O DIÁRIO PERGUNTA
Reconhecimento
- No momento em que a educação finalmente é “ descoberta “ como o caminho necessário para que se construa um
país melhor e ganha espaço na mídia e nos discursos a preocupações de
políticos , intelectuais e
empresários , deixando , portanto
, a exclusiva circunscrição dos meios educacionais, necessariamente deve emergir do epicentro
de tais debates a figura do professor – agente nuclear do processo
educacional.
Coincidentemente , em meio a esse acordar para a educação
temos a tradicional comemoração do Dia do Professor; momento em que, a cada ano, no dia 15 de outubro, todos
reverenciamos nossos mestres - os do
presente e os do passado -
reconhecendo, afinal, o positivo papel por eles desempenhados em
nossas vidas e formação.
Todos
temos , certamente , a
forte lembrança de um mestre que nos marcou. Por sua sabedoria e conhecimento, por sua compreensão e disponibilidade , por seu instigante posicionamento frente às
questões debatidas , por suas atitudes
firmes no exercício de sua liderança ,
por sua coragem e independência intelectual
, por seu comprometimento e dedicação profissional ou , ainda
, por sua coerência.
O fato é que a educação formal se dá no encontro de
professores e alunos, quando os
primeiros - profissionais do ensino - cientes da importância de sua nobre tarefa, buscam estimular a curiosidade epistemológica dos segundos - mais e melhor -,
reforçando sua capacidade crítica e estimulando-os a questionar , a duvidar
, a reformular ; a criar e
recriar o mundo que lhes foi dado. O
processo de ensino aprendizagem é um espaço de diálogo , de reflexão, de problematização e, acima de tudo, de crescimento. Estão no centro desse processo , reagindo em cadeia , influenciando-se reciprocamente , professor e aluno . Em torno dessas figuras devem girar todas
as preocupações.
Necessário
e urgente, portanto , é buscarmos valorizar o professor, agente solitário de algo que todos
consideramos importante : a
educação. Como pretender que a educação
de qualidade ocorra se não tivermos um contingente de professores
envolvidos, competentes, atualizados, responsáveis e,
necessariamente, respeitados?
É preciso
que se diga que o alvo de tantas críticas é
, na verdade , aquele que , no dizer de Paulo Freire, tendo como tarefa buscar a esperança e
fazer com que ela se torne realidade,
respeita o educando, instaura o diálogo
e não impõe suas opiniões , busca
colaborar com o desenvolvimento de seus alunos e da sociedade em geral .
O
professor - esse profissional tão pouco
valorizado - está na base da formação de
todos os demais profissionais,
construindo o amálgama sólido sobre o qual se edificou o futuro sonhado e
promissor. Não fosse aquela influência
positiva, aquele olhar humano ou aquele
simples sorriso encorajador; aquele
exemplo de dedicada perseverança e não teríamos transposto tantas barreiras, vencido as inúmeras dificuldades que a vida
nos apresentou.
No Dia do
Professor: o que propomos é uma pausa para que rememoremos nossos mestres e a
eles prestemos nossa justa homenagem em forma de reconhecimento.
Fonte -
Jornal DIÁRIO DE SÃO PAULO
O DIARIO
PERGUNTA - Maria Lucia
Vasconcelos é doutora
em Administração
E em Educação e
foi Secretária Estadual
de Educação de
São Paulo
Lições de
um professor de história
Filme mostra
a carreira de um
professor e oferece preciosas lições
para
o gerenciamento
de pessoas nas
empresas
Diz a
lenda que o sapo e o escorpião
estavam a beira do rio com o firme propósito de atravessá-lo. Como somente o sapo sabia nadar, o escorpião pediu carona para atravessar o
rio em suas costas. Mas , o sapo, assustado com a proposta,
ponderou: "Carregando-o em minhas costas você pode e picar e sua picada
é mortal" . O escorpião respondeu: Eu não sei nadar e, por
isso, se eu picar você morreremos os
dois.
Com esse
forte argumento , o sapo tomou o
escorpião em suas costas. No meio do
rio turbulento e caudaloso, porém, o escorpião deu uma letal picada no
sapo. Surpreso e indignado , o sapo perguntou : Por que você fez isso ? Nós não combinamos que você não
picaria ? Você não sabe que nós dois
vamos morrer afogados ?
De pronto o
escorpião respondeu: Não poderia
proceder de forma diferente, esta é a
minha índole.
