JIMMY CLIFF

Biografia - James  Chambers  ( Jimmy  Cliff ) , St . Catherine / Jamaica , ( 1948 ) grava seu primeiro  single , “ Daisy  Got  Me  Crazy “ , em 62  * No ano seguinte , assina  com o  selo  Beverley e lança “ Dearest  Beverley “  ,  seu primeiro  hit  na  Jamaica . Com o  terceiro single , “ Hurricane  Hattie “ , chega  ao  topo  da  parada  jamaicana .

* Depois de emplacar  mais uma série de hits no país natal , muda - se para  Londres em 65 e assina com a  Island . “ Give  And  Take  “  consegue  algum sucesso na  Inglaterra  em 67 . *  Cliff  vem ao  Brasil  para uma participação  no Festival  Internacional  da Canção, em que canta  “ Waterfall “ *  Nesse mesmo ano , ‘  Wonderful  World “ de  Cat  Stevens  * Em 72 , sua  popularidade  cresce com a  participação no  filme The  Harder  They  Come , em que interpreta o papel principal . Entre  seus  hits poste-riores estão  “ Come  Into  My  Life “  e  “  Under The  Sun “ , Moon  And  Stars “ . Durante toda  a  década  de  70 terá alguns hits  esporádicos . * Em  80  volta ao  Brasil  para uma  turnê . No  ano seguinte , “ Gone  Clear “ consegue  boa  execução  nos  EUA *  “ Reggae  Nights “   é  o  hit de  The  Power … , lançado em  84 , *  Volta  ao cinema com Clube Paraíso , em  86 * Images , lançado  em  89 , traz o hit  “ Rebel  In  Me  “  *  Em  90 , inicia longa  estada  no  Brasil  , que inclui  uma  participação  no  Rock  In  Rio  II . 

Frase  :  “ Os contrastes  sociais  do  Brasil  são muito parecidos  com  os  da  Jamaica “ . “ Os  únicos  lu - gares  do  mundo  onde  as pessoas  me  aceitam  como   sou  são  a  África  e  o  Brasil  “ .  “  Reggae  é  vida . Se  você  não  se  mexe  quando  ouve  reggae  é  porque  está  morto  

Fonte  -  Coletânea  de grandes  ícones  musicais internacionais

" Lutar sempre "

Em entrevista  ao jornal  Vida Integral  , Daiane  dos  Santos , a garota  de  ouro  do Brasil ,diz  que está aprendendo a  lidar com a  fama . E revela  um  desejo : se pudesse trabalhar para  descobrir  talentos , entre as crianças negras e pobres , começaria  pelas  as favelas. E já tem um plano ao deixar a  ginástica - vai trabalhar em  projeto de crianças com necessidades  especiais . 

Vida  Integral : Depois  das  Olimpíadas , qual seu  objetivo ? 

Daiane  dos  Santos : Vou  continuar treinando ,pois até o final deste ano ainda terei outras competições  importantes . Continuarei cursando a  faculdade  de  educação  física ,  em Curitiba .Não sei até quando vou competir , mas quando parar ,quero trabalhar na área de esporte , seja na ginástica ou fora dela , com crianças  especiais ; preciso  me dedicar aos  estudos também .

Vida Integral  : Faça  um  resumo de seu dia , atualmente  .

Daiane : Acordo  todos os dias  muito  cedo  para  treinar , tenho fisioterapia  e  em seguida descanso e vou para outro treino .

Vida Integral  : Como  tem sido  enfrentar  o assédio da  imprensa ? 

Daiane :  Tudo é  muito novo ainda Às vezes me sinto preparada para  lidar  com  a  fama e  assédio  da  imprensa , mas  às  vezes  não . Há momentos em  que  perco a paciência ,mas estou tentando me controlar e acho que já melhorei bastante . As pessoas nas ruas têm  muita paciência ,pedem autógrafos , falam comigo e gosto disso .

Vida  Integral : Que  lições  pessoais você aprendeu com  seu  sucesso  no  esporte ? 

Aprendi que devemos lutar  sempre pelos nossos  objetivos .É preciso  suar  muito para chegar onde queremos. Muitas  vezes  temos que  abrir mão de muitas coisas para conseguir outras .Fazemos escolhas constantemente . Nada na vida  é  fácil , e  nem sempre a  gente  ganha  e  muitas  vezes  a  gente  perde . Também  passei  a dar  mais  valor  e  importância de  grandes  amizades  e  à família .

