quinta-feira, 20 de abril de 2023

??? Você ... Quarentena , Quarentena , Quaresma




???   Você  …  Quarentena  Quarentena ,  Quaresma 

No  século lV ,a Igreja começou a se organizar de maneira mais profunda para a celebrar a  Páscoa . Assim ,foram definidos  quatro dias para preparar o coração dos fiéis  para  o grande  evento  pascal . É o tempo da Quaresma , que se inicia na  Quarta-feira de Cinzas e termina na  Quinta-feira Santa , com a celebração  da  Missa do Lava -pés  e da Ceia do Senhor .

A Quaresma está fundamentada no simbolismo do número quarenta na  Bíblia , simbolismo esse  teológico, não cronológico  ( algo mais profundo que o tempo ) .

O número quarenta acompanha  o período de  renovação e purificação .Várias passagens  bíblicas  contemplam a famosa  “quarentena”  :

- Quarenta dias do dilúvio ( Gn 6, ll – 22 )

- o êxodo  do  povo  judeu , após  a fuga do Egito ( Ex l6 – 35 ) que vagou pelo deserto durante  quarenta anos ,  em busca da  Terra  Prometida .

- os quarenta dias e quarenta noites que  Moisés  passou na montanha ( 24, l8 )

- os  Quatrocentos  anos que durou  o exílio de Jesus

- os quarenta dias  que  Jesus  passou no deserto ( Lc 4 ,l- 13 )

Quarenta é portanto,um número muito significativo para  a  comunidade cristã . Daí vem a pa-
lavra Quaresma ,um tempo de jejum e abstinência ,de busca ,de purificação do pecado .

Nos  tempos bíblicos e no evangelho ,jejum e abstinência ,  pedagogicamente ,nos propõem o  controle  dos  institintos . Também há outros objetivos quanto à observância  do  jejum e  da abstinência purificacão e conversão dos pecados , espera  de  milagres , acolhida de  revelação
divina .

São práticas  propícias à elevação espiritual e união  com Deus como por exemplo : 

- Moisés jejou  quarenta dias  e quarenta noites para receber o Décalogo ( Ex 34 ,28) 

- Davi jejuava e orava constantemente ( 25m do 12 ) 

- Elias jejou antes de seu arrebatamento milagroso  ( 1 Rs 19 )

- Para Daniel , o jejum é a preparação para receber revelações divinas ( Dn l0, 2- 3)

  - João Batista jejou durante longos no deserto , prpearando-se para acolher e anunciar a vinda do Messias  ( Mc 2, l8 ) 

- Ana , a  profetisa passava horas  no  templo jejuando  dia e noite à espera do  Messias que ela acolheu em seus braços com Simeão  ( Lc, 2,37 ) 

- O próprio Jesus praticou o jejum para se unificar com o  Pai e o mesmo faziam os discípulos que jejuavam antes de partir a missão ( At 13 , 3 ; l ) Cor  6,5 ll , 27 ) 

- Até memo a proibição de comer fruto da árvore  do conhecimento do bem e do mal (Gn , 2 , l7) é um modelo de  abstinência .

Mas , como sinaliza  Jesus , quando  critica os que fazem  jejum  para se mostrarem "bons", com - preendemos que ele não é  fim em si mesmo ,mas instrumento  de santificação . Além do jejum  / abstinência , devemos olhar  para  a Cruz que  Cristo carregou em nosso favor . O  caminho  do  Calvário significa que Jesus está sempre caminhando ao lado dos  seres  humanos que carregam  pesadas  cruzes . Ele carrega nossa cruz conosco . A cruz é o caminho  do  coração purificado  e 
deve nos renovar, libertando-nos do egoísmo e do apego às coisas terrena ,elevando-nos  espiritu -
almente .

Que  a  Quaresma  nos torne criaturas novas ...

Fonte  - Jornal  da  Paróquia  da  Ressurreição  - pág  dois 
Heloísa  Nascimento , com base  em  O Mensageiro de Santo Antonio 
jan/fev/ dosimil e vinte  . Pe Antonio  Bogaz  e Prof  H. Hansen  










CULTURA

Conferência  histórica  : “ Sobrevivi  para  contar “

Sobrevivente de um dos  maiores e mais sangrentos genocídios da  História ,  a História ,

a  ruandesa  Immaculée Ilibagiza estará  no  Brasil pela primeira vez para uma  conferên-

cia no  Rio  no dia 10 de outubro , às 18h30 , no Teatro Oi Casagrande ,na Avenida Afrânio

de Melo Franco ,290 , no Leblon, entrada é gratuita e os ingressos devem ser trocados na 

bilheteria do teatro entre os dias  27 de setembro  e 10 de outubro , das 15h às 20h .


Immaculée , nascida e criada em Ruanda na  África , tem sua história de  vida retratada no

best-seller  “ Sobrevivi  para  contar “ , editado em mais de  15 países . Ela é  sobrevivente do  genocídio de  1994 , em Ruanda , onde , um  milhão  de  pessoas  foram  brutalmente assassinadas , inclusive a maior parte de sua família , devido a  conflitos étnicos ancestrais

entre  tútsis e hútus , principais  etnias do  país africano que sofreram o holocausto durante cem dias .


