terça-feira, 27 de setembro de 2016

GERAÇÃO Z Desafia Mercado



Eles nasceram plugados e não conhecem a vida off-line.  
São generalistas, não gostam de hierarquia e querem fazer o próprio horário
Diferentes dos Profissionais da geração Y, valorizam mais a qualidade de vida  ao poder Aquisitivo.
Empresas tem grande desafio para se adaptar e reter essa mão de obra.

Eles são imediatistas, não gostam de hierarquias, querem horários flexíveis e costumam deixar claro suas condições de trabalho. Quem pensaria em contratá-los? 
Esse é o perfil dos jovens que começam a entrar no mercado de trabalho. Conhecidos como Geração Z, ou Founders  ( Fundadores ), são críticos, autodidatas, dinâmicos e sabem o que querem. Nasceram depois de 1995 e para eles não existe vida off-line.
Os Fundadores nasceram em época de terrorismo , questões raciais e milhares de novas maneiras para se comunicar com o mundo. Eles são mais globais do que qualquer um de nós, já possuem contato com o mundo desde que baixam o seu primeiro aplicativo ou game. Para os Fundadores, música não é mais físico, é streaming, assim como tudo o que pensam“, descreve Paulo Crepaldi, especialista em Neuromarketing e Stiuational Leadership
Outra característica da geração Z é que ela tem mais ambições empreendedoras e é menos motivada por dinheiro do que a Geração Y, nascida nos anos 1980. Os Founders precisam sentir prazer com o que fazem e não abem mão do seu tempo livre. Dessa maneira, sonham com sua própria start-up, de preferência na própria casa. Para eles  , o trabalho não pode escravizar e precisa ser prazeroso.

Via de  duas mãos  

Como essa geração será absorvida pelo mercado de trabalho? De acordo com especialistas, as companhias precisam se perguntar se estão realmente prontas para essa geração. A via passa a ter duas mãos, e se as empresas não atenderem às necessidades deses profissionais, eles simplesmente podem virar as costas. Por isso, um dos maiores desafios é conseguir reter essa mão de obra.
A ausência de especialistas é outra preocupação, já que é uma geração com tendência mais generalista, que não se aprofunda em nenhuma área. Isso se dá por causa do amplo acesso à informação, facilitado em grande parte pela internet. “É uma geração que precisará muito da outras gerações para ensinar-lhes a aprofundar, a examinar com afinco os diversos temas e razões inexplicáveis da humanidade“ , salienta Crepaldi.
Para  o especialista  , o termo Fundadores, escolhido para defini-los, traz um peso muito grande para a geração que ainda está se divertindo. Crepaldi acredita que eles serão os responsáveis por agregar e unir tudo o que as gerações anteriores criaram para o bem-estar da sociedade. “Portanto, cuidado, eles ainda estão crescendo em um mundo cruel  que espera alguma coisa deles “ , alerta.

GERAÇÃO  X  , Y ,  Z

Geração   X , Y , Z são conceitos sociológicos que caracterizam as pessoas de acordo com o período em que nasceram.

GERAÇÃO  X: pessoas que nasceram entre o final dos anos 60 até o início dos anos 70.
GERAÇÃO Y: pessoas que nasceram nos anos 80 até meados dos anos 90. ( alguns estudiosos consideram também as nascidas no final da década 70  )  
GERAÇÃO  Z:  pessoas que nasceram a partir de 1995.
  
Fonte  -           Jornal   DESTAK      PÁG 12       22/02/2016
Rio de Janeiro       CARREIRA   &  FORMAÇÃO   -   CÁSSIA  CABALLERO


Pequenos  geeks 
Tecnologia 
Conheça a geração  que  é  capaz de  programar  joguinhos, Apps  e pequenos  robôs  ainda  na  infância.

Pode até parecer papo de filme de ficção científica ou de algum desenho animado, mas não é. Crianças de 9, 8 e até 7 anos já são aptas a aprender a programar um aplicativo, games e até mesmo alguns tipos simples de robôs.

É o caso de Pedro Soldi, 9 que entrou num curso de robótica nas férias e, assim como seu coleguinhas, conseguiu programar e montar um pequeno robô de rodas que tem a capacidade de desviar obstáculos. “Desde os 6 anos, eu tinha vontade de fazer um curso voltado à programação robótica. Acho que pode contribuir muito, já que no futuro quero criar minha própria logomarca de produtos eletrônicos  e games“, declarou o pequeno, que já pensa em seu futuro profissional.

Mas como crianças tão novas já conseguem ter essa aptidão? Talvez a resposta seja a rapidez com que são expostas pelos pais à tecnologia, seja no computador ou em celulares. Para Renato Wajnberg, sócio, professor e coordenador acadêmico da escola de programação para crianças MadCode, os pequenos precisam estar cientes da tecnologia que os rodeiam e aproveitá-la para avanços. “Acredito que nas próximas décadas a alfabetização digital será tão importante para os jovens quanto é hoje o conhecimento de uma segunda língua como o inglês“, opina.

