicos e documentos gravados em discos , fitas magnéticas ou mídias digitais .
O saber técnico ligado propriamente ao ofício refere-se principalmente à catalogação e ao arquivamento. Para atuar no exercício da profissão , é preciso ter o ensino de graduação universitário e obter o registro no Conselho Regional de Biblioteconomia. Visto que o funcionamento das modernas bibliotecas é bastante complexo, existem atualmente cursos universitários destinados a preparar pessoas especializadas para nelas trabalharem.
O curso tem como disciplinas básicas o estudos das línguas – Português , Inglês e Espanhol – a literatura e informática. É obrigatório ainda que se faça um estágio, sendo exigida uma monografia final .
Num país como o Brasil, onde as disparidades sociais transformam o livro em privilégio, o Bibliotecário tem a importância de um agente cultural e função pedagógica inquestionável .
O artigo 3° do Código de Ética Profissional determina que o Bibliotecário deva “ preservar o cunho liberal e humanista da profissão , fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana “ . Essa obrigação , que deve ser cumprida como missão , contribui para uma sociedade mais justa, apesar de todas as limitações que impuseram , ao longo de anos, a desvalorização profissional, tais como : baixos salários , atividades insalubres e estressantes e falta de investimentos em treinamento e de reconhecimento , pelo mercado e pelos governantes , das suas competências .
Finalmente, vimos conclamar todos os pesquisadores, de todas as idades, que aprenderam a respeitar o Bibliotecário, a reconhecê-lo como necessário e partilhar com ele a ânsia da busca e o fascínio da informação pretendida, a promoverem sua valorização .
Parabéns , a todos os Bibliotecários !
Roteiro das PROFISSÕES
Biblioteconomia
Quando se fala em bibliotecário , muitas pessoas imaginam que esse profissional seja um mero organizador das estantes da biblioteca, com muitos livros, geralmente escuras e empoeiradas. Esse é apenas um estereótipo, um dos que menos correspondem com a verdade dos fatos, de acordo com a bibliotecária Etiene Lins , que trabalha na Biblioteca de Manguinhos , na Fundação Oswaldo Cruz (Fio Cruz ) , no Rio de Janeiro .
Como bibliotecária , Etiene tem a função de organizar os textos do acervo ( livros , artigos e pesquisas ) . mas também ajuda os pesquisadores na busca por um determinado texto ou fragmento de uma obra do acervo. Em algumas bibliotecas, existe também o trabalho de recuperação e de conservação dos textos, além da filtragem das informações encontradas na internet. Segundo Etiene , essas funções exigem do profissional uma boa memória e o domínio da Língua Portuguesa e outros idiomas , já que o bibliotecário manuseará vários textos , de acervos diversos .
Apesar de todas as atividades descritas anteriormente pertencerem, prioritariamente, à área técnica, o dia-a-dia dos bibliotecários deve-e pode, ir muito além disso. Essa, pelo menos, é a opinião de Etiene, defensora da tese de que , além dos livros , esse profissional deve , sim , se relacionar com o público . “O bibliotecário deve se ver como um educador, pois ele lida diretamente com o público. Ele é uma espécie de mediador entre o usuário e a informação “ , define .
A opinião de Etiene , que ainda provoca surpresa em muitos colegas, tem sua origem na visão particular que a bibliotecária possui sobre seu local de trabalho. “ A biblioteca é um centro de informação , e não um simples arquivo morto de textos “ , afirma ela , em contraposição à postura de algumas escolas, que faziam da casa de livros um espaço para a punição dos indisciplinados. “ No colégio em que estudei , a biblioteca era o lugar onde , na hora do recreio , cumpriam castigo aqueles que faziam bagunça . Isso desestimula o aluno a procura-la como um local de diversão. Ela passa a não ser mais um ambiente de lazer “ , explica .
Fio Cruz - A Biblioteca de Manguinhos conta com uma boa infra-estrutura, que disponibiliza ao visitante o serviço de internet de banda larga, um grande serviço de livros e artigos internacionais, além de salas de estudo, onde o estudante ou pesquisador pode consultar os textos com privacidade e sem atrapalhar as outras pessoas. Serviços que tornaram a biblioteca uma referência internacional no campo das pesquisas em Medicina Experimental .
Para Etiene, a excelência da biblioteca é fruto da consciência de todas as pessoas que atuam na instituição. “ É feito um investimento pesado, por conta dos pesquisadores, do corpo docente e dos cursos de pós-graduação terem essa consciência da importância da atualização constante , tanto do profissional , quanto da biblioteca “ , relata .
Entretanto , ela reconhece que a biblioteca em que atua é uma exceção no país . “ O Brasil não tem políticas claras voltadas para as bibliotecas, apesar da Lei de Incentivo à Cultura . Ela gerou algumas melhorias , mas a realidade no Brasil ainda é diferente de outros lugares do mundo“ , declara ela que, no entanto, aposto, prazo de 10 a 15 anos para haver mudanças significativas .
Assim como a biblioteca , os profissionais que nela atuam também não estão entre os mais valorizados e reconhecidos no Brasil. Realidade que , mais uma vez , encontra um contraponto lá fora . “ Nos Estados Unidos , ser bibliotecário é ser “ bambã ‘ de uma profissão , porque eles consideram que você ( bibliotecário ) é pessoa que tem o domínio das fontes de informações das pesquisas . Tanto Biblioteconomia é uma especialização “ , explica Etiene .
Segundo ela , a explicação para a pouca valorização vem do estereótipo preconceituoso sobre a profissão . “ Na época em que falei para meus pais o que ia cursar na Faculdade , eles não deram muito apoio . Disseram que eu não ia ganhar dinheiro suficiente para me sustentar . Hoje , estou bem e tenho colegas que são bem conceituados “ , conta .
Ao ser questionada sobre o segredo para se ter sucesso em qualquer carreira , a resposta de Etiene é simples : escolher o que realmente se gosta de fazer . “ Tem que ter paixão “ , afirma a bibliotecária . Para os que ainda estão confusos , ela dá uma dica importante : “ Façam um teste vocacional . Ele pode ajudar na escolha da carreira no vestibular “ .
O QUE VOCÊ PODE FAZER COMO BIBLIOTECÁRIO
Análise da informação : avaliar , selecionar , classificar e indexar livros , documentos , fotos , partituras musicais , fitas de vídeo e de áudio e arquivos musicais .
Gestão de serviços de informação : planejar , organizar e administrar bibliotecas e centros de documentação . Coordenar a aquisição do acervo , o arquivamento dos documentos e a conservação dos mesmos .
Gestão do conhecimento : desenvolver e gerenciar mecanismos para sistematizar o conhecimento acumulado dentro de uma organização , seja uma empresa , uma ONG , uma escola ou uma associação .
Normatização : montar e manter bases de dados , com o emprego de normas internacionais.
FICHA DO CURSO
A graduação em Biblioteconomia pode ser feita em , no mínimo , quatro anos . As disciplinas do curso são divididas em três grandes grupos . No primeiro estão as disciplinas instrumentais , como Língua Portuguesa e Língua Estrangeira . O segundo grupo reúne fim ,as disciplinas específicas da profissão , como Administração de Bibliotecas , Controle Bibliográfico e Formação de Coleções .
MERCADO DE TRABALHO
O mercado é promissor , pois o profissional pode atuar em diversos locais , seja em empresas , escolas , bibliotecas públicas ou ONGS . O que acontece , geralmente , é a falta de profissionais em algumas regiões . O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ( inpa ) , por exemplo , ofereceu três vagas para bibliotecários no seu último concurso . Apenas uma vaga foi preenchida e as outras duas permaneceram ociosas . Para exercer a profissão , o graduado necessita obter registro no Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB ) .
Fonte - Caderno do Vestibular / Português
FOLHA DIRIGIDA - pág 7 Roteiro das Ciências Sociais e Humanas 11
O que há de melhor no mundo ?
Se perguntasse a Guilherme Figueiredo , ele responderia através da boca de Esopo * :
“ O que há de melhor do que a biblioteca ? A biblioteca é que nos une a todos , quando se lê . Sem a biblioteca nada poderíamos saber. A biblioteca é a chave do saber, o órgão da verdade e da razão. Graças à biblioteca dizemos o nosso amor, na poesia, na literatura, na arte. Com a biblioteca se ensina , se persuade , se instrui , se reza , se explica , se canta , se descreve , se elogia , se demonstra , se afirma , rir . É com a biblioteca que tu lê “ mãe “ e “ querida “ e “ Deus “ . É com a biblioteca que conta as histórias de vitória, é a biblioteca que mostra os versos de Homero. A Biblioteca cria o mundo de sonhos e fantasias , a palavra de Demóstenes . Todo o mundo, da China ao Brasil, do Iraque aos Estados Unidos, da Inglaterra a Argentina, da ode do poeta ao ensinamento do filósofo, todo o mundo é descrito nas bibliotecas, a biblioteca de belos versos, lindas histórias falando para a eternidade.
Que pena! São as palavras, porque na hora em que uma escola precisa de uma sala , uma Universidade precisa de um espaço... ADEUS BIBLIOTECA. Esopo então diria :
“ A Biblioteca , é o que há de pior no mundo . É a fonte de todas as intrigas , o início de todos os processos , a mãe de todas as discussões . É a biblioteca que usam os maus poetas que nos fatigam com suas poesias , é a biblioteca que usam os filósofos que não sabem pensar . É na biblioteca que se encontra mentiras escritas, que se esconde a verdade, que blasfema, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que seduz, que corrompe . É na biblioteca que se lê “ morre “ e “ canalha “ e “ corja “ . É na biblioteca que encontramos o “ não “ . Na biblioteca Hitler mostrou a sua cólera, com a biblioteca os ditadores encontravam seus ardis. Com a biblioteca tumultuamos os pobres cérebros humanos para toda a eternidade. Aí está, porque a biblioteca é a pior de todas as coisas “ .
E com essas desculpas as Escolas , as Universidades e as Prefeituras estão acabando com nossas bibliotecas . Até quando ? Dizem que a informática , veio para ajudar . Será ? Todos temos acesso a informatização ? Não seria a biblioteca nossa fonte eterna de educação ? Falta . Mais não falta verba para “ Mensalão “ , para “ Caixa Dois “ , para nossos políticos viajarem de avião, enquanto aqui no chão, não temos estrada não. Acorda BRASIL vamos mudar isto !!!!
Fonte - Jornal Atuar pág 6 nº 2
Novembro de 2005 - EDUCAÇÃO E CULTURA - CARLOS PRAVATO *
Bons professores são eloquentes, professores fascinantes conhecem o funcionamento da mente
“A educação passa por uma crise sem precedentes na História. Os alunos estão alienados, não se concentram, não têm prazer em aprender e são ansiosos. De quem é a culpa ? Dos alunos ou dos pais ? Nem de uns nem dos outros . As causas são mais profundas. As principais são frutos do sistema social que estimulou, de maneira assustadora , os fenômenos que constroem os pensamentos.
O palco da mente dos jovens de hoje é diferente dos jovens do passado. Os fenômenos que estão nos bastidores da mente deles, e que produzem pensamentos, são os mesmos, mas os atores que estão no palco são distintos. Precisamos conhecer alguns papéis da memória e algumas áreas da inteligência para encontrar as ferramentas necessárias e capazes de dar uma reviravolta na educação .
A Síndrome SPA
A maior conseqüência do excesso de estímulos da TV é contribuir para gerar a síndrome do pensamento acelerado, SPA. Nunca deveríamos ter mexido na caixa preta da inteligência , que é a construção de pensamentos , mas , infelizmente , mexemos. A velocidade dos pensamentos não poderia ser aumentada cronicamente. Caso contrário , ocorreriam uma diminuição da concentração e um aumento da ansiedade.
É exatamente isso que está acontecendo com os jovens. A ansiedade da SPA gera uma compulsão por novos estímulos, numa tentativa de aliviá-la.
Hoje, os professores estão presentes na sala de aula e os alunos em outro mundo.
Para ser um professor fascinante é preciso conhecer a alma humana para descobrir ferramentas pedagógicas capazes de transformar a sala de casa e a sala de aula num oásis, e não uma fonte de estresse. É uma questão de sobrevivência, pois, caso contrário, alunos e professores não terão qualidade de vida. E isso já está acontecendo.
De acordo com pesquisas do instituto Academia de Inteligência, no Brasil 92% dos professores estão com mais sintomas de estresse e 41% com dez ou mais. É um número altíssimo, indicando que quase a metade dos professores não deveria estar em sala de aula, mas internada numa clínica anti-estresse. Compare com este outro número: na população de São Paulo , dramaticamente estressada , 22,9% estão com dez ou mais sintomas.
Os números gritam. Eles indicam que os professores estão quase duas vezes mais estressados do que a população de São Paulo, que é uma das maiores e mais estressantes cidades do mundo. Creio que a situação em qualquer nação desenvolvida é a mesma. Os sintomas que mais se destacam são os ligados à síndrome do pensamento acelerado.
Que tipo de batalha estamos travando para que nossos nobres soldados que se encontram na front - os professores estejam adoecendo coletivamente? Que tipo de educação é esta que estamos construindo e que vem eliminando a boa qualidade de vida de nossos queridos mestres? Damos valor ao mercado de petróleo, de carros, de computadores, mas não percebemos que o mercado da inteligência está falindo.
Não apenas os salários e a dignidade dos professores precisam ser resgatados, mas também a sua saúde. Professores e alunos estão coletivamente com a síndrome do SPA.
Um professor fascinante é mestre da sensibilidade. Ele sabe proteger a emoção nos focos de tensão. O que significa isso? Significa não deixar que a agressividade e as atitudes impensadas dos seus alnos roubem sua tranquilidade e entende que os fracos excluem, os fortes compreendem. Ele procura acolher seus alunos e compreendê-los, mesmo os mais difíceis.
Não esqueça que você não é apenas um pilar da escola clássica , mas um pilar da escola da vida. Tenha consciência de que os computadores podem gerar gigantes na ciência, mas crianças na maturidade.
Os educadores, apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos".
Fonte - Jornal dos Professores pág 10
( Texto extraído do livro " Pais brilhantes e professores fascinantes " ,
de Augusto Cury . Editora Sextante ) .
Formigas também vão à escola
Animais têm um processo de educação formal em que professores ensinam aos alunos a melhor rota para chegar à fonte de alimento
As formigas se comunicam ensinando umas às outras o melhor caminho para chegar até a comida . Esta é a primeira vez que se verifica um modo de educação formal em animais, segundo afirmam os pesquisadores da Universidade de Bristol, responsáveis pelo trabalho publicado na revista Nature.
