terça-feira, 27 de setembro de 2022

Conclamação ao Povo BRASILEIRO

 


Diante  do  atual  cenário  social  e  político, a Igreja  católica e  entidades civis convidam o  povo brasileiro para  combater a  intolerância  política e  promover  a  intolerância  política e  promover  um  debate  autêntico 

REUNIDOS, por iniciativa da  Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ministério da Justiça , Ministérioi Público Federal ,  Instituto dos Advogados Brasileiros . 

Considerando as graves dificuldades institucionais e  sociais da  atual conjuntura nacional , que geram  inquietação e incertezas quanto ao futuro ; 

Considerando que nenhuma crise , por mais séria que seja ,pode ter adequada  solução  fora dos cânones constitucionais e legais em decorrência do primado do Direito ;

Considerando que as   divergências  naturais , numa  sociedade plural , não devem ser  resolvidas , senão preservando-se o   respeito  mútuo , em  virtude da  dignidade da  pessoa humana ;

Considerando que , em  disputas  políticas , necessariamente haverá aqueles que obtêm sucesso e  aqueles que não alcançam seus objetivos ;

Considerando que , nestes casos , o êxito não pode significar o aniquilamento do  opositor  , nem o  insucesso pode autorizar a   desqualificação do procedimento ;

Considerando que , sejam mais forem os  grupos políticos , suas  convicções e valores não devem ser colocados acima dos  interesses  gerais do  bem comum do Estado , que tem o dever de priorizar os grupós mais  vulneráveis da população ; 

Considerando , por fim , que às  entidades subscritas cabe de desenvolver o  seu mais  ingente esforço para assegurar a prevalência das  garantias constitucionais , norteadas , por nossa  Carta Cidadã de 1988 no artigo 3°  : 

Constituem objetivos fundamentais da  República Federativa :  

I.   construir uma  sociedade livre , justa e  solidária ;

II.  garantir o  desenvolvimento nacional ; III. erradicar a  pobreza e a  marginalização e  reduzir as  desigualdades sociais e regionais ;


IV. promover o  bem de todos , sem  preconceitos de origem , raça ,sexo ,cor , idade e quais- quer outras  formas de discriminação .

Conclamam todos  os cidadãos e cidadãs , comunidades , partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada , a fazer sua  parte e  cooperar para este mesmo fim , adotando em suas manifestações , em busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência , convictos de que a  força das ideias , na história da humanidade , sem-pre foi mais bem sucedida do que as  ideias de  força.

Se assim o fizermos , a  História celebrará a maturidade , o equilíbrio e a racionalidade de nossa geração que terá  sabido evitar a  conflagração , que somente divide e não constrói,fazendo  emergir  dos  presentes  desafios , ainda mais fortalecidas , as Instituições , a  República e a  Democracia .

Fonte -  Revista  O  MÍLITE  - pág 21  - fé  e  política 

Brasília , 31 de agosto de 2016 - CNBB


Oferecimento  diário

Um jovem alemão foi obrigado a  servir o exército , nos anos da Segunda Guerra Mundial , efoi enviado como parte da tropa que tomava conta de um  castelo francês , prisão e centro de  torturas da polícia política do  nazismo , a  Gestapo. testemunha dos  horrores aos quais eram submetidos os  prisioneiros ,ele, religioso franciscano ,teve uma  inspiração . Alegando que gostava de trabalhar à noite , substituía companheiros que preferiam dormir e, assim  , prestava   socorro aos  prisioneiros  , no que podia , correndo  grandes  riscos .Talvez  esse  exemplo , em uma situação de  conflito e guerra , nos ajude a compreender o que podemos e  devemos fazer em nossos  dias  confusos e  , tantas vezes  aflitos . Nossos  dias não  são muito diferentes dos de  Jesus, que nasceu no  tempo dos temíveis  Césares e dos seus servidores , os  herodes Antipas e Filipe , e  Pôncio Pilates . A  Igreja conserva a  memória de Tarcísio , rapazinho mártir , que levava o consolo da  Eucaristia aos  cristãos e  cristãs encarceradaos , enquanto esperavam ser torturados e mortos , quem sabe atirados às feras nos  circo romanos . Este é o outro  grande exemplo de um  " artíficie corajoso e apaixonado  do diálogo e da  amizade  " .   Recordemos  Santa  Edith  Stein , fazendo  bonequinhos de molambos ,entreter as  crianças no  campo de  morte dos nazistas .Ou  São Maximiliano Kolbe , dando a  vida por  um coolega de cativeiro e , depois animando e confortando os   companheiros da cela da morte de  fome e sede  , outras  vítimas do nazismo  . Sem oração  nada disso seria possível .Como  o  povo diz  :  " Só  por  Deus ! " .  Sim , " so por  Deus " , pois , " sem Ele , nada podemos  fazer "  ( cf. Jo  15,5 ) . Creiamos !  Nessas horas .  Nossa  Senhora das  Angústias não nos faltará ! 