Escolas  para pequenos
Programadores 

Nesse contexto estão surgindo escolas de programação direcionadas apenas para crianças e jovens. Clodoaldo Andrade é professor de uma delas, a Supergeeks, mesma escola em que Pedro fez o curso de robótica.
Segundo o professor, as crianças são muito mais dispostas a aprender esse conteúdo do que os adultos. “Os alunos são desesperados por conhecimento  , querem respostas imediatas.

"Isso é bom e ruim, eles podem perder o foco, mas também têm dedicação enorme às aulas“. Andrade, pontua ainda que a maior dificuldade das crianças, inicialmente, é no manuseio do computador. “A maioria está acostumada com as plataformas touch“, explica.

Alguns alunos demonstram tanta sede por conhecimento que acabam melhorando seu desempenho nas disciplinas da escola regular. “Os pais, às vezes, entendem os cursos como forma de diversão para as crianças. Mas muito deles têm melhora na escola e também nas habilidades lógicas, e isso os surpreende“, diz Andrade.

Segundo a Supergeeks, o curso mais procurado pelas crianças é o regular, para os com 7  - desde que estejam no 2 ° ano escolar  - até 16 anos. Esse curso completo tem dez fases, e cada uma dura um semestre escolar.

Embora seja produtivo, imergir crianças no mundo tecnológico pode ser também prejudicial. Confira as dicas  da psicóloga educacional Letícia Marques no texto abaixo.

Nada  substitui
A convivência  

Expor as crianças à tecnologia tão cedo exige cautela.
As ferramentas tecnológicas fazem tudo por nós. Basta um clique e tudo está à mão. Crescer em contato  com esse estilo de vida pode fazer com que a criança seja muito imediatista. “Os pequenos expostos à tecnologia são acostumados a “ter tudo na horae não sabem esperar. Transferem a dinâmica dos jogos para a vida, querem tudo na hora e não aceitam um não como resposta“ , explica a psicóloga educacional Letícia Marques.
É essencial que além da tecnologia, a criança tenha um contato social com a família. Alguns pais confiam nos programas de televisão ou em aplicativos para ensinarem as crianças a falar e a se comunicar, porque são “educativos“, mas a criança, neurologicamente, precisa de interação para aprender a falar e será prejudicada caso não haja esse tipo de conversa direta.
É importante e necessário introduzir a tecnologia às crianças, mas a principal regra é monitorá-las e acompanhar suas atividades na internet e nos cursos que eventualmente fizerem na área.

Fonte  -  Jornal       METRO         pág   10     
Rio  de Janeiro , 20/07/2016    EDUCAÇÃO

MANCHETE - OS ALTOS E BAIXOS DA EMISSORA DE ADOLPHO BLOCH


Em junho de 1983, as primeiras imagens da Manchete tinham um tom futurista, com o pouso de uma nave espacial no Rio. O slogan “A TV do ano 2000“, hoje parece ironia: a rede chega à virada do milênio em sua mais profunda crise.
A trajetória da Manchete foi marcada por idas e vindas. Sua programação ora apostava na sofisticação ora no popularesco. Nessa gangorra, a dívida só cresceu. Criadora de programas  de vida curta, como Vila do Tiririca, Circo Alegre e Raio Laser, a Manchete também teve glórias. Veja a seguir, os fatos mais marcantes da emissora.

