História do Brasil
O deficit nas contas públicas escapou ao controle e , no final do mesmo ano ,a inflação voltou a disparar .
Fenando Collor de Mello , primeiro presidente eleito diretamente no Brasil após 29 anos , iniciou seu governo com uma atitude radical: o bloqueio do dinheiro nas contas bancárias , cujo saldo estava acima do valor , de 50 mil cruzados novos ( equivalente a US$ 13.00 ) . Collor reafirmou a tradição autoritária da maioria dos administradores públicos em nome da estabilização econômicamente e os
confiscos ( ao proibir os saques nas contas bancárias ) , impostos compulsórios e congelamento de salários .
Zélia Cardoso de Mello , ministra da Economia de Collor , atrapalha-se tentando explicar o Plano Collor 1 .
- O Plano Collor 1 visava :
- Diminuir o consumo , por meio de enxugamento da circulação de moeda , e com isso forçar a queda dos preços.
- A abertura da economia , baixando as tarifas de importações .
- A diminuição do deficit público , com uma reforma administrativa e o processo de privatização das estatais .
Esse plano naufragou devido , principalmente , ao desgaste do governo e à perda de credibilidade de
seus membros . Collor renunciou e sofreu um impeachment em dezembro de 1992.
Os Planos da Economia Brasileira
Desde 1986 , são sete propostas para domar a inflação
Plano – CRUZADO 1
Fevereiro de 1986
Principais pontos
O cruzeiro perde três zeros e passa se chamar cruzado
Os salários são congelados pela média dos seis meses anteriores
Congelamento de preços , tarifas e serviços
A correção cambial é congelada por tempo indeterminado
Principais efeitos
Queda momentânea
Consumo excessivo
Ágio nos preços – desabastecimento no mercado
Disparada do dólar e aumento das dívidas interna e externa
CRUZADO 2
Novembro de 1986
Principais pontos
Aumento da poupança , com estímulos fiscais
Aumento de impostos indiretos
Aumento das tarifas públicas
Estímulo de exportações
Principais efeitos
Queda da inflação a princípio , com posterior aceleração
Prejuízo no salário real
Aumento dos deficit interno e externo do setor público
Descrédito popular
BRESSER
Junho de 1987
Principais pontos
Congelamento dos preços e salários por 90 dias
Reajuste dos salários sempre que a inflação aumentar em 20%
Criada a Unidade de Referência de preços (URP)
O cruzado é desvalorizado em 10,56%
Principais efeitos
Contenção de gastos públicos
Arrocho salarial
Alta inflacionária
Descrédito popular
VERÃO
Janeiro de 1989
Principais pontos
O cruzado perde três zeros – passa a se chamar cruzado novo
Congelamento de salários , preços e tarifas
Desvalorização do cruzado em 17%
Reforma administrativa – extinção de cinco ministérios
Principais efeitos
Controle da inflação só no começo
Alta dívida externa
Disparada do dólar
Achatamento salarial
COLLOR 1
Março de 1990
Principais pontos
Volta o cruzeiro , valendo tanto quanto o cruzado novo
Aumento da maioria das tarifas públicas
Congelamento parcial dos preços
Abolida maior parte das restrições às importações
Principais efeitos
A inflação cai no início, mas logo volta aos 20 %
O governo consegue superavit no PIB , depois de longo período no vermelho
Registra-se uma das maiores recessões do país
COLLOR 2
Fevereiro de 1991
Principais pontos
Manutenção do cruzeiro
Tabelamento da cesta básica , congelamento flexível dos preços
Promessa de desindexação da economia
Aplicação de tablita a contratos anteriores ao pacote
Principais efeitos
O congelamento de preços não funciona
A inflação não acaba , ficando na casa dos 7%
Desabastecimento no mercado
A desindexação da economia não funciona
REAL
Julho de 1994
Principais pontos
O real passa a ser a nova moeda do país
Busca por estabilização sem congelamento de preços
Tentativa de controlar os gastos públicos
Aceleração do processo de privatização das estatis
Controle da demanda por meio da elevação dos juros
Principais efeitos
Redução da inflação
Aumento da recessão
Aumento do número de desempregados
Dificuldades do governo Para controlar os gastos
Privatização e estimulo à modernização das empresas
Fonte - Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO
Caderno - História do Brasil - pág 36
1964 : O ANO DO SAMBA ,
APESAR DE VOCÊ
Na História do Brasil , o ano de 1964 ficou marcado pelo golpe militar , que empur-
rou o país para as trevas . Mas a safra de sambas-enredo do desfile naquele ano , na Av. Presidente Vargas, realizado uns 50 dias antes do golpe , é uma das melhores
de todos os tempos . Foi o ano da " Aquarela brasileira " do Império Serrano . Porém ,
" O segundo casamento de Dom Pedro I " , da Portela , foi o que recebeu as maiores notas, sendo considerado, pelos jurados ,melhor do que o composto por Silas de Oli-veira . Esta é uma das histórias que estão no livro " Enredo do meu samba " do cole-guinha e jurado do estandarte de Ouro Marcelo de Mello . A obra foi lançada pela Record , dia 9 de fevereiro , na Travessia de Botafogo . Mello lembra também que , em 1964 , o Salgueiro apresentou " Chico rei " ,de Geraldo Babão , Djalma Sabiá e Binha . É aquele que dia : " Na viagem agonizante , / houve gritos alucinantes , / La-mentos de dor / Ô - ô-ô-ô-ô , adeus meu Bengo , eu já vou " . A imprensa da época
criticou os jurados , escreveu sobre os protestos gerados pelas notas e tratou o poeta
Silas de Oliviera " como um injustiçado . A música da Portela de Antônio Alves , tem valor . Um trecho : " Num principado da Europa / A sua esposa mandou buscar / Fa-
zendo da princesa Amélia / Imperatriz do Brasil / E companheira do seu lar " . Mas
" Aquarela brasileira " , com seu início poético ( Vejam essa maravilha de cenário : é um episódio relicárioa ) , foi a composição que entrou para a história dos desfiles .
Muita gente,inclusive,defende que este é o melhor samba-enredo de todos os tempos.
Regravado por Martinho da Vila , Elza Soares , Dudu Nobre e Zeca Pagodinho , a música alcançou a redenção 40 anos depois ,em 2004, quando foi levado novamente à Avenida e ganhou as notas máximas . - Mais importante do que a nota é o filtro da História . Se uma música permanece por 40 anos é porque ela é muito boa - diz Mello , que , no livro , conta as histórias de 15 sambas - enredo .
Aliás , Mello confessa ter uma pulga atrás da orelha : é impressão minha ou a lin-guagem dos sambas de hoje está impregnada por termos comuns nas redes sociais , como " Invade .../Se joga ..." , caso do samba da Mocidade Independente ?
Fonte - Jornal O GLOBO - Hoje na web
Domingo , 25.1.2015 - Redação
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