Vida  Integral : Qual  a  maior  surpresa ?

Daiane : A  maior surpresa que  tive foi  a  conquista  do  ouro  no campeonato mundial do ano passado , em Anaheim ,  na  Califórnia .

Vida  Integral : E  o  maior  desafio ? 

Daiane : O  maior  desafio  neste  momento  será  disputar  as  Olimpíadas  de  Atenas .

Vida  Integral : Como  você  explica tamanho  sucesso num esporte  de  elite  de uma  menina  pobre e negra  num  país  com  tanto  preconceito ? 

Daiane : É  sempre  bom lembrar  que  negros  e  brancos , qualquer  um pode chegar a um lugar  de destaque . O  importante  é que  cada um  faça o  seu  melhor . Nunca  desisti  do meu sonho .Treino  muito  e me dedico apenas ao esporte . Para  vencer , é preciso muita persistência e muitas  pessoas  não  têm  isso . As pessoas  desistem  muito  fácil  do  que querem e  por  isso não  conseguem vencer . 

Vida  Integral : Qual  a  importância  de  sua  família  em  seu  sucesso  no  esporte ?

Daiane : Acho  fundamental para  o  sucesso  não só no  esporte , mas  em  qualquer  área .

]Vida  Integral : Há centenas ,quem sabe  milhares , de jovens  e  crianças  pelo Brasil  - negros e  pobres - com  grandes chances  de sucesso  no esporte  que  nunca serão  descobertos .Se você  pudesse , por  onde começaria  para  revelar  esses  talentos ? 

Daiane  : Começaria  pelas  favelas .

Vida  Integral : E  quando  você  deixar  a  ginástica , o  que  fará ?

daiane  : Meu desejo  é  trabalhar com crianças  especiais . Dessa forma posso  realizar meu sonho  e  ser  útil , às  pessoas . 

Fonte  Jornal  Vida  Integral  -  pág  10  - GENTE 

Data  -  São  Paulo  agosto  de  2004

Jorge de Lima , poesia nascida há 90 anos , na mesma Terra de Zumbi

Jorge de  Lima  ,o poeta de  “ O  Grande  Circo  Místico “ , foi lembrado neste mês ,em  que se comemora  90 anos do seu nascimento , enquanto , na  maior parte das vezes , a maioria  das pessoas é  incapaz de  recordar de qualquer  um seus versos . Quanto aosdireitos  autorais , a situação não é muito diferente .Sua  filha , Maria Teresa  Alves Jorge de Lima , disse ter recebido de uma editora , ainda recentemente , apenas  Cr$ 300 , ao passo que  dos  EUA , embora frequentando antologia de poetas  brasileiros ,os  dólares che - gam pontuais .De qualquer forma , apesar dos problemas , Jorge  de  Lima tem uma obra indiscutivelmente  bela , que leva as  universidades a  retomá - la  com  ênfase ,sobretudo agora. Em  Alagoas , está se provendo  seminários conferências . No  Rio , a UFRJ  fez uma exposição , “ Introdução  ao estudo  da  obra de Jorge  de  Lima “ , e  realizou um simpósio sobre a  literatura  alagoana ; Enfim , esforços para que  se leia o maior  autor de  “ Invenção de Orfeu “ . 

Ao  completar  90 anos  de  nascimento - 30  de morte , em  novembro  -  , o poeta  Jorge  Abreu de Lima , autor de “  essa  Nega  Fulô “ , “ Invenção  de Orfeu “ e o  “ Grande Circo  Místico “ , continua como uma figura  relativamente esquecida em sua terra . União  dos  Palmares , que deixou em  1903  e onde ninguém  se lembra que tenha voltado de forma mais demorada . Aliás , com duas grandes usinas , canaviais extensos que atapetam de  verde  os  imensos vales dominados ao  longe pela  legendária  Serra  da  Barriga , onde resistiu o  líder  negro  Zumbi , sua feira nordestina feia e suja .União  tem pouco espaço para a poesia . As  lembranças de  Jorge  de  Lima permanecem  no velho  sobrado onde  nasceu que  está  em  ruínas - e num busto esquecido numa pequena  praça da  cidade .