5 de junho de 83: Entra no ar a Manchete. Para atrair os públicos A e B, Adolpho Bloch investiu US$ 50 milhões em equipamentos, jornalísticos e filmes inéditos. Novelas não estão nos seus planos.
Fevereiro  de 84: Bate a Globo pela primeira vez, com exclusividade na cobertura dos desfiles de carnaval  no Rio
Agosto de 84: A Marquesa de Santos é a primeira mini série da emissora, com 7 % da audiência.
Janeiro de 85: Clube da Criança, que lançou a manequim XUXA  na TV, conquista o público infantil. 
Abril de 85: As séries Xingu e Japão ganham elogios: a emissora investe em qualidade, nem sempre sinônimo de lucro.
Julho  de  85: Estréia a primeira novela do canal, Antônio Maria, e o seriado Tamanho Família. Nenhuma emplaca. 
Setembro de  85: Descontente com o faturamento e audiência, Bloch aprova programas populares, como os humorísticos do casal Carlos Eduardo Dollabela e Pepita Rodrigues e de Miéle.
Fevereiro  de  86: O prejuízo da emissora desde a estréia é estimado em US$ 80 milhões. A dívida beira US$ 23 milhões.
Julho  de  86: Com Maitê  Proença, toque de erotismo e custo de US$ 2 milhões, a novela Dona Beija consegue feito inédito, com média de 15% dos televisores ligados. Na linha das produções de qualidade, lança Cinemania, de Wilson Cunha.
Setembro de  86: Funcionários da emissora entram em greve por salários  . 
Dezembro de  86: José Wilker assume a direção de dramaturgia e lança  , em março  , a novela reportagem Corpo Santo.
Abril  de  87: Com a perda de Xuxa para a Globo, a Manchete lança Angélica , de 13 anos, no infantil A Nave da Fantasia.
Junho  de  87: A linha de shows ( humor e musicais ) é desativada. Cem funcionários são demitidos.
Agosto  de  87: Adolpho  Bloch confirma sua intenção de vender a emissora.
Janeiro de  88: A dívida da rede chega a US$ 34 milhões.
Agosto  de  88: Volta a linha de shows. Entre as 19 atrações que estreiam, estão a novela Olho por Olho e o humorístico Cadeira de Barbeiro, com Cacá Rosset e Lucinha Lins.
Julho de 89: Estréia Kananga do Japão, com Christiane Torloni e Raul Gazzola
Setembro  de 89: Com Documento Especial começa o investimento em programas polêmicos e sensacionalistas.
Janeiro  de 90: Aberta a sede paulista, investimento de US$ 25 milhões. 
Março de  90: A um custo de US$ 8 milhões, é lançada Pantanal. A novela, que privilegia natureza e banhos de rio, dá m bote no Ibope. Bate a Globo, passando dos 30 pontos, e o faturamento para US$ 120 milhões.
Julho  de 90: O Banco do Brasil embarga os bens da emissora  , para garantir o pagamento de US$ 60 milhões em dívidas. Calcula-se que, para muitos credores a Manchete deva outros US$  60 milhões
Dezembro  de  90: Estréia a novela itinerante. A História de Ana Raia e Zé Trovão. Em dez meses percorre 14 mil quilômetros, custa US$ 8 milhões, mas não repete o sucesso de Pantanal.  Chega a 16 pontos no Ibope.
Agosto de  9: É noticiada a suposta venda da emissora para o empresário Paulo Octávio, não se concretiza.
Outubro  de  91: Tentando recuperar o sucesso de Pantanal, é lançada Amazônia. Seis meses e US$ 14 milhões depois, poucos notam quando a trama chega ao fim. 
Junho de  92: Demissão de 670 funcionários. 
Março de  93: A  IBF não paga a parcela da compra nem das dívidas. Empregados em greve põem no ar slide denunciando o atraso de salários desde  dezembro. 
Abril  de  93: Os Bloch reassumem o controle, após medida cautelar.
Julho de 93: Grevistas tiram a Manchete do ar.
Maio de  95: Os bens da emissora são novamente embargados pelo BB. Só em cheques sem fundo chega a US$ 13 milhões.
Outubro de  95: A novela Tocaia Grande marca o retorno da emissora à dramaturgia.
Setembro  de  96: ”Xica  da  Silva “ (auge  ) chega aos 14 pontos no Ibope.
Outubro  de  98: Com salários atrasados, tem início nova greve. Demissão de 600 funcionários e extinção de 6 programas. Brida sai do ar. Previsão de faturamento no ano é de 20 a 30 % menor que o do ano anterior, que foi de US$ 80 milhões.

A  história  de outros canais

Dívidas milionárias, atraso de salários, pendengas judiciais, cancelamento de produções , pressões políticas  , má gestão e incêndios. Na história das crises da TV brasileira, emissoras repetem uma rotina em que muitas são extintas.

Uma estação não morre, definha, dizia o ex-chefão da Globo Walter  Clark. Essa lógica marcou casos clássicos.

Tupi  

Primeira emissora brasileira, criada em 1950, foi extinta às vésperas de completar 30 anos. Rubens Furtado, diretor –geral da emissora entre 70 e 78, enumera possíveis causas de sua extinção: crescimento anormal da Globo, falta de atualização com o mercado, má gestão, crise de crédito no fim dos anos 70 e gradativa falência do impérios Assis Chateaubriand.
Á 18 anos, também especulavas-se que a ditadura olhava com desconfiança o império do dono da Tupi e não teria feito resistência à diminuição de seu tamanho, ao cancelar a concessão do canal. O canal foi repassado para Adolpho Bloch e Sílvio Santos assumiu a dívida trabalhista, de R$ 5 milhões com  700 funcionários. Até agora, deu um calote nos exs-Tupis.

Continental 

Líder da cobertura esportiva nos anos 60, foi despejada em junho de 70. Ficou reduzida a um caminhão de externas. Não raro fora do ar e com pedidos de falência, acabou cassada pelo governo em fevereiro de 1972.

