terça-feira, 15 de outubro de 2019

RAQUEL DE QUEIROZ


Raquel de Queiroz
(Fortaleza, Ceará, 1910)
Vida e Obra

Jornalista , primeira mulher Imortal na Academia  na  Academia  Brasileira  de  Letras , seu primeiro romance O  Quinze , publicado em 1930 , obteve rápida consagração , merecendo o de primeiro prêmio da Fundação Graça Aranha .

Teve intensa participação política ( de esquerda, na época ) militância que se reflete em Caminho  de  Pedras  ( 1917) .

Foi , além de Romancista , colaboradora regular em jornais e revistas  especialmente e O  Cruzeiro, onde deixou semanalmente , por duas décadas , Crônicas . É também autora de peças de teatro   e tradutora . 

Deixou as seguintes obras :

A ) ROMANCE 
O  Quinze  ( 1930 ) 
João Miguel ( 1932 )
Caminho  de  Pedras ( 1937 ) 
As  três  Marias  (1939 ) 
O Galo de Ouro, folhetim em O Cruzeiro (1950)

B) TEATRO
Lampião  ( 1953 ) 
A Beata Maria do Egito ( 1958 ) 
A Sereia Voadora ( inédita ) 

C) CRÔNICA
A Donzela e a Moura Torta ( 1948 ) 
Cem Crônicas Escolhidas ( 1958 ) 
O Brasileiro Perplexo – Histórias e Crônicas  ( 1963 ) 
O caçador de Tatu ( 1967 ) 

D) LITERATURA  INFANTIL
O menino Mágico ( 1969 ) 

3.2 Considerações Gerais

A) Em O Quinze e João Miguel exprime intensa preocupação social , apoiada , contudo , na análise psicológica das personagens , especialmente o homem nordestino , sob pressão de forças atávicas e a aceitação fatalista do destino . Nesses romances , há uma nova tomada de posição temática da seca , do coronelismo , dos impulsos passionais , em que o psicológico se harmoniza com o social. Na conjuntura ecológica em que se situa a personagem , o que preocupa a romancista , em última análise , é a investigação de seu destino .

B ) Em Caminho  de  Pedras  e As  Três Marias , que não têm compromissos diretos com a paisagem nordestina , Rachel aborda a agitação política do momento , métodos de educação relacionados com a posição da mulher e problemas da emancipação feminina , no plano amoroso e social.

C) O diálogo em Rachel de Queiroz é muito vivo , lembrando a novelista  popular que , mais tarde,atrairia a escritora, ao passar do romance para o teatro , de raízes regionais e folclóricas ( Lampião  e  A  Beata  Maria  do  Egito ) .

D ) Caminho  de  Pedra ( 1936 ) coincide com o exacerbar-se das correntes ideológicas no Brasil à beira do Estado Novo ! Comunismo ( stalinista ) ; trotzkista e Integralismo . É um  romance conscientemente político . Contudo , Rachel de Queiroz passa da crônica de um grupo sindical , na morna Fortaleza da época , à exploração sentimental de um caso de um casal de pequena classe média, afetado por ideais de esquerda . É um romance populista , que situa as personagens pobres "de fora" , como quem observa um espetáculo curioso que , eventualmente , pode comover .

E ) A curva ideológica da escritora oscila do socialismo libertário de Caminho de Pedras às crônicas recentes , de espírito  conservador . Esta trajetória da esquerda para a direita explica-se muito bem, se inserida no roteiro do tenentismo que a condicionou: verbalmente revolucionário em 1930, sentimentalmente liberal e esquerdizante em face da ditadura , acabou , enfim , identificando-se com a defesa passional das raízes do status  quo ; roteiro que a aproxima de Gilberto Freire , cuja presença na literatura nordestina ultrapassou , de longe , a área do ensaísmo sociológico e incidiu diretamente na valoração das tradições dos estilos de viver e de pensar herdados à sociedade  patriarcal . De onde a nostalgia do bom tempo antigo , nostalgia que a ciência batizou como " Lusotropicologia " .

Atenuando a aguçada crítica do Prof. Alfredo  Bosi , diríamos que Rachel  de  Queiroz se posiciona como defensora de um humanismo moderado e piedoso .

Fonte  -  Coleção  OBJETIVO  - Sistema de Métodos de Aprendizagem - p´gs 41 e 42 
Livro  27  - Literatura  III Prof . FERNANDO TEIXEIRA DE ANDRADE do Curso e Colégio Objetivo 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário sobre a postagem.