segunda-feira, 24 de outubro de 2022

A COPA È NOSSA







Apresentamos  aos  nossos leitores, 3  fases do  grande acontecimento futebolístico deste  ano … Copa  Jules  Rimet .

I  –  ANTES  :  A HISTÓRIA  -  No decorrer de  um  ano , 55 países  competiram nas “ elimina-tórias “ , nos vários  continentes . Foram classificados  14 :

Da  América : Argentina , Colômbia , México , Uruguai .

Da  Europa  :  Alemanha Ocidental  ,Checoslováquia , Bulgária , Espanha , Inglaterra  , Hungria , Suíça , Itália , Itália , Iugoslávia e   Rússia .

O  Chile participou por  direito de sede . O  Brasil , por seu  título de  campeão mundial . 

Você  sabia  que  o  Brasil  é  o  único  país que  participou de  todos os  campeonatos mundiais de futebol ?  Este  foi  o  sétimo ! 

O primeiro foi no  Uruguai  ( 1930) .Participaram  13 países . No jogo  final ,o Uruguai derrotou a  Argentina por  4 a 2 .

Em  1934 , concorreram 16 países na  Itália , que saiu  campeã por 2 a 1 , na final com a  Checos -lováquia . 

O terceiro  campeonato  foi disputado na  França , em  1938 . Tomaram  parte  14 países . A  Itália , bi- campeã , venceu a  Hungria  , por  4 a 2 .  

Em  1950 ( após doze anos de interrupção , devido a guerra ) o Brasil  ofereceu a  sede a  13 países . Batemos a  Espanha por  6 a 1 ; a  Suécia , por  7 a 1 . A  vitória  já  nos  sorria ...Mas , a  seleção do  Uruguai nos  venceu : 2 a 1 .

A Suíça  hospedou em  1954  , 16  equipes . O  V .°  campeonato deu a  vitória à  Alemanha que venceu a  Hungria por  3 a 2 .

Na  Suécia ,em  1958 ,disputamos  brilhantemente o  VI . ° Campeonato e  vencemos a  Suécia ,na  final  , por  5 a 2 .

Pelé , Didi , Garrincha , Djalma … tornaram-se  famosos . 

II – DURANTE  O  JOGO  - Quem deixou de  ouvir  com  o  coração  nas  mãos  a narração do
jogo ?  Quem  não  vibrou  com  os  foguetes  que  anunciavam   os  “  nossos “   gols ?  E   quem  não  delirou , de norte  a  sul , com a conquista  do  “ BI “ ?

Foi  uma  nação  em  peso  que  acompanhou  entre  angústias  e  satisfações  ,  entre  ansiedades e entusiasmos , um  pugilo de  patrícios  lutando  pela  posse de um  troféu  esportivo .

Foi  um  povo  que  saudou  , com  desvanecido  enternecimento  os  seus  “ craques “  .  Porque  neles festejou  a  vitória  da  Pátria . 

“ A  TAÇA  É  NOSSA ! “ … andamos  a repetir  de  boca  cheia como se  cada um de  nós hou- vesse  feito  algum  “ gol “ em  Vinã del  Mar  ou em  Santiago.

III  -  DEPOIS :  A  LIÇÃO  –  Também  em  um  Campeonato  pode  uma  nação re- fletir  algumas  de  suas  qualidades . 

Quem  observou  atentamente o  desenrolar-se da  campanha  internacional , terá  notado que  os  brasileiros deram no  Chile uma  impressionante  prova do  regime de  liberdade  em  que  vivemos
e pretendemos  continuar  a  viver .  

Um  dos  fatores da  vitória  do  nosso  quadro , foi o  individualismo , sem contudo, transgredir a disciplina  do  jogo  em  conjunto . Incompatíveis  com  sistemas de pressão , os  nosso  “ craques “ conservaram suas  tendências  tão  simpáticas . E  foi  a  compreensão  dos  dirigentes  em  aceitar certas  sugestões  que  nos  levou  à  vitória .

Outra reflexão : a  unidade  dos  sentimentos  nacionais . Por  toda  parte , as  mesmas  manifes - manifestações  de  regozijo  ou de  apreensão . Uma  terceira  característica da  nossa  gente  se manifestou em  aspectos  interessantes colhidos  pela  reportagem da  N.C.B : a sua  religiosidade . 

A  imagem de  N.S. Aparecida  acompanhou ao  Chile  a  nossa delegação ... As  estréias de  seu  manto  faiscaram  aos  nossos  gols . 

"  Com  as  bençãos de  Deus  e  de  meus  pais  entrarei  em  campo e  lutarei  pela  vitória " ... e Amarildo , de fato levou  o  Brasil à  vitória contra  a  Espanha . 