Excelsior 

O grupo que controla a Panair ( empresa aérea ) e a Comal ( de café ) lança o canal 9 em julho de 1960  e, em 62 inflaciona produções e salários do mercado. Com o golpe de 64, tudo muda. A Panair fale e a TV afunda. Em 66, sofre o primeiro incêndio da TV brasileira. Em janeiro de 67, dois meses sem salários enfurecem seus empregados. Em 69, há 16 pedidos de falência. O grupo tenta repassar o canal e é impedido pelo governo. Em julho de 70, um incêndio destrói estúdios. 

TV  Rio 

Lançada em julho de 55, pelo dono da Record, Paulo Machado de Carvalho, manteve a liderança até perder estrelas para a Excelsior em 62, e técnicos para a Globo, em 65. Empresa familiar, com gerência por vezes amadora ( vendeu anúncios em troca de produtos), foi mal vista pela ditadura por ter coberto o golpe de 64. Em crise desde 67, foi vendida em 71 à gaúcha Difusora, de frades capuchinhos. Em 77, saiu do ar por não pagar a  dívida e um decreto cassou o canal. A concessão hoje, hoje, é da Record.

Fonte   -  Jornal     O  ESTADO  DE  SÃO  PAULO   págs   T8 e T9
Domingo , 25/10/1998  EDUARDO  ZANELATO (  especial para o Estado )




Do Pirin–pim-pim aPlim-plim

Em  cinquenta anos, graças ao talento e coragem de nomes pioneiros, que não podem ser esquecidos, a televisão brasileira consagrou–se  com uma  das melhores do mundo.

