terça-feira, 25 de julho de 2023

DEPENDÊNCIA DIGITAL


 


Viciados em smartphones 

Há  mais de  280 milhões de  usuários compulsivos de  celulares  no mundo , diz estudo 

Você abre apps no seu smartphone mais de 60 vezes por dia ? Se sim,está na categoria dos “ vivia  dos em celular “ .O  transtorno pode ser  grave  , mas tem  cura e você não está  sozinho .Há mais  de 280 milhões desses compulsivos no mundo  , de acordo com um l evantamento divulgado pela Flurry , uma empresa de análise de aplicativos que o Yahoo ! comprou no ano  passado . O dado  mais  preocupante é o que mostra que esse  índice cresceu  quase  60 %  em relação ao  ano pas- sado  .

Os aplicativos mais acessados pelos “ viciados “  são , na maior parte , de redes sociais e de men- sagens instantâneas  , e os dependentes usam esses  dispositivos com uma freqüência pelos menos cinco vezes maior que o usuário médio  .

De  2014 para 2015 ,o número de  dispositivos  inteligentes cresceu  1,3 bilhão para  1,8 bilhão, o  que representa um aumento de  38 % de um ano para o outro . O número de usuários medianos ,   que utilizam  aplicativos entre uma vez e 16 vezes  por dia  , cresceu de  784  milhões  para  985 milhões no mesmo período , um aumento de 25 %  . Já  para número de  usuários  muito ativos ,  que são presentes  16 a  60 vezes por dia  , cresceu  ainda mais : de 440  milhões para  590  mi-  lhões  ( aumento de 34 % ) .Mas o  grupo de usuários  “ viciados “  foi o que cresceu  mais violen- tamente , passando de  176 milhões em 2014  para 280 milhões em 2015  - um aumento de 59 % . 

Não por acaso ,desde 2008 o Instituto Dieese faz pesquisas sobre dependência de celular no Brasil    e promove o uso  consciente da tecnologia  . Em seu centro de tratamento especializado em detox digital , mais de 400 pessoas já foram atendidas  . 

Eduardo Guedes,diretor de programa do Instituto de Psiquiatria  da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) , diz que o primeiro passo para a cura é saber identificar se o indivíduo é um viciado  ou não .Segundo o pesquisador , isso nada tem a ver com o  tempo que se passa on-line ou o número de vezes que se acessa o  celular .

- O  uso abusivo ocorre quando a  vida virtual começa a  atrapalhar a real - define  Guedes  , -  Por exemplo , se a pessoa  deixa de viajar porque não vai ter conexão  WI-FI no local , se  ela  fica de  mau humor quando está longe do aparelho e , em  casos mais graves , e  há brigas com  parentes e  amigos por conta da  dependência.

A compulsão pode ainda gerar problemas de saúde , como tendinite nas mãos e  dores na  coluna cervical  ( pelo hábito de olhar sempre para baixo ) ,além de piora na qualidade do sono e ansiedade . Por isso , pode ser necesário fazer um  detox digital . O próprio  Instituto Delete dá algumas dicas : desligar o celular ou deixá-lo no modo   " silencioso "  na  hora de  dormir , não checar o  aparelho quando estiver  dirigindo nem durante as  refeições ,  criar horários específicos para navegar pelas redes sociais  etc.

Fonte    - Jornal    O  GLOBO     -  SOCIEDADE      -   pág  25

Quinta-feira  ,16.7.2015     -  MARINHA  COHEN   




Ficar  de  fora  é  uma   opção  apocalíptica  ? 

Na  década de  60 , o multi - intelectual   Umberto -  Eco  escreveu  "  Apocalípticos  e  integrados " , um clássico . Ali , ele avalia  dois tipos de  atitudes frente à cultura : os que a veem como atribuído aristocrático - e portanto incompatível com a ideia de torná-lo acessível às massas -  e os que talvez nem se importem com a natureza aristocrática da cultura , absorvendo  informação venha de onde vier e , com isso , compondo uma "  cultura  popular  " .Os primeiros são os apocaliticos ,os últimos , os  integrados . Quando o  livro  foi escrito , a televisão era um fenômeno cultural relativamente re- cente - programas ao vivo , noticiários , rock'roll , uma sensação de " tudo ao mesmo tempo agora "  , se não se infiltrava ,se consolidava no jeito de ser das coisas .Tudo porque o  mundo todo começava a entrar pela janelinha eletrônica que se tornava comum nas salas de estar , primeiro nos EUA ,e dali para o mundo . Claro , havia o rádio , mas as experiências , óbvio , são bem diferentes . 

