quinta-feira, 8 de maio de 2014

Racismo no Brasil

No Brasil, apenas recentemente a sociedade civil e o poder público voltaram seu olhar para a necessidade de criar e sustentar políticas públicas de atendimento específico à juventude. Mesmo assim, em geral, o jovem é tratado como problema.
Assim também é visto o jovem pobre, morador das periferias das grandes capitais. Principalmente no que tange aos números da presença da violência e da precariedade ou ausência de escolaridade sobre esta última, várias estatísticas e avaliações educacionais denunciam os baixos índices de desempenho em relação às habilidades de leitura e escrita e outras, além dos números darepetência e da evasão escolar.
Quanto à educação, o problema ganha ainda mais densidade quando diz respeito à populaçãojovem afro-brasileira. Aos poucos, constata-se o óbvio: concepções, currículos e práticas pedagógicas estão distanciados do universo sóciocultural de crianças, adolescentes e jovens desse segmento. Além disso, a gestão escolar pouco incentiva ou assegura a participação deles como sujeitos de direitos e protagonistas na construção dos espaços mais significativos de convivência eaprendizagem.
Em relação à violência física - agressões e mortes -, os indicadores se repetem: o maior número de vítimas encontra-se entre jovens negros do sexo masculino. Pesquisas recentes apontam que os casos de violência têm lugar, dia e hora marcados para acontecer, geralmente nas periferias, nos finais de semana e à noite.
Ao falar de políticas públicas, tais dados marcam a necessidade de tomar a juventude não como um grupo homogêneo, caracterizado apenas pela faixa etária, mas de examinar também outras variáveis relativas às condições de vida e o pertencimento racial. A mesma exigência diz respeito ao lazer.

Fonte: Artigo de Ana Lúcia Silva Souza
extraído do livro "Racismo no Brasil - Percepções da Discriminação
e do Preconceito no Século XXI"
da Fundação Perseu Abramo - 2005

QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS

AFRODESCENDENTES NA EDUCAÇÃO



Em 09 de janeiro de 2003 foi promulgada a Lei 10.639, que altera a LDB - Lei 9.394/1996, incluindo no currículo de todas as escolas de educação básica a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira. E Africana devendo, portanto, as temáticas afro-brasileira e indígena devem fazer parte, obrigatoriamente, do projeto político pedagógico das escolas públicas e particulares.
O resgate da história da população negra e indígena não interessa apenas aos alunos de ascendência negra e indígena, interessa, também, aos alunos brancos, que vem recebendo uma educação cheia de preconceitos. Além disso, essa memória não pertence somente aos negros. Ela pertence a todos tendo em vista que a cultura da qual nos alimentamos quotidianamente é fruto de todos os segmentos étnicos, que apesar das condições desiguais nas quais se desenvolvem, contribuem, cada um ao seu modo na formação da riqueza econômica e social e da identidade brasileira.
Para se pensar o projeto político pedagógico da escola que vai nortear a formação continuada de professores, a seleção de material didático e outra práticas pedagógicas do dia a dia da sala de aula. 

Fonte: Apostila de Maria Auxiliadora Lopes
Agosto/2012



"(...) não basta a lógica da razão científica que diz biologicamente não existem raças superiores e inferiores, como não basta a moral cristã que diz que perante Deus somos todos iguais, para que as cabeças de nossos alunos possam automaticamente deixar de ser preconceituosas. Como educadores, devemos saber que apesar da lógica da razão ser importante nos processos formativos e informativos, ela não modifica por si só o imaginário e as representações coletivas negativas que se tem do negro e do índio na nossa sociedade."

Kabengele Munanga