Tudo começa quando a formiga líder vai até o formigueiro e exala um feromônio sinalizando saber onde está a fonte de alimento, atraindo assim outras operárias. Então , um indivíduo ou um pequeno grupo de dois ou três a segue em fila. As alunas aprendem o caminho observando pontos de referência a sua volta , como um pequeno pedaço de planta ou uma pedra. À medida em que vão assimilando as informações, tocam com suas antenas a perna e o abdômem da professora, para demonstrar a caminhada pode continuar.
Mas o processo muitas vezes é demorado para o aprendiz, que pára e anda vagarosamente afim de captar a maior quantidade possível de sinais que demarquem a rota. Nesse caso , a líder , ao perceber que sua distância das demais aumentou, diminui a velocidade, seus seguidores, por sua vez aceleram. Quando o espaço diminui, o mestre entende que é hora de andar mais rápido.
- Segundo a definição que já existia na literatura científica, um indivíduo é professor quando consegue mudar o comportamento de outro, tendo um custo para ele mesmo - explica ao JB Nigel Franks, professor da Escola de Ciências Biológicas da Universidade .
O fato de as líderes acompanharem o grupo faz com que cheguem quatro vezes mais devagar à comida, passando de uma velocidade média de 8,4 mm/s ( milímetros por segundo ) para 1,8mm/s. Mas a perda individual, explica Franks, ocorre em prol do grupo, já que outras formigas conseguem atingir à fonte de alimento duas vezes mais rápido do que se estivessem sozinhas.
Quando completam o percurso, as formigas anteriormente alunas, se transforma em líderes. Mas há, no entanto, uma condição para que isso aconteça : a relação custo-benefício.
- Vai depender da fonte de alimento. Se for inseto grande, será necessário que sejam recrutadas outras formigas para levá-lo até o ninho. No caso de um pequeno pedaço de comida, como uma folha, um indivíduo pode carregá-la sozinho - afirma Jarbas Marçal de Queirós , entomologista da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro .
Os cientistas demonstraram que o valor da informação pode influenciar mais o aprendizado do que o tamanho do cérebro .
Na pesquisa foram analisadas formigas da especie Temno thorax albipennis, mas segundo Queirós , o comportamento pode ser observado em outros grupos.
Trilha à base de feromônios
As formigas acompanhadas pelos cientistas da Universidade de Bristol têm uma forma mecânica de recrutamento, ou seja , as líderes demonstram o caminho aos outros insetos através do toque.
Mas essa interação nem sempre é assim. Determinados grupos usam um rastro de feromônios no solo para sinalizar a trilha a ser seguida.
É por isso que, se uma pessoa esfregar o dedo no caminho por onde passa uma fila de formigas, elas perdem o senso de orientação e se dispersam.
Nesse caso, o recrutamento é químico e não fica estabelecida nenhuma relação de educação formal entre os indivíduos do grupo, por que seguem a rota automaticamente. (C.B)
Fonte - JORNAL DO BRASIL - Ciência - A 15
Domingo , 5 de Fevereiro de 2006 - Segunda Edição - CLAUDIA BOJUNCA
Ponto de
vista
Ante o
atraso enorme da educação brasileira,
somos soterrados pelo pessimismo,
sobretudo ao notar que as lideranças nacionais não tem sequer a consciência do
problema. Nessas horas, é bom lembrar que vivemos em um país
federativo, onde há um bom naco de
responsabilidade na mão dos estados. E, se prestarmos atenção, alguns levaram
a sério a decisão de tirar o atraso.
Vejamos o exemplo de dois estados pouco lembrados: Acre e Sergipe.
No
Acre, completa, a segunda gestão um
governador e um vice que puseram a educação no primeiro plano. Encontraram um estado conflagrado e com
suas escolas degradadas. A primeira
providência que tomaram foi melhorar a gestão e reduzir uma burocracia central
inchada, emagrecendo-a de 1200 para 400
funcionários. Em seguida, as atenções focalizaram a construção e
reforma das escolas. Escola bonita e
cores alegres fazem subir o astral de todos. Recentemente, a escolha de
diretores passou a ser feita em duas etapas: concurso e eleição.
Para os
alunos repetentes, foi criado o Poronga, um programam inovador, utilizando a
experiência e os materiais do Telecurso 2000. À medida que mais alunos de
escolas de ensino médio, o governo fez um acerto
com a Universidade Federal, pelo qual o
estado financia a expansão da sua rede em outras cidades.
Os
resultados estão aí. A matrícula
cresceu, tirando o estado da
rabeira. Melhor ainda, os escores do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica ( Saeb ) mostram expressivo aumento na pontuação em
Português ( Matemática ainda é um
problema ).
Faz poucos
anos. Sempre resolveu cuidar seriamente
de seu ensino. O governador define a
educação como sua prioridade. Iniciou
dois programas com o Instituto Ayrton Senna, experimenta um novo método de alfabetização infantil e está implantando as fórmulas gerenciais do professor
Vicente Falconi Campos.
As
avaliações mostram quais são os professores com melhor desempenho, para recompensá-los com prêmios e um
subsídio para que comprem o próprio computador.
Algumas
escolas estão sendo convertidas em estabelecimentos-modelo, começando a receber estudantes selecionados
por seu talento. Foram criados
pré-vestibulares gratuitos para alunos da escola pública e são oferecidos
prêmios aos mais bem colocados na Universidade Federal . Ainda é cedo para os resultados sejam
visíveis em breve.
Tais
avanços confirmam os registrados em Minas Gerais, na década de 90, onde se originaram algumas das ideias
adotadas pelo Acre e por Sergipe. Por
exemplo, dinheiro para as escolas, redução severa da burocracia central e um
sistema pioneiro de avaliação, de todas
as escolas. Os diretores passaram a ser
escolhidos por concurso seguido de eleição dentre os mais bem colocados. A fórmula mostrou resultados
excepcionais. Nas avaliações do SAEB, após oito anos. Minas saltou da nona para a primeira
colocação.
Esses três
exemplos têm muitos traços comuns. O
primeiro e mais decisivo é o comportamento do governador e de sua equipe
próxima. A educação melhora somente
quando se torna o centro de gravidade do governo , e assim persiste por vários anos. Competência e pragmatismo são tudo. Partido não interessa.
A
burocracia das secretarias precisa ser domada, pois é o foco crônico de fisiologismo, reduz a capacidade do estado de oferecer educação de qualidade e
sangra os orçamentos. As intervenções
são poucas, cuidadosamente escolhidas e
implementadas seriamente. É preciso que as ações mirem naquilo que aperfeiçoa
a sala de aula. Mil penduricalhos e
programinhas não resultam em nada.
Finalmente, todos tiveram uma pontaria certeira para
identificar e atrair as melhores cabeças do país, a fim de ajudar na concepção e na execução
dos planos. Igualmente, são importados os programas mais
inteligentes eficazes, vários deles iniciativas da responsabilidade social de
empresas. Os resultados tardam
pouco. Se dois estados de pouca
tradição prévia na área estão acertando, aí está a prova eloquente de que é possível melhorar a nossa
educação.
Fonte -
Revista VEJA pág
20
29 de março
, 2006 - Claudio de
Moura Castro
A educação
e os profissionais
do ensino têm sido
tratados com atenção
Reflexão
- Nos dias
atuais, a grande questão que se
coloca, para a educação, é como por qualidade na quantidade.
Vemos a
figura nobre do professor, da professora, à frente desta imensa batalha que precisa
ser permanentemente travada, e sempre
vencida. Dela é que depende o futuro e
a felicidade de milhões de criaturas,
pois somente o progresso individual do cidadão permite o avanço da nação, como coletividade.
A educação
é, portanto, fundamental. Professor: seguramente, é
agente imprescindível nesse processo. Portanto, é com ele minha constante preocupação.
Minha luta
diuturna tem sido para fazer ver aos governantes a necessidade de haver
incentivos para aqueles que se dedicam a exercer o ofício de ensinar: os professores.
Tem de ser
dado a eles condições de vida e de trabalho que sejam estimulantes, que lhes permita se dedicarem a esta tarefa
com empenho e a certeza de que terão reconhecimento da sociedade dos alunos e a
confiança em envelhecimento com dignidade
, com aposentadoria justa .
Administrar
uma categoria de mais de 200 mil profissionais não é coisa fácil para o Governo
do estado. Mas, é aí que se encontra a grandeza do Poder
Público: assuntos fundamentais , como saúde
, segurança e educação necessitam de permanente atenção, cuidados redobrados, verbas suficientes e, principalmente, muito trabalho e dedicação. Esses planos de vida exigem, dos governantes, preocupação
constante. A educação sofre mais porque
os resultados de seu trabalho não são imediatos. São necessários anos para que sejam visíveis. Então, pessoas como eu, que têm a
vida voltada ao assunto educação, têm o
ônus de sofrer a indiferença da mídia,
da população e dos governantes,
pois, em educação, não há acontecimentos sensacionais a curto
prazo. Escola é assunto sério e como
tal deve ser tratado. Professor é
assunto muito sério e precisa ter o seu valor reconhecido.
É preciso
tornar atrativo o trabalho educacional,
com a criação de uma carreira que dê ao professor a segurança de que, se ele se dedicar; poderá ter o respeito da comunidade, um padrão de vida condizente com suas responsabilidades
e a garantia de uma velhice com dignidade.
É preciso
que o bom senso, e até uma dose de
humildade, façam parte do perfil de
nossas autoridades do ensino. É
primordial que a criança aprenda a ler,
escrever e contar. Para tanto, é preciso: 1 ) respeitar e encorajar o
trabalho dos alfabetizadores, que exige
vocação e talento; 2 ) estimular o
professor oferecendo-lhe possibilidades permanentes de aperfeiçoamento
profissional; 3 ) trabalhar para que as
comunidades se aproximem das suas escolas, defendendo-as dos maus elementos,
por compreenderem a impotência que as escolas têm na educação dos filhos.
A educação
tem de ser dada a todos! Quantos talentos o país perdeu, nos últimos séculos, por não ter dado, aos seus cidadãos, acesso ao ensino ?
Quantos
passaram a vida analfabetos sendo que,
se tivessem tido oportunidade, poderiam
ter desabrochado suas qualidades latentes e dado à pátria artistas , escritores
, empreendedores.
Não podemos
permitir que isso continue acontecendo e que a imensa força de nossa nação seja
desperdiçada.
Vamos
priorizar a educação e valorizar os professores, pois o nosso povo merece ser melhor atendido na questão educacional e
não há mais tempo a perder.
Fonte -
Jornal - DIÁRIO DE
SÃO PAULO
Palmiro Mennuci
foi presidente do
Centro do Professorado Paulista (CPP ) e
deputado
estadual , foi grande defensor da educação ,
funcionalismo público e alunos
Educação
HOMENAGEM
Pastor presbiteriano
e educador , o reverendo Uriel de
Almeida Leitão fundou em 1936, com outros notáveis da cidade, o Ginásio Caratinga, o primeiro colégio de todo o Vale do Rio
Doce. Ele tinha 21 anos; que já fosse professor naquela idade, e estivesse fundando escolas, era um impressionante exemplo de força de
vontade.
Filho de
pais nordestinos, extremamente
pobres, Uriel nasceu em Recife; passou fome na infância e se alfabetizou
tarde. Conseguiu bolsa no Colégio XV de
Novembro , de Garanhuns, fundado por missionários americanos, em troca do trabalho na faxina do
colégio e desde cedo mostrou sua
vocação.
Adolescente
ainda, abriu com os irmãos salas de alfabetização em cidades do interior de
Pernambuco. Seu sonho era distribuir
bolsas de estudo para quem não pudesse pagar, convencido de que, pela
educação, outros jovens poderiam sair
da pobreza, como ele mesmo havia saído. Realizou este sonho durante toda a sua vida, distribuindo bolsas a jovens carentes financiadas pelo caixa da
instituição.
Foi
pioneiro da educação em todo Leste de Minas, ajudando com sua experiência a fundar outros colégios. O antigo Ginásio de Caratinga é hoje a
Sociedade Presbiteriana de Educação e Pesquisa, com dois cursos superiores e dois
novos cursos superiores e dois novos já aprovados pelo MEC. Como pastor presbiteriano foi também um
pioneiro em toda a região do Leste de Minas, evangelizando e abrindo igrejas. Esta experiência, que o tornou
um dos mais conhecidos pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil, foi retratada num livro que escreveu anos atrás: “Testemunho de Fé. Um homem comum a quem Deus ouviu e usou “ .
O reverendo
morreu dia 29 de junho, em Belo Horizonte, aos 83 anos, de insuficiência cardíaca. Deixou viúva Ilda Külh Leitão e 12 filhos
do primeiro casamento com Mariana Azevedo Leitão, entre eles, a jornalista Miriam Leitão.
Fonte -
Jornal O GLOBO
Quarta-feira , 8 de julho
de 1998
Homenagem à
Heley de Abreu Silva Batista
Todo nosso
respeito e admiração, ao exemplo
de professora de
Janaúba, Minas
Gerais, de tanta dedicação e
amor, deu sua
própria vida para
salvar seus alunos. Ela
se foi, sem poder
vivenciar um reconhecimento e
valorização dessa profissão
por parte das autoridades e
da família.
Quando a “educação“, for
de fato prioridade, os alunos
não faltarão com o respeito
aos professores e funcionários. Também se exigem tanto para admitir um profissional, porque não procedem da mesma
forma, para os funcionários. A tragédia sempre
anunciada, porque não
há preocupação com
uma educação de
qualidade. As
crianças e jovens
do nosso país é
que estarão no
futuro, nos substituindo. Essa é minha
singela homenagem, aos
inocentes anjinhos, a guerreira
e exemplo de profissional. Agiu
como mãe, professora, defensora...
Pela professora
Ana Regina Gouvêa
- 15 de outubro
de 2017
Panorâmica
Primavera do patriarca
Nascido há 80 anos, Paulo Freire tinha poder de encantar
e uma inesgotável incapacidade de desistir
Pouco mais de um mês após a morte de Paulo Freire , publiquei uma reflexão sobre ele e a sedução da esperança ( Fluxo , 1997 ) . Agora , no momento em que comemoramos os 80 anos de seu nascimento , gostaria de celebrar essa lembrança com a retomada de um trecho daquela mesma homenagem , pois penso que se mantém dela a vivacidade .
“Paulo Freire ( 1921-1997 ) foi uma pessoa encantadora nas múltiplas acepções que esse adjetivo carrega. Encantava as pessoas ( no sentido de enfeitiçá-las ) com sua figura miúda (grande por dentro), seu sotaque pernambucano ( jamais abandonado ) e sua barba bem cuidada ( herança profética ).
Seu maior poder de encantar tinha , no entanto , outra fonte: uma inesgotável incapacidade de desistir. De algumas pessoas se diz que são incapazes de fazer o mal, são incapazes de matar uma mosca , são incapazes de ofender alguém ; Paulo Freire sofria ( felizmente para nós ) dessa outra incapacidade: não perdia a esperança.