Fonte -  Bilhete  Mensais   do Apostolado da Oração do Brasil 

Julho de 2021 -  ano 147  -  1874  - 2021  -  nº 1740 - Texto de Pe.  Paiva , SJ




A  Intolerância  com  segredo

Inconsciente 

O que faz com que nossa sociedade seja tão  intolerante e pouco inclusiva ?

Nos dias atuais ,encontramos regularmente em  nosso cotidiano algumas palavras que certamente nos provocar  reações psiquicamente das mais inquietantes .Tais palavras são comumente citadas nas  universidades , nas escolas , na mídia impressa e na televisão  : “  intolerância “ , “ realidade “ , “ inclusão “ .Interessa-nos investigar aqui não o que está manifesto nas significações  jurídicas , filosóficas , sociológicas desses termos , mas , sobretudo , o que está escamoteado ou denegado por eles . Neste textopartiremos do princípio , de que é  necessário falar desses  conteúdos do  ponto  de vista  psíquico, ressaltando nossa  condição humana de sujeitos do  inconsciente .

Nos últimos anos especificamente desde os anos de 1970 , temos visto o desenvolvivimento de  importantes projetos para o  combate à  intolerância  : o  surgimento de instituições em defesa dos direitos humanos , a implementação de cotas para negros e deficientes; a ocupação de espaços políticos por  mulheres,entre outras “ inclusivas “ ? Alguns dados , porém , são  inquietantes :  no Brasil , apesar de aparentemente ,  ter havido uma democratização do  discurso da “tolerância”, os dados da “ exclusão social “ ( sobretudo negros ) continuam praticamente inalterados , desde a abolição da escravatura ( década de 1890 ) ,se comparadas ao  crescimento proporcional da po -pulação , conforme dados  do  INEP /  MEC , citados na  publicação  Políticas   de promoção  de  igualdade  / racial na educação ,  realizada pelo  centro de estudos  da  relação de trabalho e das desigualdades (  CEERT ), uma ong que luta pela igualdade de  raça e de gênero.

Diante desses , fatos ,podemos pensar em  textos de  Freud , O  mal-estar na civilização o  futuro de  uma  ilusão , que nos falam do  pacto social necessário para a contenção de  impulsos destrutivos ligados à pulsão de morte . Estaríamos diante dos " restos do pacto " , ou seja , diante de algo aue não pôde ser  simbolizado e que ganha a  expressão peloa ato ? O que impediria esse  " resto " de ser simbolozível ? o que faz e com que nossa sociedade seja   tão intolerante e tão pouco  inclusiva ? 

CONCEITO DE  REALIDADE 

É de supor que   as classes abandonadas invejarão os privilégiois das classes favorecidas e farão todo o  possível para  libertar-se do  aumento  especial de  privação que pesa sobre elas . Caso não o consiga surgirá na  civilização  correspondente  um  descontentamento duradouro que poderá conduzir a  rebeliões perigosas .

Mas quando uma civil não consegue evitar que  a satisfação de certo número de seus participantes tenha como premissa a  opressão de outros , talvez da maioria - e assim sucede em todas as  civilizações atuais - é compreensível que os   oprimidos desenvolvam uma intensa hostilidade contra a  civilização que eles mesmos  sustentam como o seu trabalho , mas  de cujos bens participam muito pouco ... Não é demais dizer que uma  cultura que deixa  insatisfeita e um núcleo tão considerável de seus partcipantes e os incita a  rebelião não pode durar muito tempo e nem tampouco o merece "  (Freud   O  futuro  de  uma  ilusão , p 325 ) .

Para pensarmos os  fenômenos atuais de intolerância , pode ser de grande valia nos debruçarmos um  pouco sobre  o conceito  da  "  realidade  "  desenvolvido por  Nicholas Abraham e  Maria Torok no livro   A casca e o núcleo , publicado na  França em  1977 e  traduzido em 1995 . O acordo com esses autores , a realidade é sempre  " a realidade a escamotear " (pág 237 ) :  " Realidade se define , portanto , e o que é recusado , mascarado , denegrido ,   enquanto - precisamente ,  " realidade  " , como o que é , já que ele não deve ser conhecido  ; numa palavra  , ela se define como um  segredo  . O conceito  metapsicológico , de  Realidade remete no  aparelho psíquico ao lugar em que o  segredo está escondido .

Revista  -   Conhecimento Prático  pág 50 e 51  SOCIEDADE 

Março / Abril  - 2015  -  Myriam  Chinalli é  psicanalista  , escritora  e  editora  de  livros  para  crianças e jovens .É co-autora a Coleção  Saber Viver , publicada em São Paulo ,pela Editora FTD

 






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