Desde quando se
comemora o Natal em 25 de dezembro
?
Desde o ano 353, o
Natal, festa cristã que
celebra o nascimento de Jesus, é comemorado nesta data, embora não haja, na Bíblia, nenhuma referência ao dia exato. Acredita-se que a Igreja tenha escolhido o 25 de dezembro como forma de cristalizar as festas
pagãs que eram conhecidas como Saturnais. Elas ocorriam entre 17 e 24 de dezembro e antecipavam a festa de Janus
(de onde, aliás, vem a origem do nome do mês de janeiro). Até 353, o Natal era celebrado em diferentes
dias, conforme a tradição de cada
país. No Egito e na Grécia, por exemplo, comemorava-se em 6 de janeiro.
Em outros lugares, entre 25 de março e
de 20 de abril.
O que significam
os símbolos da festa
?
A árvore
Não se sabe ao certo quando a primeira árvore de Natal foi
enfeitada. Mas uma das versões mais
aceitas relata que o costume teve início na Alemanha, por volta de 1525, com o pastor protestante Martinho
Lutero ( 1483-1546 ). Ao passear por
uma floresta à noite, e ver as estrelas
brilhando, ele teria tido a ideia de
montar em sua casa uma árvore com velas para mostrar às crianças como seria o
céu na noite de nascimento de Cristo.
Além disso, a árvore tem um forte significado
simbólico. Ela representa a figura viva
de Cristo, pois o pinheiro está sempre
verde, mesmo no inverno mais
rigoroso. A ideia de colocar uma grande
árvore iluminada em um lugar público surgiu em 1912, em Boston, nos Estados Unidos.
Os presentes e
cartões
A troca de presentes na noite de Natal relembra o ouro, o incenso e a mirra (tipo de resina
vegetal aromatizada que também servia para embalsamar corpos),
presentes levados a Jesus pelos “ sábios
do Oriente “ , como diz a Bíblia. Só no século V, eles seriam chamados de reis magos e
ganhariam nomes populares, como
Gaspar , Baltazar e Belquior.
O hábito de enviar cartões teve início na metade do século XIX ,
quando um inglês chamado sir Henry Cole concluiu que escrever cartas aos amigos
demorava demais. Ele pediu, então, a um amigo que desenhasse um cartão
, que foi feito representando uma família que bebe à saúde de um amigo
ausente. Depois, a ideia virou moda.
O presépio
Acredita-se que o primeiro presépio foi feito no século VIII, na Igreja de Santa Maria Maggiore, em
Roma, onde o próprio Papa rezava a
missa de Natal. A tradição, porém, ganhou popularidade depois que, em 1223, São Francisco de Assis montou o
primeiro presépio vivo de quem se tem notícia. Para relembrar o ambiente humilde em que Jesus nasceu, ele usou um boi e um asno de verdade, uma manjedoura cheia de feno e alguns
camponeses e pastores pobres da região de Assis, na Itália.
A Missa do
Galo
Há várias versões que tentam explicar sua origem. Uma delas conta que São Francisco de Assis ( 1181-1226 ) deu início à tradição. Ele só permitia que a população visitasse
seu presépio vivo à meia-noite do dia 24 de dezembro, hora que representa o nascimento de
Jesus. Depois, rezava uma missa. E,
como é comum os galos cantarem nas primeiras horas da madrugada, o povo teria dado o nome de “missa do galo
“ à celebração de São Francisco. Outra
versão relata que, no século IV, era comum os cristãos de Jerusalém
peregrinarem em direção a Belém para
participar da Missa de Natal, que
ocorria ao primeiro canto do galo.
O Papai Noel
A origem do “ bom velhinho“ está relacionada ao bispo
Nicolau, que viveu no século IV, na cidade de Myra, na atual Turquia. De bom coração, ele costumava ajudar com moedas de ouro as
pessoas com dificuldades. Depois de
morto, foi declarado santo a quem eram
atribuídos muitos milagres. Sua
transformação em símbolo do Natal se deu na Alemanha. Depois, nos Estados Unidos, por volta
da metade do século XIX, a imagem do
risonho velhinho de barba comprida e roupas vermelhas, que anda de trenó, puxado por renas, ganhou o mundo.