Em  Maceió - onde residiria aproximadamente  20 anos , até  1930 - mesmo assim com um período de afasta-mento para o concluir o  curso de  Medicina  em  Salvador  e  no  Rio  de Janeiro , um  grupo  de  intelectuais  ligados a  órgãos  acadêmicos  organiza  simpósios e  debates durante o transcorrer deste ano . O objetivo , segundo o professor  Aloysio Galvão  coordenador de Extensão Cultural da  Universidade  Federal de Alagoas é evitar que Jorge de Lima continue  a ser , aqui , um  “ poeta  que  muitos  conhecem de nome , mas de quem ignoram  a  obra “ . 

Jorge  de  Lima , como relata o escritor  Carlos  Moliterno , que na década  de  30 , junto com  outros  jovens  jornalistas e  intelectuais , praticava a cítica literária por intermédio  do  Jornal  Alagoas e  Gazeta de Alagoas não chegou no mesmo modo de viver com o grande momento de essência cultural  de Graciliano de Graciliano Ramos , Lins do Rego , Raquel de Queiroz , Alberto Passos , Guimarães Rosa , Sérgio Buarque de Holanda , Théo Brandão e Paulírio constituíam  uma  intelectualidade cosmopolita  na provinciana  Alagoas .

Jorge  de  Lima havia  partido para o Rio . Na sua biografia , há quem diga que o poeta foi vítima de uma cena de ciúmes . Ele sofreu um atentado a bala na rua do Comércio , quando se dirigia ao Lyceu Alagoano , onde voltara a ensinar,intimado que fora a assumir a cadeira de Literatura e Línguas Latinas por seu amigo Graciliano  Ramos , então diretor da Instrução  Pública  de  Alagoas . Ele deixou Alagoas depois do atentado ,confirma  Carlos Moliterno , mas não corrido , de imediato .

Em sua casa , no bairro do Farol , Moliterno guarda algumas  relíquias do poeta .Como duas apresentadas à cadeira  de  Literatura , no  Lyceu . A primeira  , “ O  Romance  de Marcel Proust “ ; a outra , “ Todos cantam  sua  Terra “  , e que traz substituto  , “ Considerações  em  torno  do  Modernismo “ , editadas  pela  Casa  Ramalho .

Sob a  tese  a respeito do romance de  Proust ,conta Moliterno que  Jorge de  Lima , surpreendeu  a  banca , que  não conhecia  a obra  do escritor francês .A respeito da intimidade do poeta com  Proust , diz que tudo se deveu uma coincidência . O  médico Jorge  de  Lima foi chamado para atender um piloto de um  avião  francês que fizera    pouso em  Maceió . Quando retornou da consulta , trazia o  livro de  Proust debaixo  do  braço .Depois mandaria buscar outros . Sua  tese terminaria traduzida para o  francês , em 1953 . Já  a tese modernista , relata  Militerno , foi fruto da  influência de  José  Lins  do  Rego , que  aqui  propagava  a  nova  estética . 

Com 71 anos , o jornalista e poeta Jorge Cooper , filho de pai inglês e mãe alagoana , lembra que conheceu Jorge de Lima quando ainda era rapaz . Cooper foi apresentado ao poeta por seu pai : " Ele tinha consultório

médico no centro de Maceió e meu ppai falava que era um grande poeta . Não havia acontecido ainda a Semana da Arte Moderna " . Cooper , poeta também , com passagem pelo parnasianismo e que acabou aderinado à maré modernista , sofreu como Jorge de Lima críticas acirradas em Alagoas , pelo apoio aos principais do Modernismo , encompreendidos pelas " igrejunhas " intelectuais da época .

Ele recorda uma visita feita pelos jovens intelectuais a Jorge de Lima , quando do seu retorno do Rio de

Janeiro . " Tiramos algumas fotos em sua companhia e ele depois dedicou uma poesia a cada um de nós .Mas

não houve qualquer outra aproximação " , conta , lembrando o jeito reservado do poeta .

O professor Moacir Sant'Ana Arquivo Público de Alagoas , conseguiu ,no curso no curso de alguns meses ,

acrescentar novos elementos às obras completas de Jorge de Lima . Por meio de um minuciosos trabalho

que o levou a pesquisar durante longo tempo jornais de vários Estados brasileiros e de Portugal , além de

bibliotecas públicas e particulares , conseguiu colir 45 poesias esquecidas de Jorge de Lima .