Cabe perguntar : esperança em quê ? Na reinvenção do ser humano , na necessidade de inconformar-se com as coisas no modo como estão. Dizia ele que “ uma das condições fundamentais é tornar possível o que parece não ser possível“. A gente tem de lutar para tornar possível o que ainda não é possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o mundo“.
Tarefa histórica era uma expressão muito usada por Paulo Freire ; ora , de quem recebera ele essa tarefa? De si mesmo, na sua relação com o mundo real ; sua consciência ética apontava sempre como imperativa a obra perene da construção da felicidade coletiva.
Ele encarnou, como poucos, um dos ideais da Grécia clássica que dizia eudaimonia o objetivo maior da política ( da vida polis ) ; literalmente eu/bem+daimonia /espírito interior , significaria paz de espírito , mas sua tradução oferece um ótimo trocadilho em português: felicidade e , também , feliz /cidade. Foi exatamente esse ideal ( a política como busca da felicidade de todos e todas ) que conduziu Paulo Freire para a educação e , nela , para a prática libertadora .
Muitas vezes , ao se avaliar a importância da obra de Paulo Freire e o impacto que causou na realidade brasileira e internacional , foi comum tachá-lo de um “ incompreendido “ . Grande engano! Ele foi muito bem compreendido e, por isso mesmo, é amado e admirado por muitos e rejeitado por outros tantos.
Paulo Freire não era ( e nem poderia ser ) uma unanimidade; fez uma opção pelo enfrentamento político e existencial e , dessa forma , só um resultado anódino de suas idéias e práticas conseguiria situá-lo no altar ascético ( e inerme ) daqueles que são aceitos por qualquer um. Afinal, mede-se, também, o alcance do que se faz pela qualidade dos adversários que se encontra e das oposições que se manifestam “ .
O ideal freireano , felizmente , continua robustecido e vivo para as educadoras e educadores que sustentam a força da esperança e recusam –se a admitir a falência da felicidade; esse sim é um ideal perene e amoroso .
Fonte - Revista Educação – setembro de 2001 pág 76
MARIO SERGIO CORTELLA - professor de pós –graduação em Educação (Currículo) da PUC -SP
Leitura do Mundo - PEDAGOGIA
EMPATIA E A QUESTÃO DO ERRO
Chamamos de leitura do mundo o conjunto de percepções que temos do mundo que nos cerca e que nos leva a formar um conceito deste a interpretar as coisas, pessoas , fatos e relações , presentes nele a partir desse conceito. Grosso modo, o mundo pode ser visto de diferentes modos : como um lugar ameaçador , cheio de surpresas , desafiador , agradável ou desagradável , etc., o que depende da leitura que cada ser humano faz dele. Essa peculiaridade perceptiva , ou seja , a maneira específica , particular como cada um de nós percebe a realidade, depende das crenças e dos valores que adquirimos e dos valores adquiridos e desenvolvemos ao longo da vida. Imagine uma pessoa acredita no sobrenatural, na existência de fantasmas , por exemplo. Se essa pessoa estiver sozinha em casa e , de seu quarto, ouvir o barulho de um copo quebrando ao cair no chão da cozinha, ela , provavelmente, será tomada por uma onda de arrepios, começará a rezar e terá muito medo de ir à cozinha para verificar o que de fato ocorreu. No entanto, se o mesmo evento ocorrer na casa de uma pessoa que não acredita no sobrenatural, esta, com certeza, terá pensamentos e reações coerentes com sua percepção e reagirá de acordo com suas crenças e valores – seguramente, irá à cozinha conferir se não deixou uma janela aberta e se a queda do copo não foi causada por um vento súbito ou por um gato de rua que, faminto, entrou no recinto.
É preciso que consideremos nossa forma peculiar de perceber a realidade para “alinhar percepções “ , o que significa reduzir ao mínimo as discrepâncias perceptivas com relação à interpretação que temos das pessoas , coisas , fatos e relações. Quantas vezes enfrentamos conflitos em virtude das diferentes maneiras como “ vemos “ uma mesma situação? O que nos faz ver de forma diferente é o nosso “ filtro perceptual “. Dele fazem parte nossos valores e nossas crenças, adquiridos através de nossas experiências , que são fruto da forma por meio da qual interagimos com pessoas, coisas, fatos e relações ao longo de nossa vida . O filtro perceptual é nossa marca registrada , é nossa forma individual de enxergar a realidade , qual expressa nossos paradigmas.
O grande paradoxo que se estabelece é que para crescermos, precisamos confrontar nossas percepções para que nossa forma de ver a realidade se amplie e passemos a ampliar nossa visão de mundo. Esse processo é paradoxal, porque durante a adolescência, lutamos para construir uma opinião própria, uma forma específica de encarar o mundo e, ao nos tornarmos adultos, precisamos aprender a abrir mão dessa visão peculiar se quisermos crescer e amadurecer. É como construir uma casa sólida na qual pensamos que iremos morar para sempre e de repente descobrimos que precisamos colocá-la abaixo. Talvez a melhor estratégia da qual possamos lançar mão para conseguir “ além dos nossos olhos “ seja o desenvolvimento de nossa habilidade empática . Empatia é a habilidade de conseguir perceber, da forma mais fidedigna possível, como o outro .
Costumo dizer que empatia é “ ver com os olhos do outro “ , sem perder nosso próprio olhar . Paulo Freire é perfeito em sua definição de empatia no contexto da sala de aula quando afirma que o professor deve “ pegar os olhos do aluno emprestados “ para que ele possa perceber de fato com que realidade está interagindo. Na medida em que “ pegamos os olhos do outro emprestados “ , conseguimos compreender melhor suas opiniões e podemos avaliar melhor a pessoa, a coisa , o fato ou a relação . É dessa forma que ampliamos o sentido que damos à realidade e é essa a essência do crescimento humano : ampliar e aprofundar , cada vez mais , o sentido que temos do mundo . A síntese disso tudo é que crescemos através de novas aprendizagens, que ocorrem a cada vez que acrescentamos novas informações ao sentido que construímos a respeito da realidade.
Quanto mais acrescentamos novos significados à nossa forma de ver o mundo, mais “ inclusiva “ se torna a nossa percepção e mais empáticos nos tornamos. O ato de aprender depende diretamente desse processo de “ inclusão perceptiva “ e o papel do professor é facilitar esse processo.
“ Conhecer é tarefa de sujeitos , não de objetos .
E é como sujeito e somente enquanto sujeito
Que o homem pode realmente conhecer . “
Fonte - Revista CONHECIMENTO PRÁTICO
págs 18 e 19 por Júlio Furtado
escritor e palestrante, Autor do livro “ Aprendizagem significativa , modalidades de aprendizagem e o papel do professor “ ( EDIÇÃO MEDIAÇÃO,2008)
Paulo Freire
Oriente tinha domínio da Geometria já no século 13
ARQUITETURA
Estudo mostra que os artesãos islâmicos usavam um avançado
Padrão matemático nas figuras que adornam seus edifícios medievais
Os mosaicos incrivelmente complexos que adornam prédios medievais islâmicos são exemplos do domínio da geometria avançada por seus construtores, uma habilidade que só seria vista no Ocidente centenas de anos mais tarde.
Este é o resultado de um estudo publicado hoje na revista americana Science ( www.science mag.org ).
Os historiadores acreditavam que o trabalho , chamado girih em árabe, era feito com réguas e compassos, de modo a permitir a disposição dos ladrilhos em desenhos de estrelas e polígonos. Esses padrões cobrem mesquitas , tumbas e outros prédios , da Turquia à Índia.
Até que um jovem físico, doutorando na Universidade Harvard, viajou ao Usbequistão durante suas férias em 2005 e se encantou com os padrões. Para os matemáticos modernos, trata-se de “ desenhos quasicristalinos “. Só que o comportamento do quasicristal - cujos átomos são espaçados de maneira regular - foi demonstrado no Ocidente apenas na década de 1970.
Quasicristais se formam ao reunir desenhos diferentes, como figuras com cinco e dez lados , em estilos que não se repetem. “ Isso nos mostra que uma cultura que freqüentemente não recebe crédito era muito mais avançada do que nós imaginávamos “ , diz Peter.J.Lu .
CINCO PEÇAS
Lu e o físico Paul Steinhardt, da Universidade Princeton, desvendaram uma série de formatos de ladrilhos presentes em prédios islâmicos construídos entre os séculos 13 e 15: um decágono , um pentágono , um losango , um hexágono tradicional e outro, em formato de gravata – borboleta.
O pesquisador foi então atrás dos manuscritos da época, com instruções técnicas usadas principalmente no treinamento de artesãos, onde viu desenhos dos cinco tipos de ladrilho. Ao comparar milhares de fotos de prédios islâmicos, ele percebeu uma evolução do uso desses ladrilhos - que culminaram com um quasicristal quase perfeito, em 1453.
Lu não sabe ao certo se esse é um indício da grande influência dos matemáticos na arte islâmica medieval, ou se foi um jeito usado pelos artesãos para facilitar o trabalho. “ Mas seria inacreditável se tudo não passar de uma simples coincidência“ , diz. Os padrões quasicristalinos não poderiam ser feitos por linha, afirma.
Segundo o especialista em arte islâmica Oleg Grabar , não é a primeira vez que uma ligação geométrica é proposta, porém é a primeira que ela pode ser replicada. Se correta, diz, pode mostrar como “ o espetacular desenvolvimento da geometria nas terás islâmicas foi alcançado por artesãos provavelmente inspirados por matemáticos “ .
Fonte - Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO pág A 12 VIDA &
23/02/2007 ARQUITETURA WASHINGTON
DOIS MAIS DOIS
Sem perceber, todos Matematizam. Até as plantas.
É crença comum que o Universo natural é regido por leis matemáticas e , na esteira da aceitação dessa crença , dois professores de Matemática, Philip J . Davis e James A . Anderson , apresentaram um artigo na SIAM Review , onde concluem que o Universo e tudo que ele contém estão matematizando permanentemente . O anjo ou demônio matemático residiria em tudo e , por extensão no seres humanos , os quais , mesmo sem esforço consciente, estão matematizando quando seus corpos reagem a condições transitórias e procuram um equilíbrio regulador.
Uma semente , dizem os autores, está matematizando quando produz pétalas com simetria sêxtupla. Eles chamam essa matematização, que é inerente ao Universo, de inconsciente. Ela prossegue independentemente da nossa vontade, não pode ser evitada ou desligada. Não exige cérebro ou computador especial , força ou esforço intelectual . Em certo sentido , a flor ou o planeta são seus próprios computadores .
Do outro lado distingue-se a Matemática consciente e esta parece estar ligada aos humanos e , possivelmente , a alguns animais superiores. Essa é a que chamamos, em geral, Matemática, e pode ser adquirida em grande parte por treinamento especial. Está ligada a uma manifestação do consciente e, não raramente, une-se a uma linguagem simbólica e abstrata. Porém, parece muito difícil estabelecer uma linha divisória entre a matematização inconsciente e a consciente, visto que esta última surge muitas vezes de uma privilegiada leitura que algumas pessoas fazem da natureza e das reações.
Se é assim, a Matemática aqui chamada consciente deveria ser fonte de prazer da descoberta associada à sensação esteticamente agradável e de desenvolvimento. Então qual a razão da baixa eficiência dos programas de ensino-aprendizagem da Matemática ? Ou porque que mesmo os usuários ( engenheiros , físicos , economistas , geólogos ... ) mais treinados da Matemática consciente parecem não tê-la incorporado, isto é , usam –na eficientemente , mas apenas no campo para o qual foram treinados ?
Parece claro que a Matemática evoluiu na direção dos problemas que assimilou e resolveu; assim , ela será útil ao homem comum quando resolver os problemas de seu quotidiano. Isso me faz lembrar minha experiência como professor de Matemática, um quarto do século atrás, em uma pequena cidade de São Paulo. Quis ser original, fazendo com que uma das classes cumprisse um longo programa de Geometria quase inteiramente fora da sala de aula.
Sem o auxílio de teodolitos , ou qualquer aparelho sofisticado , implantamos o projeto de uma praça que a Prefeitura havia solicitado ao departamento responsável do governo do Estado. Mas antes de entregarmos o trabalho , numa das sessões de leitura e debate , descobrimos um curioso artigo relatando que os urbanistas holandeses , antes de projetar as obras que ocupariam os terrenos roubados ao mar , deixavam-nos abertos , ao uso dos habitantes do lugar . Inconscientemente , eles marcavam no terreno os seus caminhos naturais, que os projetos acabam respeitando.
Fomos ao prefeito , mostramos o trabalho pronto , mas dissemos que não acreditávamos em sua funcionalidade , pois o projeto fora concebido longe dali. O prefeito aderiu às nossas ponderações : o terreno da praça foi aberto ao público , e durante meses as pessoas marcaram , sobre ele , seus caminhos naturais. Então os belos canteiros concebidos pelo arquiteto puderam ser colocados na praça, mas numa disposição completamente diferente, pois os caminhos entre eles não haviam nascido numa prancheta, a centenas de quilômetros dali.
Essa operação criou , para aqueles estudantes, a necessidade de estudar problemas geométricos que transcendiam em muito os programas escolares - e eles o fizeram com gosto e eficiência . Creio mesmo que nunca uma classe daquele colégio havia estudado tanto Geometria. E foi o desejo, um tanto atrevido, de substituir os programas clássicos pelo indisciplinado método de levantar e tentar resolver problemas de curiosidades matemáticas , o alicerce dessa experiência. Hoje, mais velho e experiente, mas ainda atrevido, não tenho nenhuma dúvida .
Revista - SUPER pág 51
Por Luiz Barco - é professor da Escola de Comunicação e Artes
Universidade de São Paulo
Summerhill: uma idéia simples
As idéias mais revolucionárias costumam ser justamente as mais simples. A ideia que gerou Summerhill é deste tipo . Seu fundador , A.S. Neill , partiu de uma constatação bastante óbvia para qualquer um que convive com crianças: elas são seres basicamente curiosos, ávidos por compreender o mundo à sua volta e , portanto , se lhe dermos os recursos e as orientações solicitados, irão se desenvolver, tendo muito prazer com todo processo de aprendizado.
Essa idéia simples foi revolucionária em 1921, quando a escola foi criada, porque ainda imperava a visão da criança como uma tabula rasa, na qual a sociedade, via pais e depois professores, iria escrever o seu ideal de adulto. O processo educativo visava a inculcar naquele pequeno ser os valores e o arsenal de conhecimentos acumulados pela sociedade.
