terça-feira, 6 de novembro de 2018

O MODELO - JACKIE ROBINSON



Ele  derrubou  as barreiras  raciais  no   esporte  americano.

Em 1947, OS  ESTADOS  UNIDOS  CONVIVIAM  COM  a segregação racial. Havia dois mundos distintos – o dos negros e o dos brancos -, universos temerosos um do outro. Escolas, restaurantes, hotéis, bebedouros e ligas de beisebol, tudo era separado. A vida era impiedosa e, às vezes, odiosa para os negros que tentavam mudar essa situação. Mas Jackie Robinson foi maior que tudo isso. 

Ele tinha de ser. Precisava ser maior que seus colegas do time beisebol Brooklyn Dodgers, que assinaram uma petição para que fosse mantido fora do Brooklyn, maior que os ogadores que arremessavam bolas: contra ele ou usavam as travas dos sapatos para machucar suas canelas, maior que os ditos fãs, que ridicularizavam sua condição de negro e o ameaçavam de morte. 

Hoje em dia, não sei como Robinson aguentou tudo isso sem revidar. Já passei por momentos difíceis na vida e me considero uma pessoa paciente, mas sei que não conseguiria ter feito o que ele fez. Não acredito que alguém mais o faria. De alguma forma, ele suprimiu seus instintos e engoliu o orgulho em nome de sua raça. Foi seu incrível ato de altruísmo que conseguiu unir as raças e moldar os sonhos de toda uma geração

O caráter de Robinson contava mais do que a média de suas rebatidas. Mas o fato de ele ser um grande jogador de beisebol certamente ajudou – um rebatedor cuja marca registrada era confundir os jogadores com sua ousada corrida entre as bases. Jogava com uma criatividade feroz. Com Robinson no campo, os Dodgers venceram seis campeonatos da Liga Nacional . 

Em uma época posterior de de sua carreira, quando o “grande experimento“ demonstrou seu êxito e outros jogadores negros começaram a participar da liga principal do beisebol, Robinson permitiu que seus instintos aflorassem nas questões raciais. Soltou a voz e, quando falava abertamente ,nós jogadores negros , ouvíamos com atenção . Ele deixou claro que não estávamos jogando apenas por nós mesmos ou por nossos times, mas por nossa gente.

Mesmo depois de ter aposentado o bastão em 1956 e de ter sido eleito para figurar no Hall da Fama, o museu dos melhores jogadores de beisebol da história, em 1962. Robinson batalhou para que treinadores e técnicos negros participassem do mundo do beisebol. Ele já não estava mais aqui quando, em 1975, Frank Robson - cujo parentesco com o Jackie é apenas espiritual - finalmente se tornou primeiro técnico negro desse esporte. Sua última aparição pública foi no World Series de 1972 quando ele já mostrava sinais da idade, de cabelos brancos, bengala na mão e quase cego em decorrência do diabetes. Ele morreu nove dias depois. 

Muitos dos ogadores contemporâneos de Robinson compareceram ao seu funeral, mas fiquei chocado ao ver quão poucos jogadores jovens apareceram para lhe render a última homenagem.

Quando isso aconteceu, faltavam 41 home runs para que eu ultrapasse o recorde de Babe Ruth. Senti a obrigação de realizar o sonho de Robinson e me inspirei nele para dedicar o meu recorde à causa à qual Robinson havia se dedicado por toda a vida.
  
Continuo  me  inspirando  em  JACKIE  ROBINSON  .

Fonte  -    TIME   MAGAZINE    pág  7
TIME  100   -  HENRY  AARON 

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