Sant ' Ana , tmabém autor de um trabalho bibliográfico ´no qual reuniu um total de 80 tíitulos - obras do poeta em português , traduções e livros sobre Jorge de Lima - , juntou essas poesias em um volume . Trata - se de 37 poemas da fase modernista e oito do período imediatamente anterior , publicados em 19 diferentes periódicos .Todo esse material está servindo de base aos seminários e debates sobre a obra do poeta que se realizam em Alagoas este mês .

Aliás , sobre o seminário , o professor Aloysio Galvão conta que f oi muito difícil de conseguir recursos financeiros para montá - lo . Até mesmo porque a deficitária Universidade Federal de Alagoas resolveu trazer participantes , como a professora , Luciana Stegagno Picchio , da Universidade de Roma . O jeito foi apelar para o setor privado , observa .

Com 52 mil habitantes - 20 mil na sede do município - , União dos Palmares é hoje muito pouco diferente dos anos em que viveu o poeta Jorge de Lima . Cresceram os canaviais ,porque se consolidaram e ampliaram as usinas , motivo de lamento poético de Jorge de Lima , saudoso dos velhos engenhos banguês decadentes .

A cidade cresceu na periferia , expandindo - se por ruas esburacadas e desalinhavadas ,onde moram os pobres.

O velho sobrado ,onde nasceu o poeta - apesar do completo abandono - continua como o mais importante prédio

do centro da cidade , de onde , nos sábados , se espraia a feira , paisagem tão cara a Jorge de Lima .Se hoje ele chegasse à sacada do casarão , apenas se surpreenderia com a ausência da velha catedral - por ele cantada

em versos - , que desmoronou , sendo substituída por uma nova , de estilo " modernoso " .

A professora Salomé da Rocha Barros , 65 anos , que ,lembra pelo aspecto físico e voz autoritária das velhas matrarcas das casas grandes nordestinas , é a única a falar com segurança sobre Jorge de Lima na cidade .Ela o conheceu quando tinha 10 anos , levada pelo pai a seu escritório , na rua do Comércio , em Maceió .

Depois , ao que lembra , ele estava " posando para uma foto diante da estação de União , quando , em campanha política , no intervalo da para do trem ,mas nunca esteve aqui de forma demorada " . Dona Salomé da Rocha Barros garante que o poeta não gostava de sua terra . " Se gostasse , teria vindo mias vezes , o que

não fez " .

Ela , gosta mais das obras de Jorge de Lima do que das imporessões que dele teve nos contatos pessoais , e justifica . " Era mulato e tinha complexo po isso , razão pela qual era muito fechado , embora fosse fino ,

educado .Além disso ,tinha uma atitude acentuada ,que procurava esconder com o uso permanente de chapéu".

E dona Salomé acha que o estigma da cor perseguiu Jorge de Lima .Afinal ,União é uma cidade onde subsiste

um racismo latente . A cidade ainda não se libertou dos seuss fantasmas , mesmo após séculos do extermínio

físico dos milhares de negros da República dos Palmares Na cidade não há negros , " há cafuzos , mestiços , mulatos " , observa a professora , sem saber explicar a forma convinvente onde foram parar os moradores dos quilombos que junto com a religiosidade e a expressiva natureza local ,tanto sensibilizaram Jorge de Lima em sua obra afora .

Fonte - Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO - pág 35

Data - 24 de abril de 1983 - STEFANE LINS Correspondente em Maceió

CORPO PERDIDO ( fragmento )

 

Ah , quem  me  leva  aos  harpãos 

eu  sou muito  frágil 

eu  assovio  sim  eu  assovio  coisas  muito  antigas 

serpentes , coisas  cavernosas 

Eu  outro  vento  paz - aí 

e contra  meu  focinho instável  e  fresco 

pousa  contra  minha  face  erodida 

tua  fria  face  de  rir  desfeito ,

vento  oh  eu  o  ouvirei  ainda 

negro  negro  desde o fundo 

do  céu  imemorável .

Um  pouco  menos  forte  que  hoje 

mas  forte  demais  todavia 

e  este  louco  urro  de  cães  e   de  cavalos 

que  ele  empurra  a  perseguir - nos  sempre  quilombolas 

mas  por  minha  vez  no  ar 

eu  soltarei  um  grito  e  tão  violento 

que  borrifar  o  céu  inteiro 

e  por  meus  galhos  espedaçados 

e  pelo  grito  insolente  de  minha  fronte  e  ferida  e  solene 

eu  ordenarei  às  ilhas  existirem . 

