Raquel de Queiroz
(Fortaleza, Ceará, 1910)
Vida e Obra
Jornalista , primeira mulher Imortal na Academia na Academia Brasileira de Letras , seu primeiro romance O Quinze , publicado em 1930 , obteve rápida consagração , merecendo o de primeiro prêmio da Fundação Graça Aranha .
Teve intensa participação política ( de esquerda, na época ) militância que se reflete em Caminho de Pedras ( 1917) .
Foi , além de Romancista , colaboradora regular em jornais e revistas especialmente e O Cruzeiro, onde deixou semanalmente , por duas décadas , Crônicas . É também autora de peças de teatro e tradutora .
Deixou as seguintes obras :
A ) ROMANCE
O Quinze ( 1930 )
João Miguel ( 1932 )
Caminho de Pedras ( 1937 )
As três Marias (1939 )
O Galo de Ouro, folhetim em O Cruzeiro (1950)
B) TEATRO
Lampião ( 1953 )
A Beata Maria do Egito ( 1958 )
A Sereia Voadora ( inédita )
C) CRÔNICA
A Donzela e a Moura Torta ( 1948 )
Cem Crônicas Escolhidas ( 1958 )
O Brasileiro Perplexo – Histórias e Crônicas ( 1963 )
O caçador de Tatu ( 1967 )
D) LITERATURA INFANTIL
O menino Mágico ( 1969 )
3.2 Considerações Gerais
A) Em O Quinze e João Miguel exprime intensa preocupação social , apoiada , contudo , na análise psicológica das personagens , especialmente o homem nordestino , sob pressão de forças atávicas e a aceitação fatalista do destino . Nesses romances , há uma nova tomada de posição temática da seca , do coronelismo , dos impulsos passionais , em que o psicológico se harmoniza com o social. Na conjuntura ecológica em que se situa a personagem , o que preocupa a romancista , em última análise , é a investigação de seu destino .
B ) Em Caminho de Pedras e As Três Marias , que não têm compromissos diretos com a paisagem nordestina , Rachel aborda a agitação política do momento , métodos de educação relacionados com a posição da mulher e problemas da emancipação feminina , no plano amoroso e social.
C) O diálogo em Rachel de Queiroz é muito vivo , lembrando a novelista popular que , mais tarde,atrairia a escritora, ao passar do romance para o teatro , de raízes regionais e folclóricas ( Lampião e A Beata Maria do Egito ) .
D ) Caminho de Pedra ( 1936 ) coincide com o exacerbar-se das correntes ideológicas no Brasil à beira do Estado Novo ! Comunismo ( stalinista ) ; trotzkista e Integralismo . É um romance conscientemente político . Contudo , Rachel de Queiroz passa da crônica de um grupo sindical , na morna Fortaleza da época , à exploração sentimental de um caso de um casal de pequena classe média, afetado por ideais de esquerda . É um romance populista , que situa as personagens pobres "de fora" , como quem observa um espetáculo curioso que , eventualmente , pode comover .
E ) A curva ideológica da escritora oscila do socialismo libertário de Caminho de Pedras às crônicas recentes , de espírito conservador . Esta trajetória da esquerda para a direita explica-se muito bem, se inserida no roteiro do tenentismo que a condicionou: verbalmente revolucionário em 1930, sentimentalmente liberal e esquerdizante em face da ditadura , acabou , enfim , identificando-se com a defesa passional das raízes do status quo ; roteiro que a aproxima de Gilberto Freire , cuja presença na literatura nordestina ultrapassou , de longe , a área do ensaísmo sociológico e incidiu diretamente na valoração das tradições dos estilos de viver e de pensar herdados à sociedade patriarcal . De onde a nostalgia do bom tempo antigo , nostalgia que a ciência batizou como " Lusotropicologia " .
Atenuando a aguçada crítica do Prof. Alfredo Bosi , diríamos que Rachel de Queiroz se posiciona como defensora de um humanismo moderado e piedoso .
Fonte - Coleção OBJETIVO - Sistema de Métodos de Aprendizagem - p´gs 41 e 42
Livro 27 - Literatura III Prof . FERNANDO TEIXEIRA DE ANDRADE do Curso e Colégio Objetivo
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