Finalidade

O blog tem por finalidade a defesa de uma educação de qualidade para todos e a valorização dos profissionais da educação. Há muito tempo esperamos dos órgãos competentes a discussão de novas políticas educacionais, com a participação dos professores num processo democrático e participativo. A ação educativa na escola deve propiciar condições que possibilitem aos alunos e professores identificar os problemas e buscar soluções adequadas. As propostas de mudanças são desafiadoras e nesse processo os professores não podem ficar à margem das discussões, tendo em vista a melhoria da vida de todos e não para um grupo privilegiado. Todavia, o que importa é inovar. Para desenvolver a criticidade e a estética é necessário um ambiente propício e encorajador, para que tanto o professor como o aluno possam expor suas ideias. Para uma nova relação com o saber, o professor precisa ter a liberdade de elaborar seu material pedagógico, preparar suas aulas, visando romper o paradigma do cotidiano escolar tradicional. 


E.E.PG. Alfredo Bresser

EU LECIONEI TODOS ELES 
John White

“Tenho ensinado no ginásio, por dezenas de anos. Durante este tempo, eu lecionei, entre outros, a um assassino, a um evangelista, a um pugilista, a um ladrão e a um imbecil. O assassino era um meninozinho que sentava no lugar da frente e me olhava com seus olhos azuis. O evangelista, era o mais popular da escola, era o líder dos jogos entre os mais velhos. O pugilista ficava parado perto da janela, e de  vez em quando, soltava uma gargalhada abafada, que até fazia tremer os gerânios. O ladrão era um coração alegre, diria libertino, sempre com uma canção jocosa em seus lábios. O imbecil, um pequenino animal, de olhar macio, dócil, procurando as sombras.
O assassino espera a morte numa penitenciária do Estado. O evangelista, está enterrado, há um ano, no cemitério da vila. O pugilista, perdeu um olho numa briga em Hong Kong. O ladrão, na ponta dos pés, pode ver da prisão, as janelas do meu quarto. O imbecil de olhar macio, dócil, bate com a cabeça na parede forrada de uma cela no Asilo Municipal.
Todos estes sentaram, um dia, na minha aula: sentaram e olharam para mim, gravemente, das suas carteiras escuras e usadas.
Eu devia ter sido uma grande ajuda para estes alunos.

Eu lhes ensinei porque se evapora a água, os nomes das rochas, das plantas e de uma porção de coisas que eu próprio nunca vi e nem valorizei.”

Fonte: Texto de Apoio para o 2º Encontro - Turma Continuidade - Técnicos
Ensinar e Aprender SEE/SP 2001 

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