O  jogo com a  Inglaterra coincidiu com a celebração da  santa  Missa em  Brasília , na  Praça dos  Três  Poderes e a  consagração a N. S. Aparecida e a S. João Bosco ,  da  nova  Capital . E  ven - cemos  por   3 a 1 . 

" Os  Pequenos  cantores  da  Guanabara " gravaram   vibrante " marchinha " : " Brasil  Bicampeão  "  da autoria do  Padre  Ralfy  Mendes . 

Falhou redondamente a "profecia " do  tal cérebro eletrônico de Moscou ... Mas valeram as  " rezas " do  nosso povo simples. E dessa vez  creio que o  " pagador de pro-messa " não foi um ... mas , fo- ram milhares  ...  Ora ,a  iniciativa individual ,a  união na-cional e o espírito  religioso são  virtudes capazes de  garantir  a nossa marcha para  o futuro  com que  sonhamos , cheios  de  fé em  Deus
em  Deus e na coragem dos que hão de  fazer com a cabeça o que o nosso  selecionado fez  com
os  pés ...

Revista - Primavera em  flor 








No  seu  reencontro  com  a  imprensa ,o  piloto falou  de  tudo  um pouco. Sua parceira com  Prost na  Mclaren , a experiência ( e saída ) na  Lotus , a  relação com os outros pilotos  da  Fórmula - .E fez  uma  previsão : em  88 , a  grande  rival da sua  equipe será a  italiana Ferrari .

Longe dos noticiários ,das  entrevistas , nos  postos da Fórmula 1 , Ayrton  Senna passou dois meses , desde o término da  temporada  de  87  em novembro , apenas descansando e cuidando da sua con - dição física com o  professor  Nuno Cobra . Ontem ,o silencio foi quebrado . Senna reuniu-se  com  jornalistas e falou das suas expectativas para  88 e das esperanças de , finalmente , chegar a um título da  Fórmula  1 agora na sua  nova equipe , a Mclaren .

Ontem , à tarde , no auditório do  hotel Crowne Plaza , o piloto brasileiro respondeu a inúmeras per - guntas de  jornalistas , fãs e ,porque não , até de alguns curiosos . Postado em  uma mesa repleta de microfones de rádios ,e, sempre assediado por câmeras fotográficas e de tevê ,Senna , por uma hora , falou de tudo : a nova equipe , Alain Prost, suspensão eletrônica ,Lotus bastidores da  F-1 , e até de loteria .

P – Como será o seu relacionamento com  Alain Prost , um piloto bicampeão do mundo , reconheci- damente um dos melhores da  Fórmula  1 ?  E qual será a posição da McLaren em relação a você e o Prost ?

R – O esquema da McLaren é muito profissional e para ela o interessante é ganhar o título , seja com o  Senna ou com o Prost . O objetivo é ter dois pilotos em condições de  vencer . É lógico que ,  no decorrer do campeonato ,o que estiver em melhor posição de conquistar o título terá a preferência da equipe . Quanto ao Prost , ele é um dos melhores , se não for o melhor piloto de Fórmula 1 da atua- lidades , e  não terei problemas com ele .

De uns dois anos para cá , temos notado que você tem se  distanciado de  imprensa e consequente- mente , do público . A relação  imprensa e  Senna ficou um pouco  mais difícil . Parece que à medida que você começou a subir na F-1 a impressa foi ficando de lado . Por que issso ? 

Não é bem um afastamento , as próprias condições é que  determinaram a distância . Sai do  Kart , passei para a  Fórmula - Foprd , cheguei na  F -1 e  ao mesmo tempo,fui conhecendo  mais gente e o contato foi tornando-se  pesado . Mas o  número de horas que permaneci disponível  não se alterou . O que aconteceu é que  tive de  tirar algum  tempo para cuidar da minha  privacidade e não dava para atender todos e a todo momento . Aliás , desde  85 não consigo parar . Em 86 , sacrifícios ,  depois , na  temporada seguinte ,a  Lotus adotou o motor  Honda e  foi mais um ano trabalhando o carro na tentativa de ajustá-lo ao  novo  motor . E teve também  muitos problemas  políticos que desgastaram a gente .

Alguma coisa com a sua saída da  Lotus ? 

