terça-feira, 25 de setembro de 2018

VIAGEM PELA ERA DOS DINOSSAUROS




A  FAAP  MOSTROU  A  EXPOSIÇÃO  'Ciências  da  Terra, Ciências  da  Vida  - Chapada  do  Araripe', uma  viagem   ao  passado, com  fósseis  de  animais  e  réplicas  de  répteis  de  mais  de  100  milhões  de  anos 

Você sabia que as primeiras flores surgiram no Brasil? Esse é um dos segredos que a região da Chapada do Araripe, no Estado do Ceará, guarda há milhões de anos... Mas tem muito mais, pois o Araripe é um tesouro paleontológico. Paleon, o quê? Paleontologia é a ciência que estuda fósseis de animais e vegetais. E lá no Ceará fósseis de peixes, de plantas e até de dinossauros que viveram no período cretáceo, a chamada era dos dinossauros que viveram no período cretáceo, a chamada era dos dinossauros  .

Para conhecer melhor esse universo de enormes répteis, uma boa dica é visitar a exposição Ciências da Terra  , Ciências da Vida - Chapada do Araripe, que está a Fundação Armando Álvaeres Penteado ( FAAP ) . No começo da visita, atração - uma espécie de minifloresta com as espécies mais primitivas de plantas como as samambaias  - uma das primeiras a cobrir o Planeta - e também plantas com flores. "Essas surgiram há cerca de 115 milhões de anos, 40 milhões de anos antes da extinção dos dinossauros", explica o curador científico da exposição Diógens de Almeida Campos, diretor do Museu de Ciências da Terra. Ele fala que as primeiras flores surgiram no Brasil . " As da China têm a mesma idade ."

Depois de passar pela vegetação, o visitante encontra fósseis  - vestígios de animais  - de insetos, aranhas  e plantas que viveram na Chapada do Araripe. A intenção é criar um elo entre os espaços da exposição. O fósseis em interação com a vegetação mostram a relação entre insetos e plantas. "As flores são essenciais para os insetos e vice-versa" , fala Diógenes. Logo em seguida, é hora de entrar no reino das águas. "O visitante vai se sentir no meio aquático",  fala o curador científico. Fósseis de peixes diversos  , rãs e tartarugas são a atração desse espaço  .

Depois de viajar milhões de anos  , o visitante se depara com outra minifloresta  , mas, desta vez  , com as espécies de plantas que cobrem a Capada do Araripe atualmente  . A sessão serve como uma espécie de passagem entre o primitivo e o atual e mostra ainda os primeiros habitantes da região: os índios. Há pinturas rupestres e também esqueletos de animais como elefantes e bichos -preguiça  . 

Tecnologia e arte  - Há uma sala equipada com computadores para a galera que quiser saber mais sobre a paleontologia e sobre a região do Araripe. Uma linha do tempo também ajuda o visitante a se situar no período abordado na exposição. Para apresentar o imaginário popular dos moradores da região, a exposição traz algumas obras de artistas locais. "Queremos aproximar o objeto científico do artístico" , fala Diógenes.

Para não perder nenhum detalhe dessa aventura, a FAAP possui educadores que acompanham os visitantes na viagem pela era dos dinossauros.

Fonte  -  Jornal   -  O  ESTADO  DE  SÃO  PAULO      -   pág  P 4 e 5 
Sábado  , 04/09/2004    ETIENNE  JACINTHO     -   ESTADINHO 
Ciências  da  Terra  , Ciências  da  Vida  - Capada  do  Araripe  





Brasileiros  mostram  novo  dino 

Espécie  encontrada  no  RS tem 220  milhões  de  ano  e pode  ser  a  mais antiga do  mundo

Um novo dinossauro, descoberto em 2001 no interior do Rio Grande do Sul, foi apresentado em Ribeirão Preto. O Sacisaurus agudoensis viveu há cerca de 220 milhões de anos e é um dos mais antigos do mundo, segundo os pesquisadores Max Langer e Jorge Ferigolo. Uma réplica do esqueleto do dinossauro , que media cerca de 1,5 metro de comprimento ( do focinho à cauda ) e 0, 4 metro de altura está em Ribeirão Preto . Cerca de 50 peças de fósseis do animal , que era herbívoro e quadrúpede , estão no Museu de Ciências Naturais de Porto Alegre, mas fora de exposição.

