terça-feira, 6 de junho de 2017

CONVIVENDO COM O PARKINSON



SAÚDE - é melhor prevenir
COM   UM  BOM  ACOMPANHAMENTO MÉDICO  E  UM TRATAMENTO  ADEQUADO, QUE ALIVIE  OS  SINTOMAS  DA  DOENÇA, É POSSÍVEL  CONTROLAR  OS EFEITOS  AO LONGO  DO  TEMPO 

Ela vem de mansinho e é mais comum em pessoas da terceira idade. Com sintomas mais suaves no início, a doença tende a se agravar com o tempo e trazer complicações mais sérias. 
A doença de Parkinson ainda é tipicamente caracterizada pela presença de tremor de repouso, rigidez e lentidão dos movimentos, mas há outras tantas alterações, não relacionadas à parte motora, como as alterações no sono e no reconhecimento de odores. Há, ainda pessoas que apresentam sintomas depressivos e autonômicos ( relacionados à regulação da pressão arterial, funcionamento intestinal e potência sexual ). Trata-se de uma doença progressiva do sistema neurológico que afeta principalmente o cérebro.
Como explica o geriatra e gerontologista Dr. Paulo Casali,  a doença tem caráter gradativo e degenerativo, ou seja, os sintomas pioram com o tempo, tanto em intensidade quanto em quantidade, o que implica diretamente na qualidade de vida do paciente e no seu grau de independência e autonomia. “O diagnóstico é essencialmente , ou seja, não depende de exames laboratoriais e, sim da avaliação médica dos sinais e sintomas do paciente, por meio  da anamnese  ( interrogatório do médico ao paciente ) e exame físico“, diz.
Além disso, ele explica que o paciente precisa ter em mente que, independentemente da doença é preciso procurar o médico sempre que perceber algo de anormal no seu corpo e no funcionamento do seu organismo. “ Não existe cura para a doença de Parkinson, portanto, o tratamento visa melhorar os sintomas  , diminuir a velocidade de progressão da doença, diminuir o sofrimento e a dependência do paciente, dando mais conforto e qualidade a sua rotina de vida“ , conclui.

DIAGNÓSTICO 
Como os sintomas da doença variam em cada paciente, é muito importante que, ao perceber a qualquer alteração física ou comportamental, o mesmo procure atendimento especializado. O diagnóstico precoce e aceitação da doença são essenciais para tratá-la da melhor maneira. Isso só depende do paciente e do médico, conforme alerta o médico, neurologista clínico da Fluyr Saudável, Dr Fábio Sawada Siba. “ Do paciente, em procurar uma orientação médica logo que perceber algum sintoma, e do médico, em ter a habilidade e o conhecimento de valorizar os sintomas, correlacionando-os com a doença“, explica.
A aceitação do problema dependerá, principalmente, de uma boa relação mico-paciente, com um médico parceiro e amigo, que transmita confiança. “O paciente deve saber claramente o que é doença, com todas as possibilidades de evolução e tratamento“, ressalta o Dr Fábio.

TRATAMENTO  

Dependendo da intensidade e a repercussão dos sintomas sobre as atividades cotidianas, o tratamento da doença de Parkinson envolve medicamentos e até fisioterapia  - que auxilia nas dificuldades de movimentação e de marcha; terapia ocupacional, acerca das dificuldades de execução de atividades e necessidade eventual de adaptações, fono audiologia, sobre dificuldades de fala e deglutição  ; e psicóloga  , para aceitação e enfrentamento da doença  , assim como sobre os sintomas depressivos  .
Sobre as medicações possíveis, o Dr Shiba explica que algumas podem até ser eficazes, mas não chegam a alterar a evolução da doença , pelo fato dela ser crônica e progressiva. “Eventualmente, podem ser necessários tratamentos cirúrgicos, como implantes de marca-passos cerebrais ou cirurgia ablativas, com lesão de áreas específicas do cérebro, para melhorar as condições do paciente“, afirma.

FONTE     -    Revista  Ponto  de  Encontro    págs   10  e  11
                      Drogaria  PACHECO         nº  21       JUN/JUL   2016
                      Saúde / é melhor prevenir          por TATIANA  FERRADOR 



Saúde 
 UM  GRANDE  DESAFIO 

Abril é o mês de conscientização sobre a doença de Parkinson, descrita pela primeira vez há exatos dois séculos. Não há cura, mas existem tratamentos que melhoram a qualidade de vida e retardam o avanço dos sintomas.  

Poucas doenças desafiam tanto a medicina como aquelas que afetam o cérebro. Uma delas é o Parkinson, uma síndrome neurodegenerativa descrita em 1817 pelo médico inglês James Parkinson, que atinge principalmente as regiões cerebrais relacionadas à função motora. Tremores  ( mesmo em repouso ), rigidez muscular  e dificuldade para manter o equilíbrio estão entre os sintomas mais comuns. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 200.000 brasileiros têm a doença.

Sabe-se que o problema leva a morte de neurônios relacionados à produção de dopamina, hormônio que entre outras funções, está ligado ao controle do movimento muscular. Não se sabe, porém, a razão de esses neurônios se tornarem suscetíveis. “Em congressos médicos recentes, passou-se a cogitar a possibilidade de a doença estar relacionada a determinadas proteínas", explica o neurologista Oscar Bacelar, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia .

Enquanto não se tem certeza das causas, os especialistas se concentram em identificar fatores de risco. Um deles é a idade. Estima-se que a  doença atinja até 2% da população mundial com mais de 65 anos  . É ainda mais freqüente após os 80 anos.

