quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A MAIS BELA DAS ARTES


Senhor, ao analisarmos a situação atual do  Brasil e do  mundo, poucas questões nos parecem tão importantes e decisivas quanto a  educação. Da  educação que hoje recebem as  crianças e os  jovens dependerá o  futuro de nosso  país e de toda a  humanidade .

A  formação  integral de um  homem ou de uma mulher é a mais  bela das  artes . Missão  delicada e  apaixonante  confiada , em primeiro lugar ,  à  família. Mas, em segundo lugar ,a educação é  responsabilidade dos  professores ou  educadores . Por isso, o  Papa nos pede que rezemos por todos os  professores , para que saibam transmitir o  amor à verdade e educar segundo valores morais e  espirituais autênticos.

Ao nos lembramos de nossa  formação, todos nós recordamos algum professor ou professora que, com sua simpatia, competência e dedicação, nos marcou para toda a vida. Eu me lembro de dona  Adela, professora de  língua  espanhola , que me fez sentir o  prazer de  ler e de  escrever em minha  língua  materna. Mesmo havendo mudado de  língua , conservo até hoje o gosto pela  literatura.

A  missão do  educador não é apenas transmitir informações , conteúdos  doutrinas e  técnicas para ampliar os  conhecimentos dos  alunos. A  missão do  educador é  transmitir  uma  visão da  vidaencarnando  valores  humanos e  espirituais.

Educar nunca foi fácil ,e hoje talvez seja ainda mais difícil . Trata-se de ajudar às novas gerações orientar-se na vida , a distinguir o  bem do  mal , em um tempo de  rápidas  mudanças e de  grande diversidade de opiniões sobre o que está certo e o que está errado.

Educar é fazer com que o  jovem aprenda a  amar o que é  bom e a desprezar o que não é  bom. Nada mais triste do que ver um jovem deixando-se levar "atração do mal" e desprezar o que é bom, justo e santo.

Purifica nossa mente, Senhor, fortalece nossa vontade, dá-nos um coração que seja puro, humilde e misericordioso. Faze com que aprendamos a amar o bem e a detestar o mal. Amém.

Fonte: Revista O Mílite - pág. trinta e nove.

Setembro, dois mil e onze - Padre Luís Gonzalez Quevedo - SJ. 


DIREITO DE SER CRIANÇA

 


Você é uma criança

E não um pária da sociedade

Portanto merece respeito

O que eu desejo é que tenha amor, direitos

Que seja igual a todas as crianças

Que possa brincar, estudar, ter um lar


Chega de brincadeira...

Se promovem e recebem donativos

E você continua na rua, perambulando, sem destino


Que país é este... onde as crianças pobres não têm vez


Que país é este... que só pensam em vaidades, em ostentar, sufocando os humildes

Crianças desaparecem e ninguém faz nada


Muitas promessas e pouca ação

Mas isso faz parte, onde prevalece o mais forte


Será que surgirá um Anjo Redentor

Para ajudar a todas as crianças de rua, que até poderão ajudar nosso país no futuro


Esperar, esperar de quem?

É melhor, abrir os olhos, acordar desse pesadelo e partir 

Para a ação

Antes que seja tarde


Ana Regina Gouvêa

Profª de Matemática, Psicopedagoga e Gestora de Comunicação

O alerta do Alerta


O  diálogo  e  a  pessoa  civilizada


A  educação tem que andar a  cavalo com o diálogo , são inseparáveis como  a  brisa  e o vento.

O diálogo é o  alimento do  amor. É um  encontro de  pessoas .É a  condição  indispensável para a  harmonia e a  paz . É a abertura de  almas  , buscando o crescimento e a  verdadeira  irmandade escolar .

O  diálogo é a comunicação  sadia e próspera, e somente por meio dela da  comunicação e  da vivência , é que podemos nos conhecer totalmente de fato. Nele  [no  diálogo] pode-se aprender a  tolerância , sem a qual nenhuma  vida é  suportável, é também o  caminho da  paz , de espírito,que é  indispensável a toda a  nação  justa e  perfeita . Essa paz de  espírito está no âmago  de nossas buscas. Ela governa nossa  atitude perante o  mundo do qual fazemos parte ,  perante nossos vizinhos e perante  inimigos também, sejamos  francos. Pelo diálogo, professor e  aluno , marido, mulher e  filhos  conseguem  harmonia no lar, e na  escola , ajudando-se  mutuamente a corrigir  as suas falhas , vencer as  dificuldades cultivando o  amor, unindo-se cada vez mais. O  diálogo requer  coragem de  autocrítica autenticidade . As dificuldades que apresentam  resistências  para o diálogo estão sempre  alicerçadas no  machismo, no  autoritarismo, no  ar de  superioridade, orgulho e vaidade.

Os pontos favoráveis ao  diálogo vêm de  humildade , sinceridade , respeito à opinião e à  intimidade do outro. Saber escolher o momento  adequado , ter  paciência , boa vontade , constância , evitando a  rotina dos nossos mesmos assuntos .