Fonte - Jornal
O GLOBO -
GLOBINHO (capa e pág 4
)
Domingo,
22/12/2002 Dante Grecco
- Revista Galisteu
Fonte: Fernando Altermeyer, professor de Teologia da PUC SP.
Palavras certas
Espírito e origem
do Natal
Papais Noéis na cidade, shoppings decorados, ruas
enfeitadas, vitrines chamativas. Por toda a parte, já se veem os sinais daquela que é
considerada a principal festa cristã em todo o mundo, o Natal. Mas, afinal , de onde vem esse
nome ? Do latim, como aliás a maior parte das palavras da
nossa língua. No idioma do Lácio, que os romanos adotaram, existia o adjetivo natal ( natale ), para designar tudo que dissesse respeito ao
nascimento. Ainda hoje, quando se se fala em cidade ou país
natal, todos sabemos que a menção é à
terra de nascimento. Uma locução, porém, ganhou vida própria: dia natal virou natal, sozinha. E como natal passou a ser sinônima de dia de nascimento. A palavra hoje, dessa forma, é empregada praticamente apenas para assinalar o dia em que teria
começado a vida de Jesus Cristo. E
nesse sentido tem sempre inicial maiúscula: Natal. Como nunca se soube com
precisão o dia do nascimento do filho de Deus, o monge Dionísio, o Curvo, sugeriu o 25 de dezembro para a
comemoração, o que foi aceito pelo papa
Júlio I no século 4º ( anos 1300 ). Essa escolha mesclava-se a outra festa
instituída pelo imperador romano Aureliano, para celebrar o “ o solstício de inverno “ , uma das épocas em que o sol parece
estacionário, cessando de afastar-se do
equador ( em geral em 22 ou 23 de dezembro
) .
As palavras da
família
Existem muitos outros vocábulos relacionados com o Natal e
até mesmo alguns equivalentes ( menos
usados, no entanto ). Um
deles é Natividade, que pode
também designar o nascimento de
Cristo, de Nossa Senhora ( mais habitualmente ) e dos santos. Na Idade Média, dava-se o nome de natividade a um tipo de
drama religioso baseado no nascimento do filho de Deus. A mesma origem está em natalício como o seu
aniversário natalício. Para qualificar
os acontecimentos deste mês, use
natalino, sem nenhum receio (a palavra é considerada brasileirismo pelos
dicionários, mas em que país estamos
mesmo ? ): festejos natalinos, reuniões natalinas. E repare que, embora em outro sentido, o termo natalidade também pertence à mesma
família e expressa a porcentagem de nascimentos de uma cidade, região ou país em determinado período do
tempo.
A festa no
mundo
Para os espanhóis , o
Natal é a Navidad ( mas já foi Natividad, o que mostra a semelhança com
nosso Natividade ). Os franceses
adotaram a forma Noël, empregada em português apenas no nome do personagem
típico desta época do ano, Papai Noel.
Para ver como a evolução das palavras dá voltas, o Noël francês também teve origem no latim natale. Segundo o filólogo Celso Luft, natale resultou primeiro em Nael e depois
Noël, por um possível cruzamento com
novos Bem, e o inglês Christmas, totalmente distante da raiz latina? Teve algumas variações, ainda de acordo com Celso Luft, até chegar à grafia atual : Cristmas
, Cristmes , cristmas ,
cristmasse , Cristenmas ,
Cristemesse , Christmas, na formação da palavra, equivale a “ the Mass of Crist “, “ a Eucaristia ou missa de Cristo“.
Bate- pronto
- Papai Noel. com
iniciais maiúsculas, sem hífen e admite
plural: O menino
enviou uma carta
a Papai Noel /
Havia dois Papais Noéis
na loja.
- Ano-Novo. O
ano que está
chegando é o
ano-novo, com
hífen: Feliz ano-novo a todo
vocês! / Fiz muitos
projetos para o
ano-novo. Plural : anos-novos.
- Fim de ano. Sem
hífen: O
casal vai viajar
no fim de
ano ( ou no fim
do ano ).
- Reis. Iniciais
maiúsculas: Dia
de reis; Ou Reis, simplesmente .
Fonte - Revista
Na Poltrona ( ITAPEMIRIM
) pág 19 -
Seu idioma
Dezembro de 2003 - Eduardo
Martins , jornalista , é o
autor do Manual
de Redação
e Estilo do
jornal O ESTADO DE
SÃO PAULO
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