Para falar a verdade , no meio da temporada não tinha mais vontade de disputar os GPs  . Ficava 
contando nos dedos - bom esse passou , ficam faltando mais três ...  isto desde julho . Muita coisa aconteceu e eu não  pude falar para  não atrapalhar as  negociações com a  nova equipe .Na verdade , desde abril eu já tinha acertado com a McLaren .O trabalho ,fora das  pistas , para chegar à McLaren condições  que julgo ideais , foi lon-go . Só que tudo isso foi  pintado de  outra maneira . E não tinha  assinado o contrato ,mas tudo já estava certo .Aí quando ele ( Piquet )  assinou com a  Lotus , muitos fala-ram que ficaria sem equipe . Fui obrigado a  engolir muitas coisas . Foi a  minha  saída da  Lotus que abriu espaço , para outra pessoa .

E o seu relacionamento com os outros pilotos , como é que está ?

Desde que entrei na  Fórmula 1 existe o  antagonismo . Em  85 eu  tinha o  carro nas mãos e estava sempre na frente . Em 86 , a  condição mudou um pouco , e em 87  o motor era ótimo , mas o carro decaiu . Tenho uma  personalidade forte e  quando só depende de mim , não aceito o  confronto . Agora , se existe o  confronto , as  dificul-dades surgem e , às vezes , na  Fórmula 1 , isto é  inevitável .
E a  experiência adquirida na  Lotus sobre a  utilização da  suspensão eletrônica , você pretende trazer para a McLaren ?

Para 88 , a McLaren não está pensando em  suspensão eletrônica e  fica  difícil prever alguma coisa para o próximo prever  alguma coisa para o próximo ano .Sei  que apanhei  muito  ano  passado com esta  suspensão .

Sobre os dois  novos brasileiros na  Fórmula 1 , Roberto Pupo Moreno e Maurício Gugelmin , quais as condições deles no campeonato ?

Para o  Brasil  é muito bom mais  dois pilotos na F - 1 . O  Moreno tem  mais experiência e pode conseguir  bons resultados ;  já o Maurício enfrentará  dois pro blemas : as sua equipe é pequena e tem pouca experiência .

Com Alain Prost e você , a  McLaren , antes de iniciar o campeonato, já é apontada como  favorita . Na sua opinião , qual será o  maior adversário ? 

Sem dúvida nenhuma será a  Ferrari , que terá o mesmo carro do ano passado e terminou a  temporada com uma  perfomance excelente . O duelo com a  Ferrari não vai ser fácil .

Agora, saindo um pouco das pistas : a Caixa Econômica Federal estará criando uma nova  Loto , que premiará o  acertador das  seis dezenas , batizada de  Sena . E, segundo informações  extra-oficiais , você teria sido convidado para lançar esta  ideia .

A  imagem de um  esportistanão condiz com jogo de azar . E tem também o  apoio e  amizade do Banco Nacional . fui convidado , mas ... 

E quanto ao novo projeto  Honda / McLaren com a permanência dos motores turbos ?

Senna - Se a  Honda escolheu este momento para a McLaren eu confio plenamente  na Honda , pois o objetivo final é  vencer . E  Fórmula - 1 é muito  business  e um pouco só esporte .Antes de tudo é preciso vencer , depois vem o  resto é isto eu aprendi  na Fórmula - 1 .

Na próxima terça-feira , Ayrton  Senna embarca para a  Europa e  nos dias  15  e  16 deste mês , em Paul Ricard , França , ele testará , pela primeira vez ,o seu  novo carro , já experimentado por  Alain Prost , em dezembro de  87 , em Estoril , Portugal . Prost só ficou atrás de  Gerard Berger , da  Ferrari , por milésimos de segundos . 

Fonte  Jornal da  Tarde - Esportes  -pág  28
Quinta-feira , 4-2-88  -  AUTOMOBILISMO 







O  cirurgião

Reconstruir o corpo humano  é  trabalho  do espanhol  Pedro  Cavadas . Em  2009,ele fez o primeiro transplante de rosto com mandíbula e  língua do  mundo .Agora vai ajudar um paciente a andar  novamente – com  um transplante  de  pernas  também nunca antes realizado 

Por  que  fazer  um  transplante inédito  como  um  rosto ?

O caso foi do meu paciente era muito grave . Ele havia perdido parte do  lábio superior até o pomo de  adão [ após um acidente de carro ] .Não tinha  mandíbula nem língua ,e os  lábios estavam  muito deformados . Havia feito  8 cirurgias em 10 anos,com pouco sucesso . Viveu todo esse tempo com um pano no  rosto para  não  assustar  as  pessoas . Não  podia comer nem  falar.

Como foi a preparação para a cirurgia ?

Durou  2 anos e meio . O paciente precisou fazer sessões com um psicólogo. Eu fiz  testes em cadáveres e animais .

E  a  operação em  si ? 