Criada  em  uma  família  católica  tútsi e formada em  engenharia pela  Universidade Naci- onal de Ruanda , a jovem , então com  22 anos , quarta filha de  respeitáveis professores ,

se escondeu na casa de um pastor, onde dividiu o espaço de um banheiro  com mais  sete mulheres famintas,aterrorizadas e em condições mínimas de higiene, saúde e alimentação , durante 91 dias . Ao sair , havia perdido  23 quilos , carregava uma  Bíblia , um dicionário de

inglês e um  rosário .Após sofrer com a perda de sua família e amigos , além de  sobreviver em  condições de vida  precária , surpreendeu a  todos novamente , perdoando os assas- 

sinos e torturadores de  seus  ente  queridos . 


Após recuperar-se , Immaculée trabalhou na Organização das  Nações Unidas  ( ONU)  e 

optou por morar em  Nova York , onde vive hoje com marido e filhos .Atualmente , dedica-se

à  Fundação Ilibagiza , cujo objetivo é ajudar  sobreviventes na recuperação dos  efeitos dos  genocídios e das guerras e  abrir  perspectivas  futuras . Ela é  premiada e  mundialmente   reconhecida como um  exemplo de  fé e  perdão . Seu relato de  sofrimento , esperança , fé e determinação  é  uma  inspiração . Tornou-se uma voz importante a  favor da  paz e da  harmonia  e contra  os  preconceitos. 


Immaculée virá ao Brasil ,atendendo o  convite do Grupo Silvia Aquino , formado por profis -  sionais de  diversas áreas e que tem o  objetivo de  ajudar  as  pessoas se responsabili  - zarem pelo  futuro da  humanidade , o  crescimento individual e a  tenacidade para enfrentar 

obstáculos de  forma  otimista , em parceria com o  Instituto  Ekloos .


Também fará  palestras em  São Paulo ,  no  dia 1  de outubro no Teatro da  Universidade Católica de São Paulo ( Tuca ) , e no dia 12 de outubro estará presente na  Solenidade  da  Padroeira do  Brasil , na  Basílica  de  Nossa  Senhora de  Aparecida , às  10 h ,  presidida pelo cardeal arcebispo de  Aparecida e  presidente da  Conferência Nacional dos  Bispos do Brasil  (CNBB) , Dom  Raymundo  Damasceno . à tarde fará palestra na  Canção Nova., em Cachoeira Paulista.


Fonte  - Jornal   TESTEMUNHO  DA  FÉ   - pág  24  -  CULTURA 

25  de Setembro à  1º de  Outubro  de 2011 

















































quarta-feira, 19 de abril de 2023

120 anos de Duke Ellington

 


120  anos  de  Duke  Ellington

Todos os  músicos  da  jazz  que  vieram  depois  foram  fortemente  influenciados  por  ele que foi  capaz  de  produzir  uma  revolução  musical

O que   poucas pessoas sabem é que a maioria das estruturas  musicais do  universo erudito  tem  origem em  antigas manifestações  populares do  Velho  Continente  .Em  geral , danças,canções ou  hinos  religiosos  : sarabanda , corrente , giga , pavana , polonaise , mazurca ,  burrê ,  Lãndler  , siciliana ,bolero ,farandola , minueto , chançons , polca ,czardas, habanera , valsa, etc . Esses mo-tivos,com características próprias ,não só invadiram o mais sofisticado mundo da música clássica como continuaram a ser  praticados no  terreno da  música popular , na chamada “ música de salão “ .

Com a  colonização europeia nos Estados Unidos no fim do século  XIX  ,as práticas musicais populares seguiram junto . Nas  cidades  portuárias  às margens do  rio  Mississipi elas se  en-contravam . Sobretudo em  New Orleans  , ouviam -se pelas  ruas e nas igrejas imigrantes pra-ticando  suas  tradições .Eram ingleses com folk- songs , espanhóis e russos com  danças festivas  franceses com chançons , italianos com  calzones , alemães  e  Lãndler  e  marchas  prussianas ,e assim por diante . Nas  igrejas  ouviam-se  hinos e corais de  puritanos e católicos ,batistas e me - todistas . O  curiosos é que  essa  “ liga  das  nações “ sonora  na  cidade -  delta do   Mississipi atraía  grande quantidade de  turistas .

Com a  libertação dos  escravos a partir de  meados do  século  XIX nos  Estados Unidos , iniciou-se uma integração dessa  música feita a partir de  instrumentos , melodias , harmonias e ritmos europeus com a  musicalidade e os  resquícios de uma  cultura  popular negra da  era  da  escravidão .diferente do que ocorreu aqui  no  Brasil , onde as  tradições africanas  - sobretudo  rítmicas  - não foram  ini-  bidas , o   negro americano não tinha mais  relações com as  práticas  musicais de seu passado  lon  - longíquo . Nesse processo , os shows que praticavam , uma  espécie de  lamento  cantado que  de-pois ganhou o nome  de  blues , misturou-se com  aquele variado  acervo de  origem  europeia  . 