Nos anos 50 e 60, a pedagogia, muito influenciada pelas descobertas da psicologia começou a perceber a criança não como um ser a que tudo falta, mas com características próprias que deveriam ser acionadas no processo educativo. Foi então que Summerhill passou a ser conhecida. Os livros de Neill foram reeditados, tornaram-se best-seller, leitura obrigatória entre educadores e sua escola transformou-se em modelo para experiências similares no mundo todo.
Nos libertários anos 60 e 70, multiplicaram-se as escolas democráticas e também as chamadas alternativas - aquelas que buscavam incorporar alguns preceitos democráticos sem romper com a estrutura básica das escolas, em que a diretoria centraliza as decisões finais, os professores avaliam os alunos e os estudantes são obrigados a seguir um currículo previamente definido.
Mesmo assim, os estudantes adquiriram mais voz. Em muitas escolas, criaram-se fóruns de discussão entre corpos docente e discente, organizaram-se centros acadêmicos e os jovens passaram a ter suas demandas consideradas.
Ainda mais importante que isso, mudou a relação entre professor / aluno : não mais a rigidez do respeito obrigatório, mas um clima amistoso entre adultos e jovens, em que todos podem se tratar por “ você “, conversar sobre assuntos não-acadêmicos, se conhecer melhor. Mudou também a dinâmica da sala de aula, na qual passou-se a levar em consideração o interesse dos jovens para a apreensão do conteúdo ministrado.
Decorrem daí as muitas técnicas que passaram a ser desenvolvidas para “despertar o interesse“ pelo aprendizado : jogos , projetos , uso de recursos visais etc. Hoje , esse tipo de ambiente escolar está tão disseminado que já nem preciso mais ser chamado de “alternativo “ .
Mas, se as idéias fundamentais de Neill influenciaram de modo definitivo o discurso dominante em educação, a estrutura básica da escola criada por ele continua chocando e dividindo opiniões. Se a ideia simples – de que as crianças são seres ávidos por compreender o mundo a sua volta - é difícil de ser contestada, o mesmo não se pode dizer da estrutura escolar construída com base nesta ideia.
Em Summerhil, os estudantes assistem apenas os cursos que lhes interessam e passam o resto do tempo dedicando-se a outras atividades que lhes dão prazer ou que são necessárias para a gestão escolar; assembleias em que se decidem as regras de convivência, tribunais onde se discutem os conflitos entre os membros da comunidade, comissões que gerem a instituição.
Essas outras atividades são consideradas tão ou mais importantes que as acadêmicas. A decorrência disso é que per importância o núcleo central de tudo e que se tem dedicado a pedagogia nas últimas décadas: problemas disciplinares, organizações curriculares, avaliações etc .
Foi desse modo que Summerhill foi ficando cada vez mais afastada do debate em educação e hoje é conhecida por muitos como “ uma experiência fracassada dos anos 60 “ , apesar de continuar inspirando a criação de muitas escolas no mundo todo.
O curioso é que apesar de Summerhill continuar sendo uma escola de vanguarda, ela se mantém tradicional em alguns aspectos importantes. Em primeiro lugar, o ensino: se os estudantes querem seguir algum curso, o que encontram são as velhas disciplinas organizadas na ordem seriada , que contrasta com o potencial dos mais modernos recursos tecnológicos para transformar as escolas em comunidade de aprendizado bem mais dinâmicas e inovadoras.
O outro aspecto tradicional de Summerhill está mesmo em sua estrutura. Quando Neill fundou sua escola , ela era tão radicalmente diversa de tudo o que se pensava e oferecia para a infância , que foi projetada como um ambiente que protegesse a criança das influências nefastas do meio, instalada numa região interiorana da Inglaterra e estruturada como um internato. E assim Summerhill permanece até os dias de hoje, apesar de esse isolamento já não ser mais necessário, uma vez que as relações entre pais e filhos também se tornaram mais democráticas.
Fonte - Revista da Folha 25 de novembro , de 2001
Helena Singer :33 , é diretora de educação da Fundação SEMCO , doutora em Sociologia pela USP e autora de “República de Crianças Sobre Experiências Escolares de Resistência “ ( Hucitec / FAPESP , 1997 ) , entre outros
A HISTÓRIA DO HISTORIADOR
Mestres com algo em comum
MUITOS DOS NOSSOS MAIS DESTACADOS LINGUISTAS são de descendência árabe. Numa breve seleção ,o mais importante desse grupo é o professor Manuel Said Ali Ida ( 1861 – 1953 ) . Seu pai era árabe ou turco, dono do Hotel dos Estrangeiros em Petrópolis, e sua mãe , uma imigrante alemã que chegou ainda criança à bela cidade serrana. O jovem petropolitano ingressou no magistério ensinando alemão e chegou a catedrático desse idioma no Colégio Militar do Rio de Janeiro e no Imperial do Colégio Pedro II.
Devemos a Said Ali grande número de novas aberturas no estudo e no ensino da língua portuguesa - graças a uma leitura atenta desde os primeiros documentos medievais até a Literatura do seu tempo, tomando com limite Machado de Assis e Eça de Queiroz. Tratou da importância da Estilística antes mesmo que a disciplina fosse inaugurada na Alemanha, na Suíça e na França, e se serviu da dicotomia “ sincronia x diacronia “, criada por Ferdinand de Saussure, antes que as teorias do genial genebrino ganhassem o mundo.
Embora nunca tenha sido professor de língua portuguesa, granjeou Said Ali numerosos discípulos do magistério do livro. Um deles foi Isaac Nicolau Salum, falecido em 1993. Catedrático de Filologia Românica da USP e responsável pela formação de uma geração de linguistas e filólogos paulistas. Salum trabalhou na elaboração de esquemas de composição e decomposição de textos literários que podem trazer subsídios preciosos à investigação da recente disciplina Gramática Textual. Preparado para aprofundar os esquemas de Salum está o seu discípulo Valter Kehdi, nascido em 1943, também descendente de árabes, hoje uma das melhores culturas linguísticas da USP.
Natural do Paraná, Rosário Farani Mansur Guérios ( falecido em 1984 ) dedicou-se ao magistério , para qual escreveu Pontos de Gramática Histórica Portuguesa ( 1937 ) e Gramática Histórica ( 1942 ) , além de estudos sobre tabus lingüísticos e etimologia de nomes próprios . Também deu especial contribuição aos estudos das línguas indígenas brasileiras , interesse que já despertara no discípulo Aryon Dall'Igna Rodrigues, hoje um dos maiores especialistas no assunto.
Não poderiam faltar importantes contribuições sobre a influência lexical do árabe e de línguas afins no português – como o livro Influências Orientais na Língua Portuguesa ( 1943 ), de Miguel Nimer falecido em 1972 ) , cuja segunda edição revista veio à luz pela Edusp em 2005.
Na atividade de magistério, merecem participar referência Antônio José Chediak, falecido em 2007 , e Adriano da Gama Kury , que escreveram manuais didáticos de grande apreço e divulgação. Chediak também se dedicou à ecdótica, e Kury , nascido em 1924 , continua em profícua atividade na Fundação Casa de Rui Barbosa e como colaborador dos lexicófragos da Academia Brasileira de Letras (ABL ).
Para coroar o grupo, Antônio Houaiss ( 1915 – 1999 ) teve trajetória exemplar. Carioca, filho de imigrantes libaneses, começou a lecionar o português ainda jovem e dedicou-se por toda a vida aos estudos da língua. Linguista, filólogo tradutor, diplomata e membro da ABL , foi um dos redatores do Acordo Ortográfico de 1990 ( que entrou em vigor este ano ) . Especializou-se em fonética e fonologia brasileiras, ecdótica e política do idioma, além de realizar estudos críticos de autores literários brasileiros. Legou-nos o monumental Dicionário Houaiss.
Fonte - Revista de História - BIBLIOTECA NACIONAL
Julho de 2009 pág 98
EVANILDO BECHARA , TAMBÉM DESCENDENTE DE ÁRABES , É MEMBRO DA ACADEMIA
BRASILEIRA DE LETRAS E COORDENA A IMPLATAÇÃO DO ACORDO ORTOGRÁFICO .
Paulo Freire
O embaixador da EDUCAÇÃO
Legado de Paulo freire transcende as Fronteiras nacionais
O seminário Internacional Paulo Freire, realizado em março último no Centro de Convenções da Unicamp, no interior paulista, representa bem o quanto o educador pernambucano é referência no país e no exterior.
Que o digam educadores de outros países presentes ao evento, que privaram da “amizade pedagógica“ dele em vida e dão continuidade à sua obra. Arantxa Ugartetxea, da Espanha, lembrou que ela e o marido , nos anos 1970 – 1980, sentiram que “ foi emocionante ver como a presença física era a realidade da palavra escrita “ do mestre.
A Universidade Estadual de Campinas teve em Paulo Freire um de seus expoentes durante 10 anos , e o Seminário – em sua sétima edição – é uma das maneiras de tornar sempre presente a importância pedagógica do pensador, nascido em 1921, em Recife. Outras , lembra a Assessoria de Imprensa da Unicamp, é a criação da primeira biblioteca popular de Campinas , que leva o nome do educador , além de experiências e pesquisas acadêmicas realizadas a partir do pensamento freireano.
Projetos e palestras são realizados em países como Colômbia , Brasil e Chile. Neste , se organiza um encontro em parceria com a diretora do Sistema Educacional de Santiago do Chile , Lorena Contreras, também presente no Seminário da Unicamp.
Francisco Genézio Mesquita, organizador do Seminário, fez questão de trazer ao evento da Unicamp pessoas que não só trilharam o caminho de Paulo Freire, mas também contribuem para escrever a história da instituição. Uma parceria que ajuda a preservar e difundir o legado do educador brasileiro.
Um dos convidados para a abertura do Seminário foi o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Paulo Freire , Moacir Gadotti. O IPF é também referência quando se trata de prestar serviços do mais alto nível em ações educacionais, para o que conta com um quadro de consultores comprometidos com a pedagogia freireana.
Pessoas integradas e solidárias
Para a Unicamp, a discussão sobre o pensamento de Paulo Freire é uma forma de resgatar a ideia de um mundo capaz de integrar pessoas, ressalta a Assessoria da Universidade.
Genézio destacou a importância do público , em sua maioria formado por educadores , na percepção das idéias do mestre: “Temos de preservar o pensamento original dele fazendo disso uma reflexão para as práticas atuais. Vocês multiplicaram a notícia, vocês recomendaram uns aos outros. Paulo Freire acreditava no trabalho voluntário , e o público tem feito isso desde o primeiro seminário , um convidando o outro “ disse a um auditório com lotação máxima.
Quem também privou da convivência com Paulo Freire é o colombiano Miguel Escobar, educador radicado no México. Presente ao Seminário , acentuou que falar do mestre não é só recordações, por mais alegres que tenham sido as horas passadas ao lado do amigo . Professor universitário, Escobar aplica a pedagogia freireana em salas de aula. “ Meus alunos participam da formação de conhecimento “ sintetiza.
Desde o primeiro encontro que teve com Paulo Freire, em Genebra ( Suíça ), na década de 1970, até hoje. Escobar traz os pensamentos do educador nos livros que escreve . Está perto de ser lançado, em São Paulo , “Paulo Freire na Educação Superior “ . De 1983 a 1985, Escobar dedicou-se a trabalhos sobre pedagogia de Freire na Universidade Nacional Autônoma do México ( Unam ) . “Éramos muito amigos , ele prefaciou dois livros de minha autoria", disse. Mas o que mais conta , em sua visão, é que o evento da Unicamp é um momento importante para o resgate da teoria da solidariedade.
Educador incansável
A trajetória de Paulo Freire e de seu método pedagógico, com base no diálogo - que a partir de 1963 começa a ser conhecido no país - é expressiva desde o início ( Quadro 1) , bem como o número de suas obras publicadas em períodos diferentes da história do País (Quadro 2 ) . “ Pedagogia do Oprimido “ é a obra fundamental para entender o pensamento e a prática do educador, o que faz ser um dos títulos com mais número de edições e reimpressões , informa a Assessoria de Imprensa da Editora Paz e Terra.
O bacharel em Direito, formado em 1946, desistiu logo da profissão. Foi diretor de Educação e Cultura do SESI , a partir de 1947 , participou da criação do Movimento De Cultura Popular (MCP) de Recife em 1960, e dois anos depois assumiu a direção do Serviço de Extensão da Universidade de Pernambuco.
A alfabetização é entendida por Paulo Freire não apenas como domínio das técnicas de leitura e escrita, mas como aquisição da capacidade de leitura do mundo, de desenvolvimento da consciência crítica. E a educação não pode ser verbalista , autoritária e vista de cima para baixo , que o pensador chamava de “ bancária “. Para ele , deve passar pelo reconhecimento da identidade cultural do aluo para, na reta final, ser potencial de transformação do mundo.
Chegou assim a coordenar o Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação , em 1964 , mas veio o golpe militar. Foi preso e, depois de um período de auto-exílio, retornou ao Brasil em 1979. Em 1970, foi um dos criadores do Instituto de Ação Cultural (Idac ) , na Suíça .
Além de professor na PUC , Unicamp e USP , Paulo Freire foi secretário municipal de Educação de São Paulo, entre 1988 e 1992. Recebeu o título de doutor honoris causa em cerca de 30 universidades brasileira, americanas e europeias.
Quadro 1 - De Angicos para o mundo
- 300 trabalhadores rurais alfabetizados em 45 dias, em Angicos (RN );
- Perto de 40 livros publicados;
- Plano Nacional de Alfabetização previa alfabetizar 16 milhões de adultos em 4 anos;
- Presença em projetos e palestras em países como Chile, Colômbia, Suíça, Itália; Estados Unidos e ex-colônias portuguesas.
Fontes: “ Larousse Cultural “ e Fae/Unicamp
Quadro 2 - 50 anos de Literatura
Entre os livros de Paulo Freire, destacam –se :
- “Educação e Realidade Brasileira“;
- “Educação como Prática da Liberdade“;
- “Pedagogia do Oprimido“ ;
- “Pedagogia da Esperança“ ;
- “Pedagogia: Diálogo e Conflito“ ;
- “Pedagogia da Indignação".
Fontes: “ Larousse Cultural “ e Fae/Unicamp
Fonte - Revista Neo Mundo págs 28 e 30 Abril de 2009 -
Especial - Eu sou brasileiro Gabriel Arcanjo Nogueira
POR UMA NOVA EDUCAÇÃO
Há cerca de 5 anos, em mais uma das muitas curvas da vida, lancei-me na empreitada de uma nova graduação em uma universidade brasileira. Fui lá, me debrucei sobre livros e apostilas e passei na malha cada vez mais fina de um vestibular em uma federal. Agora, já “fechei“ as disciplinas e estou nos suspiros derradeiros para concluir meu trabalho final.
