quarta-feira, 10 de novembro de 2021



Poema , Poesias


Derradeira Sinfonia


Ah! ...se eu pudesse reger o fim do mundo

Trocava o troar dos canhões por um grave profundo

De uma tuba ponteando uma opereta , e,


Armas como : fuzis , revólveres

metralhadoras e escopetas ,trombones ,

requintes e clarinetas .


Em vez do zumbido de balas que cortam o espaço ,

Faria soar dos violinos, o esfregar do arco

nas cordas de aço .

Desmantelaria o estrago infernal da bomba atômica

Na eloquente sinfonia de uma enorme filarmônica .

E de lá de cima de uma montanha, de

casaca celeste ,

Imitando dos Santos a cor das vestes , perguntaria :

- Estão todos afinados ?

- Sim ! Responderia o mundo inteiro para mim.

- Então ! Um , dois três ! Vamos !

Toquem todos de uma vez!!!

-Peguem seus instrumentos , soprem toda maldade, injustiça

e desgraça .

Formemos daqui pra frente uma nova raça !

Ponham para fora toda angústia , verdade, inveja e

ambição !

Toquem alto, bem alto, para que o MESTRE nos ouça.

Nos leve ao passado mais remoto , e nos conceda o

perdão .


Expulsem seus ódios, seus rancores ,

Estouram- os nos couros esticados dos

bumbos e tambores ,

-Isso!!! Ordenaria eu .

E num adagio que começou num presto.

Toda a humanidade no seu mais puro manifesto ,

Num mar de instrumentos , esperançada,

Finda à noite vem a madrugada ,

E um agudo de flautim atinge a ira bem

no alvo

E no silêncio , a certeza de que o mundo está salvo.

Ao som de um compassado tema de jazz,

Um coral de adolescentes entoa,

- Até que enfim !!!O homem encontrou a PAZ !!!


Fonte - Jornal BALCÃO n° 403 - pág 5

22/09/87 - JOCA DA TROMBETA – Eng.Dentro – Rio de Janeiro



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