Começou com a extração do rosto do doador para depois  implantá- lo no recepto .Isso levou 15 horas e meia .Aí ,com técnicas de microcirurgia ,enxertamos quase metade do rosto :nariz,boca ,parte das bochechas e maxilar inferior.A segunda etapa foi reconstruir os  nervos do rosto , artérias e veias . Também foram reconstituídas os dutos salivares e detalhes da  boca e da língua , o que levou mais de  8 horas de operação .

Qual foi a parte mais difícil ? 

A mobilidade das  pálpebras e o mecanismo de drenagem das  lágrimas , além da proteção do  glóbulo ocular .Também precisamos fazer uma operação menor antes da  cirurgia para reconstruir e dar sensibilidade e movimento à  mandíbula e a língua .

Agora você está se preparando para realizar um transplante duplo de pernas ,algo também inédito . Quais são os desafios de uma cirurgia pioneira como essa ?

O  transplante de pernas nunca foi feito porque a  próteseé a mais indicada na maioria dos casos ,e geralmente funciona muito bem .Mas este é um  desafio novo :o paciente não tem pernas acima dos joelhos . Como a operação nunca foi feita , há pouca informação disponível e precisamos estudar com base em situações similares .A cirurgia ainda não tem data prevista porque espero a aprovação do  Ministério da Saúde espanhol , que autoriza procedimentos inéditos . 

Dá para dizer que chegaremos ao ponto de reconstruir um  ser humano ?

Em um futuro próximo será muito mais frequente transplantar não só as  mãos ,os  braços, e sim todo o aparato locomotor . Já somos capazes de transferir cirurgicamente qualquer parte do corpo.Mas ainda falta avançar nos estudos sobre  medicação e sistema imunológico,e principalmente em como evitar rejeições  .A  farmacologia  ainda  está  muito  atrás  da  técnica  cirúrgica .

E como é sua rotina quando está fora da  sala de cirurgia ?

Atendo em meu consultório das  8h às 21 h . Também costumo viajar ao  Quênia para realizar aten- dimentos cirúrgicos como  voluntário . Lá faço cirurgias de  reconstrução simples , na maoria em  crianças com  sequelas de queimaduras , tumores , fraturas , má-formação . Os adultos têm sequelas de agressão e disparos de armas . Desde  que  me  formei – hoje tenho 45 anos – já fiz  entre 12 mil e 14 mil cirurgias , o que dá mais de  4 por dia .

Fonte  - Revista  - SUPERNOVAS 

Maio de 2011 -  pág 33    - SUPER 

Texto   - MARINA  GONÇALVES 





Os  100  anos  da  Primeira  Guerra 

O início  do  século  XX  foi  marcado  por  inovações  tecnológicas  

movimentos  culturais  e  um  conflito 

O  século XX rompeu   em paz e repleto de promessas . Um  mundo novo e  moderno se  descortinava capitaneado por  inovações tecnológicas,por importantes movimentos  culturais e movido a muito carvão e  eletricidade .O surgimento do  cinema , a consolidaçãodas comunicações via telégrafo e , logo depois , por  telefone , globalizavam a informação.

Transatlânticos cruzavam os mares ,cobrindo a distância da  Europa às Américas em uma semana ;o dirigível e o avião ganhavam os céus e os primeiros automóveis começaram a circular nas ruas das grandes cidades .

- A última guerra havia ocorrido em 1870 e, desde então , a Europa vivia um longo período de paz – explica o  historiador  Marcello Scarrone , da  revista de  História da  Biblioteca  Nacional . - A  burguesia dos  diferentes países se considerava  euro-peia , ocidental , e viajava muito ,de um lado para o outro ,num circuíto das  classes  mais abastada do qual até mesmo a  Rússia fazia parte . 

CIÊNCIA  E  PSICANÁLISE 

O intenso fluxo de ideias que se alastram rapidamente pela  Europa  burguesa e in-telectual  abriu  caminho para  novas e  revolucionárias ideias ; da  psicanálise de  Sigmund Freud  à  Teoria da  Relatividade Geral , de  Albert Einstein , passando pela sombra literatura de  James Joyce e  Franz Kafka . 

Enquanto Einsten subvertia a  noçãoi de  espaço e tempo , e  Freud  propunha a existência do  inconsciente ,Pablo Picasso destorcia as  formas das suas "  Demoiselles D' Avignon " para fundar a arte moderna. O mundo nunca fora tão moderno e promissor .