Os  fracassos mais comuns do  diálogo estão sempre irmanados por  atitudes como : 

- Querer  dialogar  para  mudar  o  assunto  em  vez de  mudar  a  si  mesmo;

- Não  querer  escutar  o  que  o  amigo  diz e  não  se  por  no  lugar  do  outro  para  ver  as  coisas  sob o ângulo  dele ;

- Usar  o  diálogo  para  impor  sua  vontade ;

- Contar  a  outra  pessoa  as  confidências  do  diálogo , o  que  ocasiona  a  perda  de 

confiança ;

- Aproveitar  o  diálogo  para  desenterrar  os  erros  do  passado ,ou adotar a  atitude de

mártir  ou  de  vítima ;

- Esconder  seus  defeitos  pretendendo dar  para  o  outro uma  imagem  perfeita  de  si  mesmo , não estando  disposto a  reconhecer  suas  próprias  limitações ;

- Ver  sempre  os  defeitos  do  outro, e nunca, suas  qualidades  ou  virtudes;


Para que ocorra o  diálogo , para uma  escolaridade  pura e verdadeira, é preciso saber ouvir , e entender o que o  outro quer dizer , para que se possa , depois , concordar ou discordar.

Assim como o  diálogo e a nossa  educação são importantes em nosso  dia-a-dia, também o diálogo é o nosso  relacionamento com a  religião , pois todas as  religiões recomendam a  compaixão, a  tolerância , a  generosidade , o  gosto do conhecimento, todas as  boas  qualidades  humanas . 

harmonia  perfeita por meio do  diálogo traz a  pureza e a  leveza do  ser, através da oração e da meditação. A meditação pode ajudar a descobrir em todos nós a tolerância e o  perdão . Quando a tiverem praticando , verão que dela tiraram  benefícios.Tentem pelo menos uma vez  meditar e  perdoar ...

Somente assim estaremos nos comunicando totalmente , fazendo a  verdadeira educação  como  pessoas  humanos de visão justa , pensamento  justo ,palavra justa , esforço  justo, concentração  justa, para podermos nos sentir em  perfeito relacionamento com o Arquiteto deste  imenso  e  belo  Universo .


Fonte  -  JORNAL  DOS  PROFESSORES  ( CPP ) - pág  6  -Cartas e Opiniões

Agostoto de  dois mil e catorze  - Alerta  de  Souza  Carvalho   - Conselho do  CPP 

Itu (SP) 

Caixa celebra o gentleman do horror




Vincent  Price  deixou  o  legado  de  assustar com  elegância em  obras  que  viraram  cults.


Filho de um rico industrial de  Missouri -  o  cara era fabricante de  balas e  pirulitos , o que já levou  Ruy  Castro a dizer que, se um dia a vida de Vincent  Price fosse filmada , esses  doces teriam de ser, com certeza, envenenados – ele, carregou para o túmulo , em hum mil novecentos e noventa e três , a  fama de ter sido  o  sádico  mais  sensível e  suave do  cinema . Telmo Martinho chamou-o , aqui mesmo no estado , de  ‘ gentleman do  horror ‘. quando  Price morreu , aos oitenta e dois anos , ainda saboreava o  sucesso de sua participação em  Edward Mãos  de Tesoura, a fábula  dark de  Tim  Robbins , na qual faz o cientista que morre, deixando incompleto, sem as mãos,o doce Franknstein interpretado por  Johnny  Deep . Ele próprio gostava de comentar – fez mais de l00  filmes ( algo em torno de ll0 ) , dos quais apenas uns vinte são de arrepiar , mas foram justamente esses que lhe deram  fama e fizeram dele um dos atores mais cultuados da  história de  Hollywood .

De tanto morrer e ressuscitar nos filmes, sempre houve a suspeita de que  Vicent  Price poderia surgir um dia. Bem – trata-se agora de uma  ressurreição em termos.  Price está sendo  homenageado numa caixa  de  DVDs  da  PlayArte  que já está nas locadoras e lojas especializadas ,contendo três de seus  clássicos. Ele ressurgiu , enfim. O  Corvo , de Roger  Corman; O Abominável Dr. Phibes , de  Robert  Fuest ; e  As Sete  Máscaras da  Morte , de Douglas Hickox , permitem que se celebre  o  canastrão preferido das  noites  de  terror de todo  o  mundo.

Tinha l6 anos  quando foi enviado pelo pai para a  Inglaterra , para estudar pintura  na Universidade de  Londres . Simultaneamente , começou a  frequentar um  curso  de  arte  dramática e passou a representar no circuito alternativo de  Londres. Adquiriu certa notoriedade e, em hum mil novecentos e trinta e sete , regressou aos  EUA – mais exatamente a  Nova  York – para integrar o elenco do  Mercury  Theatre , de  Orson  Welles . No ano seguinte foi para  Holywood , onde apesar do seu jeito  aristocrático, não foi considerado suficientemente  bonito para ser galã . Na  Fox , confinaram-se  aos papéis de  coadjuvante . Foi o primo suspeito de  Laura , na  obra-prima  noir  de  Otto  Preminger  , de  hum mil novecentos e quarenta e quatro . Sete anos mais tarde , Samuel  Fuller  proporcionou-lhe uma  pioneira experiência de  protagonista , no western O  Barão do  Arizona . Price  foi , em l957 , o próprio  Diabo na  extravagante  História  da  Humanidade do diretor  Irwin  Allen . 

