Angeologia ,ou Angiologia ,é o estudo da teologia cristã sobre a existência incorpórea , a natureza e as funções dos anjos puros espíritos .A Liturgia católica celebra a festa dos três Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel no dia 29 de setembro.E a de Santos Anjos da Guarda no dia 02 de outubro. Somente os três Arcanjos recebem nome na Bíblia : Miguel ( quem como Deus ? ) ; Gabriel ( Força de Deus ) e Rafael ( Deus cura ) .O catecismo Católico os relaciona os anjos à missão de Cristo e à vida da Igreja ,ensinando : “ A existência dos seres espirituais ,não corporais ,que a Sagrada Escritura chama em geral de anjos , é uma verdade de fé . O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tra - dição “ ( CIC . 328 ) .
Na pesquisa ,no estudo da fé e da catequese cristã , nem sempre se tratou com atenção doutrinária o tema e a diferença entre seres espirituais celestes como os Anjos da Guarda , Arcanjos , Querubins , serafins .O Catecismo Católico ensina o que Santo Agostinho escreve : “ Anjo é nome de ofício ,não de natureza . Desejas saber o nome da natureza ? Espírito ! Desejais saber o do ofício ? Anjo ! Pelo que é , é espírito pelo que faz , é anjo ( mensageiro ) .Com todo o seu ser , os anjos são servos e mensageiros de deus “ . ( Catecismo Católico , 329 ) .
A palavra “ anjo(s) “ aparece mais de 3 mil vezes na Bíblia Sagrada , e o trabalho deles é referen-ciado de 150 vezes . E são mencionados em 34 livros da Bíblia , é mais da metade . Aparições , proteções , anúncios , orações bíblicas envolvem anjos , querubins , serafins ,,arcanjos e o Anjo do senhor , do Gênesis no Apocalipse .
O Concílio do Vaticano II ( 1962 – 1965 ) revalorizou a fé , o culto litúrgico e a piedade popular com os anjos e arcanjos .Unidos conosco em Cristo são seres reais e não apenas símbolos . Nem abstrações , emanações e energias esotéricas ou ocultistas , frutos de fantasias e crendices em di- vindades politeístas nas culturas antigas . Já os mitos modernos sobre as funções prestadas pelos anjos aos homens por ordem divina ,ou no lugar do próprio Deus ,são produtos de fantasia . Nos- so conhecimento de Deus ,na sua relação divina quanto aos anjos , é bem distinto . É certo que a força infinita de Deus se faz presente nos espíritos incorpóreos . Mas é bom desconfiar da proli-feração de hierarquias , nomes e atributos repassados a suposto anjos conforme o misticismo , o ocultismo ,a numerologia que invadem a internet .Acreditar em anjos e demônios inventando uma angeologia eivada de superstições e mitos , é negar o poder de Deus . Cultivar sólida devoção, ve-nerar os anjos e Arcanjos faz parte do Depósito da Fé .
Fonte - Revista de Aparecida - pág 24 - Questões de Fé Pe. Antonio Clayton Sant ‘Ana . C . Ss. R
Olhares da devoção
“ São pretos , brancos , pardos ; são senhores e damas ricamente trajadas e pobres mal vestidos , ministros de Estado , militares uniformizados ajoelham-se junto de um maltrapilho e com vela a- cesa nas mãos fazem suas orações e cumprem suas promessas .De fato ,é uma fé viva ,e simples “ - Crônicas da Comunidade Redentorista de Aparecida , 1901
Milhões são os devotos que visita Aparecida para trocar olhares com a Mãe de Deus e nossa . João Alves , Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram os primeiros a contemplarem o olhar sereno e bondoso da Padroeira do Brasil
Para contemplar esse belo olhar ,peregrinos caminham “ por altos montes e altas serras “ ,vencendo “ longes terras “ para beijar os pés da Senhora Aparecida , muitas vezes para cum prir uma promessa depois de uma graça alcançada . Chegando ao Santuário , olham para a Virgem , rezam , agradecem pela graça recebida , mostram fotos daqueles que pediram orações , mas não puderam vir . Choram e confidenciam as dores e alegrias de suas vidas ,entregando tudo nas mãos de Deus por meio da inter-cessão da Senhora Aparecida .
Sua origem , entretanto , atravessa os caminhos da história do país como os romeiros que se dirigem a ela
Era o ano de 1716 . Notícias sobre a descoberta de ouro na colônia da América do Sul já haviam alcançado a capital do Império Português , Lisboa ,de onde reinava Dom João V .A perspectiva de riqueza havia motivado a Coroa , governo de uma então potência ultramarina no mundo , cuja pa- droeira era Nossa Senhora da Conceição ,a criar uma divisão específica para comandar aquela região tão extensa e potencialmente tão rica : a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro ,que ,na época , abrangia um território que ia do norte do atual Tocantis ao oeste do Uruguai .
Naquele mesmo ano , Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos foi nomeado Gover-nador pelo rei de Portugal , chegando ao Brasil em junho de 1717 . ao sair do Rio de Janeiro em direção à região de Minas ,permaneceu na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá distante 7880 km de onde haviapartido , Lisboa , na segunda quinzena de outubro .
Durante essa visita , vários pescadores , dentre eles Felipe pedroso , João Alves e Domingos Garcia , cada um em sua própria barca , foram incumbidos de uma importante tarefa , encontrar , no rio Paraíba ( palavra tupi – guarani que quer dizer rio ruim , imprestável ) peixes para a comitiva do go- vernador .
O acontecimento é relatado no Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá , pelo Pe. Dr. João Morais de Aguiar , pároco à época . Em folhas amareladas, ,com manuscritos ar-caicos de difícil compreensão ,permanece a “ Notícia da Aparição da Imagem da Senhora “ ,um dos primeiros relatos do encontro da Imagem – a narração de como aquela simples Imagem de Nossa Senhor da Conceição , em duas partes , corpo e cabeça perfeitamente encaixados pelos pescadores , foi encontrada e conservado por eles , assim como a copiosa pescaria que se sucedeu ,o Milagre das Velas e outros prodígios .
“ E depois em outra semelhante ocasião , viram muitos tremores no “ nicho e altar da Senhora ,que parecia cair a senhora ,e as luzes trêmulas , estando a noite serena “ , relata o sacerdote . Ele agrega que “ ainda continua a Senhora com seus prodígios , acudindo a sua santa casa romeiros de partes muitos distantes a gratificar os benefícios recebidos desta Senhora “ .
E aquela mesma fé na Senhor – dita , então Aparecida - , que levava àquela altura os primeiros romeiros a se dirigirem a ela , continua sendo sustentada por todos os seus filhos que , 306 anos depois , mantêm viva essa caminhada .
Agradecimento Chancelaria da Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Aparecida
Fonte - Revista de Aparecida - pág 15 - FÉ E DEVOÇÃO
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