Eles fundaram São Paulo em 1554, numa cabana de pau a pique de 90 metros quadrados. Hoje, controlam colégios e faculdade.
O lugar tinha de ser alto, para que pudesse ser defendido de eventuais inimigos. Com um clima bom, para o cultivo da mandioca. E com água em abundância, para matar a sede dos novos moradores.
Em 25 de janeiro de 1554, nas proximidades dos rios Tamanduateí e Tietê, os padres jesuítas celebraram uma missa para oficializar a fundação do Colégio São Paulo de Piratininga.
Ali, no mato, cercados de índios, uma cabana de pau a pique, com 90 metros quadrados, marcou o início da cidade que, 458 anos depois, com 11 milhões de habitantes, é uma das mais importantes do mundo.
“São Paulo é a maior cidade do Brasil , mas concentra os problemas do país“, afirmou ontem o padre jesuíta Carlos Alberto Contieri, de 49 anos, que administra há sete o Pátio do Colégio, um centro histórico, cultural e religioso no mesmo local da fundação de São Paulo, no Centro da cidade.
“São Paulo é a expressão do progresso, mas grande parte da população não participa desse progresso“, acrescentou o padre Contieri. "Ao contrário, são vítimas do progresso, estão à margem dele. “
Em 1556, um novo colégio foi erguido no lugar da cabana de pau a pique. Era mais moderno, de taipa de pilão, um processo construtivo em que se soca terra umedecida, fibras vegetais, areia, estrume, óleo de baleia e sangue animal. A massa serviu para preencher a estrutura de madeira da construção.
No processo de catequizar os índios tupi, os missionários da Companhia de Jesus defendiam os nativos. Por isso, foram expulsos pelos portugueses em 1640 e novamente em 1759.
Só em 1953 o sítio histórico do Pátio do Colégio foi devolvido aos jesuítas. Em 1979 foi inaugurado no mesmo local o Museu Anchieta, para preservar a memória dos missionários.
Os jesuítas de hoje são empreendedores. Em São Paulo controlam os colégios São Luís (Cerqueira Cesar, na região central) e São Francisco Xavier (Ipiranga , Zona Sul) e a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), em São Bernardo do Campo, na região do ABC.
Além do museu, biblioteca e a igreja do Pátio do Colégio, os 30 jesuítas de São Paulo gerenciam a editora Edições Loyola e têm várias obras sociais.
Para Contieri, a democratização das oportunidades ainda é um sonho. “Com tantos desafios, a cidade é uma missão. “
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA, o amigo dos índios
A cabana de pau a pique, de 90 metros quadrados, a primeira construção de São Paulo, servia de dormitório para os oito jesuítas que já se instalaram e também de cozinha, capela e sala de aula para os índios.
Liderado pelo padre Manoel da Nóbrega, o jovem José de Anchieta, de 20 anos , logo se destacou no papel de evangelizar os nativos. Para convertê-los à doutrina cristã, unificou a língua falada pelos indígenas. José de Anchieta tornou-se o elo entre os padres e índios.
“A escassez de recursos não o impediu de humanizar às pessoas“, opinou o padre Carlos Alberto Contieri, que administra o complexo do Pátio do Colégio, onde foi erguida a cabana de pau a pique , 458 anos atrás.
José de Anchieta , criativo , lançou mão do teatro para fazer os indígenas compreenderem o cristianismo. Usava as modinhas do século 16, modificando as letras, para que os nativos entendessem as suas mensagens.
O noviço José de Anchieta era natural de Coimbra, em Portugal. Chegou ao Brasil com 19 anos, debilitado por uma doença crônica nas costas. Queria curá-la. Mais tarde, explicou ter tido tanto trabalho que não encontrou tempo para sentir dor.
Num tempo em que se discutia se os nativos tinham alma ou não, os jesuítas defendiam a liberdade dos índios. Nas palavras do padre Contieri: “Eles educavam os indígenas de tal maneira que eles se sentiam autônomos. Passaram a se recusar a se submeter aos colonos portugueses“ .
Em 1597, José de Anchieta, aos 65 anos, morreu no Espírito Santo , de causas naturais. No oratório da Igreja Beato José de Anchieta, no Pátio do Colégio , estão expostos um fêmur do jesuíta e um manto que teria sido dele.
Fonte – Jornal Diário de São Paulo - quarta-feira / 25 de Janeiro de 2012 - Ivo Patarra
São Paulo, te amo !
São Paulo
Terra adorada
Que terra querida !
Tão cheia de gente
Tão cheia de vida.
Olhares que vejo nas ruas...
Se cruzam e se beijam...
De povos tão diferentes, de cores mestiças.
Não importa nada !
Não importa a cor !
Nem importa a procedência !
Na rua é povo, é raça !
Pessoas que lutam...
Para essa cidade gigante, crescer muito mais.
De longe esse nome ecoa e causa anseios,
Desejos de pisar nesse pedaço de terra.
Tão boa, tão rica !
Trabalho e mais trabalho
Para cada um que aparece
E aqui fica.
E se torna mais um filho dessa Mãe Gigante.
Reclamam que é fria,
Porque chove demais...
Que é fria, gelada
Porque as pessoas não conversam mais...
Por que não há tempo ?
É uma loucura tão grande !
Que corrida constante que se chama progresso,
Que tirou o verde, o canto dos pássaros das ruas.
Dos prédios tão altos...
Que trancaram as crianças, sem poderem brincar.
Que gerou a insatisfação, a violência...
Impedindo as pessoas de se amarem mais.
Mas mesmo assim,
Eu te amo São Paulo !
Te adoro !
Não vou te deixar
E apesar dos pesares,
Te quero demais !
Esta cidade tem jeito.
Vamos nos unir para torná-la mais humana.
Trabalho, Progresso, Educação
Caminham juntos.
Fonte - Poesia de Ana Regina Gouvêa (1990) - Homenagem a minha cidade
São Paulo, te amo !
São Paulo
Terra adorada
Que terra querida !
Tão cheia de gente
Tão cheia de vida.
Olhares que vejo nas ruas...
Se cruzam e se beijam...
De povos tão diferentes, de cores mestiças.
Não importa nada !
Não importa a cor !
Nem importa a procedência !
Na rua é povo, é raça !
Pessoas que lutam...
Para essa cidade gigante, crescer muito mais.
De longe esse nome ecoa e causa anseios,
Desejos de pisar nesse pedaço de terra.
Tão boa, tão rica !
Trabalho e mais trabalho
Para cada um que aparece
E aqui fica.
E se torna mais um filho dessa Mãe Gigante.
Reclamam que é fria,
Porque chove demais...
Que é fria, gelada
Porque as pessoas não conversam mais...
Por que não há tempo ?
É uma loucura tão grande !
Que corrida constante que se chama progresso,
Que tirou o verde, o canto dos pássaros das ruas.
Dos prédios tão altos...
Que trancaram as crianças, sem poderem brincar.
Que gerou a insatisfação, a violência...
Impedindo as pessoas de se amarem mais.
Mas mesmo assim,
Eu te amo São Paulo !
Te adoro !
Não vou te deixar
E apesar dos pesares,
Te quero demais !
Esta cidade tem jeito.
Vamos nos unir para torná-la mais humana.
Trabalho, Progresso, Educação
Caminham juntos.
Fonte - Poesia de Ana Regina Gouvêa (1990) - Homenagem a minha cidade
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