- A  linguagem estética e científica acompanham o  processo produtivo - sustenta o especialista em história  contemporâneada  Universidade Federal Fluminense (UFF),Bernardo Kocher . - É a segunda Revolução Industrial em marcha , com o uso da ciência e  tecnologia como elementos básicos da  competição  econômica ,com a eletricidade , a química , a metalurgia , e a generalização da  sociedade do consumo de massa , com a  popularização de itens como  o  relógio de pulso , o chá , a bicicleta . Scarrone concorda com o colega .

- Aquele era o  grande momento da  ciência na  europa , daquela sensação de quase certeza do  inevitável e  irrefreável  progresso científico da  Humanidade :  todas  as fronteiras do conhecimento seriam conquistadas ,as respostas gerais e globais seriam encontradas .

Anacronicamente,as estruturas de poder se mantinham arcaicas,calcadas em impérios seculares , no espansionismo colonial , na exploração de  mão de obra barata nas fábricas , nas péssimas condições de  vida de proletários nos  grandes  centros urbanos , na ausência de  leis trabalhistas . 

O  mundo caminhava para um choque entre  duas realidades distintas , entre transformação e  tradição , que produziria uma das  maiores carnificinas da  História , der rubaria  império e  recriaria a  ordem  geopolítica mundial , entre  1914 e 1918.

Enquanto  os  europeus  viviam  sua  época  de  ouro , forças   econômicas  e  ideológicas se  uniram  para  pôr  fim  ao  idílio

- Governos constitucionais avançavam ,mesmo na  Rússia ; a classe trabalhadora conquistava alguns direitos e  benefícios ,os  sindicatos se  fortaleciam - enumera a histo-riadora  britânica  Margaret MacMillan , da  Universidade de  Oxford , autora do re-cém-lançado  " The  war that  ended  peace "  ( A guerra que pos fim à paz , em tradução livre ) . - Havia muitas mudanças acontecendo, e os  problemas sociais certamente contribuíram  ( para a  eclosão  da  guerra ) , certamente foram um fator , mas não a  causa principal.

Margaret não considera , no entanto , que a guerra fosse inevitável :

- Conseguimos olhar para trás e ver por que ela aconteceu ,mas não acho que fosse inevitável . Acho , sim que foi um erro , que ocorreu por resultado de  pressões , de tensões e de  más  decisões  políticas .

Enquanto os  europeus vivam os estertores  de sua  Belle Époque , da sua  época de ouro , forças ideológicas e econômicas se conjuravam para por fim ao idílio burguês .O aumento do  proletariado ,o incremento do  movimento operário e o fortalecimento dos sindicatos a insuflar novas ideias , desafiando -os até então  dominantes  valores do  capitalismo .

A expansão colonial gerava  riquezas para  impérios europeus , mas gerava também um  intenso fluxo de migração e pobreza para os  imigrantes e, segundo alguns historiadores ,teria sido um dos  principais  fatores para a  eclosão da Primeira Guerra Mundial.

- De um lado , as  inovações tecnológicas geravam desemprego ; de outro , novas linhas de produção faziam crescer  a  classe operária , fortalecendo os  sindicatos - conta  Kocker . - as instituições internacionais no entanto, não evoluíam ; o  mundo se  transformava ,mas  o cenário internacional não tinha regulação ,não dispunha de formas atualizadas , não dispunha de formas atualizadas de negociação .

Para  Hocher , o  conflito que levou à  eclosão da Primeira Guerra deixa isso bem claro :  - Houve um  colapso das relações  internacionais e a consolidação rápida de  blocos de poder,centrados , de um lado, na Alemanha ( que logo se uniu ao Império Austro- Húngaro ) , e de outro , na  França e na  Inglaterra ( às quais depois se uniu a Rússia ) .

COMUNISMO  GANHA  TEMPO  

Para  Margaret Mac Millan , as raízes pra as ideologias que depois se revelariam nefastas , como o  fascismo e o comunismo , ganharam terreno na  Primeira Guerra . 

-   As noções de  socialismo e comunismo já existiam desde muito antes de  Revolução francesa - sustenta a  historiadora britânica . - Mas o que a guerra faz é torná-las mais atraentes para os  idealistas , que queriam um  mundo melhor , na  medida em que prometem uma  sociedade  mais  justa , mais  igual .

A guerra acabou por escancarar as falhas da  Belle Époque europeia .

- A guerra mostra  uma  realidade que será totalmente  realizada  posteriormente , comos regimes totalitaristas e a Segunda Guerra Mundial : o  drama da  condição  humana,o drama daqueles que acreditavam no progresso sem  fim da  civilização e se dão conta de que devem recomeçar  tudo  de  novo - resume  Scarrone . - O  século  XIX é o do   grande otimismo das  convicções , das  certezas ; o  século  XX  tudo isso entre em crise até o fim da Segunda Guerra . Foi  o  fim de um  mundo  que  parecia  em  paz . 

