terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O redescobrimento do Brasil




Brasilidade é um conceito que pretende designar “o caráter ou qualidade peculiar, individualizadora, do que ou de quem é brasileiro ou ainda um “sentimento de afinidade ou de amor pelo Brasilde acordo com o dicionário Hoauiss. O termo é relativamente novo em nossa língua, tendo sido empregado numa página da revista Fon-Fon, em 1930, data em que a palavra entrou no português.

A Fon–Fon, considerada uma das melhores e mais influentes publicações ilustradas do país, circulou, em edições semanais, de 1907 a 1945. Esse período recobre justamente as marcantes décadas do início do século vinte em que se processava uma grande mudança na mentalidade nacional, através de uma intensa agitação de ideias que as artes em geral, e especialmente a literatura, ajudaram a fomentar. No bojo das reflexões que se faziam estava em curso uma espécie de redescobrimento do Brasil, como se fôssemos novos Cabrais ou modernos bandeirantes, munidos agora de um olhar antropológico  e ávidos por conhecer-nos a nós mesmos, numa adoção tupiniquim em escala coletiva do princípio socrático do autoconhecimento. Quem somos os brasileiros?“.  Que país é este  ?“  Eram perguntas que se faziam nos meios acadêmicos e nas rodas de artistas e pensadoresA identidade nacional era então objeto de investigação estética e de especulação científica: por toda parte um interesse renovado pela cultura brasileira crescia e tomava corpo. Da poesia combativa de Mário de Andrade e de Oswald de Andrade à prosa regionalista de Jorge Amado e de Graciliano Ramos, o sentimento de brasilidade se afirmava num desejo nacionalista de (re)conhecer e de retratar o país, provocando inquirições patrióticas, sociais e filosóficas.   Era o Brasil que enfim despertava para os brasileiros ou, antes, os brasileiros que acordavam o Brasil.

Como fruto maduro desse processo de aprofundamento da consciência brasileira, tivemos a extrema felicidade de poder contar com o gênio inspirador Guimarães Rosa  em nossas letras. O autor nos ofereceu  , logo em 1946, a coletânea de contos Saragana  e, dez anos depois  , em 1956  , o romance Grande Sertão: veredas, obras insuperáveis  , que permanecem exalando um denso frescor de brasilidade.

Desde então  , variadas e ricas experiências produziram-se na arte nacional, com o Cinema Novo  , a Bossa Nova e o Movimento Tropicalista. Artistas criadores, como Nélson Pereira dos Santos e Gláuber Rocha , Tom Jobim e João Gilberto  , Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre tantos outros nomes admiráveis, ajudaram a quebrar barreiras entre a cultura popular e a erudita, ao mesmo tempo em que projetavam uma imagem mais viva e contrastante do Brasil para o mundo. Era a brasilidade tomando novos caminhos e expandindo–se em genuínas possibilidades nutridas pela geleia geral. Com o advento da ditadura militar e o ato institucional número 5, a orientação artística na busca da brasilidade teve de amargar a concorrência bruta de uma censura que se esmerava em reduzir o sentimento nacionalista em termos de um ufanismo reacionário com fórmulas tacanhas do tipo “ Brasil  : ame-o ou deixe-o.

A partir da retomada democrática, nos anos 80, e  com o atual contexto de um mundo globalizado, o processo de reconhecimento de nossa própria identidade passou a trilhar novos rumos  , renovando–se qualitativamente ao abarcar a visão dos mais diferentes grupos sociais  na construção de uma representação dinâmica daquilo que somos como povo. Não há outro modo de projetarmos com clareza o futuro que desejamos a não ser revelando honestamente a nós mesmos toda a nossa brasilidade.

Fonte   -     Revista    NEO  MONDO      pág 23          Abril   de  2009
 Doutor em Estudos Literários     -  Márcio  Thamos   
 Professor de Língua e Literatura Latinas junto ao Departamento de Lingüística  da UNESP  - FCL /CAR  ,  credenciado no  Programa De  Pós – Graduação em Estudos Literários da mesma instituição . Coordenador do Grupo de Pesquisa LINCEU  -  Visões da Antiguidade Clássica 

ESPAÇO  ESCOLA 
Pátria  madrasta  vil

Onde já se viu tanto excesso de falta  ?
Abundância de  inexistência...  Exagero de  escassez ... Contraditórios  ?
Então aí está! 
O novo nome do nosso país!

Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL . Porque o Brasil nada mais é do que excesso de falta de caráter, abundância de inexistência de solidariedade  , o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada  - e friamente sistematizada – de contradições. Há quem diga que “ dos filhos deste solo é mãe gentil   , mas eu digo que não é gentil  e  , muito menos  , mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE  , o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não “ tapa o sol com a peneira ! Não me daria  , por exemplo  , um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque minha a mãe não ia querer me enganar, iludir.

Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema  , e que contivesse educação  + liberdade + igualdade  . Ela sabe que de nada adianta ter educação pela metade  , ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade  , pela falta de escolha  , acorrentada pela minha voz-nada-ativa.

A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta  , por fim, igualdade.

