sábado, 16 de julho de 2022

As crianças na violência familiar / e da mulher

 



As  Crianças  na  Violência  Familiar 

A  violência familiar sobre  crianças  na  vida  familiar  é  muito  triste  realidade . A família
dá  as boas-vindas para quem  nasce .É  assim  que cada vez cada um de nós chegou . Não
ser  bem-vindo é  muito desagradável  até  na  vida  adulta.

Na vida  infantil ,a violência fere sempre mais por dentro que por fora .Ela tem formas variadas e complexas.Vamos ver se alguns pontos dese assunto para agir bem em nossa própria  vida  familiar .Vamos considerar apenas quatro situações : Abusos  sexuais e  maus-tratos  físicos repetidos em geral decorrem de problemas graves de personalidade dos adultos . Quem sente esses  impulsos ou se vê nesses  atos deveria se tratar ,mas em geral não consegue  fazer isso por si . Quem vê ,precisa agir com  prudência ,mas sem demora, para defender o  bem  da criança e,enquanto possível,construir ,contribuir para a recuperação do familiar adulto . Na impossibilidade de contato direto com as pessoas ou  instâncias como  o Conselho  Tutelar .

Brigas do casal também violentam as  crianças , porque elas dependem de um  ambiente de carinho e  confiança para crescerem bem . Assim ,é importante que os  atritos não se façam na  frente das  crianças.Se elas presenciaram  então é preciso ter a humildade de conversar com elas , pedir  desculpas , explicar um pouco , mas sem culpabilizar ninguém .Mesmo assim ,cedo ou tarde elas percebem  que as  coisas não estão bem .Então , é sempre importante conversar com elas , embora de modo geral , sobre os problemas da vida .


Imposições autoritárias e castigos severos sem explicação são violências morais.Quebram os  sentimentos de  confiança das  crianças,com consequências na sua  personalidade . Elas ainda não pensam como adultos . É preciso chegar lá na fase em que estão para ajudá-las a crescer .Não quer dizer que vale tudo, pois precisam também aprender  limites .Mas aprendem quando há explicações .

Deixar as  crianças fazerem tudo o que querem é uma  violência velada . Não parece mas isto só vai se revelar no  futuro .Comida , brinquedos , gostos em geral podem ser lesivos à saúde e à  personalidade e só vão aparecer mais tarde.Então,não cuidar disso é expor  a criança a problemas anunciado .É verdade que ficou  mais difícil ensinar  li- mites para as crianças quando os atrativos consumistas são tão  fortes. Mas é  fundamentalmente resistir .

Diante  da  criança você tem chance de fazer o que pertence a Deus : criar . Ele nos chamou para fazer isso , pois nessa  ação ao mesmo tempo aprendemos a  amar . Porque  Deus nos  ama ,somos seus filhos . Mas Ele marca a nossa  existência com o  gosto desse amor comunicativo . O  amor é a  atitude  mais  radical  contrária  à violência  às crianças.

Fonte   -    REVISTA  DE  APARECIDA  -  MORAL  - pág l0

Dezembro ,de dois mil e dezesseis  - Pe. MÁRCIO  FABRI  DOS  ANJOS  ,  C.SS.R.







Dormindo  COM  O  INIMIGO

As  estatísticas  sobre a  violência  de  homens  contra  suas  companheiras  mostram que a cada  4  minutos  uma  mulher  é espancada  pelo  parceiro . Mas, se a  agressão  for  denunciada ,o  problema  tem  solução

" Meu marido e eu nos casamos em  1970 , cheios de  amor e promessas de felicidade. Tivemos três filhos , hoje com 17 , 26, 27 anos . Quando o  mais velho tinha 10 anos , sofreu um acidente e ficou paraplégico . depois disso, meu marido passou a beber com frequência e começou a me bater .Um dia estava tão fora de si que tentou me esganar , xando hematomas no pescoço e rosto " . A experiência de M.L.P.O , 40 anos ,infelizmente , não é um caso isolado .Durante a IV Conferência da Mulher , realizada em  Beijing ,China , em 1995 , o Brasil foi considerado o país campeão em  violência contra a mulher. As estatísticas são assustadoras estima-se que a cada 4 minutos uma mulher  sofre  agressão física por parte do homem com quem ela vive ou já viveu .

Até 1985 ,era mais difícil enfrentar o problema, pois a denúncia comum .Mas,graças aos movimentos femininos e feministas , naquele ano criou-se a primeira Delegacia de Defesa da Mulher ,onde as vítimas se sentem à vontade para expor a situação, porque são atendidas por delegacias . Atualmente, portanto , não há por que não tomar uma atitude , de preferência na primeira vez . " Não levar a sério o primeiro espancamento é permitir que não nos levem a sério quando resolvermos denunciar , opina  Tereza Verardo , uma das fundadoras do  SOS Mulher e integrante da Comissão Contra a Violência do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde , de São Paulo . 

" A experiência mostra que quem bate uma vez volta a bater . Se  a mulher denuncia logo, o homem fica acuado e tende a se controlar " ( Valderês Lopes, delegada ) .Para a  delegada da 6ª de Polícia de Defesa da Mulher , doutora Valderês Lopes , a experiência mostra que quem bate uma vez volta a bater. "Se a mulher denuncia logo ,o homem fica acuado e tende a se controlar " . Foi o que aconteceu com o marido de M.J.R.S., 44 anos . Alcoólatra e usuário de drogas , um dia chegou em sua casa alterado e espancou a esposa . Encorajada pelos vizinhos , que serviram de testemunhas ,ela foi à Delegacia de Defesa da Mulher . " No dia da audiência , na frente da juiz , ele parecia um carneirinho . Admitiu a culpa ,recebeu uma multa e , de lá  para  cá ( há dois anos ) ,nunca mais encostou um dedo em mim " .