O fóssil do Sacisaurus agudoensis foi encontrado por pesquisadores da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul na periferia de Agurdo, a 200 km de Porto Alegre , uma área coberta por construções. Mas o achado não foi por acaso - a área é bastante investigada por paleontólogos por ser a única região do País com fósseis de dinossauros dessa idade. O Sacisaurus é do período triássico ( quando surgiram os dinossauros ) e veio da formação rochosa Caturrita. O Rio Grande do Sul tem, agora, seis espécies de dinossauros catalogadas , das 16 existentes do Brasil.

Da formação Caturrita , no entanto , são apenas dois , além de outros três argentinos de San Juan. "Não dá para precisar qual dinossauro é o mais antigo, se os brasileiros ou os argentinos, mas acreditamos que esses sejamos mais antigos do mundo", afirma Langer, professor de Paleontologia da Universidade de São Paulo ( USP ) , de Ribeirão Preto .

ORIGEM  SUL-AMERICANA 

O achado reforça as suspeitas de que os dinossauros como um grupo tenham origem na América do Sul, em rochas com idades semelhantes encontradas no Brasil e Argentina. Langer ajudou a classificar o novo dinossauro em 2005, após os fósseis terem sido descobertos pela equipe de Jorge Ferigolo , da Fundação Zoobotânica.

Langer foi aluno de Ferigolo. A dupla já atuou na descoberta de outros dinossauros brasileiros em 1998, o Saturnalia tupiniquim, encontrado por Langer, e do Guaibasaurus condelariensis, achado por Ferigolo.

O primeiro dino achado no Sul teve fósseis coletados em 1929, mas descrito apenas em 1945. O segundo foi coletado em 1934 e descrito em 1970. Com o Sacisaurus, portanto, tudo foi mais rápido. A revista inglesa Historical Biology, especializada em paleontologia, publicou a descoberta em 17 de outubro, com 11 páginas descrevendo o nome, o animal e os ossos. Segundo Langer, forma encontrados entre 30% e 40% do esqueleto de um Sacisaurus. O restante foi construído a partir de informações que os pesquisadores têm sobre o grupo ao qual o animal pertencia, os ornitísquios.

Das cerca de 50 peças de fósseis, foram encontrados 12 fêmures direitos, mas por incrível que pareça, nenhum osso da perna esquerda. "Isso é raro e significa que foram encontrados fósseis de 12 indivíduos da mesma espécie", conta Langer.

Daí surgiu a piada de que o animal tinha só uma perna. Como o símbolo do time do Internacional, de Porto Alegre, é um saci, os pesquisadores criaram o nome brincalhão Sacisaurus para batizar a espécie.

O novo dino é o primeiro brasileiro classificado no grupo ornitíquia ( como o osso do púbis projetando-se para trás , não para a frente , como os do grupo dos saurísquios ) . Ele tinha um bico à frente da mandíbula , o que facilitava a trituração da matéria vegetal. No Brasil até então só havia registro de pegadas de fósseis de animais desse grupo em Souzas (PB) e em Araraquara (SP) .

O Sacisaurus agudoensis tem como parente próximo o Silesaurus opolensis , da Polônia , também do período triássico. Langer explica que isso é possível , pois , naquele período a Terra tinha todos os continentes unidos , a chamada Pangéia. As primeiras peças encontradas foram dentes e a mandíbula. Como a Fundação Zoobotânica é especializada em mamíferos , Langer , ao ficar sabendo da descoberta , ofereceu-se para ajudar na classificação do dinossauro , pois essa é a sua especialidade . "Agora vamos fazer a reconstituição da árvore genealógica do Sacisaurus", explica Langer .

A réplica do dinossauro foi feita pela Ophicina Naval, de Itapecirica da Serra, e a intenção da dupla é fazer, em breve, uma exposição itinerante de fósseis pelo Brasil. A réplica é maior que o tamanho natural do animal. Porém, Langer avisa que não dá para afirmar se os fósseis encontrados, pois os répteis crescem ininterruptamente . 

Fonte   -  Jornal PALEONTOLOGIA 
Brás  Henrique     - Ribeirão  Preto 

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