Olho para trás e tento lembrar o que sobrou dessa nova experiência. Para começar, devo confessar que não fui dos alunos mais aplicados. Fazia as leituras e trabalhos obrigatórios, estudava para as provas na véspera e fui pouco além do que era esperado. Mesmo assim, minha média final (meu índice de aproveitamento) deve ficar próximo dos 9. Gênio? Longe disso! Acho que, talvez, o grau de exigência tenha sido baixo mesmo.
Apesar dos pesares, a experiência, para mim, foi tremenda. Não só por acumular conhecimentos. Na prática, lembro muito pouco do que foi cobrado nas provas ou do conteúdo dado em sala de aula. Mas acredito que olhar e pensar de forma mais ampla para a natureza, entender como se multiplicam as complexidades da vida e usar, cada vez mais, raciocínios multifatoriais para explicar os fenômenos que ocorrem em nosso planeta foram os grandes ganhos dessa etapa. Além, claro, da convivência próxima com uma nova geração de jovens, em rápido processo de transformação.
Em contrapartida, acho que perdemos um tempo imenso com detalhes desnecessários, decorebas inúteis e aulas convencionais e pouco estimulantes. Para um grande professor, outros quatro apenas razoáveis me fazem pensar como é difícil ensinar bem nos dias de hoje! Definitivamente, para essa geração conectada de alunos, a construção do conhecimento não se faz na sala. De quarenta alunos de corpo presente nas aulas, 10% interagem com o professor, 20% dormem e outros 70% passam o tempo entretidos com seus celulares, tablets e computadores. Comecei com a minoria e, ao longo dos anos, infelizmente , me juntei à maioria. Não é incomum que o professor fale para as paredes, com baixíssimo nível de interlocução.
Penso que existem disciplinas demais, programas longos e extenuantes para cumprir e aulas supérfluas. Creio que, se o aluno pudesse passar muito menos tempo em sala de aula, teria bem mais oportunidades de estudar, descobrir novos caminhos, vencer apatias e dificuldades e construir sua real vocação e o corpo de conhecimentos necessários.
Disciplinas poderiam se relacionar mais (talvez em módulos de informação mais integrados), propor desafios e estimular buscas e respostas. O velho e bom professor poderia ser muito mais um tutor, atento a um pequeno grupo de alunos da cada vez, atendidos em algumas ocasiões ao longo do semestre, mas acompanhados de perto e de longe na elaboração de um projeto educacional mais ambicioso.
As aulas teóricas seriam reduzidas, as dinâmicas e práticas aumentadas, e os alunos interagiriam mais entre si, de forma muito mais prática (“hands on“). Criatividade e ousadia em vez de burocracia repetitiva de planos de ensino castigados e mastigados há décadas.
Mais de 25 anos separam minha graduação da segunda. O modelo de aula seguiu quase inalterado nesse quarto de século, embora o mundo, (e, sobretudo, os jovens) tenha virado de cabeça para baixo por conta da internet e da fluidez das informações e do conhecimento. Insistir em um modelo velho para um mundo novo não faz sentido. Não é à toa que nossos resultados estão aquém do esperado e que os alunos considerem seus cursos monótonos e enfadonhos. A taxa de evasão dos ursos (mesmo nas federais e estaduais) segue alta. Pouco menos da metade da nossa turma de 40 receberá o diploma neste ano.
Há quem diga que não adianta cobrar pro atividade, participação e inovação de um jovem semi paralisado, acostumado a receber o conhecimento de forma absolutamente passiva. Será? Para mim, cada vez mais faz sentido a percepção de que a necessidade é a mãe da busca e que a urgência é o motor das mudanças. Uma nova educação para um mundo que está se reinventando! Sem isso, vamos ficar mais e mais para trás!
Fonte - Revista da Cultura Ed . 91 Fevereiro de 2015 - Livraria Cultura
JAIRO BOUER CURSOU MEDICINA NA USP DE 1984 A 1989 E, SE TUDO DER CERTO
DEVE CONCLUIR BIOLOGIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA EM 2014
Brasil lidera lista de escolas violentas
O comportamento
desrespeitoso de alunos em sala de aula coloca o Brasil na liderança em um
ranking, formado por 34 países, de violência nas escolas. Ao todo, 12,5% dos professores e diretores brasileiros ouvidos disseram ser
vítimas de intimidações ou agressões verbais pelo menos uma vez por semana.
No mundo, as
ocorrências são inferiores: 3,5% dos
profissionais, em média, relataram
casos semelhantes. Países como a
Estônia e Austrália tiveram situação parecida com a brasileira. Já os professores da Romênia, Coréia do Sul e Malásia não acusaram
xingamentos ou ameaças.
O levantamento foi feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) com 100 mil profissionais dos ensinos fundamental e médio, cuja
faixa etária é 11 anos a 16 anos.
“Os pais terceirizam a educação dos filhos para escolas e
professores“, afirmou Luis Megiorin
coordenador da Confederação Nacional das Associações de Pais e
Alunos.
Os professores também reclamam de falta de reconhecimento. Só 12,6% avaliam serem reconhecidos pela
sociedade, mas 31% se sentem prestigiados. O último quesito é a Eslováquia, com 3,9%, seguida por França e Suécia, onde só 4,9% dos docentes acham que são
apreciados pela sociedade.
No Brasil, o salário
médio é três vezes inferior ao pago no conjunto dos países: 1,9 mil por mês,
contra 5,7 mil em média.
Segundo a OCDE, o
resultado mostra que os professores gostam do seu trabalho, mas “não se
sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se vêem
desconsiderados pela sociedade em geral".
Fonte - Jornal METRO -
FOCO - pág
4 - 29/08/2014
Esperança da mudança na educação
No país todos se surpreenderam com o movimento estudantil de São Paulo, na tomada das escolas, em resposta a falta de diálogo do governo para a reorganização escolar. Há muito tempo, são anos e anos, que os professores se mobilizam com reivindicações, não só para o aumento salarial, mas também por uma boa qualidade de ensino e uma escola bonita e equipada. Não entendemos o motivo da grande diferença salarial entre município e estado. Esse manifestação democrática, além dos estudantes e os familiares também participaram. A valorização da educação e dos profissionais é de suma importância, assim como o apoio da sociedade. Não dá mais, esse modelo que aí está, em que os profissionais são os últimos a saber das mudanças que na maioria das vezes, não atende os alunos e nem os professores, tampouco apontam para uma boa qualidade de ensino.
Como um país poderá crescer, com os avanços tecnológicos possibilitando às crianças e jovens, acesso à todas informações locais e do mundo, frequentando escolas, muitas vezes danificadas, inadequadas, sem material pedagógico adequado, e de poucas horas de estudo. Fica inviável acompanhar os países que valorizam a educação e professores. A evasão escolar não se dá por acaso, principalmente no Ensino Médio, com alunos desmotivados, por assistirem aulas com uso de giz e lousa e com a falta de professores. Sim porque dificilmente professores formados em Física e Química e agora Matemática, querem lecionar. Os alunos que concluem o Ensino Médio, muitos não dominam o Português e Matemática. Portanto esses alunos na conquista de uma vaga para emprego, encontram dificuldades e ao mesmo tempo, sentem-se incapazes e inferiorizados.
A hora é essa, mudança mas com a participação de professores, pais e alunos. Não dá mais para concordar com determinações sem diálogo e que não atendem às necessidades no âmbito educacional. E que não seja resolvido de forma traumática, sem levar em conta a situação que vivemos e que o deslocamento, vai prejudicar alunos deficientes, os que tem irmãos no mesmo horário, que trabalham, que fazem cursos em outro período ou ajudam os pais.
Foi possível perceber, que temos agora alunos atentos, mais críticos, unidos numa só causa, independente de classe social, mas de escola pública preocupados com o futuro, visando uma carreira profissional, melhor que dos pais. E isso nos leva a crer que teremos daqui alguns anos, um país com pessoas que saberão tomar decisões mais sólidas para si e para o país.
Os professores precisam se dar conta de sua importância nesse processo. Esses alunos são filhos dos ex-alunos que eu e os professores da minha fase lecionamos passando não só conteúdo, mas também possibilitamos com ensino participativo e democrático, a conquistarem uma boa colocação e serem bons profissionais e críticos e que também educaram seus filhos valorizando a educação e professores.
Fonte – Ana Regina Gouvêa - Professora das EEPG Alfredo Bresser , Victor Oliva , Fernão Dias e demais da região do Butantã , Pirajussara e Embu - São Paulo de 1980 a 2003
Professora de Matemática , Psicopedagoga e Especialista – Gestão da Comunicação – ECA – USP São Paulo
Ocupar e resistir
Nesse tabuleiro, os estudantes apresentam novas estratégias
e assumem um protagonismo que anima toda uma rede de educadores que já se viam
vencidos nas batalhas contra cada choque de gestão.
A juventude não está desinteressada pelos estudos e pela
escola, como muitos pensavam.
Organizados em comandos de luta,
conferem à agenda escolar o sentido fundamental de reflexão sobre os modos como
a vida e o aprendizado caminham
juntos. Na realidade, as ocupações reabriram canais que sempre
estavam ali: nos prédios, os ocupantes tentaram melhorar tudo quanto
podiam: em rodas de conversa e
assembleias, inúmeras foram as ocasiões para discutir os problemas da vida
escolar e maneiras de superá-los, reabriram-se as portas aos professores, para produzir conhecimentos dialogando com
os estudantes.
O protagonismo estudantil acompanhava os grupos, como os Comitês de Pais e Mães em Luta e os
professores que, a despeito da dificuldade de organização decorrente da
precarização de sua carreira passam a organizar suas demandas não apenas junto
ao sindicato, mas também a outros grupos e comunidades formados durante os
processos de greve.
Tudo isso torna minúscula a palavra “gestão“, propagada
nas reformas educacionais e propicia às gramáticas empresariais. Com o cenário da ocupação, a escola, muitas vezes propensa à formação de
subjetividades docilizadas ( como diria Michel Foucault, mostra-se capaz de escapar aos moldes de
gerência e readquire o caráter de espaço público, com as disputas que o caracterizam. Não é por acaso que a desocupação das
escolas vem respeitando um ritual comum: são abertas com melhorias
estatísticas e salas reorganizadas de fato, com as carteiras postas em círculos, demonstrando a vontade de
diálogo e uma nova possibilidade de conhecimento. O recado está dado. Com tal experiência
organizada , os termos do debate, serão
certamente outros em 2016.
Fonte – Revista CULT ano 19
fevereiro – 2016 pág 51 nº209
Para que a escola continue a ser escola SILVIO
CARNEIRO
SUA PÁTRIA
Nossa terra, nossos símbolos
Cada país tem características próprias que são representadas
Pelos símbolos nacionais, como a bandeira
Os símbolos oficiais do Brasil são: a Bandeira, o Hino, o Selo e as Armas Nacionais. Exprimem a personalidade e os ideais do Estado Brasileiro e, portanto, devem ser respeitados.
O verde e o amarelo são as cores nacionais. Podem ser usados sem qualquer restrição, inclusive associados ao azul e branco. Já em relação aos símbolos oficiais a situação é bem diferente. Existem leis que determinam como devem ser usados e expostos, e apresentá-los ou tratá-los com desrespeito é crime.
O ensino do desenho e do significado da Bandeira Nacional e o canto e interpretação do Hino Nacional são obrigatórios nas escolas. Além disso, sem conhecer o Hino ninguém pode ser admitido no serviço público.
Bandeira nacional
A Bandeira nacional foi projetada em 1889 por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares, e representa o céu da cidade do Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889. Ela possui quatro cores, dispostas da seguinte maneira:
- um retângulo verde e sobre ele um losango amarelo;
- no centro do losango, uma esfera azul cortada por uma faixa branca inclinada da esquerda para direita;
- na faixa, a legenda “Ordem e Progresso “ em letras maiúsculas verdes;
- na esfera azul, 23 estrelas brancas de grandezas diferentes, representando os Estados brasileiros.
A cor verde simboliza a beleza de nossas florestas; a amarela, nossa riqueza mineral; a azul, a imensidão do céu; e a branca representa a paz, um dos objetivos permanentes da nação brasileira.
A Bandeira Nacional deve ser hasteada sempre com solenidade e continuar exposta ao nascer ao pôr-do-sol. Seu uso à noite é permitido se houver iluminação adequada.
Em dias de festa ou de luto nacional, é obrigatório o hasteamento em repartições públicas, escolas e sindicatos. Durante o ano letivo, deve ser hasteada nas escolas públicas e particulares ao menos uma vez por semana.
Onde a bandeira deve ser hasteada diariamente:
- no palácio da Presidência da República e na residência do presidente;
- nos edifícios-sede dos ministérios, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal;
- no Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Federais de Recursos; nos edifícios–sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos Estados, territórios e Distrito Federal;
- nas Prefeituras e Câmaras municipais;
- nas repartições federais, estaduais e municipais situadas na faixa de fronteira;
- nas missões diplomáticas e nas delegações junto a organismos internacionais;
- nas repartições consulares e nas unidades da Marinha Mercante;
No dia da Bandeira, 19 de novembro, o hasteamento e arriamento oficiais se realizam às 12 e 18 horas, respectivamente, com solenidades especiais. Esse também é o dia para incinerar bandeiras em mau estado.
É proibido mudar as cores, proporções ou dizeres da Bandeira Nacional, acrescentar inscrições, usar como roupa, ornamento ou revestimento, em rótulo ou embalagem de produtos. Quando a bandeira de outra nação é hasteada no Brasil, a brasileira deve ficar à sua direita, em destaque. E, se não tiver em uso, deve ser guardada em local digno.
Fonte – Revista Na Poltrona - Itapemirim pág 29
Maio 2001 por CARMO CHAGAS
COM A PALAVRA O PROFESSOR
ENSINAR para APRENDER
Toda vez que entro em uma sala de aula , logo observo o tamanho da lousa. Em minha mente é como se eu precisasse de bastante espaço para compartilhar minhas ideias, mas sem a necessidade de escrevê-las ali.
Talvez sejam coisas interessantes de se observar , apreciar , que , basicamente , auxiliarão tanto o aluno quanto a mim mesmo. Sei que, simultaneamente , nós refletimos a respeito do conteúdo, de um princípio, e, por fim, construiremos , juntos um novo caminho que faça sentido para ambas as partes.
Lecionar não é ( e nem poderia ser ) um sacrifício, no meu ponto de vista. Para mim é um privilégio! Por mais que, em determinados momentos , o processo de destrinchar e ramificar temas e exercícios para se chegar a uma compreensão mais profunda seja complexo, ao que chamamos de “ entendimento “, vejo que se trata de uma dinâmica rica e saborosa, como se adentrássemos a um restaurante para degustar os mais variados pratos , percebendo temperos , admirando as texturas e absorvendo tudo o que está relacionado à forma do fazer: o Amor em servir o outro.