As coisas haviam começado a mudar quatro anos  antes. Em hum mil novecentos e cinquenta e três, André  de  Toth fez dele o empresário que revestia de cera  cadáveres de verdade para ocultar seus crimes em  Museu  de  Cera.  O filme , produzido em terceira dimensão para ser mais assustador , também era interpretado por  Charles  Bronson . Em l958 , de novo como codjuvante , fez outro filme com  fama de  clássico , mas que consegue apenas ser  cult - A  Mosca  da  Cabeça  Branca , de  Jurt  Neumann, refilmado em l986 por  David  Cronenberg somente como  A  Mosca . A diferença é que o filme  cult , ao contrário do  clássico , não precisa ser necessariamente bom .

E então , no começo dos anos  l960 , Vicent  Price iniciou a série que o diretor  Roger Corman adaptou de  Edgar  Allan Poe . Os filmes eram tão poenianos quanto os  superespetáculos  de  Cecil B. De  Mille eram  ' bíblicos ' , mas esculpiram a fama do diretor como  gênio do filme  B e projetarem  Price  para a glória definitiva . Foram oito filmes , no total .O  Corvo , de  hum mil novecentos e sesenta e três , foi o quinto. O primeiro foi  O  Solar  Maldito, em l960 , e  o último , O  Túmulo Sinistro , em l965 , mas o melhor talvez seja  A  Orgia  da  Morte  ( The  Mask  of  Red  Death)de hum mil novecentos e sessenta e quatro , com belíssima  fotografia do futuro diretor  Nicolas  Roerg . Price  faz o  príncipe  Proispero , que leva a vida na orgia em seu  castelo, enquanto a peste atinge a população ao redor. Não são poucos críticos que acham que Corman fez aqui o seu  O  Sétimo  Selo, pelas semelhanças que o filme possui como o de  Ingmar Bergman , de l956

O Corvo foi adaptado por  Richard  Matheson e traz outros dois ícones do  cinema  de  terror - Boris  Karloff e Peter  Lorre . Prince  e  Lorre unem-se contra Karloff o desfecho ocorre num divertido  duelo de bruxaria . Nos outros dois filmes da caixa mais diversão - e mais sinistra ainda . Dr  Phibes vinga-se dos membros da equipe cirúrgica que não conseguiu salvar sua mulher matando um por um ,com métodos inspirados nas sete  pragas do Egito . É possível identificar  em  O Abominável  Dr Phibesde l97l - que teve se quência no ano seguinte com A  Câmara  de  Horrores  do  Dr Phibes  - , a origem de um  thriller como  Seven , os Sete  Pecados Capitais ,  de David  Fincher . Em  As  Sete  Máscaras da  Morte ( Theatre  of  Blood ) , o teatro de sangue instala-se quando um ator  shakespeariano , Edward  Lionheart , resolve se vingar dos críticos, matando-os  com métodos que evocam  cenas  famosas de morte  em   peças  de  Shakespeare . Price orgulhava-se de dizer que, em sua carreira , provocava medo e arrepios com pouco sangue. É verdadeiro para os filmes com  Roger Corman , mas correr rios de sangue em  Dr  Phibes e nas  máscaras da morte.  L.C.M 


Fonte  - Jornal  O  ESTADO  DE  SÃO  PAULO   -  pág  dois   -Caderno  dois 

Quinta-feira , ll de novembro de dois mil e quatro  - Luyis  Carlos  Merten

Frankenstein e a política

 Editorial


Há exatos duzentos anos, um grupo de  amigos, reunido na casa do  poeta  britânico  Lord Byron, passou  parte do  verão lendo em voz alta  estórias de  terror até tarde da noite. Entre os convidados estava  Mary  Shelley, com apenas  l8 anos. Alguém propôs que cada um  dos presentes criasse e escrevesse sua própria de terror. Foi assim que, após um sonho  impressionante, a autora de  “ Franskenstein “ teve a ideia que deu  origem ao livro.

Frankenstein foi um  cientista  brilhante que descobriu o segredo da vida . Foi o que lhe permitiu criar sua criatura – um verdadeiro  monstro  - , com pedaços de cadáveres . Mas , quando viu o que tinha feito , fugiu horrorizado . O  monstro , confuso ao se ver abandonado por seu próprio  criador , revoltou-se contra ele e destruiu-lhe  a vida.


Mary  Shelley entitulou seu livro de  “ Frankenstein ; ou , o  Prometeu  moderno “ , em referência  ao  mito  grego . Na versão contada por  Platão  , Prometeu , vendo a  fragilidade  natural  do  homem em relação aos  animais ,decidiu dar-lhe  o fogo e a técnica ,roubados de  Hefaísto e Atena.

Assim , “ o  homem obteve o conhecimento útil à vida , mas  a  política escapou-lhe : esta estava com  Zeus .

Platão distingue entre técnica e política . É perfeitamente possível – e a  história  da  humanidade tem confirmado isso desde , então – que coexistam  lado a lado um grande avanço tecnológico e a deterioração  ética  e  política  da  sociedade .

Talvez  o  maior  mal  da  humanidade nos últimos  séculos seja a prática da  política como técnica.

A política é uma prudência, não uma técnica. Para ser  prudente , é preciso possuir  as  virtudes  morais, mas para ter técnica, não.

Uma técnica - ou , como se diz hoje , uma tecnologia  - é um dos  conhecimento  produtivo, pelo qual o  homem cria uma coisa , como uma casa  ou uma  pasta  de  dente . A técnica consiste  em construir algo, conforme um projeto , como uma  casa é construída seguindo o plano do arquiteto.

arquiteto – desde que respeite certas regras para que a  casa fique em pé – pode desenhar a casa do jeito que quiser. 