Fonte  -  Jornal  O  GLOBO   - pág 31 

Sábado , 5.7.2014   - História  -  ROBERTA  JANSEN  




JÔ  SOARES

É  interessante o quanto a  falta de  inventividade se apossa de  cenário  artístico  do  país ,em contra ponto ,uma das  culturas  mais ricas do  mundo ( a começar da nossa língua ,falada em mais de  vinte modos diferentes ) . 

Com tudo o que tem direito o programa “ Jô Soares Onze e Meia “ completou quatro anos . Que ele  é bom , todo a  mundo  sabe , e basta  os  aventurar com  o  controle  remoto afora para certificarmo-nos o  quanto ele  poderia ser  ruim.

Tentando  renascer  das  cinzas a  TV  Manchete promoveu a volta ao  vídeo do figurinista  Clodovil  Hernandes . O pseudo -programa de  variedades é rigorosamente cômico.

Há uma pequena plateia , um solista , o  convidado também se  senta diante de uma mesa e tudo segue  aos moldes de “ Onze e meia “ . O que difere é que no programa de  Clodovil há um  toque de elegância ao  servir  um  vinho  do  Porto , prontamente derrubado com a  insistência do  apresentador ao grantir sua procedência .



Jô Soares  não  faz  café . Nem mesmo revela o que teria dentro de  sua  caneca , que também raramente oferece ao entrevistado . É só na  TV Manchete se  consegue  reviver o  constrangimento de que somos vítimas ,quando queremos dar atenção a nosso convidado ao mesmo tempo que lhe fazemos  um  café . Não há  assunto nem  coor-denação motora que resista . E bravamente , Clodovil vende o  novo modelo de cafeteira  todas as noites . Mesmo com o preço comparado às  cafeteiras italianas, se-gundo  vendedoras do  shopping  Iguatemi ,“  a cafeteira do  Clodovil ” tem uma saída espantosa . Só o  Brasil é  capaz disso .

Noites atrás , uma psicanalista brasileira , avesso a medicina e a  psicanálise oficiais , declarou a Jô Soares que uma pessoa energeticamente bem aparatada jamais contrairá o  vírus da Aids . E mais  :  disse que  a doença , assim como o câncer , não  existiam . Eram invenções  da  medicina convencional . O que se viu a  partir daí  foi um  verda-deiro  show de  ética de  Jô  Soares , que aflitivamente discreto , tentou fazer a  psica- nalista  retirar o que tinha dito porque nem o  programa , nem ele , poderiam “ assumir a  SERIEDADE do que estava sendo declarado “ .  Foi  um  pasme . Esta ética , este sentido  jornalístico ,este comportamento  profissional é  dos  mais  nobres . 

O “ Onze e  Meia “  também é repetido ainda mais cedo que às 22 horas da Manchete. Vai editado às  20h30  na  TV 2  Cultura , apresentado  por Marcelo  Rubens Paiva . Tem uma  pequena plateia , música na entrada dos convidados e  incidentalmente uma  perfomance . Ou seja , dirigido ao  público jovem , tem seus  modos modernos de se  expressar . E o  pseudo  apresentador  que é também , pseudo  jornalista , pseudo es-critor e faz esforço para  ser  um  intelectual , fala , fala  e  tanto de quanto seus convi-vidados não dizem absolutamente nada . 

Uma  editora da Folha de São Paulo esteve recemtemente naquele programa e o  resultado , uma  multidão . Havia dois  aspectos : a necessidade de alguns  artistas chamados marginais em classificar a editoria de variedades da Folha de São Paulo enquanto  cultura oficial e a necessidade da jornalista em rebater evasivamente as argumentações . No meio , um Rubens Paiva enfadado , olhando para a pauta com cara de " a que horas eu posso ir para casa " ?

Uma entrevista para ser boa precisa efetivamente de um interesse jornalístico e um re-pórter que tenha  sensibilidade em conduzir a conversa , de preferência , sem o  rigor das pautas , para que a  espontaneidade possa aparecer e  contagiar o  telespectador . Jô Soares é  um homem que há muito sabe que perder a  vaidade é  ponto de partida para  profissionais . Algumas vezes  ele chegou a  deixar que o  humorista passasse  a perna no  jornalista , mas  sempre se  recompõe. Uma  verdadeira integração entre o fato em si e a maneira de  apresentá-lo é que leva  a empatia , ao aprendizado e principalmente , ao serviço . O jornalismo é isso , um serviço prestado ao público .Não um espelho de  vaidade , um meio de  auto-promoção , nem de  psicologias domésticas , ou um levantar bandeiras de minorias e outras infelicidades .Enquanto o jornalista não respeitar seu convidado não terá  respeito ao  público do programa . Porque não estará  respeitando o público . Levamos  quase trinta anos para  descobrir  a  verve de  Jô  enquanto  jornalista . Ainda  bem que  o  encontramos . A  TV   brasileira  precisa de  riquezas . Sem  câmaras  de  close .