Você conseguiria relacionar uma sala de aula com um restaurante ?
O que é servido ali ? Quais serviços são prestados ? Como é servido o prato principal ?
Alguns me falam: “Ah! Eu não tenho paciência para ensinar os outros“. O engraçado é que sempre quando precisamos de alguma informação nos dias de hoje, desejamos que a velocidade da tecnologia corresponda de imediato às nossas expectativas. Assim, pensamos que as pessoas também devam atender às nossas exigências pessoais, profissionais e emocionais. Porém, com a educação não pode ser assim. Cada indivíduo funciona em um tempo específico, necessitando de um atendimento exclusivo que se equilibre ao seu modo de aprender.
Dessa maneira, damo-nos conta de que o jeito de ensinar não pode ser o mesmo para todos.
"É preciso amar como se não houvesse amanhã", já dizia Renato Russo.
Porque será que ainda vemos alguns profissionais lecionando como se não houvesse mais o que fazer de bom para alcançar resultados melhores ?
Será que lhes faltam motivação, força , entusiasmo ou foi a paixão por lecionar que se perdeu?!
Um professor deve ser flexível, mas também questionador !
Um professor deve ser firme, mas também carismático !
Um professor deve se interessar pelo saber do outro, mas também deve ser convicto dentro daquilo em que acredita!
Um professor deve saber utilizar a razão para fortalecer conceitos, mas também deve sensibilizar seus alunos para que não sejam meros copistas!
Um professor deve cumprir com as exigências sobre o papel que desempenha, mas também deve romper com os limites das apostilas, inclusive dos muros da escola, levando aqueles que estão ao seu redor a encontrarem o grande potencial dentro de si, rumo a um novo nível de convivência, ensino e aprendizagem.
JORNAL DOS PROFESSORES - pág 15 - OUTUBRO DE 2015
Professor Matheus Portela - Cotia (SP )
22 de agosto é o Dia do Folclore
Você sabia que o saci–pererê a
Mula sem cabeça e outros
Personagens fazem parte do
Nosso folclore ?
A maior parte das culturas populares forma-se quando há uma diferenciação entre classes sociais; a classe mais pobre, sem acesso à cultura dos ricos, desenvolve costumes, instituições próprias. Geralmente essa cultura é oral, pois os que a desenvolvem não têm domínio da escrita . Assim a cultura popular sofre constante transformação: a tradição é mantida , mas sempre atualizada.
Durante o século XIX, a cultura popular começou a despertar o interesse dos estudiosos, que iniciaram um trabalho de coleta dessa tradição cultural.
Em 1846, o inglês William Thomas designou essa cultura com o nome de folklore, cujo significado era cultura popular.
Apesar do desenvolvimento dessa matéria há muito pouco tempo, o folclore brasileiro é um dos mais ricos do mundo. Isso porque houve no Brasil uma nítida diferenciação entre as classes, reforçada pela diferença de raças e pela distribuição da população em grandes espaços , o que contribui para o distanciamento entre os vários grupos.
O folclore europeu estava perfeitamente adaptado ao seu continente. Ao chegarem ao Brasil, os portugueses encontraram uma terra em condições totalmente diferentes , com as estações ocorrendo em outras épocas do ano, além de um ritmo diferente do ano agrícola e da natureza diversa da vegetação.
As manifestações culturais do povo tiveram então de ser totalmente reorganizadas, recebendo também influências da cultura africana e indígena.
A dificuldade de comunicação entre os vários povoamentos ocasionou a criação de folclores diferentes para cada região, de acordo com o seu tipo de população.
Desenvolveram-se, assim, manifestações que sobrevivem até hoje , como por exemplo: o samba , o Carnaval , as festas juninas e religiosas , a literatura de cordel , o bumba–meu-boi, além de uma série de estórias, danças e cantigas.
Essas manifestações são parte de uma cultura que representa o povo brasileiro, surgido de acordo com o País e sua natureza.
Com o processo de industrialização, os habitantes locais passaram a ser incorporados no mercado de trabalho. Assim, o folclore não teve mais chance de se desenvolver.
Dessa maneira, sobrevive apenas algumas manifestações isoladas. O folclore acabou dando espaço para a cultura de massas, muito mais estreitamente relacionada com a nova forma de sociedade.
Fonte – DIÁRIO POPULAR - domingo 15/08/1999 página 5 MATÉRIA DA CAPA
CONHEÇA O BRASIL
Vamos falar de Folclore vamos falar de Brasil.
A partir desta data estaremos com vocês leitores, para colocarmos uma série de conceitos práticos sobre o Folclore Brasileiro.
A necessidade de conhecimento sobre nossa terra e nossa gente se faz urgente. A valorização de nossas tradições, a conscientização de que temos tradições belíssimas que precisam ser verificadas e aproveitadas por todos para que possamos fazer amanhã um Brasil grande, com uma cultura popular desenvolvida, e uma valorização do elemento folk por todas as camadas da sociedade.
A palavra FOLCLORE, surgiu dia 22 de Agosto de 1846, numa revista inglesa chamada Atheneum e quem a propôs foi o arqueólogo William John Thoms, para designar os registros dos cantos, das narrativas, dos costumes e uso dos tempos antigos. O termo Folk no inglês arcaico significa POVO e Lore SABER. Na junção das duas palavras temos sabedoria ou ciência do povo. A sabedoria do povo está em tudo o que ele faz, pensa e sente. É a cultura do povo, variável em suas manifestações conforme a herança de conhecimentos transmitida pelas gerações anteriores. É o comportamento, a atitude do homem diante de diante de um fato, de uma pessoa, de um animal. Esse comportamento resulta de um conjunto de crenças e práticas que se ligam às atividades, às técnicas e às normas sociais. O Folclore sendo a sabedoria do povo, a cultura do povo, abrange todos os campos da vida humana, incluindo seus mitos e lendas, suas estórias, pariendas, advinhas e provérbios, seus contos e encantamentos, suas juras e seus pregões, xingamentos e gestos e também suas danças, seus teatros, as artes, seus instrumentos e cantigas, suas festas tradicionais, suas crenças e crendices, suas superstições, sua medicina, seus rezadores e benzedores, suas trovas e desafios, romances e orações, seus brinquedos e jogos, suas técnicas populares, suas rendas, bordados, trançados e cestaria e sua cozinha tradicional.
O folclore está e se desenvolve em todas as camadas da sociedade, influi nas camadas eruditas e ainda se projeta como inspiração, nas letras e nas artes.
Como influência do Folclore em todas as camadas sociais podemos citar, dentre outras o horror ao dia 13, gato preto, à coruja, o bater na madeira quando nomeamos certas pessoas, fazer figa contra mau olhado, entrar com o pé direito na sala de aula em dia de exame etc...
Afora as superstições que são incontáveis, vicejam francamente na sociedade e prática fetichista de cunho religioso, como as homenagens a Iemanjá, doces a São Cosme e Damião e o uso de talismãs e amuletos, como a ”fitinha do Bonfim, a figa ou o dente de javali”.
Fonte –CENTRO DE PESQUISAS FOLCLÓRICAS – I.M.E.P Neide Rodrigues Gomes
Editoral
A corrupção no Brasil
Lamentável, sob todos os pontos de vista, o que ultimamente vem ocorrendo em nosso país. Os políticos cujo dever primordial remonta a servir a sociedade têm promovido um espetáculo de fazer inveja aos mais sórdidos, tratando o que é público como seu, ministérios como um quintal para a promoção de seus interesses pessoais.
Com o passar dos dias, a esperança cede espaço a uma terrível frustração que acaba desanimando os que ainda dedicam seus esforços para o bem geral. Nepotismo, corrupção disseminada, desrespeito à sociedade, enfim, essa é a realidade que permeia a atuação da maioria dos nossos políticos.
Protestos se espalham pelos quatro cantos do Brasil. Afinal, são lastimáveis as conseqüências da corrupção no país e a população, aos poucos, disso vai se conscientizando. O desenvolvimento fica mito comprometido. O resultado está patente nos hospitais públicos abandonados e na má qualidade da educação pública. A violência grassando em todo o território nacional e os que transgridem a lei sofrendo uma punição extremamente branda para os crime que são cometidos.
Tudo nasce da falta de educação formal adequada. É um círculo vicioso: a população, sem instrução, elege representantes, na maioria das vezes, despreparados para assumirem importantes cargos nos municípios, nos estados e também na administração federal. Se o povo não tem acesso à educação, cria-se o rótulo do analfabeto. Se o aluno não aprende, promovemos a promoção automática. Se não temos professores para colocar na sala de aula, instituímos cursos de formação à distância. Se não temos presídios suficientes, criamos mecanismos para que os facínoras fiquem por pouco tempo atrás das grades e o menores não tenham uma punição à alturas dos crimes que cometeram. Essa triste situação só irá melhorar quando a educação não for vista como um fardo e sim como a luz de confiança que ainda persiste no fundo da alma de cada brasileiro.
Fonte - Jornal dos Professores - Centro do Professorado Paulista
Edição: Junho/Julho de 2015 nº 457
EDUCAÇÃO E ÍNDICES
Que preocupam
A divulgação do Índice de Educação Básica (IDEB) mostrou que nos municípios da Baixada Santista, houve avanços nas primeiras séries do Ensino Fundamental ( 1° ao 5º ano ), tanto na rede municipal quanto estadual. De maneira geral, as cidades conseguiram superar as metas estabelecidas, exceto Mongaguá e São Vicente, entre as escolas municipais e, Guarulhos, nas estaduais.
Quando observam, porém, os resultados relativos ao 9º ano, considerado Fundamental 2 ( 6º ao 9º ano ), a situação é pior. Nenhum município conseguiu atingir a meta fixada, e em muitos casos as notas obtidas foram inferiores às de 2011. Foi o caso de Santos, onde, na rede municipal, a nota caiu de (4,5 para 4,1). O mesmo aconteceu em Guarujá ( de 4,2 para 3,9 ) e São Vicente de ( 4,3 para 4,0 ).
Os números trazem preocupação. Ela aumenta ainda mais quando as prefeituras, pelas suas secretarias de Educação, admitem que não houve surpresas, já que os baixos índices eram esperados em função de deficiências no processo de ensino e aprendizado I, detectado em avaliações próprias, como declarou o município de Guarujá. O quadro regional não difere muito do nacional. Em todo o País melhoraram os índices relativos ao Fundamental 1 ( 1º ano ao 5º ano ), com média 4,9 ( superior à meta 4,7 ). Já no Fundamental 2 ( 6º ano ao 9º ano ), embora tenha ocorrido pequeno avanço ( a média passou entre 2011 e 2013, de 3,9 para 4,0 ), não foi atingida a meta estabelecida ( 4,1 ). E o destaque negativo ficou para o Ensino Médio, cuja nota vem se mantendo constante ( 3,4 ). No Estado de São Paulo, as notas avançaram no Ensino Fundamental 1 e 2 mas regrediram no Ensino Médio, passando de 3,9 em 2011 para 3,7 em 2013.
Vale destacar que o IDEB é um indicador de qualidade educacional, que combina informações de desempenho em exames padronizados - provas de Matemática e Português - com informações sobre rendimento escolar, medido pelas taxas de aprovação.
Há, portanto, um problema bem definido. À medida que os alunos avançam na aprendizagem, seu desempenho piora. O caso do Ensino Médio é grave. Em 16 Estados, incluindo São Paulo, a nota chegou a cair. O sistema educacional tem ficado melhor para os mais novos, mas o ganho se perde ao longo das séries.
Há, muitas dificuldades na Educação Brasileira, que vão da baixa remuneração dos professores, à carência dos recursos didáticos. Mas é preciso reconhecer que os atuais currículos, segmentados e dissociados da realidade da vida dos alunos, contribuem, e muito, para o desinteresse e a apatia, cuja conseqüência é o não aprendizado.
Ninguém duvida da importância da educação como fator primordial para o desenvolvimento de um país. E para que isso seja realidade, é preciso tornar o ensino prazeroso, eficiente e motivador.
Fonte - A Tribuna ( Fundada em 25 de março de 1894 )
Santos SP Opinião pág A -2 10/09/2014
Pais brasileiros são os que menos
Investem em educação
Um levantamento feito pelo banco HSBC em 15 países constatou que os pais brasileiros são os que menos poupam dinheiro para a educação dos filhos. Segundo a pesquisa, 42% dos entrevistados afirmaram fazer economia.
O resultado global ficou bem a frente do brasileiro. A média dos países onde ocorreu o levantamento é de 64%. Países asiáticos são os campeões como a Malásia ( 85 %), China ( 81% ) e Cingapura ( 80% ).
Para o educador financeiro Jackson Dorta, a pesquisa revela o “desinteresse“ dos pais brasileiros quando o assunto é a educação dos filhos. “A educação no Brasil segue indo ladeira abaixo. Os pais não entenderam ainda que a educação dos filhos é uma prioridade“.
Ele acrescentou que não é necessário matricular os filhos em escolas particulares para garantir uma educação de qualidade. “O mais importante é que os pais acompanhem , que façam com que as crianças aprendam a ter prazer no ler e aprender."
Dorta dá uma dica a quem queira economizar. Ele afirmou que se uma caderneta de poupança for aberta no mês em que a criança nasce, isso pode ajudar para que no futuro o estudante tenha condições de pagar uma faculdade particular de ponta - caso não consiga passar em alguma pública. "É preciso disciplina e depositar nem que seja R$ 50 todo mês."
Maioria acredita em investimento
A pesquisa do HSBC, ainda aponta que 83% dos entrevistados brasileiros acreditam no investimento em todas as áreas da educação, tanto a fundamental, média, graduação e pós-graduação. Neste quesito o país ficou atrás somente da Índia ( 90%), Estados Unidos (89%) e Indonésia ( 86%).
Além disso, 39% dos pais entrevistados lamentam não terem guardado recursos suficientes para a educação dos filhos. Depois do Brasil aparecem a Índia (34% ) e China ( 30%). A média dos 15 países onde ocorreu a pesquisa é de 22%.
Fonte – METRÔ NEWS pág 1 - quarta-feira 17/12 /2014 por Alexandre Henrique
País cai em ranking
Mundial de educação
Posição brasileira cai de 58º para 60º lugar,
em lista da OCDE com 76 países – 11 a mais
que na anterior, de 2013
O Brasil caiu de 58º lugar para 60º colocação internacional da educação elaborado e divulgação ontem pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico ) . O número de países na disputa , entretanto , cresceu de 65 , em 2013 ; para um total de 76 na avaliação deste ano.