Na técnica , a  finalidade é livre , é o que estiver  na  cabeça  do  artista. Já na  política , como  na ética , o fim não é livre , o fim é o  bem comum. Mas não é possível buscar verdadeiramente esse fim sem virtude .

No  século  passado, o projeto  da  sociedade perfeita foi a causa do maior  sofrimento que a história  humana jamais conhecera até então . Comunismo  e  nazismo foram  responsáveis por dezenas de  milhões de  mortos. Como o  monstro de  Frankenstein , essas criaturas se voltaram contra  a humanidade que  as  criou.

Mas a  política como  técnica continua em prática ainda hoje . A ideia  da  política como  técnica é também o que está por trás das críticas ao “sistema “. Quando se defende, por exemplo, que o problema do Brasil é um certo "sistema",  que o caminho a seguir é o de alguma reforma estrutural  mirabolante ,o que se está buscando é , no fundo , uma solução  técnica para um  problema  moral.

Platão reconheceu que a  política , a verdadeira  sabedoria  política , não se confunde com a  técnica , mas está junto   à  divindade . Para que a  política seja praticada como prudência ,é preciso políticos melhores  e  mais  sábios . E como os  políticos refletem  a  sociedade , é preciso que nos tornemos  nós mesmos  melhores  e  mais  sábios , com  esforço e uma  educação voltada para  a  virtude.


Fonte  -  Jornal  O  SÃO  PAULO   -  pág dois   - Ponto  de  Vista 

Treze a  Dezessete  de  maio de dois mil e dezesseis  - Editorial

‘ DOAR SANGUE NÃO DÓI ‘

 



Ao METRO JORNAL, diretor-geral  do  Hemorio  destaca  a  importância  de  sangue, principalmente  na  época  das  festas  de  fim  de  ano, quando  as  demandas  por transfusões  aumentam.

Uma  transfusão de  sangue é fundamental para, em muitos casos, salvar  vidas. Como não há substituto  artificial para o  sangue, é preciso contar com a  solidariedade de  doadores. A  Semana da  Saúde é uma  boa  oportunidade para você fazer a sua parte e reforçar os  estoques do  Hemorio , que fornece sangue à  rede pública de  saúde do Estado.

Por que é importante doar  sangue?

A  transfusão de  sangue, como a  gente conhece hoje, começou na  segunda Guerra Mundial, ajudando a  salvar muitas  vidas e, depois, passou a ser usada em grande escala. É um método  terapêutico  insubstituível na  prática  médica, pois não há nenhuma outra maneira de obter  sangue que não seja pela  doação  voluntária . Não há um tipo de  artificial ou  medicamento para substituir  o  sangue , de modo que muitos precisam da  doação para sobreviver a  muitas  doenças, situações  clínicas, cirúrgicas e etc. É mais importante ainda reforçar a importância da  doação na época das  festas de fim de ano. São períodos  em que , por uma série de  razões , calor , férias , festas , é normal as pessoas doarem menos sangue. No entanto , a demanda não diminui . às vezes , até aumenta , há mais acidentes e etc. A  doação na Semana  da Saúde é fundamental para termos  sangue  para todos os  hospitais públicos do Estado. 

Uma  doação  de  sangue  pode  salvar  quantas  vidas  ?

Até  quatro vidas, às vezes até mais , porque em uma única doação , temos quatro tipos de componentes do  sangue , que podemos separá-los .

Doar  sangue  dói?

Não. Tem  gente que tem muito  medo da  agulha, mas é uma picada que provoca uma  dor  mínima.

Acha  que  falta  algum  tipo  de  incentivo  à  doação  ?

Não diria que haja uma resistência das  pessoas em doar, acho que a  cultura já mudou
muito relação a isso . Há problemas , digamos , de logística.  Mobilidade  urbana é um problema no  Brasil . As  pessoas perdem muito se deslocando . O que temos feito é  inverter essa  lógica e ter  equipes  móveis  que se deslocam em todo  Estado . A gente recebe muitos  doadores  aqui [ na sede do  Hemorio ]. Mas hoje, trinta e cinco porcento das  doações são feitas nas  coletas móveis : a gente vai à empresas , associações , universidades e onde nos convidarem . Não falta a cultura da  doação , falta a gente melhorar a  oportunidade para as  pessoas doarem.



Fonte  -  Jornal  METRO   -  pág 08  -    ESPECIAL  SEMANA  DA  SAÚDE 
Rio de Janeiro , sexta -feira , l7 de novembro de dois mil e dezessete   - LUIZ  AMORIM ( entrevistado ) 

UMA DOENÇA SOCIAL

 


Diversas  organizações  dedicam  este  mês  a  campanhas  de  prevenção  ao  suicídio  chamando-o  de  Setembro  Amarelo.


Este é um  problema de  saúde  social que afeta todos os  grupos e  setores da  população , e tornou-se uma das dez  principais causas de morte , de acordo com a Organização Mundial da Saúde  (OMS) .Estima-se que o  Brasil é o  oitavo  país no  ranking de  suicídios  e segundo o  Ministério da Saúde a  faixa etária de  l5 anos a  vinte e nove anos apresentou um aumento de vinte e sete e dois por cento entre  l980 e dois mil e catorze , mas o fato é que a maior taxa é encontrada entre  pessoas de  meia  idade .