Das  três enormes  Câmaras na inauguração  - verdadeiros trambolhos  - a um sofisticado equipamento digital e miniaturizado de última geração, das fantasias do pó mágico que fazia Pete Pan voar, numa inocente adaptação de Júlio Gouveia, aos “heróis“ que lutam, atiram e morrem, para o delírio dos telespectadores matinais. Dos cenários em papelão e madeira compensada  , que , às vezes  , balançavam em cena  , à realização virtual da computação gráfica. Do “desculpem a nossa falha“  às maravilhosas ilhas de pós-produção e edições não-lineares. Esta é a síntese da televisão no Brasil, que está completando  cinqüenta anos. Jubileu de ouro. Parabéns a você.
Parabéns a quem encarou a grande aventura ousada de colocar no ar a primeira televisão da América Latina  , em 18 de setembro de 1950. Uma invenção maluca que os Estados Unidos começavam a exportar para o mundo e que viria, sem dúvida, a criar uma nova linguagem de comunicação. Um veículo que, para alguns, calaria o rádio e esvaziaria o cinema. Não aconteceu. O rádio com o tempo, soube se sintonizar com o que havia de novo. E o cinema, com o charme de telona, aprendeu a se aperfeiçoar. 
A televisão, porém, não chegou logo com essa força toda. Veio meio tímida...  Abusada, no entanto. Chegou com um equipamento do arco da velha  ( nossa  , essa expressão é antiga como a TV ) e poucos expectadores, afinal não havia aparelhos ainda para que ela fosse sintonizada. Apenas alguns, que tinham sido trazidos por aquele homem baixinho, sorridente, atarracado, com a têmpera de nordestino, com sobrenome afrancesado: Assis Chateaubriand, que legou ao país uma extensa rede de jornais, uma forte rede de rádio, vários títulos de revistas  ( entre elas a pioneira O Cruzeiro  ), e a própria televisão. Sem contar que aquele visionário, recebido por reis e princesas, milionários e poderosos, criou um cartão postal para a cidade que o acolheu: o MASP, orgulho da gente paulista.
Mas voltemos à arte da telinha.
Foi aquele início repleto de improvisações que serviu de base e aprendizado à televisão brasileira de hoje, com seus defeitos e, exageros e apelações, é verdade. Mas também de programação de alto nível, exportada para vários países e verdadeira embaixatriz do Brasil em qualquer canto do planeta.
Bem antes de pensar nessa carreira internacional, os primeiros passos foram mesmo tupiniquins, como o sorriso maroto de um indiozinho desenhado. Quando a notícia era triste, o mesmo indiozinho representava o sentimento de luto ou decepção.
Quantas histórias.  Uma das melhores é exatamente a do momento da inauguração. A primavera de 50 estava para chegar quando Hebe Camargo se preparava para cantar o hino da TV. Ou pela emoção, ou por uma gripe mesmo, a responsabilidade passou para Lolita Rodrigues. Dizem até que uma garrafa de champanhe, quebrada pelo entusiasta Chateaubriand para comemorar a estréia, foi responsável por se fazer toda a programação dos primeiros dias com apenas duas das três câmaras então compradas.  Tudo era festa.
Mas como seria o dia seguinte?  Alguém tinha pensado nisso?
Se sim, ou se não, fica para outro responder. O certo é que com os dias, com os meses, os telespectadores foram surgindo e com eles os “televizinhos“.
Aquele aparelho esquisito ganhou lugar nobre nas residências, um símbolo de status.
O almoço era temperado com a família  A Bola do Dia, um humorístico rápido com tiradas e tombos provocados por  Walter  Stuart, coadjuvado por David Neto, Fernando Balleroni e tantos outros. Depois a coisa era séria. E lá vinha Maurício Loureiro Gama  o primeiro âncora da televisão, noticiando e comentando as reportagens de José Carlos de Moraes, o Tico – Tico, e Carlos Spera.  À noite havia o Mappin Movietone, apresentado pelo Toledo Pereira, com as notícias do dia. Depois  , a televisão ganhou do rádio a versão do Repórter  Esso, com Kalil Filho.
À tarde já era das mulheres. O fato é que, naquela época, poucas trabalhavam fora.  E ai aparecia Maria Tereza Gregori com seu programa feminino, que tinha receitas, entrevistas, dicas de economia doméstica, tudo igualzinho ao que se vê hoje.
A programação da TV não era menos atraente para a criançada. A genialidade do casal Júlio Gouveia e Tatiana Belinky trouxe a primeira adaptação do Sítio do Pica-Pau Amarelo  , de Monteiro Lobato.  Era o primeiro seriado, ou como poderia ser dito hoje, a primeira maxi – série. O sorriso de Júlio Gouveia abria o capítulo, relembrando o que havia acontecido no anterior e ai a telinha era invadida por Dona Benta  ( Suzy Arruda  ), Tia Anastácia ( Benedita da Silva  ) , Pedrinho ( David José )  , Narizinho ( Edi Cerri ), Visconde de Sabugosa ( Hernê Lebon ) , e, lógico, Emíla ( Lúcia Lambertini ).
A noite, a programação era variada. Tinha de tudo. Tudo o que tem hoje, só que de uma forma nostalgicamente mais séria ou mais preocupada com o novo veículo como meio de cultura e diversão. Em 1954, os já muitos telespectadores iam dormir bem tarde para assistir a eloqüência de Carlos Lacerda se digladiando contra o governo de Getúlio Vargas. Foi assim que em 24 de agosto, o indiozinho apareceu com um semblante triste e a música nada tinha de alegre. Era a notícia lacônica do suicídio do presidente. A televisão, então, já filmava acontecimentos e mostrava logo depois ( modo de dizer ) a multidão que se acotovelava em frente ao Palácio do Catete no Rio ( o filme era trazido de avião, uma viagem demorada ).
Às sextas – feiras, o programa da família era assistir o Clube dos Artistas, apresentado pelo casal Lolita e Ayrton Rodrigues. Desfilavam, então, acompanhados pelas orquestras dos maestros Zezinho, Luiz Arruda Paes e Georges Henry, cantores como Tito Madi, Agnaldo Rayol  , Cauby Peixoto e cantoras como Wilma Bentivegna , Triana Romero, as próprias Lolita Rodrigues e Hebe Camargo  ( normalmente cantando fados ) ou apresentações de William Fournaut assobiando ou o piano do maestro Francisco Dorce, que trouxe para a televisão sua filha Sônia Maria Dorce. Ela acabou virando a Shirley Temple brasileira, estrelando ao lado de Heitor de Andrade uma das primeiras novelas em séria  : De mãos dadas.
O teatro tinha lugar de destaque na programação. Nos domingos à noite assistia-se ao TV  de Vanguarda, apresentado pela voz forte de Túlio de Lemos, que por vezes também cantava neste ou naquele programa  ( e como quase todos  , também atuava e dirigia  ). As adaptações de grandes clássicos era feita por Walter George Durst e a televisão ganhava do rádio artistas como Lima Duarte  ( que também foi câmera – man  ) , Cesar Monte Claro, Vida Alves, José Parisi, Henrique Martins, Walter Forster, Lia de Aguiar, Jota Silvestre, Dioníso de Azevedo, Flora Geny, Berta Zemel,  Eva Tudor, Laura Cardoso, Jaime Barcellos, Fernando Balleroni, Márcia  Real, Wanda Kosmos e tantos outros. 
Vida Alves, por exemplo, sempre conta a história do primeiro beijo dado na TV. Foi uma cena com o galã Walter Foster. Ousado para os padrões da época, era nada mais do que hoje se chamaria de um inocente “selinho“
Os jovens  - ainda não se falava em audiência  teen  - também tinham vez nos seriados de aventura. Era o Falcão Negro, cujo papel título era de José Parisi. O Falcão manejava a espada com rara habilidade  .  Ao seu lado  , Astrogildo Filho, Luiz Gustavo e outros astros das novelas, que ensaiavam os primeiros passos para uma nova arrancada, que seria o cinema, levados por Walter George Durst,  que adaptava clássicos para a televisão e posteriormente para o cinema ( é del o Sobrado, inspirado na obra de Érico Veríssimo e feito com os artistas da “ taba “, como era conhecida a TV Tupi  ).
O jovem também podia assistir, nos domingos pela manhã  , o Teatro da Juventude, que trouxe os clássicos juvenis  em encantáveis adaptações. Os adultos assistiam os clássicos tradicionais e que eram transformados em seriados incríveis, como Dom Quixote, interpretado por Turíbio Ruiz e tendo Jaime Barcellos como seu fiel escudeiro Sancho Pança. O espectador espantava-se com o cavalo ( um de verdade  ) Rocinante, em pleno cenário de madeira e papelão, lutando contra os moinhos pintados  ao fundo no compensado, seguro por alguém pelo lado de trás.
Houve época em que até óperas e operetas foram adaptadas pela TV por um grupo liderado por Pedro Celestino, irmão de Vicente Celestino, o cantor de O Ébrio.
Break na programação. Vamos faturar. 
A publicidade era uma atração à parte. As garotas-propaganda traziam o fetiche e o charme. Ao vivo, por vezes eram obrigadas a improvisar quando um aparelho qualquer não funcionava  ou a porta não abria. O sorriso de Marly Bueno, Rosa Maria, Neide Alexandre, Marlene Mariano  , Idalina de Oliveira ou Meire Nogueira faziam com que o espectador esquecesse a falha  e associasse o produto à graça da apresentadora.
As improvisações nem sempre davam certo. Exigiam um talento difícil de ser encontrado na geração vídeo – tape. Certa feita, num episódio de tele – teatro, a atriz Márcia Real caiu e fraturou uma perna . Não havia como cortar a cena, nem como se afastar dela, afinal o cenário era um só. Márcia agüentou ali caída com a perna fraturada até que viessem os comerciais. 
Gente a quem a televisão deve reverência. Gente como Cassiano Gabus Mendes, que aprendeu o que pôde com o pai Otávio  e depois passou para os filhos. Cassiano dirigia, produzia  , por vezes atuava e  , sem se cansar  , adaptou e escreveu novelas. Muitas.
O esporte na TV começou Jorge Amaral ensinando como manter a forma. Depois, com a possibilidade de coberturas externas, o futebol passou a reunir os homens da família nas tardes de domingo, com Walter Abrahão, Aurélio Campos  , Raul Tabajara  , Paulo Planet Buarque. Alguns comentários eram do convidado Leônidas da Silva, à época já aposentado dos campos, que deixara seu nome marcado na história do futebol como inventor da “ bicicleta “. Também já havia os repórteres de campo. Silvio Luiz ( filho de Elizabeth Darcy, atriz e apresentadora  ) era um deles, garoto ainda, conseguia entrevistas que ninguém ousava. Assim como Reale Jr. e posteriormente Edson “ Bolinha “ Cury.
À essa altura, já tínhamos a segunda rede de televisão, criada por outro arrojado empreendedor, Paulo Machado de Carvalho, o dr  . Paulo  , e seus filhos. Foi um deles, o Tuta, hoje à frente da Rádio Jovem Pan, que numa certa ocasião  , pressionado pela proibição da transmissão do jogos de futebol  , inventou um programam que atraiu o jovem  , revelou talentos , virou moda e grife. Era a Jovem Guarda. A TV já era uma mania nacional.
Nestas páginas  , entretanto , não teremos a pretensão de contar toda a história da televisão, nem de criticá-la. Contentamo-nos em registrar o quanto ela nasceu forte e voltada para a cultura. E como esses pioneiros, desbravadores mesmo,  foram valentes e ousados; como souberam criar e inovar. Não tiveram medo de se adaptar ao novo, dominá-lo, ousar e nos deixar uma herança que hoje faz parte do dia-a-dia de quase todos os brasileiros, de ponta a ponta, desde o barraco mais pobre até à mais rica mansão compromissada com a cultura e, como falamos no início, exportando Brasil.