Dessa  curiosa miscigenação de elementos , aos poucos nasceram um  novo estilo e uma nova pro - fissão  musical  . O  negro  americano ,  tentando  subir na  vida  por  meio da  profissão do entre- tenimento ,aprendeu a tocar  instrumentos e a conhecer o  acervo musical  importados, só que  , pronunciando-o  à  própria  maneira .Essa  “ pronuncia “ se  transformou em  outra  música ,o  jazz . Assim ,The  Entertainer ,do mulato Scott Joplin , não era mais  uma  polca , e sim um  ragtime , o primeiro  estilo  jazzístico .

Na  década de  1920 , um negro , filho de  uma prostituta que perambulava  pelas ruas  de New  Orleans , arrumou uma  graninha  e adquiriu num  brechó um  trompete  amassado . Adotado  por uma  família de  judeus  russos , Louis  Armstrong obteve  formação e   misturandose com  bons músicos que formavam  combos  jazzísticos , liderou a implatação de uma  rica habilidade de im- provisação  nessa música .  

Na  década de  1930 ,  havia já  sofisticadas e tecnicamente muito   desenvolvidas big bands jazzísticas  .E até   dois  grandes líderes .Um “ rei branco “ do  swing , Benny Goodman , e um , "rei negro “ ,Count  Basie . Na década de  1940 , porém , surge  um  “  príncipe “  no jazz . Melhor dizendo , um do “ que “ , Edward Kennedy Ellington  , era chamado de duque pela  delicadeza e pela finura de seu  comportamento  , que se  refletia na  música . tal foi a   revolução cultural   que pro - moveu com su plano , suas composições e sua  big band  que  , dessa  década em diante , mais que reconhecido por colegas , amantes e  teóricos do  jazz , ele obteve as  mais altas distinções de  ins- tituições sociais e  culturais , como  Presidential Medal of  Feedom , a mais  alta distinção americana , e a  Légion  d’ honneur da  França ; e foi o  primeiro  músico  de  jaz  a  entrar  na  Academia  Real  de  Música da  Suécia , assim como  a obter o  título de  doutor  honoris  causa das  grandes  uni - versidades  do   mundo 

Duke  Ellington praticamente conferiu um  novo  status  cultural  à música  do  jazz . Ela não era mais a  música tocada numa esquina por  um moleque que improvisava num  trompete amassado , e sim o mais  criativo  exemplo  cultural de um  país no  século  XX .  Ellington soube identificar  gênios que faziam o  melhor dessa música e os trouxe para o  seu  convívio , desenvolvendo suas  potencia - lidades ,assim como a  qualidade de seus  arranjos  , tornando  sua  banda única . Introduziu  novos  instrumentos no som jazzístico . Escrevia inclusive “ concertos “  para esses  músicos excepcionais atuarem  como solistas .  Aliás , foi o primeiro a usar a  voz humana como  instrumento , ampliando os  recursos do  im - proviso vocal . Seus  arranjos tinham características muito diversificadas . Do  mood stile , que é algo  melancólico que lembra o  passado triste de sua  etnia ( ouvir  Solitude  , ao jungle stile ,mais concertante e que faz sua  orquestra explodir como uma  libertação sonora .

Foi o primeiro  a lançar  mão do  rico aparato rítmico sul-americano de  origem afro ,dando  nova e  provocante dinâmica aos arranjos e à  banda . Foi também o  primeiro a usa  recursos nas gravações da  banda , como câmara de eco. Seu plano não estava lá apenas para  tocar harmonias . As inter - venções de  seu  instrumento agiam quase como uma  regência . 

Todos os  músicos de  jazz que vieram depois de  Ellington foram fortemente influenciados por ele , mas não caberia  elencar neste artigo tudo o que ele  inovou no  som e no  universo jazzístico .Suas canções foram igualmente  importantes .Não apenas pela  beleza melódica , como pelo  conteúdo de seus  textos ligados ao  ser humano  americano e à  etnia que  ele representava . Aliás , sempre afir- mou : faço a  música do  negro americano . Não tenho nada a  ver  com a África .

Por essa  grande musical e  humana , o  maior  regente  da  primeira  metade do  século  XX em  todo mundo ,que viva nos  Estados Unidos , foi tirar  Ellington do  Cotton Club e o   convidou para  compor  uma  obra para sua  big band e a  sinfonia criada e regida   por ele , na mais importante  sala de  concertos dos  Estados Unidos . Assim , o  gênio  de  Toscanini  homenageou esse  “  duque “ ,  esse  “ príncipe  “  ,  esse  “ rei “ do  jazz  nascido  há   120 anos .

Fonte  - Revista  ATRÁS  DA  PAUTA  - pág 16   - CONCERTO 

Outubro  2019  - Por  Júlio  Medaglia  -    120  anos  de  Duke  Ellington