Aproximadamente uma em cada  quatro pessoas que tentam tirar a vida, se não procurar  ajuda especializada, repete a tentativa no prazo de um ano , aumentando a  probabilidade de ocorrer o suicídio . Cerca de   l0% de todas as tentativas são mortais.

Os  aspectos culturais, religiosos e a falta de  informação precisam ser superados para que os reais fatores de risco sejam combatidos .

O  diálogo , a  compreensão e o  acolhimento são  atitudes que necessitam ser estimuladas para o  enfrentamento dos  sinais e  sintomas que envolvem este  fenômeno .

Psiquiatras e  psicólogos concordam que muitas dessas mortes poderiam ser  evitadas. Os  fatores que se apresentam mais associados ao suicídio são: a  presença de  doença psiquiátrica, abuso de substâncias  química, doença grave, problemas  financeiros e de relacionamento. Aproximadamente 90 % dos casos correspondem a  doenças  mentais , como depressão e transtorno afetivo bipolar .

Atualmente, estão disponíveis tratamentos farmacológicos eficientes e intervenções  psicológicas focadas nesta demanda. A  psicoterapia provou ser capaz de livrar os pacientes do esquema aprisionante da sua baixa  autoestima e dos  pensamentos  negativos. Pode-se afirmar que é possível melhorar a  qualidade de  vida  do  pacientes que já tentaram ou tiveram este  tipo de  ideias .

O  papel da  família é  crucial em perceber alguns  sinais como  alteração de  humor, pensamentos pessimistas, pensamentos de  culpa , baixa  autoestima , impulsividade, agressividade. Outro aspecto  importante é fazer com que a  pessoa perceba o seu  valor na  vida dos  outros e que estas  tentativas causam  sofrimentos naqueles que a rodeiam.

Fonte  -  Revista  O  MÍLITE   -  pág l6   - Psicologia

Setembro de dois mil e dezessete  -  EDUARDO  AUGUSTO  GALINDO 

Psicólogo  clínico  e membro  do  Instituto  Acolher  (ITA ) 

A descoberta da penicilina e o conselho ignorado de seu criador

 



O gesto era quase automático entre  bacteriologistas. Ao perceber que as placas com  culturas se apresentavam com  mofo, simplesmente as descartavam. Mas um  bendito acaso levou o  biólogo  escocês  Alexander  Fleming a esquecer as lâminas  com micro-organismos em seu laboratório  londrino. Quando retornou , o cientista viu que uma  cultura  de  estafilococos tinha sido contaminada por  bolor, e que , ao redor destas colônias , não havia mais  bactérias. Começava ali a descoberta do primeiro  antibiótico , a penicilina , responsável por salvar incontáveis  vidas  ao  redor  do  mundo desde então. Ora, se  Fleming tivesse procedido como sempre , uma  “grande  e  humanitária  descoberta” teria sido postergada  “ indefinitivamente “ , conforme publicou O Globo no dia catorze de julho de hum mil novecentos e quarenta e quatro  numa reportagem com os detalhes da façanha ,que rendeu ao  cientista  o  Nobel  de Medicina em  hum mil novecentos e quarenta e cinco.

“ É deveras  admirável que, em minutos apenas, um  germe, caído não se sabe donde, em um lugar onde era o menos desejado, viesse a apresentar tão  extraordinários  resultados“ disse o  escocês ,segundo o depoimento publicado  na edição do jornal de 7l anos atrás. A distração que levou à grande   revelação acontece em hum mil novecentos e vinte e oito , só que mais de dez anos foram necessários até o medicamento chegar ao mercado em larga escala , no início dos anos quarenta , e revolucionar  a  indústria  de  remédios . A partir de então, durante algumas das muitas entrevistas que concedeu sobre o assunto,  Fleming destacou que as pessoas não deveriam abusar de penicilina, sob o risco de torná-la ineficaz. Hoje, décadas mais tarde, cientistas dão conta que a  humanidade não seguiu esse conselho

O uso exagerado de  antibióticos ,derivados ou não da  penicilina , causou o surgimento  das chamadas  superbactérias, micro-organismos resistentes a todas as drogas disponíveis no mercado que são uma das maiores ameaças ao  futuro  da espécie  humana , segundo especialistas . Um relatório  britânico estimou que será preciso investir cerca de trinta e sete bilhões de dólares para criar uma nova  geração  de antibióticos capazes de parar o avanço das  super bactérias. Elas podem, de acordo com o documento, matar no futuro cerca de l0 milhões de pessoas  por ano. Na semana passada, a Organização  Mundial da Saúde ( OMS ) aprovou a criação de um plano de ação para enfrentar o perigo. 


DESCOBERTA  EM   MOMENTO  OPORTUNO 

Mas, décadas atrás, o problema era outro. Não havia armas  químicas eficazes contra  bactérias e outros micro-organismos. O  fungo que apareceu nas  placas  de  Fleming foi identificado como do gênero  Penicillium , e daí o nome da substância. Fleming passou , então, a empregá-la em seu laboratório para selecionar  bactérias e eliminar das culturas as espécies  sensíveis a sua  ação. Mas, dada a peculiaridade das características  ambientais que levaram ao surgimento do bolor, só no início dos anos quarenta os  cientistas conseguiram produzir com fins  terapêuticos e em escala industrial . Foi um momento oportuno .

