Jesus foi tão importante para a História, que dividiu o calendário: antes e depois dele. Por isso contamos os anos a partir de seu
nascimento, nos dois sentidos do tempo
linear.
Augusto César, por exemplo, nasceu no ano 63.a.C (antes de Cristo), e morreu em 14 d.C. (depois
de Cristo). Usa-se, também, no segundo caso, a abreviatura
a.D do latim anno Domini ( no ano do Senhor ).
Desconhece-se o dia exato do nascimento de Jesus.
No século IV as autoridades religiosas optaram por 25 de
dezembro, que marcava o início das
festas populares da primavera, a
suceder o inverno.
Em boa lógica, sob o
ponto de vista humano, Jesus deveria ter nascido filho do imperador romano. Assim desfrutaria do necessário poder para o desempenho da grandiosa
missão, impondo sua mensagem aos
homens. Nada disso aconteceu. Jesus preferiu nascer numa das mais
obscuras províncias do império, à
distância do poder, filho de humilde
carpinteiro. Situou-se tão longe de Roma, palco dos acontecimentos marcantes da época, que a História praticamente ignorou.
Por que semelhante escolha
? Para entender isso,
consideremos o fato fundamental que distingue Jesus dos líderes religiosos em
geral: ele foi o único que, em lado as circunstâncias, exemplificou sua mensagem. Viveu seus ensinamentos.
Contemplamos assombrados, na vida dos grandes religiosos, fundadores de religiões,
flagrantes contradições entre os que pregavam e a realidade de seu dia a
dia. A mensagem que traziam parecia
maior que eles, incapazes de superar as
limitações de seu tempo. Pesava em seus
ombros.
Com Jesus foi diferente. Ele foi tão grande quanto sua mensagem e a vivenciou inteiramente. Ensinava que os homens são todos
irmãos, filhos do mesmo Deus, pai de amor e misericórdia. Por isso não discriminava ninguém, nem recusava a convivência com a chamada
gente de má vida, proclamando que os
sãos não precisam de médico.
Ensinava que devemos fazer ao próximo o bem como gostaríamos
nos fosse feito, e passou seu apostolado a atender necessitados de
todos os matizes, curando enfermos do
corpo e da alma.
Recomendava que devemos perdoar não apenas sete vezes, mas setenta vezes
sete, sempre, e jamais asilou ressentimentos ou
mágoas, mesmo contra os piores
adversários. Culminou por perdoar seus
algozes na cruz.
E ao retornar à convivência dos discípulos, na gloriosa materialização, longe de admoestá-los por tê-lo abandonado
no momento extremo, simplesmente os
saudou com carinho de sempre – a paz esteja convosco, convocando-os depois à gloriosa
disseminação de seus princípios.
Empenhado em demonstrar, desde o
primeiro momento, que o caminho para
Deus passa pelo despojamento dos interesses humanos, das ambições, do comprometimento com o poder e com a
riqueza, preferiu nascer filho de um
humilde carpinteiro, no seio de um povo
sem expressão no contexto de Roma.
Exemplificava, assim
uma lição ainda não assimilada pela Humanidade: o valor de um homem não pode ser medido por sua origem, por sua profissão, pelo dinheiro, pela posição social, pelo poder que acumula, mas pelo seu empenho em contribuir para a
harmonia e o bem-estar da sociedade em que vive, seja ele o presidente da república ou o
mais humilde trabalhador braçal.
Por isso, em
qualquer tempo , sempre que nos detivermos na apreciação do nascimento de
Jesus, não importa saber se ele nasceu
em Belém ou Nazaré ; se foi no ano um ou
antes ; se em dezembro ou noutro
mês.
Devemos avaliar,
isto sim, se já iniciamos uma nova
contagem do tempo em nossa vida. Se já
podemos comemorar o anno Domini, aquele
ano decisivo do nascimento de Jesus em nossos corações.
É fácil saber.
Considerando que sua mensagem sintetiza-se no espírito de serviço em favor do
bem comum, basta avaliar quanto de
nosso tempo fazemos um tempo de servir.
Fonte - Jornal
GAZETA DE PINHEIROS
GRUPO1.COM.BR
20 de dezembro
de 2013 - Richard
Simonetti
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário sobre a postagem.