Países asiáticos ocupam as cinco primeiras posições na tabela da OCDE , que se baseia nas pontuações de alunos , em testes de Matemática e de Ciências , por estudantes de 15 anos, e lançará os números completos em conferências nos próximos dias.
A conferência , organizada pela ou , na Coréia do Sul , 3º lugar no ranking , marcará os 15 anos das Metas do Milênio na educação , pelas Nações Unidas .
Apesar do desempenho fraco , o Brasil pode fazer seu PIB ( Produto Interno Bruto ) crescer mais de sete vezes na próximas décadas, se conseguir que todos os adolescentes de 15 anos estejam estudando e alcançando um nível básico de educação - o que , até agora , ainda não ocorreu - , segundo o diretor da OCDE para assuntos educacionais, Andreas Scheleicher.
Ele cita como exemplo Cingapura , cidade-Estado asiática que tinha baixos níveis educacionais na década de 60 e hoje lidera o ranking da OCDE.
Esse potencial de melhora econômica com base na educação é maior conforme pior for a colocação do país na lista: não por acaso, a “lanterninha” Gana tem o maior potencial: 3.881 % , seguida pela África do Sul ( 2.624 % ).
O Brasil ainda ficou à frente de outros países sul-americanos , como Argentina , Colômbia e Peru.
1 – Cingapura; 2 – Hong Kong; 3 - Coréia do Sul; 4 - Japão; 5 - Taiwan ; 6 - Finlândia; 7 - Estônia ; 8 - Suíça; 9 – Holanda; 10 – Canadá ; 11 – Polônia ; 12 – Vietnã; 28 - EUA ...60 - Brasil; ... 62 – Argentina ; ...67 – Colômbia; ... 71 – Peru ; ... 76 – Gana.
Fonte – Jornal - DESTAK BRASIL pág 4 14/05/2015 Redação
O PAPEL DA EDUCAÇÃO
As ciências já aludidas seriam suficiente argumento para que o critério de classificação das pessoas fosse outro que não somente a cor da pele ou sua origem racial. Mas tal não ocorre.
O motivo de certas distorções reside em um concurso de interesses , que agindo com força sobre a formação de ideias, alijam as verdades científicas para um plano secundário. Através de um processo eivado de interesses e paixões, um plano educacional dirige os programas culturais , quer seja através de livros escolares , periódicos e demais meios de educação de massa , onde até as próprias Igrejas, talvez inconscientemente pois elas são inspiradas na palavra de Cristo e Ele nega tais preconceitos, vêm participando desde há muito.
Assim , um programa educacional dosa , e adapta os conceitos para serem transmitidos , influenciado por paixões desvinculadas dos interesses culturais puros, em benefício daqueles outros quer sejam políticos, econômicos e tanto mais.
O veículo educação é no plano científico aquele pelo qual se formam os conceitos e moldam as mentes. Conceituada como o processo pelo qual uma pessoa ou um grupo de pessoas adquirem conhecimentos gerais e científicos,artísticos, técnicos ou especializados, com o objetivo de desenvolver suas capacidades e aptidões, a educação tendo assim, por objetivo dotar o indivíduo de instrumentos culturais capazes de impulsionar transformações materiais ou culturais exigidas pela dinâmica social, às vezes se vê transformada em objeto de interesses escusos.
Sua força como fator de influência nos destinos dos povos, vem desde os primórdios da civilização . Antes mesmo dos métodos áudio-visuais , povos primitivos por tradição oral informavam os jovens através de histórias e cantigas , sobre fatos heróicos e bravuras de seu povo com o feito de implantar neles um orgulho racial. No decorrer dos séculos, vimos os povos Gregos, por exemplo cantando heróis e cavaleiros , deuses e imperadores.
Assim é que todos os povos, através de seus heróis, musas e profetas, moldaram as mentes dos jovens para que mais tarde, ao dirigir os impérios, mantivessem dentro de certos padrões as suas tradições. Os programas eram dosados para cada sexo: para as mulheres, sereias , deusas e heroínas , eram apresentadas no sentido de fazê-las cumprir seu papel como mulher e como amante. Para os homens eram os guerreiros , os êmulos através de batalhas , cantadas por poetas e trovadores , a fim de desenvolver neles o romantismo e a coragem. Assim a educação condicionou aquelas para serem frágeis, delicadas , submissas , dependentes e fiéis amantes. E esses para serem fortes, bravos e cavalheiros. A beleza , a estética e a perfeição foram complementos de que os povos, principalmente os gregos , não negligenciaram.
É pela educação que o indivíduo se conforma com os objetivos do equilíbrio social. A educação tanto pode forjar heróis, grandes estadistas , levantando o ânimo de um povo, como pode condicionar esse mesmo povo a certas mudanças , paixões ou aliená-lo do seu próprio valor moral e pessoal. Pode despersonalizá-lo. Pode fazer de um justo ímpio e vice-versa.
A força da educação é indiscutível. Quando bem conduzida gera resultados positivos, quando a serviço de oportunistas o efeito pode até prejudicar a comunidade. A educação é a faca de dois gumes. A educação que nós recebemos dos bancos escolares de primeiras letras objetiva nos predispor a aceitar e assimilar a ideia de que valores se expressam pela cor da pele. Que negro é indolente e submisso. Que sua capacidade reside apenas no físico , para correr , para saltar , para jogar bola e a mulher negra, para ser uma cozinheira ( não em grandes hotéis , restaurantes ou ambientes selecionados ) mas onde a remuneração seja aquém do estipulado para sua capacidade. Os brancos foram educados para comandar , para dirigir . Os negros para serem dirigidos e comandados. O que se refere a branco é valor; o que se refere a negro é defeito. O negro deve sempre dizer sim. Jamais levantar a voz , como se vivesse em terra alheia , de favor. Negro somente é cidadão para arcar com deveres , para ir à guerra , para limpar o chão , para a lavoura , não porque lhes sejam reconhecidos valores nestes campos , mas porque guardam-se resquícios de uma tradição , onde trabalho braçal era infamante.
Interrompa um pouco esse nosso confronto e pense. Algum dia os livros escolares permitiram a você ponderar se os quilombolas tinha razão ? Algum professor demonstrou que ao falar de negros falavam de seres humanos ? Pode ser , pois há sempre as exceções. Mas , não havia grande interesse . Você era uma coisa . Se você assimilasse as ideias impostas muito bem; se não assimilasse ou não concordasse, que importava ? Você era uma coisa . As aulas eram dadas aos outros . Aqueles que seriam os detentores dos postos chaves da Nação. Seriam os chefes , os dirigentes. Você não era nada, ou melhor era um nada, com pretensões de ser algo. Então a educação só era transmitida a você porque um sistema político exigia que todos fossem alfabetizados.
Não exigia , porém que todos fossem formados para competir depois.
Se foi assim , antes dos métodos modernos de transmissão de ideia, de formação de consciência de massa , que dizer agora , após o rádio , a televisão , proliferação de imprensa escrita , etc . , agora que todos os meios de informação penetram no seu lar , sem sua licença ? Agora que em nome da educação se deseduca, se desvirtua seus próprios objetos sem atinar que o dano pode estender-se até seus próprios agentes.
As poucas mudanças que a educação moderna sofreu , estão nas pesquisas científicas levadas a efeito e estudadas com seriedade por algumas Universidades ; é um passo , pois que já a desmitificação começa a se processar. o que é de se lamentar , é que tais pesquisas que às vezes custam caras para o Estado, ficam engavetadas, eis que não correspondem a certos interesses.
E , então eu pergunto: Onde estão nossos irmãos publicitários , educadores , radialistas , cientistas sociais ?
A resposta dolorosa é que poucos ainda conseguiram atingir o lugar aspirado e necessário para dedicar-se à demonstração da verdade. Na verdade somos poucos. Mas há uma fórmula para chegarmos lá: a reação. Um pouco mais de agressividade na busca do seu lugar, utilizando dos meios educacionais e de informação e publicidade, para a demonstração da verdade e para reorganizar a desordem que causou nas mentes e nos ânimos.
O FEIXE DE VARAS
Ninguém pode negar o efeito que tudo o que acabo de frisar causou em nós.
A falta de condições nos manteve economicamente fracos e a pouca ou quase nenhuma oportunidade de nos aprimorarmos intelectualmente, permitiu que se formasse apenas uma pequena elite.
Apesar disso , não nos falta capacidade de entendimento , de percepção , que nos dá um potencial enorme para suprir essa aparente deficiência . O segredo reside também na união. Todos , dos mais humildes aos mais bem situados na vida , devem unir-se , formando uma força , para se ajudando mutuamente atingir o seu norte.
Somos economicamente fracos , mas não o somos moralmente. Tivemos poucas oportunidades de nos aprimorar intelectualmente , mas em entendimento e em capacidade de percepção temos um potencial capaz de suprir essa deficiência. A união é um dos caminhos.
Lembremo-nos aqui de um exemplo que os povos romanos antigos legaram através da História.
Eles adotaram por símbolo , um feixe de varas . Explicavam a razão , argumentado que uma vara , quebra-se facilmente , mais um feixe é mais difícil.
Havia um fundamento . A união faz a força. Isso não é apena s um chavão. Coloquemos em prática e você terá a prova.
Enquanto se tenta fazer um trabalho individual pouco conseguimos realizar. Um, só será facilmente retirado do campo de competição. Se unido , o grupo adquirirá outra força. Por isso , para que o número de profissionais , nos campos visados cresça, faz-se necessária a união de todos , é preciso a ajuda mútua , o intercâmbio de ideias. Para isso o essencial não é possuir acervo material, mas até mesmo uma palavra de estímulo será importante.
Atente bem ! Enquanto uma vara estiver ereta ao sabor do vento, solitária , poderá quebrar-se ou ser lançada para longe. Quando for um feixe será impossível. Poderá balançar-se , mas jamais cairá. Para tanto é necessário , ainda , que seja colocada sobre base sólida. E essa base nós possuímos. É o orgulho legado pelos nossos antepassados e a consciência do valor pessoal de cada um.
Vamos fazer um pacto: Seremos a partir de agora , um feixe de varas , na luta , na reivindicação dos nossos direitos.
Maurice Cranston no seu livro “ Direitos Humanos “ , diz que a palavra direito é ambígua e que , num sentido , direito é uma coisa concedida e executável pela lei do domínio, o que significa dizer que vivemos sob um governo que nos permite fazer certas coisas, e que virá em nosso auxílio se alguém tentar impedir. Em seguida , o autor alude a outro direito que está mais próximo da ideia de merecimento e de justiça. Um exige a justificação e o outro exige a prova.
É admitindo esse pensamento do autor, que falo em reivindicação dos nossos direitos, concluindo ainda com o mesmo autor que tanto é direito o que nos vem de lei jurídica como aquele que pertencem a um homem simplesmente porque é um ser humano. E é finalmente, possível conciliar os dois aspectos instituição, desde que nos conscientizemos do papel que vimos desempenhando em nossa Terra desde o momento em que para aqui fomos trazidos, até o presente.
Fonte - Composto e Impresso nas Oficinas da Sociedade Impressora Pannartz Ltda
São Paulo 1981 págs 26 a 33
Dra Orlanda Campos - formada na Faculdade Direito ( Largo São Francisco - USP ) e Pedagogia ( Na USP ) e Normalista -outra publicação em 1980 – “ Boa Noite Papai Noel “
Resgatemos a dívida
A sociedade brasileira deve ao negro a revalorização do seu passado histórico e o reconhecimento da sua importância como agente nas principais transformações ocorridas no Brasil , ao longo da história .
Milton Santos
A um jovem negro que se levantou na plateia e lhe perguntou , em tom militante , o que fazer contra a discriminação que nós, os negros sofremos nesta sociedade e blá blá blá blá...
Milton Santos respondeu sábio e duro , mas com toda delicadeza que lhe era peculiar: estude , trabalhe , busque seu caminho; nós negros , precisamos parar apenas de nos lamentar ( não me lembro das palavras exatas) [ ...]
Fonte Folha de São Paulo 26/06/01
MORIN - O Método
Reformar o pensamento. Essa é a proposta de Edgar Morin, estudioso francês que passou a vida
discutindo grandes temas. Pai da teoria da complexidade, minuciosamente explicada nos quatro livros
da série O Método, ele defende a
interligação de todos os conhecimentos, combate o reducionismo instalado em
nossa sociedade e valoriza o complexo.
A palavra complexidade pode, de início, causar estranhamento. O ser humano tende a afastar tudo o que
é (ou parece) complicado. Morin prega
que se faça, com urgência, uma modificação na forma de pensar. “Só
assim vamos compreender que a
simplificação não exprime a unidade e a diversidade presentes no todo“, define o estudioso. Exemplo: o
funcionário de uma fábrica de automóveis é capaz de fazer uma peça essencial
para o funcionamento de um veículo, mas não chega sozinho ao produto final. É importante ressaltar que Morin não
condena a especialização, mas sim a
perda da visão geral.
Na educação, o
francês mantém a essência de sua teoria. Ele vê a sala de aula como um
fenômeno complexo, que abriga uma diversidade de ânimos, culturas, classes
sociais e econômicas, sentimentos...
Um espaço heterogêneo e, por isso, o
lugar ideal para iniciar essa reforma da mentalidade que ele prega. Izabel
Cristina Petraglia, pós–doutorada em Transdisciplinaridade e Complexidade na École des Hautes Études em
Sciences Sociales, em Paris, diz que as ideias de Morin para a sala de aula
têm tudo a ver com o atual imperativo de a escola fazer sentido para o
estudante. “Aprende–se mais História e Geografia numa viagem porque é mais
fácil compreender quando o conteúdo faz parte do contexto.“
No livro Edgar Morin, Izabel afirma que no mundo todo o
currículo escolar é mínimo e fragmentado. Para ela essa estrutura não oferece
a visão geral e as disciplinas não se complementam nem se integram,
dificultando a perspectiva global que favorece a aprendizagem. “O conjunto
beneficia o ensino porque o aluno busca relações para entender. Só quando sai
da disciplina e consegue contextualizar é que ele vê a ligação com a vida. “A escola, a exemplo da sociedade, se fragmentou em busca
da especialização. Primeiro, dividiu os saberes em áreas, dentro delas,
priorizou alguns conteúdos. Para
que as ideias de Morin sejam implementadas, é necessário reformular essa estrutura,
uma tarefa complicada. “É difícil
romper uma linha de raciocínio cultivada por várias gerações“, explica
Ulisses Araujo, doutor em Psicologia
Escolar e professor da Faculdade de Educação da Unicamp. Mas é perfeitamente
possível. Um bom
exemplo é pedir que os alunos usem um só caderno para todas as disciplinas.
Isso acaba com a hierarquia que muitas vezes existe entre as matérias e mostra
que nenhuma é mais importante que as outras. “Na verdade, todas estão
interligadas e são dependentes entre si“, completa Araujo.