- O mundo estava em plena Segunda Guerra .O  antibiótico era, então, muito devotado para o tratamento dos feridos, pacientes que chegavam com algum fragmento de bala,  de bomba ,de explosivo ,com amputação de membros - explica o infectologista Carlos Kiffer , pesquisador do  Laboratório  Especial  de  Microbiologia  Clínica  da Universidade  Federal de São Paulo  ( Unifesp) . - Havia uma dificuldade de produção naquela época . O processo era  lento e demorado , e as quantidades produzidas eram pequenas .

Por sua conhecida e revolucionária eficácia , a penicilina  e a  linha de antibióticos desenvolvidos a partir dela , foram cada vez mais utilizados , até chegar ao que , hoje , cientistas ao redor do mundo chamam de exagero. A infectologista Marisa Gomes , do Laboratório de  Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto  Oswaldo  Cruz  (Fio  Cruz) , conta que ,atualmente , médicos receitam  antibióticos como a amoxicilina,por exemplo , para curar infecções simples ou mesmo se na dúvida sobre a causa  da enfermidade . Além disso , antibióticos também estão presentes na agricultura e na pecuária .

- Com o uso indiscriminado  dos  antibióticos , as  bactérias passam a apresentar a resistência , e há necessidade de usar ainda mais  antibióticos nos tratamentos - diz Marisa . - O resultado é que precisamos voltar a utilizar drogas que já tinham saído do mercado. 

O alerta sobre esse perigo ,exaltado por  Fleming até mesmo em seu discurso no Nobeltambém foi antecipado no GLOBO  com um aviso do diretor do Serviço Nacional de Fiscalização do Exército de Medicina , Roberval Cordeiro de Férias .A matéria , do dia 7 de julho de hum mil novecentos e quarenta e quatro , tinha como título " Nem  tudo pode  ser  curado  pela  penicilina " . Nela , ele frisou que é muito importante que " o público " , e muito especialmente a classe médica, tenham conhecimento das indicações e contraindicações da  penicilina, com o que se poupará tempo preciso, evitar-se-ão dispêndios inúteis e, sobretudo, decepções tão  desagradáveis.


Fonte  -   Jornal  O GLOBO   - Acervo (na WEB )  - pág vinte 

Segunda-feira , 0l/06/dois mil e quinze  - CONTANDO  HISTÓRIAS 

ANTONELLA  ZUGLIANI

‘O coração do Papa bate pelos outros‘



Entrevista  com  Frei  Hans  Stapel, fundador  da  Fazenda  da  Esperança  e  presidente da  ACN   Brasil


O  SENHOR NASCEU NA ALEMANHA NO FIM DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, EM  HUM  MIL  NOVECENTOS  E  QUARENTA  E  CINCO, QUANDO  O  PAÍS  ESTAVA  TOTALMENTE DESTRUÍDO. COMO  FOI  A  SUA  INFÂNCIA? 

Minha infância foi uma pobreza  extrema, num país totalmente devastado. Meus pais haviam perdido tudo, nem casa tínhamos. A situação era dramática para toda a Europa, mas sobretudo na Alemanha. Foi nessa época que o Padre Werenfrield se tornou uma pessoa muito conhecida. Ele fazia arrecadações na Bélgica, Holanda e em outros países para ajudar na Alemanha. Eu me lembro dele quando eu tinha uns 7 anos, vindo nas igrejas para dar um tipo de catequese e falando do trabalho realizado. E ele pedia ajuda também para nós, crianças.


O  PADRE  WERENFRIELD TEVE ,  ENTÃO , MUITA  INFLUÊNCIA NA  SUA  VOCAÇÃO ?


Sem dúvida . Nunca tive dinheiro na minha infância, mas uma vez um tio me deu vinte  centavos. Era pouco, mas era o que eu tinha e segurava aquele dinheiro como algo que era meu. Mas, ao ouvir a pregação  do  Padre  Werenfrield , começou uma luta de mim : “ Vou guardar ; vou dar  a  metade  , vou ajudar , mas se eu não  der não vou  ter mais “ . E neste momento começou a coleta, não tive coragem de doar.  Mas me senti mal: “Por que  você  não dá ? Tem pessoas  que precisam mais do que você “ E quando a cesta passou no banco detrás , eu me virei e coloquei os  vinte centavos . Nesse momento , eu experimentei  uma  alegria  tão profunda tão grande , que não sei explicar . 


O  SENHOR  JÁ  SE  ENCONTROU  ALGUMAS  VEZES  COM  O   PAPA  FRANCISCO, COMO  FORAM  OS  ENCONTROS  ? 

Eu tive quatro reuniões com o  Papa  Francisco e conversamos muito sobre as obras de misericórdia e dos projetos realizados no  Brasil,como a  entrega de barcos para  padres  missionários  na Amazônia . Eu vi uma alegria muito  grande nele ao ver estes resultados e senti que o coração  do Papa  bate  pelos outros. O  Papa gostaria de  ajudar  o  mundo , e não se conforma que ainda haja  fome , miséria e  tantos  refugiados  no mundo, ao mesmo tempo que existe tanta riqueza acumulada  por outros. Eu disse ao Santo Padre : “A ACN vai fazer de tudo para ajudar quem precisa, e tentar diminuir a miséria do mundo. No  Brasil, existem muitas pessoas  generosas e de grande coração, e juntos vamos  fazer  o  Papa  Francisco  feliz “ .