Fonte  Jornal  TROHIN   -  “  Corps  perdu  “  ( 1950 ) , Cadastre , Oeuvres 

Data  -  Junho  /  Julho  2006   -   Aimé  Césaire   - Tradução  : Maria  de  Lourdes  Teodoro

Chica Xavier ressalta que ainda existe no Brasil o preconceito contra o negro

 

“  No  meio social  ainda  somos  olhados  de  lado  ao entrarmos  nos  elevadores sociais , porque a herança  da  escravidão  ainda  nos  acompanha . “

Francisca  Xavier  Queiroz  de  Jesus , Chica  Xavier , nasceu  em  Salvador  - Bahia . Esta atriz de forte  personalidade , com 49 anos  de  carreira , fez muitas novelas e  minisséries , como exemplo : os  Ossos  do  Barão , O  Rei  do  Gado , Memorial de  Maria  Moura , Sinhá Moça , Coração  Alado , Renascer , Chiquinha  Gonzaga  e  Escrava  Anastácia . Além  de  atriz , Chica  Xavier , participa de vários movi - mentos que defendem e exaltam  a raça negra no  Brasil . E foi com muito orgulho e  carinho , que  a equipe do Jornal  Faz  &  Acontece foi  recebida  em sua casa , em Sepetiba . A atriz demonstrou dentro de sua simplicidade , e  clareza  de  raciocínio , ser  uma mulher  de valores , guerreira  que  gosta  muito  de  viver  em  contato com a  natureza . Acredita que ainda falta muito  para que o negro não seja  discri- minado , neste  país . Atualmente , está atuando na novela  a Lua me Disse ,com a  personagem  Dionísia. 

Chica  Xavier , Miguel  Falabella , colocou o nome  Dionísia em minha  personagem , para me homenagear , já  que  é o nome de minha mãe . Dionísia possui quatro filhos e  seu amor  é  igual  para  todos .No entanto  têm  comportamentos  diferentes  ; no caso das meninas  Anastácia da  Mata  /  Latoya  ( Zezé Barbosa )  e  Jurema  da  Mata  /  Whitney ( Mary  Sheila ) elas  são  vítimas  do  preconceito , porque na  verdade não gostariam de  serem  negras ; já  a  outra filha , Violeta ( Isabel Fillardis ) , formada em  Administração ,

trabalha com Heloísa ( Adriana  esteves ) , no escritório do  “ Frango  Com Tudo Dentro “  e o outro filho , Jorginho ( Jorge de Sá ) , são bem  diferentes .

Chica  Xavier  : Na verdade foi um  presente  muito  difícil , o objetivo  da  patroa  era proteger  o bem de sua  única filha  Branca ( Monique  Alfradique ) ,  pois sabia que  a Dionísia apesar  de  ser  uma  pessoa  simples , amorosa , iria  proteger  o patrimônio para  sua  filha . Mas o  tempo  todo  Dionísia  fica  sofrendo  pressão  de  suas  filhas  Latoya  e  Whitney , além da  avó  e  tios  de  Branca , que querem  se apossar da casa .

Faz  &  Acontece  :  O  que  você  acha  dos  autores  da  novela ?

Chica  Xavier  : São  pessoas inteligentes , cultas , de  coração  bom , são pessoas  do bem , mas  Miguel  Falabella  tem  um  carinho  muito  especial  por  mim , me chama  de mãe .

Faz &  Acontece : Como a  atriz  Chica  Xavier  vê a  situação do  negro  em nosso país?

Chica  Xavier : A  personagem  tem uma forma de agir e um pensamento parecido com a de  Chica  Xavier, posso dizer isso com segurança . Com relação  a situação do  negro  no país ,  participo  de  vários encontros ,  porque  faço  parte  do   Conselho  Curador Cultural  dos Palmares  em  Maceió ,mas  para  que  o preconceito acabe  no  Brasil  ainda falta muita coisa para ser  feita ,não acredito que antes de fazer a minha passagem veja este problema  solucionado . Os  negros  ainda terão  que  lutar muito ,em todo o  lugar sempre está presente  a  figura do  escravo , do chicote , do tronco , até  mesmo quanto  aos  salários ; no  meio social ainda somos olhados de  lado ao  entrarmos  nos elevadores  sociais ,  porque  a  herança  da  escravidão ainda  nos  acom-panha . Os próprios  negros não querem  se conscientizar  que  fazem parte da raça  negra  só  porque possuem  a  pela  clara . Mas  a raça  não  tem  importância  o que  vale  é  o  amor , Miguel  Falabella  é  branco , louro , mas  é  meu  filho .