Muitos dos
filmes que circularam pelas telas do Brasil, seja nos cinemas, através das
locadoras ou dos canais especializados via cabo, além de bom entretenimento,
podem oferecer , também , boas lições para gestores de empresas . Basta ficarmos atentos para descobrir
lições para o nosso dia-a-dia , empresarial e também , muitas vezes , familiar
.
Um desses
filmes que recomendamos , é intitulado " O Clube do Imperador " . Ao assisti-lo, lembramos da fábula do sapo e do escorpião
pois a índole das pessoas , os erros de
avaliação e julgamentos , facetas do
comportamento humano , são algumas das
mensagens marcantes retratadas no enredo
.
Nele o
diretor Michael Hoffman conta a carreira do professor Hudert, que durante 34 anos lecionou História
Antiga numa tradicional e rica escola para rapazes colegiais chamada Saint
Benedict.
O filme
começa com a chegada do professor , de
helicóptero , a um requintado hotel . Depois saberemos que ele , já aposentado , está nesse lugar a convite de ex-alunos que
querem uma segunda rodada de um famoso e tradicional concurso anual que havia
na Saint Benedict pelo qual se podia
mostrar sólido conhecimento em História Antiga.
Antes de
mostrar o concurso - chamado de Imperdor Julio Cesar - o filme relata diversos episódios entre o
mestre Hudert e seus alunos na escola .
Vale destacar , por exemplo , que numa cena da solenidade de boas
-vindas , o diretor Woodbridge, declara o lema da
escola : " O fim depende do início
" . Essa frase , como se verá no
filme , tem forte ligação com a História
nele descrita.
O professor
Hudert é mostrado como alguém capacitado , íntegro e espartano . Praticava remo
e dizia que quando começava o dia remando
, " tudo se transcorria melhor". Falava com desenvoltura
e costumava envolver os alunos na História da humanidade. Um dos detalhes importantes do filme é que
na sala de História havia placa dedicada, ao conquistador Shutruk Nahhunte, que no século XIII Antes de Cristo invadiu a Babilônia. O professor costumava a instigar seus
alunos a lerem a placa e repetirem quem tinha sido Nahhunte.
O mestre
Hudert demonstra o comportamento clássico de professor e deixa clara sua
intenção de não apenas ensinar, mas
moldar a personalidade dos alunos por meio do conhecimento . Logo que aparece um aluno-problema, Sedgwick
Bell, filho de um senador, Hudert
procura o pai para falar do rapaz e tentar apoio na sua educação e
formação. Mas o senador, no melhor estilo mau-caráter , repreende o
professor : " Você não tem que moldar ninguém " . Sua função é apenas
ensinar " , diz o político.
Em outro
episódio , Hudert , apesar de toda a sua formação e titulação e
acadêmica , é preterido para dirigir a
Saint Benedict . A escolha recai sobre o professor Ellerby , que tem currículo inferior , mas homem com
excelente network e com grande capacidade para arrecadar fundos para a
escola. Ellerby conseguiu uma doação
para construir uma biblioteca de 2.300 m2.
O final do
filme é surpreendente , mostrando as
tramas " dessa revanche " dos personagens do concurso Imperador Julio
Cesar .
São muitas lições
que se pode tirar da história do professor de História. O filme é rico em mensagens, sem esquecer de uma pequena passagem
romântica, que mostra a perseverança e a
persistência desse professor para conquistar um amor quase impossível. Há também cenas de hombridade, honestidade
e companheirismo num ambiente escolar que
, no entanto , também evidencia o
lado obscuro de gente que quer levar vantagem em tudo . "Estou me lixando para a educação", diz a Hudert o ex-aluno Bell ao
lançar sua candidatura ao Senado.
O filme
demonstra ainda que não basta ser um bom profissional , é precis também ter conhecimento global do
negócio, mantendo sempre a preocupação
com os rsultados para a empresa.
É filme
para reflexão sobre valores humanos e deve se visto mais de uma vez.
Fonte -
JOrnal - O ESTADO
DE SÃO PAULO
pág caderno Ce - 3
Domingo , 27/06/2004
Classificados - Empregos
Ricardo de
Almeida Prado Xavier
, administrador de empresas , é
presidente
do Manager
Assessoria em Recursos Humanos
e autor ,
dentre outros , livro
"Em cartaz - aprendendo
com as emoções do cinema
" .
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