Rede pública paga salários baixos carece de condição material para uma boa educação e convivência com um número excessivo de trabalho temporários.
Se existe uma profissão desprestigiada hoje no Brasil é de professor. Não se trata exatamente de um problema atual, mas de uma situação que se arrasta e não se resolve. Passam-se os anos e nada é feito para valorizar os profissionais do ensino. Além de sofrerem frequentes humilhações e violência em sala de aula e serem acusados, em tipos recentes de doutrinação ideológica, ainda têm de conviver com uma baixa remuneração, que não corresponde à importância de seu trabalho. A hora aula de um professor da rede pública estadual de São Paulo, que está próxima da média nacional, atualmente gira em torno de 12 reais se der 40 horas aula por semana, 8 h por dia, um professor inicial concursado vai ter rendimentos de cerca de R$ 2,4 mil.
O salário dos professores é muito diferente do obtido por exemplo por uma empregada doméstica diarista que, em São Paulo, cobra 100 reais por dia. E está abaixo do piso salarial de um garçom, cuja remuneração base é de R$ 2,8 mil. Por questão de formação e conhecimento e pelo que significam para o futuro das crianças e adolescentes, os professores deveriam ganhar mais. Ouvido pela ISTO É, um professor veterano que não quis se identificar, chorou ao falar de sua condição financeira.
Fonte - Revista - ISTO É - Edição nº 2573
18 de abril de 2019 - Guilherme Seftee e Vicente Villadarga
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