Fonte  -  Jornal  TESTEMUNHO  DE  FÉ  FUNDAÇÃO  EUCARÍSTICA  ACN – pág doze -Vinte e oito  de Julho a Três  de Agosto de  dois mil e dezenove  - ENTREVISTA 





ACN  -  Uma  ponte  de  amor


A  ACN é uma  Fundação  Pontifícia que há mais de 70 anos auxilia os que mais  precisam  no  mundo  todo. Você é  convidado  a  acompanhar  essa  aventura  de  fé. 

Testemunho  de  Fé .

A história  da  ACN (sigla do nome em Inglês Aid  to the  Church  in  Need, que em português é traduzido  como Ajuda  à Igreja  que Sofre) teve início  no  Natal de  hum mil novecentos e quarenta e sete , época  em que o mundo vivia o período pós Segunda Guerra Mundial.  Os alemães viviam uma grande  miséria sem ter quem os ajudasse, pois o  ódio  estava latente  no coração daqueles que sofreram horrores  nas mãos  do  nazismo. 

Um jovem  padre  holandês , chamado  Werenfried  van  Straten, viva na  Bélgica e  estava  incomodado  com toda a situação de  miséria e  ódio que o mundo experimentava naquele momento . Ele mesmo havia  perdido  muitos  amigos  na  guerra .

Naquele  Natal , Padre  Werenfried  - cujo  nome  significa  combatente pela paz - escreveu um artigo intitulado " Sem  lugar  na  hospedaria ."  No artigo, ele pedia pelo restabelecimento  do  amor  em  um  mundo  dilacerado; ele escreveu  contra  o  ódio e a  favor da reconciliação, colocando  a  misericórdia  acima  do  direito.

Aquele artigo definiu  a  missão  do  Padre  Werenfried: seu  apelo encontrou  eco  no  coração  de  muitos  belgas, que ajudavam com  doações  em  dinheiro , ou ofereciam toucinho , fato que o apelidou  como  Padre  Toucinho.

Com essa ajuda , Padre  Werenfried conseguiu alimentar  os  alemães  com  comida  e esperança , provando que  "as pessoas  são  melhores do que pensamos ." Nascia aí a  ACN . Sua iniciativa permitiu que  os  padres pudessem novamente acompanhar  as pessoas que precisavam deles; para isso criou o que chamou de  " padres de mochilas".

Eram  sacerdotes que viajavam em motos e atendiam  a  população levando esperança que  brota  da  fé .Também fundou a  Ordem  dos  Construtores , com o objetivo  de  erguer casas  para  famílias que não tinham onde morar .

Todo esse trabalho tornou-se conhecido e o  Padre Werenfried começou a  viajar o mundo para  " enxugar  as  lágrimas de  Cristo,  onde  quer que Ele chore ".  Na  cada de 50 , ele foi para  a Ásia e conheceu a  Madre  Teresa  de  Calcutá . Foi o primeiro na  Europa  a  escrever  sobre o  trabalho  dela , tornado mais  conhecida  a  missão  da  futura  Santa  Teresa  de  Calcutá

Nos  anos  60 , O Papa  XXlll   chamou  o  Padre Werenfried à Roma   e pediu que ele estendesse  sua  ajuda à  América  Latina . O primeiro país  a ser visitado foi o Brasil e , desde então , foram realizados milhares  de projetos que ajudaram aqueles que mais sofrem aqui no País .

Com o crescimento  da ACN  , foram abertos escritórios em diversos países ,entre eles o Brasil - desde  l997 .  Sobre os pilares informação , oração e ação , a ACN tornou-se  uma ponte de amor entre aqueles que precisam de  ajuda  e  os  que querem ajudar .

Padre  Werenfried faleceu em dois mil e três , com noventa anos ,deixando como herança seu  carisma  de  ajudar  os  que  sofrem . Como Fundação  Pontíficia , a ACN  é ligada diretamente  ao  Papa  Francisco .Uma obra  conduzida por  Deus,que se uti  -liza dos  corações  dos  seus  filhos , uma obra da qual você é chamado a participar e viver  essa  aventura  da  fé .


 Fonte  - Jornal  TESTEMUNHO  DE  FÉ - pág   9   - RODRIGO  ARANTES - Colaborador ACM.

Vinte e oito de julho  a Três de agosto  de dois mil e dezenove 


A semana da Pátria


O  sino que   anunciou  a  independência  do  Brasil  está  na  torre  da  matriz  de  São  Geraldo, Perdizes, em  São  Paulo. Fundido  no  ano  de hum  mil  novecentos  e  vinte, por  Francisco das Chagas  Sampaio, pesa  dois mil e quinhentos e cinquenta  quilos. Seu  diâmetro  é  de  lm70 e sua altura , lm75.

O  “ Bronze  Velho “ , nome pelo qual é conhecido , tem gravado , de um lado as armas do  reino de  Portugal , e do outro , as palavras de um salmo da  Bíblia

Na semana da  Pátria, em que o  Brasil relembra a data de  proclamação de sua  independência , a 7 de  setembro de hum mil e novecentos e vinte e dois


A  história  da  Independência 


O  Brasil foi descoberto por  portugueses ,em  l500 e foi dominado por  Portugal até  hum mil novecentos e vinte e dois, quando se tornou  independente da metrópole. A história da nossa independência tomou mais força depois que, forçado por  tropas  francesas chefiadas por  Napoleão  Bonaparte, o então  príncipe regente de  Portugal , dom João, mudou-se  para o  Brasil – que ficava bem longe da  Europa , então envolta em luta.