Já se vão quase  70 anos desde que a  TV  foi tão relevante . Não que tenha deixado de ser , não é o que se quer dizer aqui  ( até porque seria ridículo sugerir isso ,ainda mais no Brasil ). O que acontece é que hoje temos o fenômeno das redes sociais na internet . Que já não é tão novo , diga-se ; desde a década de  90 mais e mais . Havia esperanças mais elevadas para a internet :  a rede era vista como o canal pelo qual a cultura fluiria ,contribuindo para criar uma humanidade mais e  irmã ,mais unida em um  propósito de gerar paz e prosperidade .Claro que nada disso se verificou . A rede hoje é uma terra de ninguém , onde manda a selvageria  verbal  ( que por  vezes até vira  selvageria  física )  ; é  um conjunto de  pequenos feudos , nos quais valem  pequenas  leis locais , códigos e  restrições  impla- cáveis com os  de fora . Essa é a posição dos  aristocráticos apocalípticos , só enxergam a mudança trazida pela internet como decadência .

Já os  integrados veriam a  rede como a terra a se coquistar ,onde vão se  moldar os novos costumes , que as gerações futuras enxergarão como normal , à medida em que os costumes de hoje vão saindo. 

Há espaço para quem não queira se incluir nessa dicotomia . Sim , há ( ao menos em países em que haja  alguma  liberdade de  expressão  ; onde não há , a  categorização nem se  põe . Embenhar -se no debate poderia ser  mais produtivo , oxigenar a discussão . Mas um  breve  passeio pelas redes , basta para mostrar que a contribuição seria pequena . O melhor é ficar de fora .Isso  faz de  você é um aristocrata  apocalíptico ?   Que  seja  .

Fonte   -   Jornal  DESTAK   -  pág   8

Quinta-feira , 20.072017     -  VINICIUS  ALBUQUERQUE  - Editor  Chefe



CONVIVER  para  viver 

SOMOS  seres da  espécie  Homo  sapiens , que  " sabem  que sabem  ", quer dizer : somos seres que têm a  capacidade de pensar e podem pensar sobre aquilo que pensam . Ou seja , têm consci- ência e  auto - consciência . A consciência  oferece a  possibilidade de construir a  individualidade  ;  além disso vivemos em um ambiente  social , isto é , somos sers sociais . Como  Homo  sapiens  somos indivíduos  e , ao  mesmo  tempo , seres sociais .

O ser humano é um ser gregário , que não vive isoladamente , necessita  viver em grupo , estabe- lecendo relações de  troca afetiva e  intelectual com outros seres humanos . Aliás,para que um  ser humano se  torne verdadeiramente humano ,precisa ter a  experiência de uma convivência humana , estar inserido em um  contexto no qual  aprenda  hábitos e costumes e construa sua  identidade  .

O personagem Tarzan é um bom exemplo de alguém que não se tornou humano , embora tivesse todo o potencial para sê-lo , pois não contou com um ambiente para lhe ensinar os hábitos e a lin- guagem humanos , que o estimulasse a desenvolver suas capacidades  humanas .

Relacionamentos humanos são , portanto , a base da  costrução da  humanidade , pois , a partir da troca   interpessoal do convívio cotidiano , o ser humano se apropria dos elementos de sua cultura e se insere na dimensão da vida social .As relações humanas tecem a trama dos vínculos significativos de cada pessoa e traduzem a rde de interações entre indivíduos dentro dos grupos .

Redes  sociais 

As redes sociais são o conglomerado de relacionamentos que cada  agrupamento de  indivíduos es - tabelecer  entre si a que se preserva a  identidade  cultural do grupo e a  sua participação social no  contexto social no contexto  maior do conjunto da  sociedade  humana . As relações interpessoais    dão suporte à experiência de existir , de ser e fazer de cada indivíduo .

Já as  redes sociais  virtuais exemplificam muito bem , na  atualidade ,a  necessidade do ser humano de sentir parte de um grupo . A participação ,às vezes compulsiva , de acessar as redes e  publicar incessantemente mensagens e fotos ,parece alimentar o asseguramento ao indivíduo de que ele não está  isolado , ou mesmo , marginalizado . A busca incessante de estar  "conectado "  24 horas  às redes sociais virtuais pode estar refletindo a ansiedade de se sentir só e desamparado frente a uma  sociedade atual  intensamente  exigente excludente .

Não pode falar do ser humano sem incluir o debate da importância das relações humanas,  pois não há seres humanos sem o mundo humano . E não há  mundo humano sem  seres humanos . O  ser  humano criou o mundo  humano do qual faz parte e dele depende . São  as duas faces da mesma moeda : o ser e o mundo .

Vale destacar que o  indivíduo tem no  isolamento  social seu maior  castigo  existencial , pois estar  marginalizado socialmente significa estar  privado de algo que lhe é fundamental  : compartilhar sua experiência de exisitr e viver , que nada mais é que conviver ! 

Fonte  -   Revista   O  MÍLITE   -   pág  40   -  Para viver  bem 

CLEUSA  SAKAMOTO   -Profa de Psicologia da Comunicação da Fapcom 














































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