Fonte  -  Jornal  das  Artes  -  pág 15 

Ano  1994 -  CAROLE  CHIDIAC 






 Bruna : sempre um novo  amor

Par muitos , ela é uma  excelente modelo ,com o rosto lindo , fotográfico.Para outros , uma ótima escritora ,que alcançou uma  boa vendagem de suas publicações .Milhares de pessoas no momento , a conhecem com a  Patrícia de  Louco Amor . No entanto , Bruna Lombardi não quer  rótulos , e sim conquistar seu  próprio espaço em qualquer atividade . Para tanto , tem em seu favor o  talento ,a garra , a beleza e uma  personalidade marcante que  fazem dela , simplesmente , um ser  humano vibrante e  sensível pronto para enfrentar qualquer .

“ A vida da gente é sempre superar as coisas , vencer os obstáculos . Conquistar o próprio espaço, o próprio lugar mesmo " , afirma Bruna . E prossegue : " A vida éuma longa lição de saber ver uma coisa germinar ,saber ver a coisa crescer , sem a pressa da colheita . Tenho uma coisa dentro de mim
que é fundamental para me descrever,para falar de mim . Não façoas coisas pensando só no resultado . Eu penso notrajeto . Faço pelo prazer . Isso é uma  filosofia mesmo , pensar  na  germinação “ 

Filosofia  de  vida à  parte. Bruna está às voltas com muito trabalho .De um ano para cá,ela enfrenta um ritmo alucinante de gravações e ensaios que começou com a Maria de  Avenida Paulista . Representou um  menino na peça  Numa Nice , versão paulista , uma bruxa fada sereia no filme inédito. Ocangaceiro Trapalhão e foi das vítimas do  Mandrakena Quarta Nobre . Atualmente , é a Patrícia de Louco Amor , que toma quase todo o seu tempo .  “  Patrícia é uma composição difícil porque ela é introspectiva , tímida , bem diferente de mim . É delicada , frágil , sensível , romântica .Uma pessoamuito sozinha . Não consegue ter amigos, tem medo e é dependente . A única coisa que a sustenta é essa insegura jovem está emprestando a sua alma . Bruna , a cada personagem , confessa “ um  casode amor  “ , já se torna impossível não se envolver nos dramas vividos por eles :  A cada trabalho , a fonte de riqueza é a descoberta dos caminhos . Trabalhar com elementos desconhecidos dá um  bom retorno . Tenho uma construção muito  emocional de personagens . Quando fiz a  Maria de Avenida Paulista foi um período  muito difícil , em todos os sentidos . Era um período de  insônia , de  andar pela casa , porque ela era  uma pessoa que sofria muito e , de certa maneira , a  gente fica carregada com isso “ . Bruna costuma  abraçar as  causas das personagens , e , no caso da  Patrícia , partiu do princípio que a  “ humanidade é totalmente alucinada . Na hora em que estou criando a  Patrícia , a minha loucura está canalizada para a criação de uma personagem . Um escritor , na hora em que es- creve ,está canalizando a loucura dele para o texto ,e assim por diante . A obra  de  arte ,seja ela qualfor , é a canalização da loucura .Por isso ,acho que todas as pessoas têm que ter , mesmo não profissionalmente , alguma coisa para se jogarem , sempre . É o melhor remédio para
 tudo “ . 

Por falar em textos e obras de arte , Bruna Lombardi tem desde pequena o hábito de escrever . " Acho que as tendências das pessoas se manifestam cedo " .Formada em jornalismo e em publicidade e marketing , de repente , viu suas prosas e poesias publicadas emParis , Nova Iorque e traduzida para 11 idiomas . Posteriormente teve dois livros publicados - No Ritmo dessa Festa e Gaia . " Os livros estavam implícitos naminha vida . Não sou uma  pessoa de objetivos , tipo eu vou por essa coisa ali . Não é bem assim a minha cabeça . Eu vou vivendo . Sou bem Leão . Noutro dia , estava vendo o  Caetano ( Veloso ) e acho ele muiuto parecido comigo . A gente  vai  fazendo as  coisas .Nunca tive aquela coisa de eu vou publicar um livro . A única coisa que me interessava era escrever . Meu  prazer era escrever as coisas que eu gosto . Aí de repente , estavam publicando as minhas coisas fora do Brasil " .