Fonte   -          Revista  Cultural     págs  11,12, 13 , 14 e 15   
                                                           TV  50  anos    ano  2000

IVO PITANGUY - “LEMBRE–SE DE VIVER“



Não pense que Ivo Pitanguy conviveu apenas com o grand mond. Sim , ficou amigo de Tom Cruise, Miick Jager, Michael Caine  e Jimmy Carter. Mas também esteve ao lado de figuras simples  - não menos importantes  - como Chico Xavier  e Madame Satã. O primeiro trabalhou como caseiro da família do médico, em Belo Horizonte. Nem Pitanguy, se lembrava disso até que, em 2002, foi chamado à casa do líder religioso, em Uberaba. Chico queria lhe contar da gratidão que tinha pelo seu pai. Apertou com firmeza a mão de Pitanguy e disse: “Seu pai está conosco. E quero lhe dizer que foi a primeira pessoa que me deu crédito. Trabalhei para ele na chácara da Mangabeira, onde comecei a receber pessoas para ajudar". 
De Madame Satã ficou amigo por acaso. No fim dos anos 40, durante um plantão, Pitanguy cuidou de seis policiais que apanharam do travesti, que levou o grupo ao hospital e avisou: “Doutorzinho, eu os trouxe para você“. Na década de 70, os dois se cruzaram na Ilha Grande quando o médico foi até a região fazer caça submarina. A partir de então, sempre que ia à ilha, Madame Satã o levava em sua canoa para mergulhar. - Sempre tive muita curiosidade sobre as pessoas mais simples.
Mágico. Esta é uma palavra que aparece recorrentemente no vocabulário de Pitanguy e que pode traduzir a sua história.  Em seu livro, “Viver vale a pena“ ( Casa da Palavra ), que tem prefácio por Nélida Piñon, ele cita o adjetivo 11 vezes. O momento é mágico. O dom é mágico  . Os recantos são mágicos.