Fonte: Revista Nova Escola – Agosto de 2002
Os novos
pensadores da educação - pág. 20
O que Edgar Morin diz:
Defende a incorporação dos problemas cotidianos ao currículo
e a interligação dos saberes. Critica o
ensino fragmentado.
Um alerta
Sem uma reforma do pensamento, é impossível aplicar suas ideias. O ser
humano é reducionista por natureza e,
por isso, é preciso esforçar–se para compreender complexidade e combater a
simplificação.
Bernado Toro - Códigos da Modernidade
Uma larga experiência como atividade social conferiu a
Bernardo Toro uma atuação com marcante viés educacional. “A escola tem a obrigação de formar jovens
capazes de criar, em cooperação com os demais, uma ordem social na qual todos
possam viver com dignidade“, afirma o intelectual colombiano. “Para que seja eficiente e ganhe sentido, a educação deve servir a um projeto da sociedade como um todo". Por isso, ele defende que a prioridade seja
o convívio na democracia, cuja base é a tolerância.
Partindo de sua visão sobre as realidades social, cultural e econômica, Toro elaborou uma
lista onde identifica as sete competências que considera necessárias desenvolver nas crianças e jovens para que
eles tenham uma participação mais produtiva no século 2. São os Códigos da
Modernidade:
1) Domínio da leitura
e da escrita;
2) Capacidade de fazer cálculos e resolver problemas;
3) Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações;
4) Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social;
5) Receber criticamente os meios de comunicação;
6) Capacidade de localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada;
7) Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo.
“Quando diz que saber interagir criticamente com os meios
de comunicação é uma das competências fundamentais, Toro sinaliza para a
importância de que, as novas gerações tenham uma postura crítica frente a
programação da TV“, exemplifica Lúcia Dellagnelo, da Fundação Maurício
Sirotsky, doutora em Educação pela
Universidade de Harvard. Recentemente, o intelectual acrescentou uma oitava
capacidade à sua relação: a de desenvolver uma mentalidade internacional. “Quando o jovem chegar à idade adulta, seu campo de atuação será o mundo“,
justifica.
“Sua principal contribuição é construir uma ponte entre o
mundo real, isto é, o das sociedades
modernas em constante transformação, e
o mundo da escola, que tem diante de si a tarefa de formar os cidadãos“,
avalia a professora Lúcia. Toro valoriza também o que chama de saber social, um conjunto de
conhecimentos, práticas, valores, habilidades e tradições que possibilitam a
construção das sociedades e garantem as quatro tarefas básicas da vida: cuidar
da sobrevivência, organizar as
condições para conviver, ser capaz de produzir o que necessitamos e criar um
sentido de vida. A escola, assim, é apenas um dos ambientes em que,
ocorre a aprendizagem. A família, os
amigos, a igreja, os meios de comunicação, as empresas são outras
importantes fontes de conhecimento para os indivíduos. Mobilizar, conforme sua definição, é convocar vontades para atuar na busca de um
propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados.
Fonte: Revista Nova Escola – Agosto de 2002
Os novos pensadores da educação - pág. 25
O que Bernardo
Toro diz:
Criou os Códigos da Modernidade, que são sete competências mínimas para a
participação produtiva e a inserção social do ser humano no século 21. Para
desenvolvê-los, o ensino deve ser
contextualizado.
Um alerta
Contextualizar não significa utilizar qualquer tema da
atualidade. Canalize suas energias para assuntos que fazem sentido na vida dos
alunos.
Nóvoa – O desafio dos profissionais da área escolar
Nenhuma reforma educacional tem valor se a formação de docentes não for encarada como prioridade. O português Antônio Nóvoa traz para o foco a discussão sobre a qualificação profissional, ao reunir artigos de autores que refletem sobre o assunto. Com isso, cria uma base teórica e uma nova concepção, na avaliação de Sérgio Antônio da Silva Leite, da Faculdade de Educação da Unicamp. “Nóvoa quebra a ideia de que para ensinar bem é preciso ter vocação sacerdotal“, diz.
Ele chegou a essas conclusões mergulhando em pesquisas, que foram transformadas em livros. Num deles, Vida de Professores, há uma série de estudos sobre a história do ofício e muitos questionamentos sobre o desenvolvimento da carreira. Por que determinado profissional é engajado e outros não? Por que e como se transformou em uma pessoa assim? O que aconteceu na vida dele? Com base nessas reflexões, o catedrático da Universidade de Lisboa ajuda a entender, do ponto de vista científico e sem aquele velho olhar romântico, o que acontece com quem decide ensinar.
“O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente“, diz Nóvoa. Um raciocínio que se opõe à ideia tradicional de que a formação continuada se dá apenas por decisão individual - e em ações solitárias. Para ele, esse trabalho é coletivo e depende da experiência e da reflexão como instrumentos contínuos de análise. Por isso, diz, temos de exercitar o que vivemos. O ideal, assim, seria dispor de um programa de formação contínua remunerado, para que os professores pudessem se dedicar à formação sem depender dos salários. “Deve haver um reconhecimento de que a formação é tão importante quanto seu exercício“, endossa Leite.
Carlos Garcia, um dos pensadores em que Nóvoa se inspira em suas pesquisas, acredita que o desenvolvimento profissional corresponde ao curso superior somado ao conhecimento acumulado ao longo da vida. Essa teoria derruba a crença de que um bom docente se faz em universidades conceituadas. “Uma boa graduação é necessária, mas não basta“, garante Leite. “É essencial atualizar–se sempre."
A tese de Nóvoa deixa mais claro por que não se deve separar a teoria da prática. O Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação, órgão responsável pela política de formação da Secretaria Municipal de Belo Horizonte, estruturou em seu programa de aperfeiçoamento de docentes nas teorias do estudioso português. Ele garante aos profissionais da rede o acesso a ações formativas e faz desse direito um instrumento de valorização. “Cada um de nós constrói o conhecimento à medida que trabalha e, por isso, qualquer plano de estudo deve ser feito no interior da escola, onde se desenvolve a prática“, conclui Aurea Regina Damasceno, mestre em Educação pela UFMC.
Fonte - Revista Nova Escola - Agosto 2002
Os novos pensadores da educação - pág. 23
O que Antônio Nóvoa diz:
O desafio dos profissionais da área escolar é manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino e desenvolver práticas pedagógicas eficientes.
Um alerta
A busca isolada pela atualização é difícil e, por isso, é aconselhável um vínculo com uma instituição. Mas o mais importante é entender que o local de trabalho é o espaço ideal para a formação continuada.
A mídia em nossas vidas: Informação ou manipulação
Há alguns meses atrás o final de uma novela paralisou o país, em um fenômeno sem precedentes, que levou até a presidente Dilma Roussef a adiar comício por conta do último capítulo. Particularmente não assisto, mas não dá pra ignorar um fato como esse.
O “The Washington Post“, um dos jornais norte–americanos mais respeitados e lidos em todo o mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros, em seu artigo “Brazil's Novelas May Affect Viewers Lifes“ (Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores). Um dos trechos do artigo diz: “No Brazil um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto no Reino Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira“.
A população é facilmente influenciada pela mídia principalmente quando está relacionada a novelas. Nestas, heróis nacionais são criados - ficcionais ou não. Acaba uma novela e inicia outra e os modelos de comportamentos, beleza, moda e outros vão se alterando. Mudam os personagens, a tramam e os assuntos abordados e a sociedade vai respondendo e este estímulo produzido. Os padrões difundidos são copiados e seguidos porém, as pessoas não conseguem adaptá-los a uma vida real, o que gera ansiedade, angústia e frustração.
Assistir televisão, navegar na internet, falar ao celular, são coisas do cotidiano da maioria da população mundial. Somos, todos os dias bombardeados por diversas mídias que, em comum, têm o objetivo de nos vender alguma coisa: uma ideia, um produto, um sonho, etc. E essa tecnologia influencia o tempo todo a sociedade e em consequência, a educação, tanto informal quanto formal. Podemos afirmar que a vida e a interação humana são mediadas e controladas pelos meios de comunicação. E é neste ambiente de interação com o mundo e significação que desde pequena a criança é colocada à frente da televisão e esta então se apresenta como parte integrante da família por ser uma boa “babá eletrônica". Como negar a influência da TV, presente na quase totalidade dos domicílios brasileiros, sobre as formações das identidades sociais?
Quando ouvimos falar que a mídia representa “o Quarto Poder“ em uma nação, é preciso avaliar como isso é verdade e o quanto estamos sujeitos a ela e a todas as suas variáveis. A mídia influencia as pessoas no modo de agir, de pensar e até no modo de se vestir. Ela cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e discussões sociais. A mídia dita as regras, as tendências, os padrões de beleza, os ídolos a serem adorados e seguidos, impondo padrões de beleza cada vez mais inatingíveis. E impulsiona homens e mulheres em busca daquele corpinho que só o photoshop sabe produzir.
À produção da indústria cultural é direcionada para o retorno de lucros tendo como base padrões de imagem cultural preestabelecida e capazes de conquistar o interesse das massas sem trabalhar o caráter crítico do espectador. Os adolescentes são bombardeados com produções e marcas internacionais e as crianças estão à mercê dos desenhos infantis. Dessa forma, seria impossível a escola, ou os pais das crianças ignorarem os robôs que falam as naves espaciais que a todos fascinam, a capacidade de voar e de se transformar, de transformar coisas, a magia, o poder e o terror trazido pelos monstros e vampiros; as lutas do bem contra o mal nos desenhos animados, a violência mostrada nos noticiários. Alguns dos programas de TV apresentam constantemente valores questionáveis. Essas mensagens irão determinar como nossos filhos serão? Irão determinar sua honestidade, solidariedade, respeito e outros valores?
Segundo Marilena Chauí: “A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando–as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias“.
Contudo, além de não podermos subestimar o poder da influência da mídia na vida das pessoas, também não podemos ignorar a importância desta caso seja utilizada de forma mais ética e consciente. Quero dizer que o poder que os veículos de comunicação têm para mobilizar as pessoas é muito grande e pode ser usado para o bem ou para o mal. Campanhas de doação de sangue, de vacinação, de incentivo à reciclagem, para economizar água, pela paz, para ajudar pessoas, e muitas outras, quando divulgadas e incentivadas pela mídia ganham proporções enormes e trazem resultados muito além do esperado.
Os meios de comunicação em massa devem contribuir para a valorização da diversidade cultural, a promoção dos direitos humanos, no combate a todo tipo de violência, no acesso à informação, entre outros. Esta deveria ser a função primordial.
Fonte – Jornal Prana – Universo Holístico - Agosto de 2013
Por Christiane Lima
Assistente Social (formada pela Universidade Federal do Maranhão), Psicopedagoga, Especialista em Saúde da Família e professora universitária com experiências nas áreas de Saúde e Educação. Realiza palestras em empresas e escolas para alunos, funcionários e corpo docente.
“A massa mantém a marca, mantém a mídia e a mídia controla a massa".
(George Orwell)
POR UM ENSINO MOTIVADOR NAS AULAS DE MATEMÁTICA
Apreciadora da música, intuitivamente acreditei que o rádio seria um recurso adequado à escola, tornando o ambiente da sala de aula mais agradável e harmonioso, favorecendo o aprendizado e aproximando professor e alunos.
Os meios de comunicação têm um papel importante na educação, podem e devem ser utilizados na escola, por estarem na vida cotidiana de todas as classes sociais.
Consta na Lei Darci Ribeiro, a nova LDB - Lei de Diretrizes e Bases Nacional (sob nº 9.394/1996, artigo 3º, inciso VII), a possibilidade de viabilização da intervenção usando como recurso os meios de comunicação e, também, da gestão democrática na instituição, para favorecer a elaboração do projeto pedagógico da escola, com a participação dos profissionais da educação.
A responsabilidade recai sobre a escola, a educação, sua gestão e políticas educacionais no mundo contemporâneo, para a formação de jovens integrados na construção de suas próprias vidas, com novos valores críticos, estéticos, para inserção no contexto social.
A utilização dos meios de comunicação por mim, na escola, surgiu de embasamento teórico fundamentado no campo da Comunicação, obtido no curso Escola Normal Manoel da Nóbrega em São Paulo. Tratava-se de um ensino bem avançado para a época, enfocando todas as Teorias da Educação, vindo a contribuir profundamente na minha ação educativa no cotidiano escolar. Utilizando-me de todos os ensinamentos como estudante, para enriquecer as aulas, introduzi, através da matéria Educação Artística, inúmeras atividades artísticas. Os alunos aprendiam música, poesia, histórias, mímica, dramatização etc. Era professora polivalente, ou seja, lecionando todas as matérias na EE Bairro do Pirajussara, município do Embu.
Já nessa época eu utilizava nas aulas um gravador (Aiko) e rádio-gravador (Sharp), que utilizei até o Ensino Médio. Às vezes, levava uma vitrola portátil na qual colocava discos de histórias infantis, tais como: Chapeuzinho Vermelho, A Branca de Neve, Cinderela, Os Três Porquinhos etc.
Através desses recursos, organizava festas na escola, nas datas de comemorações históricas e os alunos participavam de danças, teatro, canto, jogral, poesia. Até então, não se cogitava o uso da televisão, nem do vídeo. O que me recordo é de que numa das comemorações do Dia da Criança, convidei um rapaz para realizar projeções de séries de filmes como: O Gordo e o Magro, Os Três Patetas, Charles Chaplin, desenhos animados etc.
O que observava, era que a precariedade da qualidade de vida dos alunos, no bairro do Pirajussara, era parcialmente superada com essa prática educativa, porque o ensino se tornava agradável, produtivo e os alunos aprendiam mais rapidamente. Com toda essa motivação, eles não faltavam às aulas e eram alegres e participativos. Não havia problemas de indisciplina. É interessante mencionar que os alunos, por não estarem habituados com essa dinâmica nas salas de aula, no início, ficavam admirados e surpresos.
Fonte: Livro "Por um Ensino Motivador nas Aulas de Matemática"
Ana Regina Gouvêa - Ed. Scortecci, 2012
O desenvolvimento da informação levou ao aparecimento de áreas especializadas como a Educomunicação, que surge como um novo campo de intervenção social, sendo, portanto, motivo de análise, em vários países como Estados Unidos, México, Brasil, por diversos especialistas. A característica desse novo campo é verificar as respostas conceituais e pragmáticas para as questões complexas, que se apresentam nas condições de vida na sociedade contemporânea. A inter-relação Comunicação x Educação ou Educomunicação, surge nesse novo contexto social, devido aos avanços tecnológicos, como um novo paradigma discursivo, transversal e formado com práticas transdisciplinares e novo modo de pensar.
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