terça-feira, 28 de julho de 2020

Amazônia



Fazer esta exposição é tarefa significativa para quem herdou de seus  antepassados  um sobrenome escolhido por  representar  a  brasilidade .

Quem tem  o  verde  no  nome, o verde  de  nossa  bandeira  só pode ter  conexão  especial  com o tema:  Aderne, uma árvore  regional  de  madeira  de  lei que viria  substituir  o  “ Pereira  de Guimarães “ . Assim como muitos  portugueses  dessa época que se aliaram  aos  negros  e índios  num movimento  de  cunho  político, a troca de sobrenomes  de  origem  portuguesa pelo novo era forma  de  orgulho  e  coragem genuínos.

Brasileiros se vestiram e se identificaram com suas  madeiras, suas  cores  e  suas  riquezas. Forma  verde  e  amarela  de  independência  simbólica.

Há razões  suficientes para temer  o  desejo  ou voracidade global  de  apropriação dessa região quando  o  verde  é talvez  a cor que menos se vê  na  natureza  no  resto do  planeta.

A  Amazônia  que  nos  deu  tudo – inclusive sobrenome  - não pode sair da  nossa  bandeira  para virar  patrimônio  mundial. Ela  é   tudo o que temos, e se bem  conservada, dará  ao  mundo  os recursos  mais  fundamentos  e  valiosos.

Fonte  -   Isa  Aderne  -   Natural  de  Cajazeiras , PE  .É  pintora , gravadora , cenógrafa  e professora.  Lecionou  na  Escolinha  de  Artes  do  Brasil  , no  Museu  Histórico  Nacional entre outros .Artista  conceituada participou  do Salão  Nacional  de  Arte  Moderna. Fundou  o  Instituto  de  Cultura  Uruguai / Brasil , enviada àquele país pelo   Ministério  das  Relações  Exteriores . Obteve o prêmio  “ Homenagem à  dante “ , entre muitos outros .



Projeto  Raízes  da  Mãe  terra  e  os  índios 

Os  Fuini-ô são o único  grupo do  Nordeste  que conseguiu  manter  viva e  ativa  sua  própria  língua - latê   assim como um  ritual a que chamam  Ouricuri , que atualmente realizam no maior  sigilo. Na parte central  das  terras da reserva indígena se encontra assentada  a  cidade  de  Águas Belas rodeada totalmente pelo território  Fulni-ô . São mais de  6.000  índios que vivem em  Pernambuco . 

O grupo surgiu a partir de um reagrupamento de diversos  povos  indígenas que habitavam a região. Documentos indicam que, desde a década  de l700, os  indígenas daquela região enfrentam  problemas com a ocupação não indígena da região. A distribuição de terras no  Brasil , a partir  das  capitanias  hereditárias , serviu como um mecanismo  de dispersão de  populações  nativas , como ocorreu , por exemplo, nas  terras  interioranas de Pernambuco. Os  indígenas  fulniôs resistiram à ocupação  não  índia, mantendo , até hoje , por exemplo , o ritual  do  ouricuri.

Na atualidade a maioria dos Fulniô cultiva suas roças, em média de dois a três hectares, utilizando unicamente à  força de trabalho disponível da família. Geralmente vendem uma parte da  totalidade  de sua  produção  agrícola. Produzem a  foragem e o  algodão principalmente com  a  intenção comercializá-los em sua totalidade. Já o feijão, o milho  e a mandioca são cultivados tanto para venda como para  consumo pela  unidade  doméstica .

A atividade remunerada na qual  unidade  doméstica emprega preferencialmente  mão de obra  feminina é a  confecção  de  artefatos  de palma e artesanatos . São os homens os que se ocupam de procurar , cortar e transportar  a palma  da  serra para a aldeia. Quando um família carece de homens, então as mulheres se vêm obrigadas a realizar essa extenuante tarefa.

Os produtos que se elaboram com maior frequência são bolsas, esteiras, escovas, chapéus, abanos, colares, pulseiras, lanças, tiara, etc. Outros artigos, como  sandálias, se fazem sob encomenda. Alguns desses produtos são decorados com  fibras pintadas com tinta;  dizem os anciãos que seus antepassados usavam corantes que eles mesmos fabricavam .

INICIO  DO  RAÍZES  DA  MÃE  TERRA

Em contato com diversas instituições  governamentais, de ensino  e  espaços cedidos pela iniciativa  privada em diversas  regiões do país, nasceu a ideia de criar  canais de diálogo voltados  ao público  infantil, jovem e adulto como forma de sensibilizar as pessoas e, assim, resgatar os  verdadeiros valores da nossa história e a sabedoria  ancestral que reside em cada um de nós.


