quarta-feira, 11 de outubro de 2023

São Miguel , São Gabriel , São Rafael



Angeologia ,ou Angiologia ,é o estudo da teologia cristã sobre a existência incorpórea , a natureza  e  as funções dos anjos puros espíritos .A Liturgia católica celebra a festa dos três Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel no dia 29 de setembro.E a de Santos Anjos da Guarda no dia 02 de outubro. Somente os três Arcanjos recebem nome na Bíblia : Miguel ( quem como Deus ? ) ; Gabriel   ( Força de Deus ) e Rafael ( Deus cura ) .O catecismo Católico os relaciona os anjos à  missão de Cristo e à vida da Igreja ,ensinando : “ A existência dos seres espirituais ,não corporais ,que a Sagrada Escritura chama em geral de anjos , é  uma verdade de fé . O testemunho da  Escritura a  respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tra - dição “ ( CIC . 328 ) .

Na pesquisa ,no estudo da fé e da catequese cristã , nem sempre se tratou com atenção doutrinária o tema e a diferença entre seres espirituais celestes como os  Anjos da Guarda , Arcanjos , Querubins , serafins .O Catecismo Católico ensina o que Santo Agostinho escreve : “ Anjo é nome de ofício ,não de natureza . Desejas saber o nome da natureza ? Espírito ! Desejais saber o do ofício ? Anjo ! Pelo que é , é espírito pelo que faz , é anjo   ( mensageiro ) .Com todo o seu ser , os anjos são servos e mensageiros de deus “ . ( Catecismo Católico , 329 ) .

A  palavra “ anjo(s) “ aparece mais de 3 mil vezes na  Bíblia Sagrada , e o trabalho deles é referen-ciado de 150 vezes . E  são mencionados em  34  livros da   Bíblia , é mais da metade . Aparições , proteções , anúncios , orações bíblicas envolvem anjos , querubins , serafins ,,arcanjos e o Anjo do senhor , do Gênesis no Apocalipse .

O  Concílio do Vaticano II  ( 1962 – 1965 ) revalorizou a fé , o culto litúrgico e a piedade popular com os anjos e arcanjos .Unidos conosco em Cristo são seres reais e não apenas símbolos . Nem abstrações , emanações e energias esotéricas ou ocultistas , frutos de fantasias e  crendices em di- vindades politeístas nas culturas antigas . Já os  mitos modernos sobre as funções prestadas pelos anjos aos homens por ordem divina ,ou no lugar do próprio Deus ,são produtos de fantasia . Nos-    so conhecimento de Deus ,na sua relação divina quanto aos anjos , é bem distinto . É certo que a força infinita de Deus se faz presente nos  espíritos  incorpóreos . Mas é bom desconfiar da proli-feração de hierarquias , nomes e atributos  repassados a suposto anjos conforme o misticismo , o ocultismo ,a numerologia que invadem a internet .Acreditar em anjos e demônios inventando uma angeologia eivada de superstições e mitos , é negar o poder de Deus . Cultivar sólida devoção, ve-nerar os anjos e Arcanjos faz parte do Depósito da Fé .

Fonte - Revista de Aparecida -  pág 24   -  Questões de Fé                                                              Pe. Antonio Clayton Sant ‘Ana . C . Ss. R


Olhares da devoção

“ São pretos , brancos , pardos ; são senhores e damas ricamente trajadas e pobres mal vestidos , ministros de Estado , militares uniformizados  ajoelham-se junto de um maltrapilho e com vela a- cesa  nas mãos fazem suas orações e cumprem suas promessas .De fato ,é uma fé viva ,e simples “ - Crônicas da Comunidade Redentorista de Aparecida , 1901 

Milhões são os devotos que visita  Aparecida para  trocar olhares com a  Mãe  de   Deus e  nossa .    João Alves , Felipe Pedroso e  Domingos Garcia foram os  primeiros a contemplarem o  olhar sereno e bondoso da Padroeira do Brasil

Para contemplar esse belo olhar ,peregrinos caminham “ por altos montes e altas serras “ ,vencendo “ longes  terras “  para beijar os pés da Senhora Aparecida , muitas vezes para cum prir uma promessa depois de uma graça alcançada . Chegando ao Santuário , olham para a Virgem , rezam , agradecem pela graça recebida , mostram fotos daqueles que pediram orações , mas não puderam vir . Choram e confidenciam as dores e alegrias de suas vidas ,entregando tudo nas mãos de Deus por meio da inter-cessão da Senhora Aparecida .




Sua origem , entretanto , atravessa os caminhos da história do país como                                        os romeiros que se dirigem a  ela

Era o ano de 1716 . Notícias sobre a descoberta de ouro na colônia da América do Sul  já haviam alcançado a capital do Império Português , Lisboa ,de onde reinava Dom João V .A perspectiva de riqueza havia motivado a Coroa , governo de uma então potência ultramarina no mundo , cuja pa-  droeira era  Nossa  Senhora da   Conceição ,a criar uma   divisão específica para comandar aquela região tão extensa e  potencialmente tão rica : a   Capitania de São Paulo e Minas de Ouro ,que ,na época , abrangia um território que ia do norte do atual Tocantis ao oeste do Uruguai .

Naquele mesmo ano , Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos foi nomeado Gover-nador pelo rei de Portugal , chegando ao   Brasil  em junho de 1717 . ao sair do Rio de Janeiro em direção à região de Minas ,permaneceu na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá distante 7880 km de onde haviapartido , Lisboa , na segunda quinzena de outubro .

Durante essa visita , vários pescadores , dentre eles Felipe pedroso , João Alves e Domingos Garcia , cada um em   sua própria barca , foram  incumbidos de uma importante tarefa , encontrar ,  no  rio Paraíba ( palavra tupi – guarani que quer dizer rio ruim , imprestável ) peixes para a comitiva do go- vernador .

O acontecimento é relatado no   Livro do  Tombo da  Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá , pelo Pe. Dr. João Morais de Aguiar , pároco à época . Em folhas amareladas, ,com manuscritos ar-caicos de difícil compreensão ,permanece a  “ Notícia da Aparição da Imagem da Senhora “ ,um dos primeiros relatos do encontro da Imagem – a narração de como  aquela simples Imagem de   Nossa Senhor da Conceição , em duas partes , corpo e cabeça perfeitamente encaixados pelos pescadores , foi encontrada e conservado por eles , assim como a copiosa pescaria que se sucedeu ,o Milagre das Velas e outros prodígios .

“ E depois em outra semelhante ocasião , viram  muitos tremores no “ nicho e altar da Senhora ,que parecia cair a senhora ,e as luzes trêmulas , estando a noite serena “ , relata o sacerdote  . Ele agrega que “ ainda continua a  Senhora com  seus prodígios , acudindo a sua santa casa romeiros de partes muitos distantes a gratificar os benefícios recebidos desta Senhora “ .

E aquela mesma  fé na Senhor – dita , então  Aparecida - , que  levava àquela altura os primeiros romeiros a se  dirigirem a ela , continua sendo sustentada por todos os seus filhos que , 306 anos depois , mantêm viva essa caminhada .

Agradecimento Chancelaria  da  Cúria  Metropolitana  da  Arquidiocese  de  Aparecida 

Fonte - Revista de Aparecida - pág 15 - FÉ E DEVOÇÃO


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