Despertar uma nova práxis no cotidiano escolar, é fazer com que os professores, ao repensarem criativamente a importância dessas novas tecnologias - o rádio, a televisão, a internet etc. - percebam que elas colaborarão nas interações dos alunos com as mídias e novas propostas pedagógicas.
quinta-feira, 20 de abril de 2023
??? Você ... Quarentena , Quarentena , Quaresma
CULTURA
Sobrevivente de um dos maiores e mais sangrentos genocídios da História , a História ,
a ruandesa Immaculée Ilibagiza estará no Brasil pela primeira vez para uma conferên-
cia no Rio no dia 10 de outubro , às 18h30 , no Teatro Oi Casagrande ,na Avenida Afrânio
de Melo Franco ,290 , no Leblon, entrada é gratuita e os ingressos devem ser trocados na
bilheteria do teatro entre os dias 27 de setembro e 10 de outubro , das 15h às 20h .
Immaculée , nascida e criada em Ruanda na África , tem sua história de vida retratada no
best-seller “ Sobrevivi para contar “ , editado em mais de 15 países . Ela é sobrevivente do genocídio de 1994 , em Ruanda , onde , um milhão de pessoas foram brutalmente assassinadas , inclusive a maior parte de sua família , devido a conflitos étnicos ancestrais
entre tútsis e hútus , principais etnias do país africano que sofreram o holocausto durante cem dias .
Criada em uma família católica tútsi e formada em engenharia pela Universidade Naci- onal de Ruanda , a jovem , então com 22 anos , quarta filha de respeitáveis professores ,
se escondeu na casa de um pastor, onde dividiu o espaço de um banheiro com mais sete mulheres famintas,aterrorizadas e em condições mínimas de higiene, saúde e alimentação , durante 91 dias . Ao sair , havia perdido 23 quilos , carregava uma Bíblia , um dicionário de
inglês e um rosário .Após sofrer com a perda de sua família e amigos , além de sobreviver em condições de vida precária , surpreendeu a todos novamente , perdoando os assas-
sinos e torturadores de seus ente queridos .
Após recuperar-se , Immaculée trabalhou na Organização das Nações Unidas ( ONU) e
optou por morar em Nova York , onde vive hoje com marido e filhos .Atualmente , dedica-se
à Fundação Ilibagiza , cujo objetivo é ajudar sobreviventes na recuperação dos efeitos dos genocídios e das guerras e abrir perspectivas futuras . Ela é premiada e mundialmente reconhecida como um exemplo de fé e perdão . Seu relato de sofrimento , esperança , fé e determinação é uma inspiração . Tornou-se uma voz importante a favor da paz e da harmonia e contra os preconceitos.
Immaculée virá ao Brasil ,atendendo o convite do Grupo Silvia Aquino , formado por profis - sionais de diversas áreas e que tem o objetivo de ajudar as pessoas se responsabili - zarem pelo futuro da humanidade , o crescimento individual e a tenacidade para enfrentar
obstáculos de forma otimista , em parceria com o Instituto Ekloos .
Também fará palestras em São Paulo , no dia 1 de outubro no Teatro da Universidade Católica de São Paulo ( Tuca ) , e no dia 12 de outubro estará presente na Solenidade da Padroeira do Brasil , na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida , às 10 h , presidida pelo cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) , Dom Raymundo Damasceno . à tarde fará palestra na Canção Nova., em Cachoeira Paulista.
Fonte - Jornal TESTEMUNHO DA FÉ - pág 24 - CULTURA
25 de Setembro à 1º de Outubro de 2011
quarta-feira, 19 de abril de 2023
120 anos de Duke Ellington
120 anos de Duke Ellington
Todos os músicos da jazz que vieram depois foram fortemente influenciados por ele que foi capaz de produzir uma revolução musical
O que poucas pessoas sabem é que a maioria das estruturas musicais do universo erudito tem origem em antigas manifestações populares do Velho Continente .Em geral , danças,canções ou hinos religiosos : sarabanda , corrente , giga , pavana , polonaise , mazurca , burrê , Lãndler , siciliana ,bolero ,farandola , minueto , chançons , polca ,czardas, habanera , valsa, etc . Esses mo-tivos,com características próprias ,não só invadiram o mais sofisticado mundo da música clássica como continuaram a ser praticados no terreno da música popular , na chamada “ música de salão “ .
Com a colonização europeia nos Estados Unidos no fim do século XIX ,as práticas musicais populares seguiram junto . Nas cidades portuárias às margens do rio Mississipi elas se en-contravam . Sobretudo em New Orleans , ouviam -se pelas ruas e nas igrejas imigrantes pra-ticando suas tradições .Eram ingleses com folk- songs , espanhóis e russos com danças festivas franceses com chançons , italianos com calzones , alemães e Lãndler e marchas prussianas ,e assim por diante . Nas igrejas ouviam-se hinos e corais de puritanos e católicos ,batistas e me - todistas . O curiosos é que essa “ liga das nações “ sonora na cidade - delta do Mississipi atraía grande quantidade de turistas .
