As Crianças na Violência Familiar
A violência familiar sobre crianças na vida familiar é muito triste realidade . A família
dá as boas-vindas para quem nasce .É assim que cada vez cada um de nós chegou . Não
ser bem-vindo é muito desagradável até na vida adulta.
Na vida infantil ,a violência fere sempre mais por dentro que por fora .Ela tem formas variadas e complexas.Vamos ver se alguns pontos dese assunto para agir bem em nossa própria vida familiar .Vamos considerar apenas quatro situações : Abusos sexuais e maus-tratos físicos repetidos em geral decorrem de problemas graves de personalidade dos adultos . Quem sente esses impulsos ou se vê nesses atos deveria se tratar ,mas em geral não consegue fazer isso por si . Quem vê ,precisa agir com prudência ,mas sem demora, para defender o bem da criança e,enquanto possível,construir ,contribuir para a recuperação do familiar adulto . Na impossibilidade de contato direto com as pessoas ou instâncias como o Conselho Tutelar .
Brigas do casal também violentam as crianças , porque elas dependem de um ambiente de carinho e confiança para crescerem bem . Assim ,é importante que os atritos não se façam na frente das crianças.Se elas presenciaram então é preciso ter a humildade de conversar com elas , pedir desculpas , explicar um pouco , mas sem culpabilizar ninguém .Mesmo assim ,cedo ou tarde elas percebem que as coisas não estão bem .Então , é sempre importante conversar com elas , embora de modo geral , sobre os problemas da vida .
Imposições autoritárias e castigos severos sem explicação são violências morais.Quebram os sentimentos de confiança das crianças,com consequências na sua personalidade . Elas ainda não pensam como adultos . É preciso chegar lá na fase em que estão para ajudá-las a crescer .Não quer dizer que vale tudo, pois precisam também aprender limites .Mas aprendem quando há explicações .
Deixar as crianças fazerem tudo o que querem é uma violência velada . Não parece mas isto só vai se revelar no futuro .Comida , brinquedos , gostos em geral podem ser lesivos à saúde e à personalidade e só vão aparecer mais tarde.Então,não cuidar disso é expor a criança a problemas anunciado .É verdade que ficou mais difícil ensinar li- mites para as crianças quando os atrativos consumistas são tão fortes. Mas é fundamentalmente resistir .
Diante da criança você tem chance de fazer o que pertence a Deus : criar . Ele nos chamou para fazer isso , pois nessa ação ao mesmo tempo aprendemos a amar . Porque Deus nos ama ,somos seus filhos . Mas Ele marca a nossa existência com o gosto desse amor comunicativo . O amor é a atitude mais radical contrária à violência às crianças.
Fonte - REVISTA DE APARECIDA - MORAL - pág l0
Dezembro ,de dois mil e dezesseis - Pe. MÁRCIO FABRI DOS ANJOS , C.SS.R.
Dormindo COM O INIMIGO
As estatísticas sobre a violência de homens contra suas companheiras mostram que a cada 4 minutos uma mulher é espancada pelo parceiro . Mas, se a agressão for denunciada ,o problema tem solução
" Meu marido e eu nos casamos em 1970 , cheios de amor e promessas de felicidade. Tivemos três filhos , hoje com 17 , 26, 27 anos . Quando o mais velho tinha 10 anos , sofreu um acidente e ficou paraplégico . depois disso, meu marido passou a beber com frequência e começou a me bater .Um dia estava tão fora de si que tentou me esganar , xando hematomas no pescoço e rosto " . A experiência de M.L.P.O , 40 anos ,infelizmente , não é um caso isolado .Durante a IV Conferência da Mulher , realizada em Beijing ,China , em 1995 , o Brasil foi considerado o país campeão em violência contra a mulher. As estatísticas são assustadoras estima-se que a cada 4 minutos uma mulher sofre agressão física por parte do homem com quem ela vive ou já viveu .
Até 1985 ,era mais difícil enfrentar o problema, pois a denúncia comum .Mas,graças aos movimentos femininos e feministas , naquele ano criou-se a primeira Delegacia de Defesa da Mulher ,onde as vítimas se sentem à vontade para expor a situação, porque são atendidas por delegacias . Atualmente, portanto , não há por que não tomar uma atitude , de preferência na primeira vez . " Não levar a sério o primeiro espancamento é permitir que não nos levem a sério quando resolvermos denunciar , opina Tereza Verardo , uma das fundadoras do SOS Mulher e integrante da Comissão Contra a Violência do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde , de São Paulo .
" A experiência mostra que quem bate uma vez volta a bater . Se a mulher denuncia logo, o homem fica acuado e tende a se controlar " ( Valderês Lopes, delegada ) .Para a delegada da 6ª de Polícia de Defesa da Mulher , doutora Valderês Lopes , a experiência mostra que quem bate uma vez volta a bater. "Se a mulher denuncia logo ,o homem fica acuado e tende a se controlar " . Foi o que aconteceu com o marido de M.J.R.S., 44 anos . Alcoólatra e usuário de drogas , um dia chegou em sua casa alterado e espancou a esposa . Encorajada pelos vizinhos , que serviram de testemunhas ,ela foi à Delegacia de Defesa da Mulher . " No dia da audiência , na frente da juiz , ele parecia um carneirinho . Admitiu a culpa ,recebeu uma multa e , de lá para cá ( há dois anos ) ,nunca mais encostou um dedo em mim " .