SÊNECA  E  EPICURO

O sobrenome Pitanguy, que se transformou numa espécie de grife da Medicina, é de origem indígena e significa “rio das crianças“. Foi incorporado ao nome de sua família por seus antepassados, numa homenagem aos índios que viveram em Minas Gerais.
O professor  - como todos o chamam  - nasceu em Belo Horizonte, em 1926  (ele afirma ). Mas seu pai o teria registrado no ano de 1923. Pitanguy considera sua data oficial de nascimento a que o deixa mais velho.

- Prefiro acrescentar idade, as pessoas acham que você está muito melhor.

Em BH, ele teve uma infância cercada de animais e livros. Seu mais exótico bicho de estimação foi uma jibóia.
- Adorava andar com a cobra enrolada no pescoço e pegar o bonde, que viva lotado. Todo mundo descia e eu ficava com o bonde só para mim  - lembra.
Gisela, sua filha e braço direito na clínica, lembra de ver o pai diversas vezes chegando da mata nas casas da Gávea e de Itaipava com cobras enroladas em cabos de vassoura
- Ele não tinha medo. Mas a mãe gritava, tinha pânico – conta a médica. 
Ivo foi criado numa família que cultuava a leitura. Baudelauire, Cervantes e Machado de Assis fizeram parte de sua infância a ponto de ele saber de cor poemas que eram recitados repetidamente por sua mãe. Até hoje os três autores estão entre os seus prediletos. Todas as noites o médico lê por duas horas antes de dormir  e, durante a madrugada, quando acorda, lê por mais uma hora. Dedica-se a autores que valorizam o presente, como Pierre Hadot  , Sêneca e Epicuro.
Pioneiro na abordagem da cirurgia plástica reparadora como especialidade complementar a disciplina não existia no Brasil quando se formou em 1946  - ele se mantém discretíssimo quando o assunto são as celebridades que operou. Mas sabe-se que passaram por suas mãos nomes como Sophia Loren, NIKKI Lauda, Marisa Berenson e Ursula Andress. Na entrevista, a única paciente que ele reconheceu ter operado foi a cantora Dóris Monteiro – a expressão  “nariz de Pitanguy“ ( arrebitado ) teria surgido depois dela
- Fui dos primeiros a mostrar que todos têm o direito de corrigir algo que não agrade em sua imagem. E sempre fiz o nariz parecer normal, não um nariz operado  - explica. – Na época, a cantora Dóris Monteiro ficou com um nariz que encantou Assis Chateaubriand. Ele ficou felicíssimo.
Gloria Maria, sua amiga, diz que ser discreto e não se vangloriar foi uma das muitas coisas que aprendeu com o professor  - além de um creme mágico para a pele ( uma mistura caseira de Bepantol  , Hipoglós  , Arovit e Vitamina  E )   .
- Sou amiga de top models, e quando elas encontram o professor, só faltam ajoelhar  - conta Glória. – O que me encanta é que a beleza ainda o surpreende  . Ele não se acostuma com ela.

Fonte   -            Jornal   O  GLOBO -  Ela  -    pág   2
                          Sábado  , 13/09/2014  Editora       - Ana  Cristina  Reis 

O PULO DE ADHEMAR



Adhemar  Ferreira  da  Silva
A  vida  de  um  campeão

É inesquecível a atuação de Adhemar  Ferreira  da  Silva no atletismo brasileiro. Foram 12 anos de carreira, com dois recordes mundiais no salto triplo, em 52 e 56, dando ao Brasil duas medalhas de ouro.

Esporte e Cultura sempre estiveram presentes em sua vida. Quer na prática ou na teoria, divulgando seus conhecimentos. Foi professor de Educação Física e de Recreação, Jornalista, Locutor, Comentarista Esportivo, adido Cultural e atuou no teatro e cinema  (Orfeu da Conceição e Orfeu Negro, respectivamente). Para Adhemar, o atletismo foi apenas a prática do esporte como amador  e, a influência que exerceu em sua família  - Dona Elza, e os filhos Adyel e Júnior  - foi em relação a uma forma de convivência mais humana e social.

