O homem ,por natureza não gosta de ser acusado nem de se considerar culpado.É raríssimo ouvirmos alguém dizer : “ eu não tive razão , a culpa foi minha “ . E , mais raro ainda , o complemento necessário dessa confissão : “ desculpe-me !“
O fato , porém ,é que há um culpado ,no mínimo . Ambos os que se arrogam razões poderão ser culpados , mas , de modo mais comum , dos dois , um foi causador do desentendimento.
Não adianta procurar o culpado . Não há , geralmente , porque ninguém se quer confessar errado . E , principalmente , diante de Deus , não importa a situação ou a atitude do " outro" , mesmo se ele não tem razão e , sim , eu . Importa a minha , ainda que eu esteja certo .
Acontece ,a toda a hora ,aqui e ali , na escola, no lar , na oficina, na rua . Atritos contínuos ,desgastante constante ,acúmulo diário de ressentimentos ,mágoas e decepções , esse complexo de carga, de peso inútil , que vamos carregando .
Notemos que , quando o filho pródigo voltou , suas primeiras palavras foram a confissão da grande falta que cometera contra Deus , primeiramente e contra o pai , a seguir . Não houve justificativas porque , tivessem sido outros também culpadois de seu estado , não importava , diante de Deus.
Já o fariseu, em sua oração ostensória , fez exatamente o contrário : ele ,o justo ! Os outros , os pecadores.
É interessante notar que , quando nosso dedo indicador aponta alguém , nesse gesto comum de incriminação , também o polegar se estende , porém , os três outros dedos se dobram , voltados para nós próprios …
É uma lição preciosa que podemos tirar daí , porque exatamente assim é nossa situação diante de Deus : acusamos outrem ,mas o principal culpado , naquele momento , em Sua presença , somos nós .
Que o " outro " esteja errado : minha reação a seu erro determinará o grau de relação que mantenho com Deus . Se houver humilde submissão , se houver em mim a mansidão de Cordeiro , é porque não eu , mas a graça habita em mim e opera em minha vida . Ao contrário - e como é comum ! - se o erro do próximo me irrita , me leva à murmuração ,me ofende ,me desperta reação negativa ,é evidente que sou eu mesmo , é meu orgulho , é o velho e obstinado "ego" que está agindo - contra Deus , em primeiro lugar , contra o próoximo e contra mim mesmo .
" Quebranta -me , Senhor " " é minha oração.
Seja a tua , também , se precisas dela .
Revista Primavera em flor - pág 4 Ano IX - n° 9
Novembro - 1962 - Redator chefe GUILHERME MOURA
O homem ,por natureza não gosta de ser acusado nem de se considerar culpado.É raríssimo ouvirmos alguém dizer : “ eu não tive razão , a culpa foi minha “ . E , mais raro ainda , o complemento necessário dessa confissão : “ desculpe-me !“
O fato , porém ,é que há um culpado ,no mínimo . Ambos os que se arrogam razões poderão ser culpados , mas , de modo mais comum , dos dois , um foi causador do desentendimento.
Não adianta procurar o culpado . Não há , geralmente , porque ninguém se quer con-fessar errado . E , principalmente , diante de Deus , não importa a situação ou a ati-
tude do " outro" , mesmo se ele não tem razão e , sim , eu . Importa a minha , ainda que eu esteja certo .
Acontece ,a toda a hora ,aqui e ali , na escola, no lar , na oficina, na rua . Atritos contínuos ,desgastante constante ,acúmulo diário de ressentimentos ,mágoas e decepções , esse complexo de carga, de peso inútil , que vamos carregando .
Notemos que , quando o filho pródigo voltou , suas primeiras palavras foram a confissão da grande falta que cometera contra Deus , primeiramente e contra o pai , a seguir . Não houve justificativas porque , tivessem sido outros também culpadois de seu estado , não importava , diante de Deus.
Já o fariseu, em sua oração ostensória , fez exatamente o contrário : ele ,o justo ! Os outros , os pecadores.
É interessante notar que , quando nosso dedo indicador aponta alguém , nesse gesto comum de incriminação , também o polegar se estende , porém , os três outros dedos se dobram , voltados para nós próprios …
É uma lição preciosa que podemos tirar daí , porque exatamente assim é nossa situ -ação diante de Deus : acusamos outrem ,mas o principal culpado , naquele momento , em Sua presença , somos nós .
Que o " outro " esteja errado : minha reação a seu erro determinará o grau de relação que mantenho com Deus . Se houver humilde submissão , se houver em mim a mansidão de Cordeiro , é porque não eu , mas a graça habita em mim e opera em minha vida . Ao contrário - e como é comum ! - se o erro do próximo me irrita , me leva à murmuração ,me ofende ,me desperta reação negativa ,é evidente que sou eu mesmo , é meu orgulho , é o velho e obstinado "ego" que está agindo - contra Deus , em primeiro lugar , contra o próoximo e contra mim mesmo .
" Quebranta -me , Senhor " " é minha oração.
Seja a tua , também , se precisas dela .
Revista Primavera em flor - pág 4 Ano IX - n° 9
Novembro - 1962 - Redator chefe GUILHERME MOURA
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