Uma segue a outra  ... Sem nenhuma contradição  !

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais  , revolucionárias  , que quebrem esse sistema  - esquema social montado  ; mudanças que não sejam hipócritas  , mudanças que transformem !  A mudança que nada muda é só mais uma contradição.

Os governantes ( às vezes ) dão uns peixinhos  , mas não ensinam a pescar.
 
E a educação libertadora entra aí . O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém  , ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do estado não modificam a estrutura. As classes média e alta  - tão confortavelmente situadas na pirâmide social – terão que fazer mais do que reclamar  ( o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa  )  ... Mas estão elas preparadas para isso  ?
 
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural  , feita de dentro para fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos  , possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal  , de que serve um governo que não administra  ? De que serve uma mãe que não  afaga  ? E  , finalmente  , de que serve um homem que não se posiciona  ?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado  ,  justamente  , a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo .  Cada um por todos.

Algumas perguntas, quando auto indagadas, se tornam elucidativas  . Pergunte-se  : quero ser pobre no Brasil  ? Filho de uma mãe gentil  ou de uma madrasta vil  ?
Ser tratado como cidadão ou excluído   ? Como gente  ...   Ou como bicho   ?

Fonte  - JORNAL  DOS  PROFESSORES      -  CPP
pág 15   JUNHO  DE  2014
“ Premiada pela UNESCO , Clarice Zeitel Vianna Silva  , concorreu com outros 50 mil estudantes  . Ela acaba de voltar de Paris  , onde recebeu o prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação  , a Ciência e a Cultura por uma redação sobre  “ Como vencer a pobreza e a desigualdade  “ .  A redação de Clarice  , intitulada “ Pátria Madrasta Vil“, foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso  . A Publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da  UNESCO  .





Desinverta   o   Brasil

Em 1977, o mundo conhece mais uma importante revelação científica. O psicanalista Norberto Keppe descobre que o ser humano não sofre de um “ inconsciente   portador de instintos naturais de morte, mas sofre de uma INVERSÃO PSÍQUICA, o que tem causado praticamente todos os seus problemas.

O que vem a ser isso  ?  Vou tentar expor a seguir. Desde o nascimento, o ser humano tem uma “ percepção “ invertida do mundo

Vê as coisas de “ ponta cabeça  “ e o seu cérebro desinverte automaticamente as imagens dos objetos captadas pela sua visão. Porém , algo aconteceu com o mecanismo de desinversão da realidade abstrata, não captada pelos cinco sentidos. Desde o nascimento temos a tendência de “ perceber o Bem como Mal e o Mal como Bem, só que neste caso, estranhamente  , nossa mente nem sempre desinverte essa percepção.

Por exemplo  , a criança luta para não dormir e chora e grita quando quer algo para si  . Morde o seio que alimenta e agride os pais que a mantém viva  . Destrói seus brinquedos queridos e machuca animais e outras crianças. Age a nível somente sensorial como se fosse um animalzinho.

À medida que cresce o ser humano conserva a lei do egoísmo e a frustração é sentida como morte  . Quer tudo para si. Mente para conseguir o que quer  , e se a verdade aparece  , sente-se agredido  , limitado pela vida dos instintos e dos prazeres dos cinco sentidos.

Com o tempo  , e com os ensinamentos das leis sociais e da moral  , o indivíduo é constrangido a reprimir seus impulsos egocêntricos para minimizar os conflitos em sociedade.

Infelizmente essa repressão  , aliás cada vez mais débil na educação infantil e juvenil  , não é suficiente para garantir o equilíbrio psicossocial na vida adulta  . Privar o ser humano de condutas para ele prazerosas  , sem conscientizá-lo do porquê dessa necessidade  , bem como das vantagens dessa frustração  , pode agravar o problema, escondê-lo por algum tempo para depois ele voltar a manifestar-se com maior força.

Este é o motivo para que muitos adultos que hoje dirigem a sociedade  , e que um fia foram crianças não conscientizadas, permaneçam invertidos por trás de uma boa máscara, fazendo uso  de  bens públicos  e planetários como brinquedos para satisfação de  seu  egoísmo irracional.

Exemplos dessa cegueira invertida são: o ser humano a serviço do dinheiro e não vice-versa; retirar energia da matéria consumindo todos os recursos naturais; praticar uma medicina organicista e não psicossomática; ver o trabalho como fonte de estresse e felicidade no ócio e na dispersão; falar a verdade é ofensivo e ser hipócritas, sinal de afeto e gentileza...

O Instituto Keppe & Pacheco de Ciência e Tecnologia e a futura Faculdade Trilógica Keppe e Pacheco têm como missão utilizar todos os recursos terapêuticos e pedagógicos para promover a desinversão individual e social  e, com isso possibilitar o crescimento da humanidade de maneira sustentável.

Fonte    -   Jornal    STOP        90 
= Claúdia  Bernhardt de Souza Pacheco  - Presidente  o Instituto  Keppe & Pacheco
 de  Ciência  e Tecnologia   ( distribuição gratuita )    São  Paulo  - Ano IX



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