Com a libertação dos escravos a partir de meados do século XIX nos Estados Unidos , iniciou-se uma integração dessa música feita a partir de instrumentos , melodias , harmonias e ritmos europeus com a musicalidade e os resquícios de uma cultura popular negra da era da escravidão .diferente do que ocorreu aqui no Brasil , onde as tradições africanas - sobretudo rítmicas - não foram ini- bidas , o negro americano não tinha mais relações com as práticas musicais de seu passado lon - longíquo . Nesse processo , os shows que praticavam , uma espécie de lamento cantado que de-pois ganhou o nome de blues , misturou-se com aquele variado acervo de origem europeia .
Dessa curiosa miscigenação de elementos , aos poucos nasceram um novo estilo e uma nova pro - fissão musical . O negro americano , tentando subir na vida por meio da profissão do entre- tenimento ,aprendeu a tocar instrumentos e a conhecer o acervo musical importados, só que , pronunciando-o à própria maneira .Essa “ pronuncia “ se transformou em outra música ,o jazz . Assim ,The Entertainer ,do mulato Scott Joplin , não era mais uma polca , e sim um ragtime , o primeiro estilo jazzístico .
Na década de 1920 , um negro , filho de uma prostituta que perambulava pelas ruas de New Orleans , arrumou uma graninha e adquiriu num brechó um trompete amassado . Adotado por uma família de judeus russos , Louis Armstrong obteve formação e misturandose com bons músicos que formavam combos jazzísticos , liderou a implatação de uma rica habilidade de im- provisação nessa música .
Na década de 1930 , havia já sofisticadas e tecnicamente muito desenvolvidas big bands jazzísticas .E até dois grandes líderes .Um “ rei branco “ do swing , Benny Goodman , e um , "rei negro “ ,Count Basie . Na década de 1940 , porém , surge um “ príncipe “ no jazz . Melhor dizendo , um do “ que “ , Edward Kennedy Ellington , era chamado de duque pela delicadeza e pela finura de seu comportamento , que se refletia na música . tal foi a revolução cultural que pro - moveu com su plano , suas composições e sua big band que , dessa década em diante , mais que reconhecido por colegas , amantes e teóricos do jazz , ele obteve as mais altas distinções de ins- tituições sociais e culturais , como Presidential Medal of Feedom , a mais alta distinção americana , e a Légion d’ honneur da França ; e foi o primeiro músico de jaz a entrar na Academia Real de Música da Suécia , assim como a obter o título de doutor honoris causa das grandes uni - versidades do mundo
Duke Ellington praticamente conferiu um novo status cultural à música do jazz . Ela não era mais a música tocada numa esquina por um moleque que improvisava num trompete amassado , e sim o mais criativo exemplo cultural de um país no século XX . Ellington soube identificar gênios que faziam o melhor dessa música e os trouxe para o seu convívio , desenvolvendo suas potencia - lidades ,assim como a qualidade de seus arranjos , tornando sua banda única . Introduziu novos instrumentos no som jazzístico . Escrevia inclusive “ concertos “ para esses músicos excepcionais atuarem como solistas . Aliás , foi o primeiro a usar a voz humana como instrumento , ampliando os recursos do im - proviso vocal . Seus arranjos tinham características muito diversificadas . Do mood stile , que é algo melancólico que lembra o passado triste de sua etnia ( ouvir Solitude , ao jungle stile ,mais concertante e que faz sua orquestra explodir como uma libertação sonora .
Foi o primeiro a lançar mão do rico aparato rítmico sul-americano de origem afro ,dando nova e provocante dinâmica aos arranjos e à banda . Foi também o primeiro a usa recursos nas gravações da banda , como câmara de eco. Seu plano não estava lá apenas para tocar harmonias . As inter - venções de seu instrumento agiam quase como uma regência .
Todos os músicos de jazz que vieram depois de Ellington foram fortemente influenciados por ele , mas não caberia elencar neste artigo tudo o que ele inovou no som e no universo jazzístico .Suas canções foram igualmente importantes .Não apenas pela beleza melódica , como pelo conteúdo de seus textos ligados ao ser humano americano e à etnia que ele representava . Aliás , sempre afir- mou : faço a música do negro americano . Não tenho nada a ver com a África .
Por essa grande musical e humana , o maior regente da primeira metade do século XX em todo mundo ,que viva nos Estados Unidos , foi tirar Ellington do Cotton Club e o convidou para compor uma obra para sua big band e a sinfonia criada e regida por ele , na mais importante sala de concertos dos Estados Unidos . Assim , o gênio de Toscanini homenageou esse “ duque “ , esse “ príncipe “ , esse “ rei “ do jazz nascido há 120 anos .
Fonte - Revista ATRÁS DA PAUTA - pág 16 - CONCERTO
Outubro 2019 - Por Júlio Medaglia - 120 anos de Duke Ellington