Fazer esta exposição é tarefa significativa para quem herdou de seus antepassados um sobrenome escolhido por representar a brasilidade .
Quem tem o verde no nome, o verde de nossa bandeira só pode ter conexão especial com o tema: Aderne, uma árvore regional de madeira de lei que viria substituir o “ Pereira de Guimarães “ . Assim como muitos portugueses dessa época que se aliaram aos negros e índios num movimento de cunho político, a troca de sobrenomes de origem portuguesa pelo novo era forma de orgulho e coragem genuínos.
Brasileiros se vestiram e se identificaram com suas madeiras, suas cores e suas riquezas. Forma verde e amarela de independência simbólica.
Há razões suficientes para temer o desejo ou voracidade global de apropriação dessa região quando o verde é talvez a cor que menos se vê na natureza no resto do planeta.
A Amazônia que nos deu tudo – inclusive sobrenome - não pode sair da nossa bandeira para virar patrimônio mundial. Ela é tudo o que temos, e se bem conservada, dará ao mundo os recursos mais fundamentos e valiosos.
Fonte - Isa Aderne - Natural de Cajazeiras , PE .É pintora , gravadora , cenógrafa e professora. Lecionou na Escolinha de Artes do Brasil , no Museu Histórico Nacional entre outros .Artista conceituada participou do Salão Nacional de Arte Moderna. Fundou o Instituto de Cultura Uruguai / Brasil , enviada àquele país pelo Ministério das Relações Exteriores . Obteve o prêmio “ Homenagem à dante “ , entre muitos outros .
Projeto Raízes da Mãe terra e os índios
Os Fuini-ô são o único grupo do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua - latê assim como um ritual a que chamam Ouricuri , que atualmente realizam no maior sigilo. Na parte central das terras da reserva indígena se encontra assentada a cidade de Águas Belas rodeada totalmente pelo território Fulni-ô . São mais de 6.000 índios que vivem em Pernambuco .
O grupo surgiu a partir de um reagrupamento de diversos povos indígenas que habitavam a região. Documentos indicam que, desde a década de l700, os indígenas daquela região enfrentam problemas com a ocupação não indígena da região. A distribuição de terras no Brasil , a partir das capitanias hereditárias , serviu como um mecanismo de dispersão de populações nativas , como ocorreu , por exemplo, nas terras interioranas de Pernambuco. Os indígenas fulniôs resistiram à ocupação não índia, mantendo , até hoje , por exemplo , o ritual do ouricuri.
Na atualidade a maioria dos Fulniô cultiva suas roças, em média de dois a três hectares, utilizando unicamente à força de trabalho disponível da família. Geralmente vendem uma parte da totalidade de sua produção agrícola. Produzem a foragem e o algodão principalmente com a intenção comercializá-los em sua totalidade. Já o feijão, o milho e a mandioca são cultivados tanto para venda como para consumo pela unidade doméstica .
A atividade remunerada na qual unidade doméstica emprega preferencialmente mão de obra feminina é a confecção de artefatos de palma e artesanatos . São os homens os que se ocupam de procurar , cortar e transportar a palma da serra para a aldeia. Quando um família carece de homens, então as mulheres se vêm obrigadas a realizar essa extenuante tarefa.
Os produtos que se elaboram com maior frequência são bolsas, esteiras, escovas, chapéus, abanos, colares, pulseiras, lanças, tiara, etc. Outros artigos, como sandálias, se fazem sob encomenda. Alguns desses produtos são decorados com fibras pintadas com tinta; dizem os anciãos que seus antepassados usavam corantes que eles mesmos fabricavam .
INICIO DO RAÍZES DA MÃE TERRA
Em contato com diversas instituições governamentais, de ensino e espaços cedidos pela iniciativa privada em diversas regiões do país, nasceu a ideia de criar canais de diálogo voltados ao público infantil, jovem e adulto como forma de sensibilizar as pessoas e, assim, resgatar os verdadeiros valores da nossa história e a sabedoria ancestral que reside em cada um de nós.