O que leva à agressão . Afinal , o que leva à agressão
Afinal ,o que leva o marido a bater na mulher ? De acordo com os levantamentos da delegada Valderês, as principais causas são álcool , drogas , ciúme e desemprego . As duas primeiras podem ser solucionadas com tratamentos em clínicas de recuperação de alcoólatras e drogados ou em associações como o AA ( Alcoólicos Anônimaos ) e
NA ( Narcóticos Anônimos ) .Já o ciúme exagerado e o desemprego são mais difíceis. M.A.P.M . , 37 anos , conheceu bem de perto o último problema : " Nós sempre vi vemos com muita dificuldade ,contando os trocados no fim do mès . Até que meu marido perdeu o emprego .A cada dia que passava , ele se revoltava mais .Das discussões e gritos, passou às surras e ameaças de morte .Nessa época ,eu estava grávida do meu segundo filho e nem isso ele respeitou. Um dia me bateu tanto que tive hemorragia intensa e o J. nasceu com mal formação de coluna e sem um dos rins . Procurei um advogado para colocá-lo para fora de casa e me separei . Depois de dois anos de processo , saiu a separação litigiosa e agora ele vive bem longe, pagando o que a lei manda" .
É possível denunciar a violência numa delegacia ,como fez M.J.R.S , ou buscar ajuda de um advogado ( particular ou do Estado),procedimento adotado por M.A.P.M . Tudo depende do que se quer . " A delegacia é uma providência para processar o agressor criminalmente . Mas , para afastar o marido de casa , só mesmo recorrendo à Vara da Família " , explica a doutora Mônica Espósito de Moraes Almeida Ribeiro , da Procuradoria de Assistência Judiciária de São Paulo.
Solidariedade à raça
O problema é sério e mais generalizado do que se possa imaginar . A violência contra a mulher é praticada em todas as classes e etnias , independentemente do grau de instrução . segundo dados da CPI da Violência Contra a Mulher ,de 1992 ,os negros são minoria. Nos casos registrados entre 1991 1992 , os brancos correspondiam a 55% do total de agressores e os negros 30% .Quanto às vítimas , 61% eram brancos e 25% , negras . Mas estudos realizados alguns anos antes, em 1985 , mostram que pode haver algo mais por trás dessas estatísticas . Quem explica é Tereza Verardo , que na época fazia parte do Conselho estadual da Condição Feminina : Ao percebemos que um baixo número de mulheres negras denunciava , fizemos alguns levantamentos e notamos que isso acontecia não porque elas sofriam menos violência,mas sim por solidariedade à raça . Elas tinham medo de que o marido , por ser negro , sofresse amus-tratos nas delegacias e preferiam se calar " .A mulher que apanha do marido vive um sentimento de ambiguidade muito grande . Amor e ódio se misturam e ela não sabecomo agir. Tende a achar que se trata de uma fase passageira e que o companheiro vai melhorar . Lenira da Silveira , psicóloga da Eliane de Grammont - serviço gratuito da prefeitura de São paulo para atendimento social e psicológico - explica : " Esses sentimentos contraditórios são comuns nas relações em que o objeto do amor se transforma num agressor .Principalmente se,depois,o marido se arrepende e se mostra carinjhoso . Para ganhar força e elevar a auto-estima ,ela precisa ter um espaço onde possa ser ouvida , e não desrespeitada sob a tradicional frase você gosta mesmo é de apanhar "'. Informações sobre locais que oferecem esse tipo de apoio podem ser obtidas nas prefeituras .
O QUE FAZER NA HORA H
A PSICÓLOGA ANA ISABEL SOARES , RELACIONA AS ATITUDES QUE A MULHER DEVE TOMAR NO MOMENTO DA AGRESSÃO
.Quando ele está violento , não adianta discutir , pois o nervosismo impede qualquer raciocínio .
. Tente sair de casa e procurar ajuda .
. Se as crianças estiverem presentes ,tire-as imediatamente do local.
. Nem pense em telefonar . Elenão vai deixar e pode se irritar mais ainda .
. Se ele estiver armado , fique quieta e obedeça às suas ordens .
. Depois que tudo acalmar , procure ajuda.Vá a uma casa de apoio à mulher .
. Vítima de violência , denuncie na Delegacia de Defesa da Mulher mais próxima de sua casa ou procure um advogado , da Vara de Família ( gratuito) , para afastálo de casa e entrar em separação .
.Lembre : agressão não combate com agressão ou passividade , apenas com uma atitude ponderada - a denúncia.
Como denunciar
A mulher pode tomar duas atitudes ir à Delegacia de Defesa da Mulher ( ou uma delegacia comum) mais próxima de sua casa ou recorrer a um advogado , da Vara de Família , que vai pedir a separação de corpos e a posterior separação do casal. Veja como é cada caso na delegacia ;
* A mulher comparece com RG e dados do agressor. Se possível , deve passar antes em um pronto -socorro
Fonte - Revista RAÇA BRASIL - págs 60 e 62
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