Isso aconteceu em  l808 e quando, em hum mil oitocentos e vinte e um , o já  rei  dom João VI, com toda a  família real regressou para  Portugal , após permanecer  treze anos no  Brasil,  aqui deixou  dom Pedro para , em seu nome, governar o  país como  príncipe regente.

Mas o  rei sabia que o  Brasil não tardaria  muito em fazer a sua  independência e, por isso, ao partir, disse ao  filho : 


“Pedro, se o  Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de  respeitar, do que para alguns desses  aventureiros“.


Dom  Pedro , como  regente , foi um  bom administrador , embora tivesse encontrado o  Brasil em péssima  situação econômica. Para equilibrar as  finanças, fez drásticas  economias, chegando mesmo a suprimir vários gastos pessoais.

Mas as cortes, assembleia que estava redigindo uma nova  Constituição  Portuguesa , temiam que dom  Pedro viesse a fazer a  independência do  Brasil. Então procuraram diminuir o seu prestígio junto aos  brasileiros para que o Brasil, que já era  reino unido, voltasse a ser simples  colônia.

Para realização dese plano, as  cortes contavam com o apoio das  tropas portuguesas aquarteladas no  Rio de Janeiro . Dentre outras medidas , as  cortes estabeleceram que as juntas  governativas não deviam mais obedecer ao príncipe. Ficariam diretamente ligadas a  Portugal, de quem receberia  ordens. Com essa medida, autonomia  de dom  Pedro ficava reduzida apenas ao  Rio de Janeiro.

Já em hum mil oitocentos e vinte e um , chegaram ao  Rio de  Janeiro decretos de  Lisboa suprimindo as repartições e tribunais  que  dom  João criara no Brasil , e determinavam  que  dom Pedro  deveria regressar a  Portugal a fim de completar seus  estudos


O  dia  do  Fico 


Os  brasileiros compreenderam , então , que deviam unir-se para impedir que fossem 

cumpridas às ordens de  Lisboa . Uma delegação , procurando o  príncipe  pedi-lhe que

permanecesse no  Brasil. Foi quando  dom  pedro proferiu a célebre  frase  que deu 

origem ao chamado  " Dia  do  Fico " .


- " Como  é  para  o  bem  de  todos  e  felicidade  geral da  Nação , estou pronto; diga ao povo que  fico".


Depois desse fato , uma  esquadra que viera buscar o  príncipe , foi obrigada a voltar.

No dia catorze de agosto de,hum mil oitocentos e vinte e dois ,após despedir-se de sua

esposa , Leopoldina , a quem confiou a  regência do país, dom  Pedro seguiu para São

Paulo , província onde havia necessidade de apaziguar  ânimos, com alguns defendendo a separação e outros , se opondo a isso .

Para vencer , os 576 km , que separavam o  Rio de  Janeiro de São  Paulo , D. Pedro 

levou  ll dias . No dia vinte e quatro de agosto , o  príncipe e sua comitiva concluíram a última etapa  da caminhada , viajando de Moji  a Penha de  França  (hoje um bairro paulistano) . No dia seguinte dom  Pedro  entrou na cidade onde foi solenemente recebido .

Depois de recepções e  providências para que a  vida da  província voltasse ao normal, dom  Pedro partiu na madrugada de 5 de  setembro para  Santos onde pretendia conhecer  fortificações e visitar propriedades e  parentes de seu ministro, José  Bonifácio.


A  separação 


No dia  7 de  setembro  dom Pedro voltava de Santos. Cruzando a  serra pelo  Caminho do  Mar , a comitiva do  príncipe surgiu na colina de  Ipiranga por volta das l6 h e trinta. Aí, emissários de  Dona  Leopoldina, que acabavam de chegar do  Rio de  Janeiro, entregaram-lhe  cartas que traziam uma  instrução das  Cortes  de Portugal , uma  carta de  dom  João , outra da  princesa  Leopoldina.

As  cartas falavam do rebaixamento de sua autoridade a mero delegado das Côrtes , limitando sua  ação às  províncias onde já exercesse a  autoridade efetiva; as demais ficariam diretamente  subordinadas ao Congresso de  Portugal.

Dom  Pedro , enraivecido , perturbou a um dos que o acompanhavam :


" E agora , padre  Belchior ?' 


Este  respondeu : 

- " Se  Vossa Alteza não se faz  rei do  Brasil será prisioneiro das  Côrtes e , talvez , deserdado por elas . Não há outro  caminho senão a  independência e a  separação".

Dom Pedro, mandando chamar os demais participantes da sua comitiva, assim falou: 

- " Camaradas " ... As Cortes de  Portugal querem mesmo  escravizar o  Brasil. Cumpre, portanto, declarar já a sua independência. Laços fora... De  ora  em  diante  traremos  todos  outro  laço  de  fita  verde  e  amarelo, que serão  as  cores  brasileiras".


O  príncipe exclamou ; Independência ou  Morte ...


Seu  grito foi repetido pela  guarda de  honra e ecoou pelas colinas do Ipiranga, dando início a uma  importante  fase da  história do Brasil , nossa  separação  definitiva de  Portugal .


Fonte  -  Jornal   Folhinha  de  S.Paulo  -  pág 5      -   FOLHA  INFANTIL

Domingo, três de  Setembro  de  l978.   -   Um  jornal  a  serviço  da  criança