OBJETIVOS  DESSE  PROJETO : 

Contar informações corretas sobre os  modos de viver e pensar próprios da sociedades indígenas sobre  o  meio  ambiente.

Ter  uma visão  clara dos problemas que essas  sociedades vêm enfrentando em defesa dos  seus  direitos  e  de seu  território.

Ter disposição para rever, se necessário, nossa  postura frente  aos  povos  indígenas.

Proporcionar aos estudantes e público em geral o contato com elementos  de  culturas  diferentes para que possam compreender  a importância de  respeitar as diferenças;

SINOPSE  DAS  APRESENTAÇÕES 

Os palestrantes caracterizam-se com  indumentárias  e  pinturas próprias  de  sua tribo e através de sua história  de  vida demonstram suas tradições  e  costumes ( características  da  tribo Fulniô Cariri ) alimentando o debate sobre as culturas  e  costumes dos  nossos  nativos.

Na abertura, fazem as apresentações em português, narrando  a história  de sua tribo para depois  iniciar os cânticos . Em seguida aos cânticos se abre espaço  para pintura corporal  das  crianças. O grupo é liderado por um neto cacique  ( Tafk-á ) que, desde criança, recebe ensinamentos e adquire a sabedoria  das  ervas  para um dia tornar-se  liderança  em  sua  tribo.

Esse  projeto se realiza em escolas e eventos  culturais do  Rio de Janeiro.

Fonte -  JORNAL  PRANA  - UNIVERSO  HOLÍSTICO  - pág  05 
Setembro / Dois mil e dezesseis site oficial : www.raizesdamaeterra.com.br




A  PARTE  QUE  TE  CABE  NA  CORRUPÇÃO

Quando  alguma  coisa  sai  errada,  a  gente  logo  pergunta  quem  é  o  culpado.  
Sobre  a  corrupção  na  sociedade  também  é  assim.

E às vezes acaba ficando alguém de “bode   expiatório“ para tudo. É uma lógica bem cômoda se os erros estão fora de nós , a responsabilidade não é nossa. Analisando melhor essa lógica, vemos que isso é uma atitude de fuga não ajuda nem resolve os problemas. Para corrigir os eros é preciso enfrentar suas causas. E nas causas dos erros pode haver um parte que nos cabe, embora à primeira vista não pareça.

Existe algo de semelhante nos caos na vida social , econômica e política em que estamos. São identificadas pessoas e organizações acusadas de ações graves de corrupção. Mas começamos a ver que o problema é bem mas generalizado. Os próprios caminhos tortuosos da comprovação e condenação jurídica de alguns casos mostram como o novelo da corrupção é bem maior; fica difícil até pegar os culpados. Então nossa segurança vai sendo detonada e nossas esperanças diminuem. É hora de dar um trato nas causas, por complicadas que sejam. Um caso concreto ajuda a entender a parte que nos cabe nesse novelo.  

EXEMPLO 

Há pouco tempo, na Amazônia, um garotinho indígena pediu , a um senhor que entrava no empório local , moedas para comprar balas. O vendedor não cobrou do menino. Quando  o senhor saia, o garoto esperava na porta com as duas mãozinhas estendidas: numa estavam as balas e na outra, as moedas. Era para devolver as moedas recebidas, pois o dono não tinha cobrado. O fato comove, mas também faz pensar. A atitude do garoto era fruto de uma comunidade indígena em que a partilha e a honestidade são valores ensinados nas relações mais simples e cotidianas.

Em nossa sociedade, da mesma forma a corrupção é uma atitude disseminada que desenvolve e prolifera com uma participação maciça . Em grau maior ou menor , nós também fazemos parte dela. Não fosse assim, nossa indignação e rejeição sobres as desonestidades seriam bem maiores e a corrupção teria menos chance de existir. Então, a parte que nos toca na corrupção é dupla; lutar contra ela na vida social e assumir atitudes pessoais, de honestidade e justiça em nossas relações cotidianas. Os dois lados são importantes, mas o que nos dá fundamentos persistentes contra a corrupção não são as “punições  exemplares“ para reprimir, mas o aprender e transmitir em outras relações as atitudes de dignidade , justiça e compromisso para termos um ambiente social de confiança e respeito , alimento de esperança.

Fonte   -     REVISTA  DE  APARECIDA   - pág 12    - MORAL
Setembro  de  2018   - PE  MÁRCIO FABRI  DOS  ANJOS   CSs

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