OBJETIVOS DESSE PROJETO :
Contar informações corretas sobre os modos de viver e pensar próprios da sociedades indígenas sobre o meio ambiente.
Ter uma visão clara dos problemas que essas sociedades vêm enfrentando em defesa dos seus direitos e de seu território.
Ter disposição para rever, se necessário, nossa postura frente aos povos indígenas.
Proporcionar aos estudantes e público em geral o contato com elementos de culturas diferentes para que possam compreender a importância de respeitar as diferenças;
SINOPSE DAS APRESENTAÇÕES
Os palestrantes caracterizam-se com indumentárias e pinturas próprias de sua tribo e através de sua história de vida demonstram suas tradições e costumes ( características da tribo Fulniô Cariri ) alimentando o debate sobre as culturas e costumes dos nossos nativos.
Na abertura, fazem as apresentações em português, narrando a história de sua tribo para depois iniciar os cânticos . Em seguida aos cânticos se abre espaço para pintura corporal das crianças. O grupo é liderado por um neto cacique ( Tafk-á ) que, desde criança, recebe ensinamentos e adquire a sabedoria das ervas para um dia tornar-se liderança em sua tribo.
Esse projeto se realiza em escolas e eventos culturais do Rio de Janeiro.
Fonte - JORNAL PRANA - UNIVERSO HOLÍSTICO - pág 05
Setembro / Dois mil e dezesseis site oficial : www.raizesdamaeterra.com.br
A PARTE QUE TE CABE NA CORRUPÇÃO
Quando alguma coisa sai errada, a gente logo pergunta quem é o culpado.
Sobre a corrupção na sociedade também é assim.
E às vezes acaba ficando alguém de “bode expiatório“ para tudo. É uma lógica bem cômoda se os erros estão fora de nós , a responsabilidade não é nossa. Analisando melhor essa lógica, vemos que isso é uma atitude de fuga não ajuda nem resolve os problemas. Para corrigir os eros é preciso enfrentar suas causas. E nas causas dos erros pode haver um parte que nos cabe, embora à primeira vista não pareça.
Existe algo de semelhante nos caos na vida social , econômica e política em que estamos. São identificadas pessoas e organizações acusadas de ações graves de corrupção. Mas começamos a ver que o problema é bem mas generalizado. Os próprios caminhos tortuosos da comprovação e condenação jurídica de alguns casos mostram como o novelo da corrupção é bem maior; fica difícil até pegar os culpados. Então nossa segurança vai sendo detonada e nossas esperanças diminuem. É hora de dar um trato nas causas, por complicadas que sejam. Um caso concreto ajuda a entender a parte que nos cabe nesse novelo.
EXEMPLO
Há pouco tempo, na Amazônia, um garotinho indígena pediu , a um senhor que entrava no empório local , moedas para comprar balas. O vendedor não cobrou do menino. Quando o senhor saia, o garoto esperava na porta com as duas mãozinhas estendidas: numa estavam as balas e na outra, as moedas. Era para devolver as moedas recebidas, pois o dono não tinha cobrado. O fato comove, mas também faz pensar. A atitude do garoto era fruto de uma comunidade indígena em que a partilha e a honestidade são valores ensinados nas relações mais simples e cotidianas.
Em nossa sociedade, da mesma forma a corrupção é uma atitude disseminada que desenvolve e prolifera com uma participação maciça . Em grau maior ou menor , nós também fazemos parte dela. Não fosse assim, nossa indignação e rejeição sobres as desonestidades seriam bem maiores e a corrupção teria menos chance de existir. Então, a parte que nos toca na corrupção é dupla; lutar contra ela na vida social e assumir atitudes pessoais, de honestidade e justiça em nossas relações cotidianas. Os dois lados são importantes, mas o que nos dá fundamentos persistentes contra a corrupção não são as “punições exemplares“ para reprimir, mas o aprender e transmitir em outras relações as atitudes de dignidade , justiça e compromisso para termos um ambiente social de confiança e respeito , alimento de esperança.
Fonte - REVISTA DE APARECIDA - pág 12 - MORAL
Setembro de 2018 - PE MÁRCIO FABRI DOS ANJOS CSs
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