Bruna , se considera " uma pessoa bem-sucedida , mas tem muito trabalho atrás " , 

Essa  carioca de  Copacabana não se deixou abater com os empecilhos , nem com a discriminação . ela confessa ter sido  discriminbada " tanto quanto as outras milhares são , pois é  uma coisa atávica no homem achar que a mulher não vai ser capaz de realizar alguma coisa " . Para ela , o sucesso alcançado em tudo o que se propõe fazer é uma decorrência e não se considera uma pessoa de sorte : " O público desconhece que você chegou e explodiu . Não  é  verdade . Você   não  consegue  que  nasça  uma  flor  se  não  regar , tratar  " ...o  reconhecimento público é  " muito gratificante "  , mas encara o sucesso como " uma coisa fora de mim . Na hora do trabalho , não penso no sucesso . É aquela coisa que me define bem . É uma constante pensar no trajeto e não no resultado . O prazer de representar está acima de tudo " . Para finalizar , Bruna lembra  Bertold Brecht" , escritor alemão , dando a sua  receita  paras  ser  feliz : " Agente  tem  que  viver  sem  machucar  ninguém . Brecht dizia assim : 'Eis  o  bem : não e a  si  também . Eis o bem . ' Feito  isso  , não  precisa mais " . 

Fonte  -  Revista  Amiga

Aviso - É uma relíquia ter essa reportagem , pois a  Bruna Lombardi não gosta dos  
holofotes. Ser fã é assim , guardamos revistas antigas ou adquirimos. Ana Regina 






Atualidades 

Para  compreendermos  a  identidade  católica  de  nossa  nação , faz-se  necessário  regressar do  assim  chamado  “  Descobrimento do  Brasil “ .

Em  22 de abril de 1500 ,Pedro Álvares Cabral , explorador português chegou  às terras do  novo  continente, carregando consigo a  compreensão que , além de  expandir o  domínio da  coroa  por - tuguesa ,estaria igualmente ampliando a presença da Igreja Católica no mundo.Isso fica claro quando , no dia  26 de abril de 1500 , já foi rezada a  primeira missa em solo brasileiro pelo  Frei de Coimbra , que acompanhava a  expedição de Cabral.

A partir de então ,a fé católica passou a se espalhar por nosso país , desde seu período colonial .Uma das expressões mais evidentes dessa fé enraizada  na  cultura é o  símbolo da Cruz ,que está  presente nos  marcos de  fundações de muitas cidades his- tóricas .Também há cruzes que são colocadas em morros , estradas , próximo de rodovias , para marcar um  sinal de  fé , um local de falecimento ou uma devoção às algumas .Outras características interessantes de nossa identidade católica estão nos no -mes de muitas cidades que se referem aos santos católicos , além dos  brasileiros que têm seu nome inspirado nas devoções e /ou promessas familiares .A devoção aos santos ,especialmente à  Virgem Maria , marca  nossa  fé  popular  expressada nas peregrinações a lugares de culto ( Santuário Nacional de  Aparecida ) , nas procissões realizadas pelas ruas,nas pequenas  imagens que cada família possui em suas casas igualmente na  invocação de um  Santo no dia  a  dia  de  nossa  vida , como  quando alguém se  afoga , por exemplo , imediatamente dizemos  “ São Brás “ . Em tudo isso , vemos a  fé inserida na  cultura brasileira .

Por isso , é importante que essa nossa experiência  popular de  fé , que recebemos des-desde o  período colonial , seja sempre mais  amadurecida e compreendida por todos nós . A  fé  cristã tem seu  fundamento na  pessoa  de  Jesus  Cristo e em  seu  Evan - gelho . Desse modo , cabe a nós , como  Maria , tornar-nos sempre mais seus  discí-pulos – missionários , para que  a  mensagem de Amor , Salvação e Vida continue ten-do sentido entre nós , brasileiros .

Enfim  entre os exemplos citados , Nossa  Senhora  Aparecida tem um lugar  todo es-pecial .Em sua  pequenina  imagem ,Maria se identifica com  nossa cor e assume nossa  identidade brasileira , apesar de sermos um  povo proveniente de muitas  culturas e  nacionalidades : com diversas com diversos e traços recebidos de  nossos  irmãos indígenas , europeus , africanos e asiáticos  . Somos um povo  multicultural e   com diversas  etnias ,porém , que compartilha , desde  suas raízes , uma única  e profunda fé .

Fonte  -  Revista  de  Aparecida - pág  26  

Ano  2022 - Pe. Jonas Luiz de Pádua , C.S.s.R.


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