Fonte  -    Revista   ÉBANO     pág  15        ANO  IV 
JULHO / AGOSTO -  1984    Sylvia Regina Pinheiro 

O  PULO  DE  ADHEMAR

LONDRES  (1948) foi minha primeira experiência internacional. Eu havia começado no salto tripo no ano anterior. O índice olímpico para os Jogos de Londres era 14,80 m e eu saltei 15.03 m  e me classifiquei para a equipe que tinha o Geraldo de Oliveira  (então o melhor com 15,13 m) e Hélio Coutinho da Silva. Tinha 20 anos e ao entrar no estádio de Wembley, com 120 mil pessoas, fiquei boquiaberto. Estava tão espantado que não fiz nada do que deveria. Não aqueci direito nem me preparei antes dos saltos e com isso fiquei abaixo do meu índice.
Quatro anos depois, em Helsinque, a situação era bem diferente. Saí do Brasil com a responsabilidade que se coloca sobre o atleta que alcança alguma coisa. Eu era o recordista mundial, com 16,01 m, marca estabelecida em 1951, no Troféu Brasil. Mas, para vencer em uma olimpíada é preciso a união de uma série de detalhes. Sabia que havia mais atletas em condições de vencer, como o russo Leonid Cherbakov  ( medalha de prata ).
No dia da prova, tudo contribuiu para o melhor. Eu estava muito calmo e tranqüilo. Tanto, que das seis tentativas regulamentares, em quatro eu melhorei o recorde olímpico  ( 16 m ) e mundial. Eu fiz 16,05 m, 16,09 m , 16,12 m até os 16,22 m que valeram a medalha de ouro. Estava tão concentrado que nem ouvia o público. Quando anunciaram o resultado, houve uma explosão de aplausos
Comemorei muito com os meus companheiros. Mas a coisa mais bonita foi uma cozinheira finlandesa, uma senhora gorda e rechonchuda, com quem fiz amizade com as poucas palavras que sabia. Antes de sair para o estádio, pedi que ela me preparasse uma comida especial para a volta, com bife e salada. Quanto retornei, ela me abraçou e serviu a refeição que pedira e mostrou um bolo que ela preparou em cima com a marca 16,22 m.
Soube que no Brasil estavam lançando uma subscrição popular para me dar uma casa. Mas ainda na Europa fui alertado pelo pessoal do COB que não poderia receber esse presente para não ferir a condição de atleta amador. Ainda tentamos uma solução alternativa, passando a casa para o nome de minha mãe, mas não houve jeito. No aeroporto de Congonhas, em São Paulo tinha muita gente me esperando e houve uma passeata, até o meu bairro, quando eu fui em cima de um carro do Corpo de Bombeiros.”

(Depoimento de  Ademar  Ferreira da  Silva , medalha  de ouro   em salto Triplo em Helsinque  1952 e Melbourne  1956) 
Fonte  - Revista        BANERJ     pág  54   Capítulo  13 

O HERÓI DESCALÇO


A maratona de 1960 foi a primeira corrida à noite, a primeira a começar e terminar fora do estádio olímpico, e a primeira a ser vencida por um negro africano.  Com tanto ineditismo, o etíope Abebe Bikila também não fez por menos  - correu a prova descalço. Aos 28 anos, membro da Guarda Imperial de seu país, Bikila saltou à frente dos competidores ao lado de outro africano, o marroquino Rhadi Ben, um dos maiores favoritos. 

Os dois homens correram lado a lado, milha a milha, iluminados pelas tochas que os soldados postados ao longo do percurso sacudiam. Alguns dias antes, reconhecendo o caminho a ser percorrido, Bikila percebeu que o último marco histórico por onde passaria a maratona era exatamente o obelisco de Axum. O monumento havia sido levado para Roma pelas tropas fascistas de Mussolini após a invasão da Etiópia. Exatamente neste ponto Bikila iniciou sua irresistível arrancada para a vitória, perturbada apenas por um motorista romano, que deixou seu carro morrer, alguns metros antes da fita de chegada.

Em Tóquio, 1964, Bikila não era o favorito novamente, pois fora submetido a uma operação de apêndice quarenta dias antes dos jogos. Desta vez calçado, Bikila assumiu a liderança no 15 ° quilômetro para não mais perdê-la. Ao entrar no estádio foi saudado por um público de 75.000 pessoas, e terminou a prova com sobras.  Aos repórteres, Bikila, brincando  , afirmou ter energia para mais uns dez quilômetros.

Bikila ainda correu a Maratona no México, em 1968, mas não terminou a prova devido a uma contusão. Um ano mais tarde, dirigindo seu Volkswagen - presente do governo etíope depois da segunda medalha de ouro – sofreu um acidente e ficou paraplégico, morrendo aos 41 anos e deixando seu nome gravado na galeria dos grandes heróis da mais heróica das competições atléticas.

Fonte    -  Revista   BANERJ   pág 62