Faz  &  Acontece  : Dê  uma  mensagem  final  para  leitores  do  Jornal  Faz  &  Acontece .

Chica  Xavier  : Acho  muito  importante todas  as  pessoas terem  fé , terem uma religião , porque  isto é  muito importante para  orientar  uma  família . Muitos  problemas familiares  surgem  por  falta  de  fé . É  muito  importante  ter  fé  em  Deus  e  seguir  o  caminho  do  bem .

Fonte  -  Jornal  Faz  &  Acontece  -  pág 9  -  O  JORNAL  QUE  FAZ  A  DIFERENÇA 

Data  -  Junho  de  2005  -  Francisco  Carvalho   -  In  Memoriam (  Chica  Xavier ) 

BANDEIRA BRASILEIRA

O  principal símbolo  do  Brasil  é  nossa bandeira , que , onde  quer  que esteja hasteada , representa  a  terra ,  o  povo , o governo e os ideais brasileiros .

No decorrer de nossa  História , tivemos várias bandeiras , conforme a situação  política da  época .

Nossa primeira bandeira  foi - nos  trazida por  Pedro Álvares Cabral , em 1500 ,quando do “ descobri - mento do Brasil  “  , e eram duas de ordem de Cristo e a de D . Manoel , o  Venturoso, rei de Portugal , mas ambas , na verdade não nos pertenciam , e sim  a  Portugal .

Pela  carta - lei  de 13 de maio de 1816 , foi concedido  ao  Brasil  sua primeira  bandeira , quando de sua  elevação  a  Reino  Unido  de  Portugal  e  Algarves , e  era composta por fundo  branco , com uma   esfera armilar  ( círculos ) de ouro , em  campo  azul , com português  nele inscrito . 

Proclamada  a  independência , Dom  Pedro pede  ao  desenhista   francês  Debret , que  estava no Brasil  fazendo  parte de  uma  missão  francesa  , que  projetasse uma bandeira  para nosso  país  independente . É portanto  a  esse artista  que devemos a ideia  do retângulo verde com o losango amarelo nele incrus - tado que faz com que nosso pavilhão se distinga de todos os demais . Para completá -la , pelos decretos de 18 de setembro de 1822 , foram incluídos no l osango amarelo as armas do novo império , que foi utilizada até a proclamação da República em 1889 .

Após  a  proclamação da  República , no dia 19 de  Novembro de 1889 , pelo decreto  nº 4 ficou estabe - lecido que nossa bandeira  conservaria  o  projeto  de  Debret , de um retângulo verde com um  losango  amarelo  e no  centro deste uma  esfera  azul - celeste, cortado por  uma faixa  branca , em sentido oblíquo   e descendente da esquerda  para a direita , onde estaria  inscrito a  legenda  ‘  ORDEM  E  PROGRESSO ‘, com  letras maiúsculas na cor verde . Dentro do círculo foram colocadas  23  estrelas  de  cinco  tamanhos 

diferentes ,que representavam  os  22  Estados  e  Distrito  Federal , não estando os territórios  lá represen - tados . Entre  as  estrelas estão  as  constelações do  Cruzeiro  do  Sul , no meio , e do  escorpião , à direita  e as estrelas  Prócion , Sirius  e  Canopo , à esquerda . A estrela Espiga ,da constelação  Virgem , colocada acima  da faixa e sobre  a  primeira letra  “ O “ da  palavra  Progresso  , representa  o  Estado do Pará .

As  cores significam  : verde , nossas  florestas ; amarelo , as  riquezas do  solo  brasileiro ; azul , nosso  céu  , e o  branco  a  paz .

As  duas  faces da  bandeira são  exatamente  iguais . 

O  projeto  dessa nova  bandeira foi  de  Raimundo  Teixeira  Mendes  ( ou  Miguel de Lemos ) , segundo  alguns  historiadores ) e  seu  desenho foi  elaborado  por  Décio  Villares . 

Algumas pequenas  modificações têm sido  feitas ,devido a  criação  de novos  Estados  e a lei  nº  5700  , de 10  de  setembro  de 1971 , determinou  minuciosamente como deve ser confeccionada  .