O  que  leva  à  agressão  . Afinal , o que leva  à  agressão

Afinal ,o que leva o marido a bater na mulher ? De acordo com os  levantamentos da delegada  Valderês, as principais causas são álcool , drogas , ciúme e desemprego . As duas primeiras podem ser  solucionadas com tratamentos em  clínicas de recuperação de alcoólatras e drogados ou em associações como o  AA ( Alcoólicos Anônimaos ) e

NA ( Narcóticos Anônimos ) .Já o ciúme exagerado e o desemprego são mais difíceis. M.A.P.M . , 37 anos , conheceu bem de perto o último problema  : "  Nós sempre vi vemos com muita dificuldade ,contando os trocados no fim do mès . Até que meu marido perdeu o emprego .A cada dia que passava , ele se revoltava mais .Das discussões e gritos, passou às surras e ameaças de morte .Nessa época ,eu estava grávida do meu segundo filho e nem isso ele respeitou. Um dia me bateu tanto que tive hemorragia intensa e o J. nasceu com mal  formação de coluna e sem um dos rins .  Procurei um advogado para colocá-lo para  fora de casa e me separei . Depois de dois anos de processo , saiu a separação litigiosa e agora ele vive bem longe, pagando o que a lei manda" .

É possível  denunciar a  violência numa  delegacia  ,como fez  M.J.R.S ,  ou buscar ajuda de um  advogado ( particular ou do Estado),procedimento adotado por M.A.P.M . Tudo depende do que se quer . " A delegacia é uma providência para processar o agressor criminalmente . Mas , para afastar o marido de casa , só mesmo recorrendo à Vara da Família " , explica a doutora Mônica Espósito de Moraes Almeida Ribeiro , da Procuradoria de Assistência Judiciária de São Paulo.

Solidariedade  à  raça

O problema é sério e mais generalizado do que se possa imaginar . A violência contra a mulher é praticada em  todas as classes e etnias , independentemente do  grau de instrução . segundo dados da  CPI da Violência Contra a Mulher ,de 1992 ,os negros são minoria. Nos casos registrados entre 1991 1992 , os brancos correspondiam a 55%  do total de agressores e os negros 30% .Quanto às vítimas , 61% eram brancos e 25% , negras . Mas estudos realizados alguns anos antes, em 1985 , mostram que pode haver algo mais por trás dessas estatísticas . Quem explica é Tereza Verardo , que na época fazia parte do Conselho estadual da Condição Feminina  : Ao percebemos que um baixo número de mulheres negras denunciava , fizemos alguns  levantamentos e notamos que isso acontecia não porque elas sofriam menos violência,mas sim por solidariedade à raça . Elas tinham medo de que o marido , por ser negro , sofresse  amus-tratos nas delegacias e preferiam se calar " .A mulher que apanha do marido vive um  sentimento de  ambiguidade muito grande . Amor e ódio se misturam e ela não sabecomo agir. Tende a achar que se trata de uma fase passageira e que o companheiro vai melhorar . Lenira da  Silveira ,  psicóloga  da  Eliane de Grammont - serviço gratuito da prefeitura de São paulo  para atendimento social e psicológico - explica : " Esses sentimentos contraditórios são comuns nas  relações em que o objeto do amor se transforma num agressor .Principalmente se,depois,o marido se arrepende e se mostra carinjhoso . Para ganhar força e elevar a auto-estima ,ela precisa ter um  espaço onde possa ser  ouvida , e não desrespeitada sob a  tradicional frase você gosta mesmo é de apanhar "'. Informações sobre locais que oferecem esse tipo de apoio podem ser obtidas nas prefeituras . 

O  QUE  FAZER  NA  HORA  H

A  PSICÓLOGA  ANA ISABEL SOARES , RELACIONA AS ATITUDES QUE A MULHER DEVE TOMAR NO MOMENTO  DA AGRESSÃO  

 .Quando ele está violento , não adianta discutir , pois o nervosismo impede qualquer raciocínio .

. Tente sair de casa e procurar ajuda .

. Se as crianças estiverem presentes ,tire-as imediatamente do local. 

. Nem pense em telefonar . Elenão vai deixar e pode se irritar mais ainda .

. Se ele estiver armado , fique quieta e obedeça às suas ordens .

. Depois que tudo acalmar , procure ajuda.Vá a uma casa de apoio à mulher . 

. Vítima de violência , denuncie na Delegacia de Defesa da Mulher mais próxima de sua casa ou procure um advogado , da  Vara de Família ( gratuito) , para afastálo de casa e entrar em separação .

.Lembre : agressão não combate com agressão ou passividade , apenas com uma  atitude ponderada - a  denúncia.

Como  denunciar 

A mulher pode tomar duas atitudes ir à Delegacia de Defesa da Mulher ( ou uma delegacia comum) mais próxima de sua casa ou recorrer a um advogado , da Vara de Família , que vai pedir a separação de corpos e a posterior separação do casal. Veja como é cada caso na  delegacia                  ;

* A mulher comparece com RG e dados do agressor. Se possível , deve passar antes em um pronto -socorro

Fonte   -   Revista   RAÇA  BRASIL   - págs 60 e 62   


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