As festas juninas surgiram há centenas de anos na Europa antiga. Elas aconteciam durante o solstício de verão para comemorar o início da colheita - por isso tanta comida e bebida – e eram organizadas pelos celtas, egípcios , entre outros povos. Uma das deusas homenageadas era Juno , esposa de Júpiter, por isso as festas eram chamadas de “ junônias “. O catolicismo passou a ganhar cada vez mais fiéis na Europa e, como a data coincidia com o nascimento de João Batista, primo de Jesus Cristo, a Igreja Católica cristianizou a data, instituindo homenagens aos três santos do mês ( Santo Antônio , São João e São Pedro ). As comemorações passaram a se chamar de “joaninas “ por causa de São João e os primeiros países a aderirem a essas festas foram Portugal , Itália , França e Espanha. Não se sabe o nome “ junina “ é uma adaptação que veio com o tempo ou porque a festa é comemorada no mês de junho.
A festa junina foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante o período colonial. Por coincidência, os índios que habitavam o nosso país realizavam rituais nessa mesma época de junho para celebrar a agricultura e, com a vinda dos jesuítas, as festas se fundiram e os pratos passaram a utilizar alimentos nativos, como mandioca e milho. Hoje, elas acontecem em todo o Brasil, mas podem ser divididas em dois tipos: os da Região Nordeste e as do Brasil caipira ( São Paulo , Paraná , Minas Gerais e Goiás ) , com diferenças e costumes diferentes.
As festas mais tradicionais acontecem em Campina Grande (PB) e Caruaru (PE). Na Paraíba, a festa e conhecida como Forródromo porque tem muito forró. Em Pernambuco tem a Vila do Forró, réplica de uma pequena cidade do sertão pernambucano, com direito a cantadores regionais, sanfoneiros e artistas de todos os tipos que transitam por entre os vagões de um trem, alegrando o público.
As festas do Brasil caipira são realizadas em quermesses, com danças de quadrilha, em torno da fogueira e muita música caipira. As mulheres usam vestidos coloridos de chita e os homens vestem camisa quadriculada e calças remendadas com tecidos multicoloridos.
Fica a sugestão: aproveite o mês de junho para se tornar um caipira de verdade !
Fonte - JORNAL OPÇÃO NATURAL pág 18 - junho de 2015
Origens das festas juninas
A maioria do povo sabe que junho é o mês de festas. Sabe também que nele é comemorado um ciclo de festejos que começa no dia 13 de junho, festa de Santo Antônio de Pádua , passa pelo dia 24, festa do nascimento de São João Batista e termina dia 29, com a festa em louvor a São Pedro. É o período das chamadas festas juninas ou joaninas. Este último nome vem da palavra João, pois a festa em homenagem a este Santo costuma ser a principal do ciclo , aquela que tem maior animação, o maior número de fogos e fogueiras. É a data propícia às simpatias feitas para casamento, fertilidade e felicidade.
Ao que parece, a tradição das festas juninas brasileiras é muito antiga , vinda desde o tempo em que o Brasil era colonia de Portugal. Os primeiros portugueses aqui estabelecidos implantaram muito de seus costumes, hábitos e festas na vida cultura do nosso país. Era tradição em Portugal antigo a comemoração do ciclo junino a partir de 13 de junho, dia de Santo Antônio. Este santo nasceu em Lisboa, em 1195, nos primeiros tempos da fundação da nacionalidade portuguesa e faleceu em Pádua, Itália, razão pela qual é conhecido por Santo Antônio de Pádua. Estas festas eram muito apreciadas pelo povo português e suas raízes se encontram na história antiga da Europa: povos que habitavam este continente, como os celtas e os godos, além dos romanos, já possuíam festas muito semelhantes.
Na antiga Roma, de onde herdamos os nomes dos 12 meses, junho era o mês consagrado a Juno Moneta, deusa em cujo templo eram cunhadas as moedas necessárias ao comércio. Era o mês da juventude. Durante o seu transcorrer celebravam-se festas chamadas junioribus, em honra aos rapazes e às moças. Neste mês festejava-se ainda Carna, deusa que presidia os movimentos e a saúde do coração, do fígado, do baço e outros órgãos. No dia 8 as festas homenageavam a Mens, deusa da Inteligência e a Sumaro, senhor do relâmpago e do trovão. No dia 24, quem imperava entre os romanos era a estimada deusa Fortuna.
As festas em louvor aos três Santos de junho se localizam no Brasil, no solstício de inverno ( é o tempo em que o Sol, tendo se afastado o máximo do Equador, parece estacionário durante alguns dias, antes de começar a aproximar-se novamente do Equador. Início do solstício de inverno no hemisfério Sul: dia 21 de junho ). Introduzidas pelos portugueses, coincidiram com a época do frio, nas vésperas das colheitas de milho, em certas regiões e com o início do ano agrícola.
Nesta mudança de ano cósmico, as populações do campo acreditam necessitar de maior aproximação e proteção das divindades para afastar a presença dos espíritos maléficos e perturbadores, que costumam surgir nesta fase de transição do Sol. São estes espíritos que trazem a peste, as pragas e os prejuízos para a agricultura e as criações.
Assim, o hábito de se fazer fogueiras na época das festas já é uma herança cultural dos povos antigos. Ficando bem no meio dos arraiais, as fogueiras relembram aquele papel simbólico do fogo, elemento central das festas de solstício.
Nas noites de festas juninas é costume, no interior do Brasil, que o povo faça vigília em torno da fogueira, comendo alimentos aquecidos pelo fogo : bata-doce, pinhão, canjica, pipoca e quentão.
É no ciclo das festas juninas que aumenta a leitura de sorte para assuntos de casamento ou amor, felicidade ou morte. São muitas as “ simpatias “ que moças e rapazes fazem nas noites de festas, principalmente nas de Santo Antônio e São João. Estas simpatias lembram muito os rituais de casamento e fecundação de povos já desaparecidos.
O baile bem caracteriza a aproximação dos pretendentes. Existe a possibilidade do namoro, do noivado e até do casamento. A quadrilha é andança marcante dos bailes de junho.
A quadrilha é tomada na cidade como se fosse de origem popular, dançada por lavradores , por ocasião dos festejos juninos. Mas, na verdade, a quadrilha tem origens na nobreza francesa. Foi uma das danças preferidas na Corte brasileira, bem antes da República. Nesta época, a elite brasileira viva voltada para a Europa , principalmente para a França, que era modelo não só de roupas, comidas , leituras , mas até mesmo de gestos.
( "O PENSAMENTO" )
Fonte - Gazeta de Pinheiros pág 5 - Revista Feminina 25/07/1998
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