Fonte  -  Revista  POMBA  BRANCA   -  págs  30  e  31  

Data  -  Novembro  de  2000  -  Cultura

Bandeira Nacional

A  Bandeira  Nacional , tremulando ao vento ,com suas cores vivas e seu desenho simboliza o território do país , seu povo , seu  governo  e seus ideais . Contribui para o entusiasmo, a coragem e  o sacrifício ,pois muitos  deram a  vida  para  protegê -la da desonra e humilhação  e é dever  de todo  cidadão  saber  reverenciar   a  bandeira  do  país 

HISTÓRICO  DAS  BANDEIRAS 

A  origem das  bandeiras  provém  das  insígnias , isto é , sinais  que  distinguem  poder  ou  comando , usada desde a  Antiguidade . Entre os hebreus : cada uma das doze tribos tinha  a

sua  insígnia , tais como o  leão , de  Judá ; o navio , de  Zabulão ;  o  céu semeado de estrelas, de Issachar  etc . Os egípcios  usavam imagens  de  seus  deuses ; os  assírios , o touro  e a pomba ; os gregos , um  retalho púrpura na  ponta  das  lanças ; os  atenienses  , a figura  de  Atena com seus atributos - o ramo de  oliveira e o mocho  ; os  tebanos , a esfinge  ; os coríntios, o hipogrifo ; os romanos , a princípio , um molho de feno atado ao   ferro das  lanças  e posterior- mente a  figura  da água  estendida , a  sustentar um  raio  nas  garras ; os  gauleses  a figura de  animais  - urso , javali  , touro  e o lobo - ; os franceses   usaram  a  flor - de - lis ,a águia e o galo e o vaticano , por exemplo as  chaves .

É provável que as primeiras  bandeiras usadas em campo d e batalha foram pelos soldados

egípcios , que usavam - nas no alto de  longas hastes ,com a esperança  de que seus  deuses os  ajudassem a  vencer . Eram úteis nas batalhas porque  mostravam a direção do vento ,facilitando, assim ,o cálculo do rumo a serem lançadas as flechas , orientando também os generais e coman-dados . Quando encarregado de levá - la morria , outros deveriam  “ cerrar  fileira em  torno  da  mesma “ para que o inimigo  não  a capturasse .

Os  símbolos usados  nas  bandeiras  têm  diversas r epresentações e como exemplo citamos a  Estrela de  Davi , antigo  símbolo  judeu , na de Israel , a Cruz , símbolizando a cristandade ,nas bandeiras de  diversos países ; Estrelas que representam a vida , a paz e a  unidade , também na de  muitos países e conforme o número delas , indicam  de quantos  Estados  o  pís  é  formado .

Quanto às cores , a maioria usa uma  ou mais entre as sete cores básicas que são : vermelha , branca , azul , verde , amarela , preta e laranja .

Algumas representam  anos de história  como a  da  Dinamarca , com fundo  vermelho e uma cruz branca , utilizada desde 1219 ; a da  Áustria  , desde  1191 , quando da Terceira Cruzada , o duque  Leopoldo  V , depois de uma batalha , tirou  sua capa manchada  de  sangue  e viu que o seu cinto protegera uma faixa do tecido branco ,passando pois a usar a bandeira de  fundo vermelho atraves-sado por  uma  listra  branca . 

O  estudo da  história e  simbolismo das bandeiras é  denominado  Vexilologia , vinda da palavra latina  - vexilum - que  significa  bandeira  quadrada  ou  estandarte .

Certamente , as  bandeiras nacionais  são , de alguma forma , as  mais  importantes , pois repre-sentam  as  pessoas de todo um  país .  Entretanto , há  diversos  tipos de bandeiras  e são usadas para  diversos fins , tais como ; pelas  forças  armadas , no  mar ,para  enviar alfabeto e os números  de  1  a  10 - e  ainda a  bandeira  branca , muito usada nos combates , quando  se  é  necessário  discutir  a  pa z  ou pedir  uma  trégua para  troca de  prisioneiros ou recolher  os feridos e a mesma  é  muito  respeitada  pelos  exércitos .

Temos  ainda as bandeiras pessoais e algumas delas são  mais  antigas que as  nacionais e foram  difundidas na  Antiguidade  e  na  Idade  Média , porque geralmente representavam a pessoa do governante . Hoje , o exemplo mais conhecido é o da  rainha  da Inglaterra e atualmente já não são tão importantes  como as  nacionais .

Fonte  -  Revista  POMBA  BRANCA -  págs 29  e  30  

Novembro  de  2000  - Cultura