Ainda assim, há casos em que os pacientes começam a desenvolver sintomas a partir dos 18 anos  ( o Parkinson juvenil )  ou por volta da terceira década de vida  ( Parkinson precoce). Pesquisas apontam que a genética seria um fator decisivo. O ator Michael J. Fox, famoso pela trilogia De Volta Para o Futuro, descobriu a doença aos 30 anos  de idade e criou uma fundação voltada a pesquisas na área. A brasileira Danielle Ianzer também descobriu a doença jovem, aos 36 anos. Após alguns anos do primeiro sintoma motor e depois de percorrer muitos consultórios, enquanto a doença evoluía, ela recebeu o diagnóstico de Parkinson. Foi então que decidiu fundar o Projeto Vibrar Parkinson ( www.vibrarcomparkinson.com ), que desde 2014, dedica-se a ajudar pessoas com a doença. “ O emocional é determinante  , tanto na evolução da doença quanto na resposta ao tratamento“ , explica Danielle  . Hoje  , aos 41 anos  , ela tem dificuldades para caminhar, lentidão e rigidez. Mas  voltou a escrever com grafia normal e tem independência para seus cuidados pessoais que havia perdido.

O diagnóstico nem sempre é fácil, já que há várias outras doenças que desencadeiam sintomas comuns ao Parkinson. Em jovens, a identificação do problema pode ser ainda mais complicado. O médico faz o diagnóstico por exclusão, eliminando outras doenças ou verificando-se a causa dos sintomas está relacionada a outros fatores como drogas, tumores ou até acidentes vasculares cerebrais. Dois exames podem ajudar a fechar o diagnóstico: a ressonância magnética, que ajuda a excluir outros diagnósticos, e a cintilografia cerebral com marcador de Trodat, que identifica células dopaminérgicas.

Entre os sintomas  mais evidentes está o tumor de repouso ( e ainda o de movimento ), em que a pessoa treme involuntariamente ou bate o dedo indicador com o polegar como se estivesse contando dinheiro, mas, ao se movimentar, o tremor para. Outros sinais são a lentificação anormal dos movimentos ao caminhar ( bradicinesia ) e a instabilidade postural. Uma postura típica de que tem a doença é sentar-se curvado para frente, mantendo braços e pernas  dobrados. Pode haver, também, alterações na grafia dificuldade em executar movimentos voluntários como piscar os olhos, levantar e andar. A caminhada é chamada de “marcha em monobloco “ , com pequenos passos, braços estáticos e postura voltada para a frente, tentando equilibrar a perda do centro de gravidade. “Quando o paciente apresenta sintomas, geralmente já significa que 80% das células produtoras de dopamina estão mortas “ , afirma Bacelar. Constipação, seborréia e hipotensão postural ( ao levantar-se a pressão cai ) são outros possíveis componentes do quadro.

Tratamentos  - Até o momento não há cura para o Parkinson. Mas o tratamento foca em amenizar os sintomas e retardar a evolução do quadro do paciente  . “ Utilizam-se, principalmente  , medicamentos que atuam no déficit da dopamina cerebral “, diz o neurologista João Carlos Papaterra Limongi, do Grupo de Distúrbios do Movimento do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. Medicamentos bloqueadores de adrenalina, apesar de não fazerem parte da lista de remédios específicos para a doença, costumam melhorar os tremores e podem ser utilizados nas fases iniciais, principalmente quando o paciente é jovem  , para evitar já usar a dopamina.

O tratamento cirúrgico é reservado a casos específicos  . “Implanta-se eletrodos em alvos específicos  do cérebro e obtém-se melhora clínica significativa “, explica o Dr. Limongi. Na fase inicial não é indicado.

A fisioterapia é fundamental para melhorar os movimentos  . Exercícios como natação e o tênis de mesa também podem ajudar a diminuir a rigidez. Já existem trabalhos mostrando o retardo na evolução da doença em pacientes que dançam. Como é um tratamento multidisciplinar, incluem–se ainda a fonoaudiologia e o acompanhamento psicológico, muito importante para ajudar o paciente a conviver com a doença.

Recentemente, pesquisadores da USP anunciaram evidências de que um antibiótico que já existe no mercado poderia atuar na doença de Parkinson. A descoberta aconteceu por acaso e as pesquisas ainda são preliminares, mas não deixam de injetar esperança para o desenvolvimento de novos tratamentos num futuro não muito distante.

 Fonte    -  Revista      VENÂNCIO                 
Março de 2017       -    POR  FÁTIMA  TELLES 

NA  TELA  E  NA  VIDA 
Filmes  que  emocionam  e  ajudam  a compreender  os desafios  de  que  tem Parkinson

AMOR  E  OUTRAS  (2010) 
É uma  comédia romântica com Jake  Gyllenhaal, um rapaz sedutor que conhece uma jovem de 26 anos  com Parkinson ( interpretada por Anne Hathaway ) se apaixona por ela. O filme se passa na segunda metade da década de 1990, quando os remédios para a doença começaram a ser vendidos nos Estados Unidos.
  
TEMPO  DE  DESPERTAR   (1990 ) 
Com Robert De Niro  ( paciente ) e Robin Williams ( neurologista ), é baseado no livro Awakenings, de 1973, e conta a história real do médico Oliver Sacks, precursor no tratamento de pacientes com Parkinson.
    

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