quinta-feira, 3 de abril de 2014

Crise na Educação, uma ameaça ao Brasil do Futuro



No artigo "Alfabetização no Brasil", João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto e autor de Aprender e Ensinar, da Editora Global, faz uma análise sobre as políticas e as práticas de alfabetização no país, que ao ignorarem os avanços científicos na área, vêm contribuindo para os baixos níveis que caracterizam o desempenho dos alunos. "A Escola Brasileira - especialmente a escola pública - produz um novo tipo de aluno, o analfabeto escolarizado. O aluno se "analfabetiza" na escola, ao longo das séries iniciais, e alguns, com esforço próprio, conseguem se apropriar do código alfabético", observa. "O preço a pagar é enorme, em termos de tempo perdido, reprovações e frustrações de toda ordem.

Bernadete Gatti, diretora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, analisa a questão da formação inicial de professores para a educação básica em cursos de graduação. "No Brasil país de escolarização tardia, a necessidade de incluir nas redes de ensino as crianças e jovens de segmentos sociais que até poucas décadas atrás não eram atendidas pela educação básica colocou grandes desafios, um deles a formação de professores", explica. "Com a grande expansão das redes de ensino em curto espaço de tempo e ampliação consequente da necessidade de docentes, a formação destes não logrou, pelos estudos e avaliações disponíveis, prover o ensino com profissionais com qualificação adequada. Pesam nessa condição não só a urgência formativa, mas também nossa tradição bacharelesca, que leva a não considerar com o devido valor os aspectos didático-pedagógicos necessários ao desempenho do trabalho docente com crianças e jovens."
Segundo Bernadete, é importante criar condições concretas para um novo tipo de formação inicial, no ensino superior para a docência na educação básica. "Há necessidade de melhor estruturar, qualificar e avaliar o trabalho desenvolvido nas licenciaturas, na formação inicial de docentes para a educação básica. É tarefa de ontem, mas ousar mudar de fato não é uma questão simples nos contextos de nossas instituições e das normatizações. Os interesses são diversos e, sem uma política nacional firme, com foco na qualidade formativa de novos professores, continuamos patinando quanto às possibilidades de uma renovação educacional necessária ao país e seus cidadãos.

Fonte: Jornal da USP - Especial
Março/2014



A Educação tem que ser prioridade no Brasil

Tendo o retrato do atual ensino público do país, o comentarista Galdêncio Torquato, professor titular da USP, publicou artigo no jornal O Estado de São Paulo, edição do dia 20 de abril, sob o título "Escola pública na teia do atraso". Em seu comentário observa que: "O ensino básico atravessa a maior crise de sua história. Milhares de alunos concluem a quarta série sem saber ler nem escrever, muito menos fazer contas". "A crise da educação básica é um fio esgarçado que prende o país à teia do atraso".
A soberania de uma nação está na educação do seu povo. A educação é uma das necessidades básicas para o desenvolvimento integral do ser humano, tem reflexos diretos na garantia da boa saúde, do bom saneamento básico, na redução da violência e da criminalidade, na estrutura familiar, na harmonia e na paz social, na melhor condição de vida pela profissionalização.
Nos dias de hoje, todos nós ficamos extasiados diante do progresso da China, da força econômica e da cultura tecnológica do povo chinês. Essa realidade, no entanto, é uma decorrência de longo e rigoroso programa de escolarização de gerações e gerações de crianças chinesas. Hoje, o país colhe os frutos desse programa de ensino.
O Brasil, por sua vez, com uma população na linha do analfabetismo funcional, sem qualificação profissional, já se tornou um dos maiores exportadores de mão de obra não qualificada, isto é, a mão de obra de sobrevivência.

Fonte: Jornal AFPESP
Editorial - Maio / 2008


Albert Einstein

Problemas de Aprendizagem

Déficit na linguagem pode servir de incentivo em outras áreas que precisam de criatividade.

O que poderiam ter em comum o cientista Albert Einstein, criador da Teoria da Relatividade, e o ator Tom Cruise? A dislexia, um distúrbio ainda pouco conhecido que se manifesta geralmente um ano após o início da alfabetização da criança. O traço comum aos pacientes é a dificuldade em entender os símbolos da leitura e transcrever os da escrita, transformando-as em linguagem com significado lógico. "Ao contrário da fama que criam na escola e na família, eles não são vagabundos nem burros", defende o neurocirurgião infantil Sérgio Cavalheiro. 
A dificuldade na aquisição e domínio da linguagem podem esconder cérebros privilegiados ou no mínimo com inteligência dentro dos padrões normais (Quociente de Inteligência Superior a 100). A lista de gênios disléxicos pode estimular pais que costumam entrar em desespero diante da limitação apresentada pelos filhos. "O déficit de linguagem pode resultar em enorme talento em outras áreas nas quais a criatividade tenha papel decisivo", afirma a psicóloga Eliane Rosemberg Colorni, presidente da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), uma entidade sem fins lucrativos que orienta pais e professores de crianças disléxicas.
Embora o diagnóstico do distúrbio dependa do ingresso da criança na escola, quando o sistema tradicional de ensino revela-se infrutífero e fonte de frustrações, há indícios que podem aparecer mais cedo. Alguns exemplos: atraso de fala, noções confusas de espaço como esquerda e direita, descoordenação motora em algumas atividades como pegar e chutar bola, dificuldade para recortar, desorganização no quarto.
O momento de aprender a ler e a escrever é um desafio. O disléxico tem dificuldade em copiar da lousa, pula linhas, não consegue juntar letras ou sílabas para formar uma palavra maior ou reuni-las para formar uma frase. Ele confunde-se ao lidar com símbolos gráficos, inclusive na Matemática, especialmente aqueles parecidos na forma ou som. Assim, tanto pode trocar o 6 pelo 9 quanto o p pelo b.

Problema pode ser adquirido por adulto

A dislexia adquirida não afeta necessariamente crianças, mas qualquer pessoa que sofra um processo degenerativo no cérebro, seja portador de um tumor ou sofra um trauma em áreas relacionadas a compreensão da palavra. Vítimas de acidentes vasculares cerebrais podem ficar impossibilitadas de ler. O distúrbio começou a ser descrito no século XIX em pacientes até então normais. (Afirmação do neurologista infantil Norberto Rodrigues, professor do Departamento de Distúrbios da Comunicação - PUC/SP)

Alguns disléxicos famosos

- Thomas Edison
(1847-1931) - Afastado da escola como deficiente mental, foi alfabetizado pela mãe.

- Albert Einstein
(1879-1955) - Não falou até os 4 anos; leu após os 9. Foi recusado na primeira admissão para o colegial.

- Leonardo Da Vinci
(1452-1519) - O gênio da Renascença escrevia de forma invertida lançando mão de um espelho.

- Nelson Rockfeller
(1908-1979) - O banqueiro americano conseguia ler por meio da definição de palavras com traços vermelhos.

- Auguste Rodin
(1840-1917) - Mal conseguia se comunicar por escrito. A família o tachava de idiota.

- Tom Cruise
(1962-  ) - Decora seus papeis em filmes de sucesso com auxílio de um gravador, em razão de dificuldades com leitura.

Também aparecem no rol dos disléxicos Charles Darwin, autor da teoria do Evolucionismo, Pablo Picasso o pintor espanhol com dificuldades no ensino convencional e acabou abandonando-o, Robin Williams, Cher, Whoopi Goldberg e o atleta Dan O'Brien que já foi chamado de super-homem.

Fonte: Stella Galvão
Estado de São Paulo
Bárbara Kantrowitz e Anne Underwood
Newsweek





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